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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Safesp e a inversão de valores!

Na última semana prestei depoimento no 23º DP, região de Perdizes, acerca de esclarecimentos em Inquérito Policial nº 1518348-41.2020.8.26.0050 movido pelo Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo a pedido de sua presidente em exercício Regildenia de Holanda Moura e que nomeou como advogado e procurador Aurélio Sant´Anna Martins, presidente licenciado da entidade em virtude de concorrência à cargo eletivo na próxima eleição. O inquérito tem como testemunhas o Diretor do Safesp Financeiro Fabrício Porfírio e o profissional em Tecnologia de Informação Daniel Destro do Carmo.

Da acusação

O Safesp acusa-me de ter agido como hacker e invadido os computadores do sindicato paulista e suas contas de e-mails, em virtude de matéria veiculada neste Blog (leia), onde relato as relações profissionais (até então sigilosas) entre o presidente do Sindicato e o seu técnico de informação que durante toda a campanha eleitoral foi o marqueteiro e principal articulador da chapa liderada por Sant’Anna. A matéria trás detalhes, expõe e contradiz o que até então era a versão oficial de que Daniel Destro não tinha nenhum vínculo com a entidade e que o site da entidade tinha sido reformulado gratuitamente por empresa ligada à Daniel Destro. Os detalhes e os documentos publicados são provenientes de uma fonte muito próximo a entidade ao qual tenho o direito por lei e o dever profissional de preservar o sigilo da fonte.

As testemunhas

Testemunha 1

O Sindicato indicou duas testemunhas sendo o primeiro o diretor financeiro, Fabrício Porfírio de Moura, o qual, segundo os autos deverá confirmar não ter conhecimento de contrato entre a empresa de Daniel Destro e o Safesp.

Aqui aponto mais um absurdo, entre os tantos, da atual administração: onde já se viu o diretor financeiro não ter conhecimento de despesas da entidade, uma vez que estatutariamente compete a ele assinar as receitas e despesas conjuntamente com o presidente. Como o sindicato contrata e assina um contrato sem o parecer ou conhecimento do departamento financeiro? Veja no print abaixo trecho do inquérito onde fica provado o relatado acima.

Testemunha 2

A outra testemunha indicada para ser ouvida no referido IP é Daniel Destro do Carmo, o atual responsável pelo site do Safesp e citado na matéria que desencadeou toda esta situação com modus operandi de conhecimento de todos do meio da arbitragem.

O Safesp apresentou perícia técnica particular, realizada pela empresa de Daniel Destro como principal indicio da denúncia. A perícia juntada aos autos, além de não provar nada, será contestada e derrubada facilmente, pois quisesse o Safesp agir dentro da lei e com a seriedade que o assunto e a acusação merecem, teria realizado com empresa isenta, externa ou pedido perícia judicial.

No emaranhado de teses do relatório, Daniel Destro nos esclarece ainda o “modus-operandi” do presidente Aurélio Sant´Anna ao escrever que ele é quem suspeita de ter sido vítima. Se suspeitava, por que ele que atua na área do direito não representou os interesses do Safesp antes de licenciar-se, pois teve quase seis meses para tomar esta iniciativa.

Teoria da conspiração!

Destro, no relatório de perícia afirma não ter realizado nenhum tipo de verificação nos computadores do Safesp e sim de adotar uma técnica de verificação e de obtenção de dados de computadores de terceiros, no caso eu, e associados (Arthur Alves e Douglas D’Andréa) suspeitos de hackear os computadores da entidade, ou seja, em meu entendimento, quem cometeu desvio de conduta foi ele e com aval e autorização da diretoria executiva do Safesp.

Se perguntar não ofende, qual o critério da escolha dos três outros dois suspeitos? A independência e a liberdade de expressão deles?

Eu garanto que se realmente for realizada uma perícia técnica séria e confiável ficara provado que nos computadores da sede não existe nenhum software malicioso, mal-intencionado, vírus ou até mesmo aplicativo de espionagem instalado e que tudo não passa de teoria da conspiração do Destro e seus bonecos amestrados que sequer imaginam como os documentos vazaram.

Fake News da Diretoria

No relatório de perícia particular, anexado aos autos e elaborado pelo técnico de TI Daniel Destro, supostamente a pedido de Aurélio Sant´Anna Martins, foi enviado um e-mail “isca” objetivando colher dados do computador de quem o acessasse. E-mail este enviado a três pessoas e de forma individual. Eu, como veículo de imprensa, acessei, pois o assunto do e-mail renderia minha primeira matéria elogiando a atual diretoria, pois o assunto era a prestação de contas do primeiro mês da nova gestão, mas era ‘Fake News’, pois a entidade não tinha nada de bom para divulgar.

Se perguntar não ofende, essa prática não é crime?! Se cometida contra associado da entidade e com autorização do presidente não é caso de pedido de indiciamento no Conselho de Ética?!

A falta de informação da Vice

Em seu depoimento prestado à Justiça, a presidente em exercício, Regildenia de Holanda Moura, afirma que eu trabalhei no Sindicato de 2011 a 2019 em uma falha absurda da verdade.

Regildenia sabe que trabalhei no Safesp por um ano e seis meses (de junho de 2014 a dezembro de 2015) e que inclusive, fui desligado quando publiquei a matéria que desencadeou a demissão de Arthur Alves Junior da Federação Paulista de Futebol, matéria que, mesmo não sendo citada, teve participação ativa da própria Regildênia, que até hoje, pelo que se sabe, ela e os demais não foram à Justiça ficando apenas as denúncias feitas por mim no Blog e que agora tentam calar, por cobrar o que acredito ser justo e digno para a categoria.

Em seu depoimento, Regildenia ainda afirma que não causei danos financeiros, mas apenas morais ao Sindicato, mas nada falou sobre o dano moral que ela e sua atual diretoria estão causando a entidade e seus associados não cumprindo, até aqui, nenhuma das promessas de campanha.

O verdadeiro motivo do Inquérito!

Fica claro e evidente que tentam calar o meu direito de expressão, calar a imprensa independente e especializada do país, pois meu simples e humilde site e blog são lidos em todo o território nacional e cujas matérias já desencadearam uma série de ações positivas para a arbitragem. Outros já tentaram e não conseguiram e garanto que não será a atual diretoria do Safesp que irá me calar!

O futuro

Iniciarei uma série de reportagens sobre o Sindicato de Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo, sua Diretoria e a sua omissão em ações. Também escreverei sobre o atual desrespeito ao Estatuto Social e quem sabe, levando os associados a uma reflexão estadual e a convocação de uma Assembleia Extraordinária por vontade deles.

Nota da redação

As imagens que ilustram a presente matéria são partes retiradas dos autos do Inquérito Policial e o mesmo não corre sob sigilo de justiça, além de no meu entender ser o assunto de interesse coletivo, pois o presidente de uma entidade representa a vontade de seus associados e no caso do Safesp e da arbitragem paulista.

A Constituição assegura o sigilo da fonte. Assim nem a lei, nem a Administração, nem os particulares podem compelir um jornalista a denunciar a pessoa ou o órgão de quem obteve a informação. Dita o artigo 5º, XIV, da Constituição Federal.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Melhores do Paulistão 2020 e o prêmio APO da arbitragem

Melhores do Paulistão 2020 segundo critérios APO - Crédito: Facebook/FPF

A Federação Paulista de Futebol (FPF) divulgou ontem a noite (10) a Seleção do Campeonato Paulista, escolhida pelos técnicos e capitães dos times participantes. Por causa da pandemia do coronavírus, a premiação foi realizada virtualmente e transmitida pela FPF.

O campeão Palmeiras teve três jogadores na seleção, o técnico Vanderlei Luxemburgo, que dividiu a honraria com Ricardo Catalá do Mirassol, o craque da galera, Felipe Melo, e a revelação do campeonato, o volante Patrick. Já o vice Corinthians teve três representantes.

O atacante Artur, do Red Bull Bragantino, foi eleito o craque do Paulistão e dono do gol mais bonito do campeonato, marcado contra o São Paulo, no Morumbi.

Arbitragem e o prêmio APO

Já a arbitragem, seguindo o critério APO, sigla que descobri ser Ana Paula Oliveira, conseguiu ser vaselina, fazer média e ser mediática o bastante para premiar, pela primeira vez na história, dois árbitros como ‘o melhor da competição’.

Não que os dois não mereceram, pelo contrário, tanto Raphael Claus quanto Luiz Flavio tiveram atuações perfeitas nas duas decisões e, pelas duas partidas, fizeram jus a honraria. Mas o que fica bem claro com essa escolha e quero chamar atenção é que a Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF) não tem critérios para escolha dos melhores da arbitragem da competição, o que deixa a definição à mercê do bom humor da atual chefe e sabe lá mais o possa envolver a escolha já que, se não tem critérios claros e transparentes, tudo pode acontecer.

Raphael Claus foi eleito melhor do Paulistão pela quarta vez, antes já havia vencido em 2011, 2016 e 2019 - Crédito: Fernando Dantas/GazetaPress

Não consegui confirmar para este ano, mas lembro que até o ano passado, a FPF distribuía mais de 300 mil reais de prêmios aos árbitros pela competição e não se ter um critério definido e transparente para escolha dos melhores é de um amadorismo assustador, principalmente em se tratando da Federação mais importante do país! A falta de critérios transparentes, além de colocar sob suspeitas qualquer escolha, priva os demais árbitros de concorrerem a uma premiação que, além do ganho financeiro, eleva o currículo de qualquer um a patamares de primeira linha em qualquer função que venha exercer na arbitragem brasileira.

O critério utilizado na escolha deste ano me reverte a triste época em que Cel. Marinho ocupava a mesma cadeira hoje ocupada pela presidente APO e a escolha era feita justamente nos mesmos modus operandi por ele momentos antes das glamourosas festas de premiação conforme seu bom humor e indicações de terceiros.

Segundo critérios APO (Ana Paula Oliveira), assim ficou a relação dos melhores da arbitragem paulista em 2020.

Melhor arbitro: Raphael Claus e Luiz Flavio Oliveira. Neuza Inês Back e Daniel Paulo Ziolli completam o melhor trio.

Ana Paula Oliveira, presidente da CEAF/SP e criadora dos critérios APO - Crédito: FPF

O critério APO é tão esdrúxulo que temos Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Marcelo Carvalho Van Gasse como parte do segundo melhor trio, mas não teve o segundo melhor árbitro que pode ser tanto Raphael Claus, quando Luiz Flavio. Já o terceiro trio é formado pelo árbitro Douglas Marques das Flores e pelos assistentes Evandro de Melo Lima e Danilo Ricardo Simon Manis.

Parabéns aos premiados, vocês fizeram por merecer e aos demais, não desanimem e continuem atuando na sua perfeição que um dia a sorte sorri pra você e quem sabe finalmente poderá ser notado pelos critérios APO.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Porque a arbitragem de Pernambuco não evoluí?

Árbitros de outros estados, diversos presidentes de comissão e conselhos de Rabello não surtiram efeitos desejado pelo gestor e enxugador de gelo Murilo Falcão

Diego Fernando apitou a final entre Santa Cruz e Salgueiro - Crédito: Anderson Stevens/Sport 

No último final de semana e no meio desta semana tivemos finais de campeonatos importantes como Copa do Nordeste e os campeonatos pernambucano e alagoano. Em dois deles, Copa do Nordeste e Alagoano, os árbitros fizeram aquilo que se esperavam deles ao saírem de campo no apito final de forma discreta e sem serem notados recebendo os elogios da critica após as partidas.

Já em Pernambuco, também ocorreu o que se esperava, ou seja, arbitragem confusa, lances polêmicos e muitas reclamações dos clubes. Por mais que tente, por mais que gaste, a Federação Pernambucana de Futebol não consegue revelar um árbitro local de qualidade e quando surge algum talento, logo é posto como salvador da pátria, sente o peso e se queima.

Foi assim com o jovem árbitro Diego Fernando de 34 anos e espero que tenha forças para se recuperar, pois outros salvadores da pátria como Gleidson Lopes, Luiz Sobral,  Gilberto Castro e José Washington, não tiveram e hoje perambulam escondidos como múmias em partidas inexpressivas tanto a nível local como nacional.

A FPF vem enxugando gelo a anos no que diz respeito a arbitragem e continuara enquanto seu maior gestor, Murilo Falcão, segundo vice e diretor de competições da atual gestão, continuar palpitando nas escalas dos árbitros. O CEO da FPF palpita em tudo, inúmeros presidentes de comissões passaram nos últimos anos na FPF, mas na realidade não passaram de ventríloquos repassando as ordens de Murilo. Ele que escolhe quais árbitros entra e deixa o quadro local e nacional, escolhe quem apita e quem deixa de apitar e tenta até mesmo influenciar na escolha internacional tentando ano após ano emplacar o bom assistente Clóvis Amaral no quadro da FIFA.

O ultimo bom árbitro do estado, que foi FIFA durante anos, Wilson Mendonça, é persona non grata e odiado na sede da entidade por criticar o trabalho desta gestão. Wilson foi polêmico com o apito e não menos com o microfone, mas fazendo uma alto crítica no trabalho realizado nos últimos anos, será que ele não tem razão? A FPF é uma das federações que melhor paga taxas de arbitragem no país, investe pesado na formação e no treinamento dos seus árbitros, mas mesmo assim, ninhada após ninhada, nenhum ovo vinga. Por que será! Culpa da galinha ou do galo!

Criticas a atual gestão da FPF tornaram o ex-FIFA Wilson Mendonça 'persona non grata' na FPF - Crédito: Marceloec.com.br

Só lembrando, esta mesma gestão já levou a toque de caixa, pagando valores absurdos, a árbitros de outros estados como Marcelo Henrique, Sandro Ricci e Péricles Bassols. Todos eles com taxa FIFA e outras regalias de verdadeiros reis e faraós. Teve ainda a bela catarinense Fernanda Colombo, que foi contratada unicamente para afasta-la da perseguição em seu estado natal, pois tinha como atributo seus belos pares de olhos e corpo de modelo para promover o campeonato, mas não tinha talento com a bandeira nas mãos, o que pode ser comprovado pela carreira abreviada por erros históricos. 

Os forasteiros não tem culpa, pois bom ou ruim, fizeram o trabalho para o qual foram contratados. Mas a gestão de Murilo Falcão, envaidecida pelos escudos FIFA que não conseguia com seus árbitros e pela mídia momentânea que trazia, não previu que eles, além de não trazerem nada de ganho imediato tendo em vista que cometeram erros e sofreram as mesmas criticas dos locais, não deixariam nenhum legado a arbitragem local. Um deles era tão estrela que chegava no aeroporto de manhã, ia para o luxuoso hotel Transamérica na belíssima praia de Boa Viagem, atuava no jogo e do estádio seguia direto para o aeroporto levantando voo com sorriso de deboche no rosto e com os bolsos abarrotados pela alta taxa que recebia.

Até aos conselhos do então presidente da comissão de arbitragem da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ), Jorge Rabello, o gestor da FPF recorreu. Inclusive corre nos bastidores que teria sido o carioca que sugeriu o nome de Sebastião Rufino Filho para o cargo que ocupa em sua ida a Recife. 

Murilo Falcão é o gestor principal da FPF à décadas - Crédito: Rafael Bertanha

O resultado não poderia ser outro, a má gestão resultou em uma década perdida e pelo que vimos nos jogos deste estadual, a próxima também está sendo comprometida. Enquanto isso, os dirigentes se blindam para se perpetuarem no poder, afastam quem faz criticas, adoçam a boca dos puxa-sacos e vão continuar importando árbitros de outros estados para os jogos decisivos.

Se o manda chuva da FPF quiser mudar o cenário, é passado a hora de ter humildade e ouvir as criticas, até mesmo se preciso for de seu opositor Wilson Mendonça, pois elas falam e como diz sabiamente um dos dirigentes que passaram pela CEAF/PE, "O homem que não aceita ser criticado não evolui. Ele se torna um poste que não sai do lugar". (Salmo Valentim).

Como disse Santo Agostinho: ‘Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem’.