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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Após indignação de árbitros, presidente de comissão é demitido no DF

Raimundo Lopo Abreu como presidente e Geufran Almeida como membro serão os novos dirigentes da Comissão Distrital de Arbitragem do DF

Marrubson foi demitido na ultima sexta (9) - Crédito Foto: Jéssika Lineker

O presidente da Comissão Distrital de Árbitros de Futebol do Distrito Federal, Marrubson Melo Freitas, foi demitido de suas funções na última sexta-feira (9). Para ocupar o cargo, Daniel dos Santos Vasconcelos, presidente da FFDF nomeou o ex-árbitro Raimundo Nonato Lopo de Abreu para presidir o departamento. Com a nomeação de Lopo, Geufran Almeida de Oliveira, ex-presidente da CDAF, retorna para compor a comissão de arbitragem do DF.

Segundo nota divulgada no site oficial da FFDF, o desligamento foi a pedido de Marrubson devido a novas funções assumidas na arbitragem e na vida profissional.

O Blog apurou que a nota não passa de um teatro para que a FFDF e Marrubson não saiam queimados e desmoralizados do episódio. Pelo apurado com uma fonte dentro da Federação, o dirigente foi demitido a mais de 30 dias e vinha desde então tentando se manter no cargo. A demissão foi devido ao desgaste com os árbitros e acumulo de reclamações vindas de todos os lados (leia) sobre a atual gestão na arbitragem local. Desde que assumiu a comissão distrital, Marrubson fez regredir o nível e qualidade da arbitragem candanga tirando a obrigatoriedade de aprovação nos testes físicos e nas provas teóricas. Os testes continuaram sendo realizados, mas, segundo a fonte, seria de fachada, não reprovava ninguém e não eram levados em considerações nas escalas. Segundo ainda a fonte, Marrubsom dizia abertamente aos árbitros que os testes físicos e teóricos eram só ‘balizador. Ou seja: só para saber como os árbitros estavam fisicamente.

Mas as reclamações não param por aí. Alguns reclamam que foram retirados do quadro por não apresentarem atestado de vacina da covid e citam o árbitro Leandro Almeida que foi retirado do quadro CBF sem qualquer explicação.

Árbitros que preferem não ter nomes citados com medo de represálias, relatam que na gestão anterior, treinavam nas dependências do Corpo de Bombeiros de Brasília - Centro de Capacitação Física (CECAF) – ótimo local para treinamentos e com toda estrutura a disposição e com a chegada de Marrubson, por intriga dele com um ex-árbitro que atua como bombeiro, foram obrigados a mudar o local de treinamentos. Passaram a treinar no estacionamento do pavilhão do Parque da Cidade, um local escuro, sem banheiro – o mais próximo fica a cerca de mil metros – e que sequer tem água para beber.

Rodrigo Paulino e a filha Ana Carolina Paulino - Crédito: Divulgação/internet

Mas a principal reclamação dos árbitros é o fato do vice-presidente da comissão, Rodrigo Paulino, que substituía Marrubson com certa regularidade por este estar sempre ausente a serviço da CBF, proteger a filha e assistente Ana Carolina. Na interinidade, Paulino promoveu a filha assistente para o quadro CBF deste ano e a mesma foi indicada para fazer o curso RAP/FIFA feminino antes mesmo de ser homologada no quadro nacional e após ter sido reprovada em dois testes físicos, o de dezembro do ano passado para o regional e o de fevereiro deste ano para o quadro nacional.

Segundo ainda as denúncias, mesmo não estando apta fisicamente para o campeonato estadual, com exceção das três primeiras rodadas por estar em viagem ao exterior, Ana Carolina foi escalada nas seis rodadas seguintes enquanto a maioria dos assistentes sequer foram escalados. Em um desses jogos, Ana Carolina teria cometido um equívoco grave ao não informar ao árbitro sobre uma possível penalidade em lance próximo a ela e o erro não foi suficiente para tira-la das escalas causando grande insatisfação, pois o mesmo não ocorre com qualquer outro do quadro que são retirados das escalas quando cometem qualquer tipo de erro enquanto ela recebe promoção ao quadro nacional.

Para piorar a situação e corroborar com as denúncias, Ana Carolina, que foi aprovada no reteste de março e no dia seguinte estava escalada na partida Minas Brasília x JC/AM pelo A1 Sub-20 feminino. O fato foi repetido também em pelo menos mais cinco partidas da primeira divisão do Candagão.

Ter o pai como analista não foi privilegio do estadual, pela CBF, em pelo menos duas partidas - Real Brasília x Atletico Mineiro e Minas Brasília x Cuiabá – Ana Carolina teve o pai atuando como analista de arbitragem o que seria antiético e fere o regulamento de arbitragem (veja abaixo).




Os árbitros reclamam também da quebra de protocolo por parte de Carolina que teria, após um jogo local oficial onde atuou, em vez de se juntar ao trio, ido tirar fotos com familiares nas arquibancadas, o que também é proibido pelo regulamento da arbitragem e que traria severas punições caso fosse qualquer outro árbitro, o que não ocorreu com a assistente protegida pelo pai e vice-presidente da CEAF/DF.

O que eles disseram

O Blog entrou em contato com Rodrigo Paulino de Souza para que falasse sobre as denúncias. Rodrigo Paulino disse que tudo não passa de calunias.

“Sou uma pessoa idônea e já formei muitos árbitros desde 2012, inclusive a Leila Cruz, assistente FIFA de Copa do Mundo e o Maguielson, árbitro de Série A do Campeonato Brasileiro. Não reconheço nepotismo em nenhum nível da minha parte e muito menos privilégio à minha filha. Na verdade, ela até perde em alguns momentos porque eu tenho esse cuidado ético com ela” - disse o dirigente que acrescentou:

“Estou achando importante expor a minha visão de tudo isso pra dar uma resposta a esta pessoa que fez essa denúncia. A pessoa que fez essa denúncia caluniosa precisa se informar melhor sobre meu caráter. Inclusive, por esse e outros motivos, estou deixando a Comissão de Arbitragem esta semana”.

O Blog também procurou Ana Carolina Paulino. A assistente visualizou a mensagem, mas preferiu bloquear em vez de responder o contato.


Trecho da pergunta e contato bloqueado - Crédito: Reprodução WhatsApp

O Blog não procurou Marrubson Freitas pelo fato de o mesmo ter sido demitido do cargo na semana passada.

O Blog entrou em contato com a Comissão de Arbitragem da CBF para esclarecer se é ético e permitido pelos regulamentos um analista da entidade analisar desempenho de um filho na arbitragem em uma partida oficial, mas não recebeu qualquer retorno até o fechamento deste post que será atualizado caso isso ocorra.