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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Guerra Capixaba
Marcus Vicente e Gustavo Vieira

No dia primeiro de julho deste ano, ocorreu eleição para a presidência da Federação de Futebol do Espirito Santo (FES). O pleito foi realizado no Golden Tulip, luxuoso hotel localizado na Enseada do Suá, em Vitória, Capital do Estado.

O ex-presidente e atual Deputado Federal Marcus Vicente, há 20 anos no cargo, elegeu seu escudeiro e diretor executivo à época, Gustavo Vieira, como sucessor. O eleito, desde 2008 na FES, tinha a incumbência de dar continuidade no trabalho que Vicente vinha realizando a frente da Federação e que resolveu deixar após ser eleito um dos cinco novos vice-presidentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Confiante que continuaria dando as cartas futebolísticas no estado com a subserviência do sucessor, Marcus Vicente vem sofrendo de fogo amigo, pois Gustavo Vieira, demostrando querer fugir da imagem ruim do ex-presidente e como medida de impacto, vem trocando os principais diretores da entidade, todos eles ligados ao ex-presidente. O golpe mais duro e sentido por Marcus Vicente foi à exoneração do cargo da diretora financeira da FES e sua irmã, Vera Lúcia Vicente.

A exoneração da diretora financeira caiu como uma bomba e abalou de vez a relação entre os dois dirigentes.  Muito irritado, Marcus Vicente teria declarado guerra a Gustavo Vieira que por sua vez foi a Brasília tentar uma reconciliação onde sequer foi recebido e ainda teria ouvido o recado de que o Deputado não atenderia um ‘traidor’.

Marcus Vicente teria sido eleito Deputado Federal com apoio de Marco Polo Del Nero, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Segundo informações de bastidores, Del Nero teria financiado a campanha do atual Deputado em troca deste vir a fazer parte da bancada da bola e assim defender os interesses da CBF, tanto que Marcus Vicente teria feito de tudo para barrar a proposta que daria direito de arena aos árbitros, a mesma que acabou de ser vetada pelo Governo Federal. Vale ressaltar que em toda sua administração Marcus Vicente teria usado a arbitragem do seu estado como propaganda e até mesmo como cabos eleitorais para conseguir votos na sua carreira politica.

Arbitragem de lado

Segundo informações, a arbitragem do Espirito Santo encontra-se em franca queda principalmente a nível nacional. Se sentindo usados, os apitadores capixabas procuraram apoio de Marcus Vicente que prometeu mais escalas por ser agora vice da CBF e receberam com a porta na cara. Já o atual presidente Gustavo Vieira, fragilizado politicamente na CBF, também da suas desculpas esfarrapadas aos apitadores. 

A ida de Pablo Alves para a Paraíba tornou Marcos André o principal árbitro Capixaba

Fora isso, a saída de Pablo Alves para a Paraíba por puro capricho de Vicente, trouxe forte queda nas escalas do estado, que passou a contar com apenas um árbitro, Marcos André Gomes da Penha, que saí regulamente para fora do estado o que prejudica os demais, principalmente os assistentes que ficaram fora da elite.

Frase: “Se alguém trai você uma vez, a culpa é dele. Se trai duas vezes, a culpa é sua” (Eleanor Roosevelt).

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Árbitros protestam em jogos do Brasileirão


Finalmente ocorreu ontem em todo Brasil, uma noite histórica, nas partidas da Série A do Campeonato Brasileiro, aquilo que há muito tempo se esperava dos homens de preto, coragem para lutar por melhorias de trabalho e remunerações dignas comparadas com as dificuldades enfrentadas pela profissão. As manifestações ocorridas nos sete jogos de ontem da Série A do Brasileiro foi tímida é verdade, mas foi à primeira de muitas que certamente vira pela frente e serviu principalmente para mostrar para todos, principalmente para os árbitros a força que eles têm. Basta que se organizem, que não cedam as pressões que muitas conquistas ainda por vir, virão certamente ais rápido do que eles pensam.

Movimento

Mas não pensem que foi fácil não! Não foi só perfilar em campo e erguer a placa antes das partidas. O movimento criou corpo e depois veio crescendo desde o veto da Presidenta Dilma Rousseff ao artigo que beneficiava a categoria com 0,5% dos direitos de televisão na MP 671. Quem acompanha os bastidores da arbitragem sabe da intensa negociação que houve antes do protesto ser colocado em pratica, sabe da persuasão, da pressão aos árbitros exercida pela Comissão de Arbitragem da CBF que defende com unhas e dentes os interesses do patrão e principalmente a exercida em cima dos dirigentes da arbitragem feitas tanto pela Rede Globo que não queria que as partidas fossem paralisadas e da CBF que procurou a todo custo preservar o direito da emissora que paga a conta final do seu principal produto, o futebol.

Segundo informações colhidas pelo Blog do Marçal durante a madrugada com alguns dos árbitros envolvidos no protesto, a paralisação teria sido inicialmente decidida pelos dirigentes do apito com os próprios árbitros para parar as partidas aos cinco minutos de jogo e perfilados ergueriam a placa com o numero 0,5 em sinal de protesto. Mas a suposta reação da TV e da CBF através do dirigente do apito que teria até mesmo feito ameaças de retaliações contra os árbitros que aderissem ao movimento fez com que o comando recuasse e optasse por fazer o protesto antes das partidas como pretendido pela toda poderosa Rede Globo e pela CBF que defendeu sua parceira com a faca nos dentes.

Não foi o protesto ideal? Não foi! Teria sido se feito como inicialmente decidido, mas naquele momento o recuo foi algo inteligente por parte dos dirigentes que temiam o enfraquecimento se houvesse a radicalização. Na tarde desta quinta-feira (13), esta programada assembleias em todo país para que os árbitros decidam os próximos passos do movimento.

Os espinhos

Como em todo movimento que busca por melhores salários e condições de trabalho, tem aqueles que só pensam em si, não adere fazendo o jogo dos poderosos enfraquecendo o movimento. Das dez equipes de arbitragem escaladas para esse meio de semana, somente dois árbitros não quiseram aderir ao movimento e infelizmente os dois do estado de São Paulo, berço histórico das lutas das categorias de classes que trouxeram muitas conquistas aos trabalhadores deste país.

O primeiro, Flavio Rodrigues Guerra, árbitro da partida Internacional x Fluminense, teria colocado empecilhos para aderir ao movimento. Segundo informações, Guerra teria dito que falar em protesto era fácil para os dirigentes, pois eles estariam de fora e nada tinham a perder o que foi prontamente contestado rapidamente por um dirigente da ANAF que teria dito ter história, que fala e faz e que Guerra fizesse o que fosse mais conveniente para ele, pois quando vão para cima dos árbitros não se pensam em nada e sugeriu seguir todos juntos na paralisação ou recuar abortando a estratégica. O dirigente ainda teria dito que criticar a ANAF era fácil e que difícil é ter coragem e atitudes para enfrentar a guerra fazendo um trocadilho com o nome do árbitro paulista.

Guerra então teria informado que um dos assistentes da sua partida, o também paulista Vicente Romano Neto (foto acima), teria dito que não participaria do protesto e recebeu do dirigente o conselho para deixar ele de fora. Depois de refletir, avaliar os prós e contras, Flávio Guerra participou normalmente do protesto perfilando com os demais, exceto Vicente Romano Neto que preferiu não participar como mostra a foto abaixo.


A manifestação serviu para medir o grau de comprometimento de todos os envolvidos e também para separar o joio do trigo mostrando para a categoria, até aqui adormecida,  que eles tem liderança sim, pois esses lideres, principalmente Marco Martins - Presidente da ANAF - e Salmo Valentim - Tesoureiro -  estiveram e estão debaixo de profunda pressão vindas de todos os lados e não se curvaram estando o tempo todo ao lado dos árbitros. Se engana quem pensa que eles não tem nada a perder, tem sim, perdem sono, convívio com familiares, ficam dias fora de casa e sem receber um real sequer para defenderem os direitos de quem não da valor ao que eles fazem, com raríssimas exceções.

Seja qual for o resultado, árbitros e dirigentes já são vitoriosos, pois despertaram para a luta e mostraram para todos a força que eles unido tem. Porém precisam continuar atrincheirados, manter a luta, aumentar as reivindicações se quiser obter conquistas, porque até aqui não conquistaram nada ainda.

Frase: Você não luta por um líder. Você luta pela causa de um líder (Teen Wolf).

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Dilma veta 0,5% destinado aos árbitros

Categoria perdeu uma batalha, mas se tiver coragem para lutar, não perderá a guerra!


A presidenta Dilma Rousseff sancionou ontem (5), a medida provisória 671/2015 que prevê a responsabilidade fiscal e financeira dos clubes de futebol e detalha regras para parcelamento de dívidas. A matéria foi aprovada pelo Congresso Nacional em julho. A sanção foi publicada à noite, em edição extra do Diário Oficial da União na internet.

Conhecida como MP do Futebol, a medida recebeu 36 vetos da presidenta, entre parágrafos, incisos e artigos completos, como o que previa o repasse de 0,5% da receita proveniente do “direito de arena” a arbitragem. Repasse amplamente negociado pelos representantes dos árbitros de futebol. A justificativa para o veto foi que a medida não detalhou os critérios para a utilização e controle dos valores.

Estive em Brasília em junho acompanhando alguns dirigentes da arbitragem nacional que foram buscar apoio para a inclusão de percentual na MP em favor da categoria. Em um primeiro momento pediram 5% o que foi totalmente rejeitado pelos clubes e congressistas. Depois com a participação politica do Deputado Evandro Roman do PSD/PR, conseguiram as duras penas incluir o pequeno percentual de 0,5%. Pequeno sim, mas foi o que se conseguiu naquele momento e mesmo assim só foi aprovado no relatório final após longa peregrinação de alguns dirigentes do apito pelos gabinetes do congresso e devido a inteligência do Senador Sérgio de Oliveira Cunha, mais conhecido por Sérgio Petecão (PSD/AC) e do Deputado Evandro Roman que aproveitaram uma brecha no regimento para aprovar o relatório contra a vontade da bancadas da bola que era contra o percentual destinado aos árbitros.


Fico triste com o veto, principalmente por ter visto de perto o trabalho que foi feito para a aprovação desta medida com o percentual destinado a arbitragem. Por poucos dirigentes, é verdade, pois podia se contar nos dedos das mãos os que foram a Brasília. Árbitros então nem pensar, nenhum se fez presente para dar apoio na busca de melhorias para todos. Podem alegar despesas para deslocamento a Capital Federal, mas o argumento cai facilmente, pois sequer nem mesmo os de Brasília estiveram presentes, o que mostra a falta de comprometimento de todos com cada um pensando somente nas escalas, pouco se importando com a categoria. Mas como felizmente pude testemunhar, os dirigentes que foram não mediram esforços deixando seus afazeres e o convívio com os familiares para buscarem conquistas para uma classe totalmente desunida e que só pensam em benefícios próprios.


Espero que os árbitros não eleja um único culpado e nem que façam uma caça as bruxas. Nos bastidores já tem comentários maldosos contra o presidente da ANAF Marco Martins. Não sou advogado do dirigente, até mesmo porque ele não precisa, mas acompanhei e acompanho sua peregrinação por Brasília. Presenciei algumas das negociações, fui testemunha que ele e outros dirigentes que lá estiveram fizeram o possível e até mesmo o impossível para tentar emplacar os 5%, obtendo só 0,5%. Se a Dilma vetou, que culpa eles tem?

Vocês que criticam, quem de vocês já fez alguma coisa que resultou em ganho para a categoria? Falar é fácil, até papagaio fala e geralmente besteira. Tenham paciência, não sejam inquisidores, primeiro procurem informações e depois atirem suas pedras nos alvos certos.

Guerra

Os árbitros perderam uma batalha é verdade! O golpe foi duro, como um cruzado no queixo, deixou todos atordoados, golpe rasteiro e difícil de digerir, pois veio nos acréscimos, quando a vitória já era dada como certa. Mas não perderam a guerra se tiverem coragem de lutar! Podem virar esse jogo, tirar melhor proveito e ainda aumentar o ganho. Basta que seus dirigentes tenham coragem, parem de brincar de fazer casinha como diz um famoso dirigente e saírem da aba da CBF para enfrentar o problema como realmente se deve. Não há tempo a perder, deveriam estar se mobilizando desde ontem, logo após o veto para demonstrar que estão dispostos a lutarem pelos seus direitos dentro e fora de campo.

A classe precisa que seus lideres saiam dos casulos, das abas patronais, que não tenham medo das consequências, das perdas eventuais e que partam pro confronto se preciso for. A bola esta quicando e o momento de chutar é agora, bombardear o gol inimigo até marcar um golaço em favor dos homens de preto ou então que se calem para sempre aceitando as migalhas doadas como cala boca!

PARALISAÇÃO !

Frase: “Não se implora por direitos, se luta por eles” (Adolf Hitler)