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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O país do faz de conta!


Em uma galáxia distante, num país de faz de conta, vivia Pica Pau, um menino muito feio que desde sua infância roubava gel da mãe que usava em grande quantidade para desviar atenção dos seus atributos assustadores. Menino de personalidade forte jurava que um dia seria pessoa importante e se vingaria de todos. Para isso alimentava todos os dias o sonho de ser respeitado por aqueles que olhavam para ele com desprezo. Não conseguiu facilmente o que queria por não ter habilidade que o destacasse em alguma função especial e jogou toda as suas esperanças na unica oportunidade que apareceu e foi ser árbitro de futebol em inicio de carreira. Meio humano, meio politico e nada confiável, pois era capaz de tudo para ser importante, mas para isso precisava atuar na "Copa dos Mundos". No inicio parecia impossível, principalmente pelo precário futebol praticado pelos clubes falidos no condado que atuava aliado com suas limitações técnicas. Precisava então de uma ideia mirabolante e muita sorte para realizar o seu sonho.

Munido de uma gorda conta bancaria e apadrinhado por parentes corruptos e políticos ligados ao reino do Meio Dedo, teve e colocou em pratica uma ideia mirabolante que se tornou eficaz na sua meteórica ascensão na carreira e fatal para os demais concorrentes. Já trabalhando no governo do Meio Dedo a pedido de um parente famoso e influente com intervenções no destino da galáxia, o Pica Pau do apito aproveitou uma data festiva e bancou - segundo algumas informações no dialeto local com dez moedas de ouro – uma publicação em um tabloide intergaláctico onde além de aparecer ao lado de sua progenitora, firmou sua imagem para os dirigentes da época, um deles com quem mantinha fortes e comprometedoras ligações perigosas. Para reforçar o investimento, aproveitando o conhecimento que tinha nas línguas estrangeiras, Pica Pau traduziu gratuitamente para a liga nacional vários documentos estrangeiros para a língua tupiniquim caindo de vez nas graças do poderoso cartola do apito do reino do Meio Dedo.

Mas apesar de ser forte nos bastidores, Pica Pau não ia bem dentro dos campos e vez em sempre cometia erros inaceitável pela alta graduação conquistada sabe se lá a que custo. Certa vez, puniu sem punir um membro de uma tribo local e tempos depois admitiu ter sido seu maior erro na carreira. Mas como só o amor constrói, os erros foram perdoados por quem o amava, o amor doentio de seu padrinho o levou a ser promovido arbitro da galáxia e entrou de vez na corrida maluca para ser indicado para a “Copa dos Mundos”. Diziam alguns que depois desta competição, Pica Pau iria encerrar a carreira e tentar o cargo de chefe dos árbitros da federação galáctica.

Ambicioso, sem escrúpulos e capaz de passar por cima de quem estivesse no seu caminho, Pica Pau do apito não se contentava mais em ser local e pouco tempo depois quis tomar o poder, mas foi pego em fragrantes sinais de fumaça conspirando para derrubar o Capitão Mor local, um ex-colega que já havia derrotado em batalha num passado não muito distante. Sem esperança, com a corda no pescoço e só esperando pela vingança que fatalmente o destruiria, eis que viu entrar em cena seus padrinhos infiltrados no reino do Meio Dedo – um deles muito poderoso até os dias de hoje - que articularam rapidamente livrando-o da guilhotina, mas não escapou de ser exilado do condado encontrando guarida em um reino distante infectado de piratas e dominado por um certo Capitão Gancho.

Com garras nos lugares dos dedos, capitão Gancho mantinha uma forte influencia no reinado do Meio Dedo e contra todas as previsões conseguiu colocar o Pica Pau do apito de volta na busca pelo seu sonho indicando-o como a ultima opção entre os concorrentes para a “Copa dos Mundos”.

Contando com muita reza e despacho de macumba viu os concorrentes fracassarem um após o outro com a indicação para a competição mais importante da galáxia caindo em seu colo de bandeja. Mas Pica Pau queria provar que era bom, mesmo não sendo.  Passou a distribuir ou intermediar verbas do reino do Meio Dedo comprando premiações mesmo sem ter currículo para isso. Uma publicação pra lá de suspeita, que diz ser de outra galáxia mesmo não sendo e para a alegria do Capitão gancho o escolheu como terceiro melhor do planeta terra mesmo não sendo o melhor nem do seu próprio condado.

Pica Pau se finge de morto e tem contado com a ajuda dos superiores na hierarquia, mas inferiores na inteligência e nas artimanhas para levar a cabo sua ideia em inicio de carreira. Estará na “Copa dos Mundos” representando um país de faz de conta onde a seriedade e competência é o que menos conta!

Obs. O conto “o país do faz de conta” é baseado em fatos fictícios. Qualquer semelhança com qualquer pessoa ou árbitro da atualidade será mera coincidência.

Frase: Enquanto os bons se afastam, os aproveitadores de plantão tomam conta do Poder”  (Elcio Jose).

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Reunião esvaziada – Parte ll

Prezados leitores, concluo agora neste post - segunda parte - o relato frio do ocorrido nos bastidores da reunião realizada pela ANAF com os árbitros do nordeste no final do ano passado em Recife-PE. Também disponibilizarei documentos com a ata da reunião, lista de presença e as reivindicações enviadas a Liga do nordeste e CBF.


Evandro Carvalho fez a abertura do evento

Antes de começar quero deixar bem claro que minhas criticas e elogios vão para os árbitros e dirigentes. Não é minha intenção falar do cidadão, pois entendo que assim como eu, todos tem família e não tenho nada de pessoal contra ninguém, inclusive muitos deles que serão aqui citados, nunca vi ou troquei uma palavra sequer. Portanto, as informações aqui publicadas são baseadas em fontes confiáveis, em relatos de dirigentes e até mesmo de árbitros em documentos que estão devidamente arquivados para caso seja necessário. Também deixo claro que o espaço é democrático e estará aberto para quem foi citado e queira se pronunciar e até mesmo para quem achar que tem algo a contribuir.

Dito isso, vamos ao fatos.

Quem leu a primeira parte (abaixo) ficou sabendo que o ex-tesoureiro da ANAF e principal dirigente sindical da arbitragem do Norte/Nordeste, Salmo Valentim, visitou os nove estados do nordeste onde em reuniões com os árbitros do quadro CBF - gatos pingados em alguns estados - orientou os árbitros e convocou todos eles para estarem em Recife onde teriam voz para discutir e apontar soluções para os problemas apontados pela classe.

Se a viagem do dirigente aos estados não foi aquele sucesso, a reunião de Recife foi pior ainda, eu diria que foi um retumbante fracasso pela baixa presença dos árbitros, onde apenas um terço dos convocados compareceu e este número só foi possível devido à presença maciça dos árbitros de Pernambuco, local do encontro, e da Bahia que alugaram um ônibus e compareceram em um bom numero. Segundo informações, os dirigentes dos Estados de Sergipe, Ceará e Paraíba vetaram a presença dos árbitros no encontro e eles temendo represálias não compareceram.

Não posso deixar de registra mais uma vez a vergonha em relação aos estados de Sergipe, Paraíba e Ceará, mesmo o presidente eleito deste ultimo – João Lucas - estando presente, pois o encontro era para os árbitros e não para presidentes das entidades e nenhum árbitro desses estados compareceram.

Mal  tomou posse e o presidente João Lucas (amarelo) e o vice Manoel Moita já pediram bença a Mauro Carmélio da FCF

A ausência mais sentida e inaceitável sob qualquer argumento foi dos representantes do estado de Sergipe para onde infelizmente esta agendado o congresso da categoria que será realizado em novembro deste ano. Tudo leva a crer que devido ao boicote realizado pelos dirigentes e pela covardia dos árbitros daquele estado, será escolhido outro local – provavelmente a Bahia - na reunião de trabalho da Anaf que será realizada no próximo mês em Maceió-AL. A pressão para que isso ocorra é muito grande e até mesmo uma moção de repudio e a não participação dos estados que compareceram na reunião no congresso caso seja mantido Sergipe foi votada e aprovada por unanimidade em Recife. Isso quer dizer que os dirigentes da Anaf não têm muita escolha a não ser acatar a vontade explicita dos seis estados, pois é melhor que um não compareça do que seis e levando em consideração a representatividade de quem reclama e da falta de comprometimento da arbitragem sergipana que é incapaz de ter um sindicato para representá-los e se contentam com uma associação que por força de estatuto não pode ser reconhecida pela Anaf.

O presidente da associação e os árbitros de Sergipe não merecem o respeito dos demais companheiros do nordeste, pois demonstraram total falta de comprometimento com a classe e subserviência aos dirigentes da federação sergipana.

Cabe agora ao presidente da Anaf e sua diretoria agirem rapidamente para manter a união da classe mudando o local do congresso sob pena deste ficar esvaziado sem a presença dos dirigentes do nordeste. Para isso, devera colocar a proposta em votação no próximo encontro dizendo a verdade, ou seja, que houve um problema de gestão com o estado anteriormente escolhido (Sergipe), que desdenhou da entidade se recusando a participar do encontro por sacanagem e que pelos fatos propõe a mudança de local do congresso. Tenho certeza que a proposta será aprovada por unanimidade e a questão será resolvida sem nenhuma perda servindo ainda de exemplo para aventureiros e maus dirigentes que usam a arbitragem para ganhos próprios.


Foto dos participantes durante a reunião

O Blog do Marçal e o Apitonacional acha justo, apoia e cobra que a mudança de local do congresso deste ano seja realizada pelo bem e harmonia da arbitragem. Sergipe é um estado que não tem nenhuma representatividade no cenário nacional, conta com um futebol e clubes falidos, com uma arbitragem subserviente e covarde onde as ameaças e as perseguições em cima dos árbitros são constantes e aqueles que ousam falar ou ir contra o sistema representado por coronéis de patente, de posse ou os puxa saco de plantão são excluídos sumariamente da categoria sem direito a defesa como nos tempos da ditadura.

Se Pernambuco e a Bahia compareceram em bom numero, outros estados além de Sergipe não mandaram nenhum representante como a Paraíba e Ceará, estados não muito diferente de Sergipe, estados que há décadas são comandados por dirigentes posseiros, que estão nos cargos há anos sem nenhuma conquista para os homens de preto tanto nas federações como nas entidades sindicais que são compostas quase sempre por um quadro associativo de pessoas submissas e subservientes aos poderosos de plantão e até mesmo alguns dotados de fraqueza de caráter. A ausência da Paraíba já era esperada, pois quando lá esteve o dirigente da Anaf sofreu uma forte rejeição. Teve seus passos seguidos por arapongas disfarçados de árbitros supostamente a serviço da federação. Sua fala na reunião foi gravada de forma clandestina e entregue não só a FPF, como também aos dirigentes do apito na CBF. 

O Ceará também não mandou nenhum representante. Também não era esperado sua presença em Recife tendo em vista o forte boicote que "todos" fizeram quando da presença de Salmo Valentim no estado. Vale frisar mais uma vez que o dirigente não teve em nenhum momento nesse estado a atenção devida e merecida e tão pouco foi bem recebido como nos demais estados. Nem mesmo a Paraíba que é oposição declarada, onde os árbitros são todos refém das ordens da federação tratou o dirigente com tamanho desdem!

Não é de se estranhar as reclamações que nesse estado (Ceará) os árbitros são tratados como trabalhadores escravos, pois a Federação estaria devendo taxas de arbitragens de categorias menores há mais de três anos. Alias esses três estados (Sergipe, Paraíba e Ceará) são os que mais reclamam das péssimas condições de trabalho, das escalas mal dirigidas, das taxas baixas e atrasadas e de onde também saem as maiores denuncias contra a arbitragem passando uma falsa impressão para o resto do país que todo arbitro nordestino é desonesto.

O Blog do Marçal obteve a lista de convocados e de presença na reunião. Ao todo foram convocados os 147 árbitros que compõe o quadro do nordeste, mas só compareceram 45 deles.

Veja abaixo lista assinada pelos árbitros que compareceram na reunião.


Destaques positivos:

Se a maioria boicotou o encontro, os 30% que compareceram demonstraram comprometimento e preocupação em discutir o futuro da classe.

Pernambuco: Todos os árbitros do quadro nacional estiveram presentes e participaram ativamente dos debates. Destaque foi para Nielson Nogueira Dias que na sua oratória cobriu o rosto com uma máscara para representar o medo, a frouxura e a falta de caráter dos ausentes para em seguida tirar a mascara apresentando o rosto descoberto representando a coragem, a união e a personalidade dos presentes que deram sem medo a cara para bater procurando melhorias para a arbitragem do nordeste.


Ciro Camargo (RS) e Marco Martins (Anaf) clicados junto a delegação baiana 

Bahia: Trio elétrico (foto acima) que trouxe os árbitros da Bahia para encontro em Recife. Exemplo de comprometimento, 900 km para defesa dos interesses da arbitragem. Estão todos de parabéns, principalmente o presidente Arilson Bispo da Anunciação que mostrou visão e liderança.

Piauí: Exemplo a ser seguido, compareceram presidente e vice-presidente da comissão e mais quatro árbitros.

Maranhão: Quatro árbitros, um deles – Sandro Nascimento Medeiros – saiu de Imperatriz, viajou 700 quilômetros no meio da selva até São Luis onde pegou voo sentido Recife e pior, fez o mesmo caminho na volta sendo que já tinha feito o mesmo trajeto terrestre para participar da reunião anterior em São Luis com Salmo Valentim.

Destaques negativos:

Sergipe: Nenhum representante demonstrando falta de comprometimento com a entidade e com a classe.


Genildo Januário e Rosilene Gomes - tudo em prol do "sistema"

Paraíba: Não compareceu nenhum árbitro ou dirigente supostamente a pedido da presidente da Federação Paraibana de Futebol com a ajuda de Genildo Januário, presidente do sindicato local que segundo informações não passa de um fantoche ou bobo da corte nas mãos da presidenta da FPF Rosilene Gomes.

Rio Grande do Norte: O árbitro Suelson Dyorgines compareceu no ultimo dia do encontro, participou ativamente, colocou posições e defendeu ideias. Infelizmente o presidente do sindicato – Luis Carlos – não deu importância para o evento, não compareceu alegando que já tinha programado viajar com a família mesmo sabendo um mês antes da data do encontro. Ítalo Medeiros, outro que poderia comparecer, também boicotou o evento e é visto no meio como o leva e trás do presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol. Quer ser líder, mas é negativo no sentido de fazer tudo que a FNF quer.

Ceara: Só compareceu o presidente eleito João Lucas, que viajou por conta própria mesmo sem ter sido convidado. Nenhum árbitro compareceu, não mandaram ideias nem propostas. Nem mesmo o árbitro Wladierisson Silva Oliveira que foi defendido pela Anaf em uma situação local, não deu sequer uma satisfação.

Lideranças positivas

A reunião serviu para medir as lideranças nos estados. Pode se notar que nem todos tem liderança de fato e muitos deles são lideres negativos. Os lideres por definição estão em Pernambuco que conta com Emerson Sobral no comando, um líder adorado e respeitado por todos. Na Bahia Arilson Bispo lidera com sabedoria e Alagoas tem Charles Hebert se bem que esse anda meio desgastado ultimamente. Esta prestes a fechar o primeiro contrato de prestação de serviços entre uma federação e um sindicato de árbitros, fato que tem subido a cabeça fazendo com que ele se ache o descobridor da pólvora.

Lideranças negativas

Por outro lado Rio Grande do Norte não tem um líder e a Paraíba tem uma marionete – Genildo Januário – um verdadeiro pelego que vive a serviço do sistema e isso não sou eu que digo e sim ele mesmo em suas parábolas enigmáticas e cheias de veneno postadas em sua pagina na rede social.  

O Ceará até o presente momento – teve eleição recentemente - não tem uma liderança e nem respeito mutuo de uns pelos outros. A terra onde nasceu Rachel de Queiroz, Patativa do Assaré, José de Alencar e o famoso religioso Padre Cicero é o local onde existe a maior falta de comprometimento entre os próprios árbitros, pois vivem se digladiando entre si e sendo comandados por dirigentes de outros estados sem perspectivas de melhorias em curto prazo.

Sergipe como já disse anteriormente não tem uma liderança, o presidente da associação de árbitros, Ivaney Alves de Lima, apesar de ser uma pessoa de boa convivência e fino trato, não passa de um capacho nas mãos de José Carivaldo de Souza e de Marcony Cabral respectivamente presidentes da federação e da comissão de arbitragem da FSF. Não tem uma entidade reconhecida de fato pela arbitragem e a tendência é ficar isolada por tomada de decisões covardes e erradas de seus dirigentes.

Debates

O encontro foi o maior debate da arbitragem na historia da Anaf onde foi discutido ideias, patrocínio, taxas, uniformes e melhorias para a categoria.

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho fez a abertura participando ativamente do evento e disse apoiar qualquer decisão da arbitragem, pois para ele a arbitragem é investimento e não despesa.

 
Foto dos participantes na reunião
Dados revelados

* Segundo estudo realizado pelos dirigentes no encontro, o nordeste com os nove estado representam 16% das escalas do país ficando comprovado estatisticamente que os árbitros do nordeste só servem para apitar campeonato das séries B, C e D e não da série A.

* O sindicato do Pernambuco deixou de fazer uma festa para apoiar o encontro, pagou todas as despesas com alimentação (café da manha, almoço e janta) do encontro.
Retaliações.

* Os trabalhos foram encerrados no domingo com um churrasco e uma peladinha (futebol) entre todos os participantes do encontro.

Conclusão

Os árbitros que não participaram do encontro, todos, eu disse todos, esperam que aqueles que participaram sejam retalhados para se beneficiarem de alguma maneira. Mas tenho esperança que a comissão de arbitragem da CBF não tome essa posição, pois será jogar uma historia de defesa da arbitragem fora. Estarei de olho!

Pelo relatado nos dois post, a Anaf foi buscar os árbitros nos nove estados, ou seja, na casa de cada um, se não participaram foi porque não quiseram, consequentemente não podem falar nada e nem reclamar da sua entidade nacional. 

Os que não compareceram podem alegar vários fatores, mas todos não passarão de desculpas, pois se o convite fosse da CBF, todos eles, sem nenhuma exceção fariam das tripas coração para comparecerem no local agendado. Isso prova mais uma vez que cada um dos que não compareceram só pensam nas suas carreiras e pouco se lixam para o que ocorre ao seu redor, mas serão os primeiros a usufruírem das conquistas a custo de sacrifícios, dedicação e muito suor da minoria que pensa no coletivo e não no individual.

Veja abaixo a carta e a ata do encontro







Frase: As pessoas não são melhores ou piores que a outra, apenas diferentes na sua individualidade e iguais no coletivo” (Mônica Liberato).

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Reunião esvaziada – Parte l


Amigos leitores, primeiramente quero desejar a todos um excelente 2014. Tenho pouca fé que o cenário vivido até 2013 mude na arbitragem, mas vou rezar muito para que papai do céu de sabedoria e coragem para todos que militam na arbitragem. Sabedoria para não perderem as oportunidades e coragem para lutarem pelos direitos adquiridos em 2013 que certamente não foi o que todos esperavam, mas o que se podia naquele momento. Cabe agora que todos continuem lutando para avançar ainda mais, pois se ficarem sentados esperando que as coisas caiam do céu e se acovardarem temendo represálias certamente nada mudara. Um árbitro sozinho é fraco, é fácil de ser manipulado e engolido pelo sistema, mas todos unidos são muito fortes, somam forças, se solidificam e poderão mudar a história se não para esta, com certeza para as futuras gerações. Parafraseando o presidente americano John Kennedy “Não pergunte o que a arbitragem pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer pela arbitragem”.

Bem, dito isso, quero entrar no ultimo assunto de 2013 relacionado à arbitragem que devido às viagens e festas natalinas de final de ano, ainda não comentei, o 1º Encontro das Entidades de classes e Árbitros de Futebol Profissional da Região Nordeste realizado em Recife entre os dias 21, 22 e 23 de dezembro. Um sucesso pelas ideias e pelos debates entre os presentes, mas um retumbante fracasso já esperado com o boicote de 70% dos árbitros do nordeste. A perda foi grande, o racha na categoria não da para esconder, mas os maiores derrotados desta vez não foram os dirigentes do apito e sim a maioria dos árbitros que boicotaram o encontro a pedidos dos dirigentes das federações.

Sergipe: Boicote sairá caro, Congresso deve ir para outro estado

Esse tema é muito grande e vou dividi-lo em duas partes, a primeira vou falar sobre a saga de um dirigente incansável, que é admirado e respeitado por muitos como eu e contestado por outros tantos que diz que ele vive de discursos. Este dirigente visitou os nove estados do nordeste sendo recebido com desdém em alguns deles. Esse dirigente é Salmo Valentim, tesoureiro da ANAF – Associação Nacional dos Árbitros de Futebol que sonhou um dia unir os árbitros do nordeste.

Na segunda parte vou falar sobre o encontro em Pernambuco, as decisões, as surpresas e as decepções como a do dirigente de Sergipe - Ivaney Alves de Lima - que virou às costas a entidade nacional quando esta sempre acolheu a associação daquele estado mesmo indo contra seu estatuto que não reconhece associações.

A saga

A ideia do encontro em Recife nasceu e foi discutida entre Salmo Valentim e Emerson Sobral  - Presidente do Sindicato dos Árbitros de Pernambuco - ainda no aeroporto quando viajavam para o ultimo Congresso da arbitragem realizado em Belém do Pará.

Salmo Valentim com os árbitros da Bahia

Ficou decidido que Salmo visitaria os estados, debateria ideias e convidaria todos os árbitros para participarem do encontro em Recife. Para que nada fosse feito as escondidas, os presidentes das comissões de arbitragens foram convidados para participarem da reunião que aconteceu em cada estado, mas a ideia principal era que os árbitros da região nordeste – 138 – participassem do encontro local para debaterem ideias entre eles e levassem os problemas e as soluções para o encontro de Recife.

Curiosamente o primeiro estado visitado foi Sergipe, era esperado apoio maciço deste estado, pois o próximo Congresso esta marcado para Aracaju e um anfitrião de um evento tão importante tem que participar ativamente dos debates da classe. 

No dia 13 de novembro Salmo esteve em Aracaju onde se reuniu com árbitros do quadro CBF local.  No dia 14 ele já estava em Salvador e no dia 16 em Alagoas. No dia 18 visitou o Rio Grande do Norte onde comissão e árbitros participaram ativamente com exceção de Ítalo Medeiros de Azevedo que é anti-sindicato onde aparece de vez em quando só para fazer média com o grupo. 

No dia 19 Salmo visitou a Paraíba onde participaram o presidente da comissão e todos os árbitros do quadro nacional local. Lamentavelmente nesta reunião pessoas que não tem compromisso com a arbitragem mostraram a cara e do que eram capazes. Nessa reunião, Salmo teve sua fala gravada sigilosamente e o áudio foi entregue aos dirigentes da FPF e da CBF. No dia 22 a agenda era no Ceará, onde segundo informações, os árbitros se recusaram a participar da reunião em um hotel de Fortaleza porque a comissão estadual não tinha autorizado. A reunião foi realizada então no meio da rua durante uma atividade física dos árbitros. Por atitudes como essa é que nesse estado, a federação não respeita os árbitros e supostamente não estaria pagando as taxas em dia e muitas delas estariam atrasadas há mais de três anos. Os árbitros merecem!

Paraíiba: Reunião gravada e entregue aos dirigentes da FPF e CBF

Fechando os estados, no dia 05 de dezembro, Salmo visitou o Piauí e no dia 06 o Maranhão. Com exceção dos três últimos estados que o trajeto foi aéreo, os demais foram realizados com o carro particular de Valentim, ele rodou mais de três mil quilômetros e com todas as despesas saindo do seu bolso.

O intuito de tudo isso era fazer com que 138 “árbitros” do nordeste discutissem e se propusessem a ir a Recife para junto com os demais colegas da região, discutirem a arbitragem.

Desde o primeiro estado visitado por Valentim as informações que chegavam não eram boas, dirigentes de federações irritados pressionavam os árbitros para não irem ao encontro com o tesoureiro da ANAF e nem a Recife e a maioria dos árbitros e dirigentes do apito arrumaram desculpas para não comparecerem. 

Teve uns que alegaram não ter passagem esquecendo que Salmo Valentim viajou três mil quilômetros de carro próprio e sem reclamar. Teve outros que alegaram viagem com a família para não comparecer. Mas nós, eu e você que me lê, sabemos que se as passagens aéreas e as estadias no hotel fossem gratuitas, todos os 138 árbitros e mais os dirigentes convidados estariam no hotel independentemente de data e pressão vinda das federações. Assim é nos Congressos onde a maioria dos dirigentes entram mudos e saem calados, eles podem não contribuir para os debates, para o avanço necessário da categoria, mas aproveitam bem a viagem para conhecer novos lugares e fazer turismo a custo da arbitragem.

Fortaleza: Desdem e boicote dos árbitros com reunião no meio da rua

Na semana que vem eu conto como foi a reunião em Recife, vou mostrar a ata, os ofícios enviados, a lista dos convidados, dos que estiveram presente e dos que não estiveram. Vou mostrar as propostas debatidas, os valores e as decisões tomadas em votações. Uma delas pode e deve mudar o local do próximo congresso e a outra impede que árbitros trabalhem em outros estados nos estaduais.

Até lá!

Frase: “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos”. (Bezerra de Menezes)