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quarta-feira, 5 de abril de 2023

Ouvidoria Fake da Federação Mineira afasta árbitro para reciclagem 

Felipe Lima foi punido por lance polêmico dez dias depois de partida pelo Estadual

Felipe Lima foi afastado por 'Ouvidoria Fake' - Crédito: César Greco/Palmeiras

Na semana passada, dia 27/03, a Ouvidoria de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF) decidiu afastar e mandar para a reciclagem o árbitro Felipe Fernandes Lima. A decisão veio após análise técnica da arbitragem na segunda partida da semifinal do Campeonato Mineiro, entre Atlético-MG x Athletic, disputada no Independência, onde foi reconhecido um “erro decisivo”.

O lance específico aconteceu aos 25 minutos do segundo tempo, em uma bola atrasada para Everson, o arqueiro atleticano saiu dando um chutão, mas deixou o braço que pegou no atacante Nathan. O árbitro mandou o jogo seguir, mas foi chamado pelo árbitro de vídeo para revisar o lance. Felipe seguiu com a sua primeira decisão e não marcou o pênalti, mas a Ouvidoria da FMF entendeu que ele errou e que deveria ter assinalado o penal e dado cartão amarelo ao goleiro do Galo (veja vídeo abaixo).

“Entendemos que se trata de um erro isolado, apenas do árbitro da partida. Os assistentes e o quarto árbitro estavam longe e não tinham condições técnicas de analisar com qualidade a jogada. Entendemos que o árbitro de vídeo foi preciso, pontual e assertivo ao recomendar uma revisão e que o erro foi puro e exclusivo do árbitro da partida que, equivocadamente, entendeu como não falta, e considerou-se tratar de um movimento natural do goleiro do Atlético” - diz a FMF em documento que, segundo a entidade, foi feito pela ouvidoria.

Blog conversou com alguns instrutores de arbitragem da CBF sobre o lance. Entre eles, mais que a metade entenderam que após rever o lance na câmara lenta, a penalidade deveria ser marcada com certeza, mas ressaltaram que o futebol não é jogado em câmara lenta e chamaram atenção para que o goleiro não levou nenhuma vantagem no contato, o que também deve ser levado em consideração para analisar o lance.

Blog entende que o lance é interpretativo, que a punição foi exagerada e não passa de cortina de fumaça para esconder os erros cometidos pelos árbitros, pela comissão e para justificar a importação de profissionais de outros estados para o segundo jogo da final, pois o chefe dos árbitros teria dito em reuniões que árbitros de fora era vergonha para os profissionais local por mostrar a incapacidade deles e não mudaria nada para o dirigente, pois seu salário está sendo depositado normalmente.

Mas deixando de lado a questão técnica, se acertou ou não o árbitro punido, dois fatores chamam atenção no documento. O primeiro é que a punição ao árbitro só ocorreu dez dias após a partida e o segundo é que a FMF não tem oficialmente Ouvidor na sua estrutura de arbitragem.

Não existe Ouvidoria na estrutura oficial da FMF

Blog ficou curioso e foi atras das informações para saber quem é o ouvidor e descobriu que não passa de uma Fake News, poi no site oficial da entidade ou na estrutura organizacional da Comissão de Arbitragem, não existe link ou qualquer outra menção para ouvidor ou ouvidoria e se não tem ouvidor, aliás como deveria ter, quem fez o relatório se passando oficialmente por ouvidor, cometeu irregularidade maior que a julgada, o que por si só já é vergonhoso, lamentável e que necessita rápida apuração e punição por parte da direção da FMF para não perder ainda mais credibilidade ficando rotulada como propagadora de fake news.

Na tentativa de encontrar o ouvidor, primeiramente foi procurado Marcio Eustaquio Souza Santiago, que todos apontam como presidente de fato da comissão de arbitragem da FMF, já que o titular, Juliano Lopes Lobato, devido a política, é vereador e 1º vice-presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, raramente aparece na Federação ou nos eventos da arbitragem.

Nitidamente tentando ganhar tempo, Santiago respondeu ao Blog dizendo que ia conversar com os demais membros da comissão e retornaria o contato, o que não ocorreu até a publicação deste post.

Documento da ouvidoria fake afastando o árbitro - Crédito: Reprodução Twitter

Blog também procurou Adriano Aro, presidente da Federação Mineira de Futebol, mas o dirigente não respondeu o contato. O Blog insistiu enviando mensagem para a secretaria do dirigente, mas Adriano, assim como muitos outros em situações parecidas, foge da polemica e usa o silencio para que este episódio fake caia no esquecimento. É uma pena, pois a atitude do jovem dirigente vai ao contrário do que afirmou quando assumiu a entidade de que seria transparente na condução dos trabalhos e que todos os seus comandados também deveriam agir igual, mas pelo visto, só agem de forma igual ao jogar a sujeira para debaixo do tapete.

Em matéria anterior, o Blog denunciou a insatisfação dos árbitros com a CEAF/MG (leia) e voltou a conversar com alguns sobre a situação atual e o cenário descrito é pior ainda e mais preocupante. Segundo os comentários, a única coisa que não mudou foi vontade de Márcio Santiago assumir definitivamente a presidência da Comissão de Arbitragem no lugar de Juliano Lobato, vontade essa que ele ja não esconde de ninguém. O Blog apurou que essa vontade deve se concretizar em breve, pois Lobato deve se afastar da FMF para assumir a presidência da Câmara de BH com apoio do ex Deputado Federal Marcelo Aro, irmão de Adriano e sua família de políticos que conta com o pai, que é Deputado Estadual e da mãe que assim como Juliano, é Vereadora em BH.

Os árbitros relatam que Santiago, além de não escutar ninguém, se auto promoveu ouvidor e, em tom de deboche, mais de uma vez já disse ao grupo que quem tiver qualquer problema com a comissão é só relatar à ouvidoria, pois ele mesmo vai receber, analisar e como legislador tomar as providencias que bem entender.

Os árbitros relataram ainda várias transgressões de Santiago como gestor, que eles acreditam não devem ter chegado ao conhecimento de Adriano Aro e o Blog vai relatar uma delas.

Fazekas

Segundo os relatos, o árbitro CBF Marco Aurelio Augusto Fazekas Ferreira, é o queridinho de Márcio Santiago, pois o mesmo seria uma espécie de TI e faz tudo que é relacionado aos computadores, seja na comissão de arbitragem, seja na residência de Santiago, ele arruma e faz o sistema funcionar. Segundo ainda os relatos, Fazekas marca até mesmo reuniões com árbitros e até teria influencias nas escalas, não só sabendo antecipadamente, mas informando aos demais antes de serem divulgadas oficialmente.

Marcio Santiago (azul) e Marco Aurelio Fazekas, o mais próximo do monitor

Apuramos que Fazekas fez o curso ‘Promissor FIFA’, que esta semana está em treinamentos na CBF e que Santiago pretende colocá-lo como VAR/FIFA brevemente no lugar de Igor Benevenuto.

Segundo ainda os relatos, Fazekas teria sido o principal causador na polêmica, na partida entre Cruzeiro e América, na qual atuou como VAR, ao informar ao árbitro ter sido pênalti um lance dado como falta fora da área, sem checar antes a linha de impedimento. O árbitro de campo, Paulo Cesar Zanovelli, anulou a decisão, marcou o pênalti, mas após sete minutos de muita reclamação do lado do América, o árbitro novamente a pedido do VAR, voltou atras na decisão do penal, anulou o pênalti, e marcou o impedimento do atacante Gilberto, que participou do início da jogada (veja vídeo abaixo).

Ha relatos, de conhecimento de todo grupo, que supostamente teria havido interferência externa nessa partida e em outras do campeonato, pois Santiago tinha conexão direta com um integrante da extinta 'Central do Apito', da Rede Globo, amigo seu de longa data, que provavelmente repassava instantaneamente via WhatsApp as irregularidades nos lances e este informava o VAR de cada partida com quem tinha comunicação direta.

Para confirmar o apadrinhamento, pelo erro no lance mostrado no vídeo acima, Marco Aurelio Fazekas foi premiado com a escala de VAR na primeira partida da decisão deste ano disputada no último sábado entre América e Atlético.

Blog enviou mensagem ao árbitro Marco Aurélio Fazekas para que falasse sobre as denúncias, mas o mesmo não respondeu o contato até a publicação deste post que será atualizado caso ele ou algum dos outros citados entre em contato.

Por fim, depois da matéria onde relato o descontentamento dos árbitros com Márcio Santiago, o mesmo deu início a caça às bruxas tentando saber quem seria o informante do Blog em vez de sanar as divergências com seus liderados. Por conta disso, deixo registrado que, de alguma forma, diretamente ou não, todos contribuem para que as informações cheguem ao Blog que deixa uma dica: “O verdadeiro LÍDER aprende com seus liderados, e, deles colhe aquilo que NELE precisa ser melhorado” - Sidclei Galo.

Adriano Aro se cala em relação ouvidoria fake - Crédito: Falagalo

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Quem escala no Safesp?

Com início das competições da OAB, surgem dúvidas sobre as escalas e destino dos valores do maior e mais rentável contrato do Sindicato

No último sabado, teve início os jogos da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil -, tradicional campeonato que há décadas é de responsabilidade do Sindicato dos árbitros de São Paulo e novamente podemos observar, através das redes sociais, vários árbitros atuando na competição. O que chama a atenção é que em algumas fotos aparecem nos trios "escalados", profissionais não associados e até mesmo supostamente sem qualificação profissional exigida para exercer a função. Isso tudo por conta da desorganização administrativa do Sindicato Paulista.

Mas como indaga o texto do post, quem escala no Safesp? Essa é a pergunta que não quer calar. O Blog foi atras e segundo alguns disseram as escalas seriam feitas pelo próprio presidente Aurélio Sant´Anna Martins, eventualmente com auxílio do seu tesoureiro Fabrício Porfírio. Mas a quem diga que alguns campeonatos e amistosos são escalados por parceiros pontuais como empresas de arbitragem e até árbitros federados e uma dessas competições seria a OAB. Dessa forma o Safesp receberia a taxa, repassaria um percentual ao responsável pela escala e esse fica incumbido de pagar os prestadores de serviços.

Segundo apurado pelo Blog, a escala da OAB vem sendo loteada entre as empresas presentes nas duas últimas assembleias do Safesp e parente da vice presidente da entidade. Além do cargo no sindicato, Regildenia Moura é funcionária da CBF – Confederação Brasileira de Futebol -.

O Blog conversou com um árbitro que atua a alguns anos na várzea tanto para empresas de arbitragem como para o SAFESP e nos jogos da OAB.

“Quem fazia as escalas na gestão anterior do Safesp era as duas Vivianes (Vivian e Viviane). Com a nova diretoria, como não tinham conhecimento e nem capacidade para escalar, o atual presidente terceirizou as escalas dividindo a cidade de São Paulo em regiões. No ano passado, na zona leste escalava Salin (Salin Fende - Árbitro FPF e CBF), zona oeste Dema (Demetrius Pinto Candaçan), zona norte Salin e Dema dividiam as escalas, zona sul era do Mauro Perdigão e ABC ficou com a Regildenia, que obviamente passou para o irmão dela (Eraldol Holanda)".

Ao centro, Eraldo Holanda, irmão de Regildenia e um dos preposto do Sindicato ao lado de Bruno Holanda e Guilherme Holanda, todos parentes da Vice do SAFESP

Segundo informações, a OAB efetua o pagamento de 550,00 reais por partida na categoria adulto para o Sindicato que repassaria em média 450,00 reais aos terceirizados. Não se sabe o destino dos cerca de 100,00 reais retidos por jogo.

Segundo o apurado, a terceirização está acarretando na escala de não associados do Safesp e de alguns árbitros que sequer possui formação na área e isso serve de alerta para a OAB fiscalizar a devida documentação legal dos árbitros tendo em vista que provavelmente conste a necessidade de qualificação dos profissionais no contrato.

O Blog procurou a organização do campeonato, mas pautada na lei de proteção de dados, informou não poder passar informações contratuais, me restando, como associado, aguardar a prestação de contas para analisar as respectivas notas fiscais e os devidos pagamentos.

Não sou contra buscar essas parcerias, mas tem que ser algo legal e documentado. Também entendo que os árbitros, assistentes e representantes escalados devem ser associados do Safesp e receberem suas taxas diretamente da conta da entidade.

Por questão de logística e por conhecer o perfil técnico e disciplinar dos profissionais a escala regionalizada é um bom caminho e as parcerias fortalecem a arbitragem, porém critérios e regulamentos devem ser cumpridos e mantidos.

Porque não escalar os associados nas competições gerando renda para eles e facilitando o pagamento dos atrasados e da anuidade 2023? Porque não fazer as escalas dessas competições diretamente pelo Sindicato? Está na hora do Sindicato reabrir de fato as portas e não adiante argumentar que está morto, porque não está mais, pois com a grana que entrou dos inadimplentes e das anuidades já pagas deste ano, já somam quase 15 mil reais nos cofres do Safesp.

Também, reforço para aproveitarmos o momento das Assembleias, e incluir nas discussões as prestações de contas dos anos anteriores e a transparência do atual processo, como por exemplo, relação dos inadimplentes que pagaram, relação das anuidades 2023 quitadas ou pagamentos parciais, ficha atualizada dos associados, comprovantes de pagamentos entre outros.

Enfim, botar a maquina para funcionar no geral e não só para criar condições favoráveis a um grupo cumprir com outros interesses que todos sabem qual é.

O Blog tentou contato com o presidente Aurélio Sant’Anna Martins, para que esclarecesse os assuntos aqui abordados, mas infelizmente o mesmo continua não falando com o Blog.

Crédito: Instagram

Mesmo assim, o espaço está aberto e este post será atualizado caso se pronuncie.