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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

A Janja do SAFESP

Moribundo, atual presidente condenado pela justiça, some e entrega administração da entidade à esposa
Aragão e Maria Aparecida - Foto Crédito: Safesp

José de Assis Aragão, 84 anos, eleito no final de 2023 com apoio da FPF – Federação Paulista de Futebol - de forma irregular - conforme diz a letra A e a letra B do Art. 5º do regimento eleitoral. Aragão teve suas contas rejeitadas na gestão ANAF - Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Gestão 2003 a 2006) e foi condenado por improbidade administrativa em junho de 2021 como publicado pelo Blog do Paulinho (leia) e denunciado varias vezes aqui neste espaço. 

Trechos do regimento eleitoral do Safesp

Segundo informações, moribundo e sem condições de exercer suas funções estatutária, o ex-árbitro teria entregue a administração do sindicato a sua esposa Maria Aparecida G Aragão, mais conhecida como Cida,  denunciada no esquema que ficou conhecido como ‘Ouro de Tolo’, um golpe financeiro que agitou o mundo do futebol no ano de 2009 que, segundo reportagem da Revista Época Dinheiro (leia), lesou várias pessoas, entre elas Junior, lateral esquerdo com passagem pelo Palmeiras, São Paulo, Atlético Mineiro entre outros. O jogador teria sido lesado em cerca de 100 mil reais na época.

Pelo que se sabe, Cida não tem nenhum vinculo direto com a entidade sindical, a não ser a esposa do presidente. Mesmo assim, Cida, segundo as informações, estaria abrindo, fechando, articulando, definindo e comandando todos os assuntos do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo (SAFESP). Uma espécie de presidente de fato.

Na primeira palavra do presidente após ser empossado, em janeiro deste ano, Aragão disse que “com sugestão da minha esposa, foi aprovada uma equipe de mulheres por todas as esposas da nossa diretoria e associados que quiserem agregar a esse grupo para aumentar o raio de ação, que é “sui generis” em sindicatos de árbitros”. Na carta aos associados, Aragão deu mostra do que viria pela frente, ou seja, quem dirigiria de fato o SAFESP seria sua esposa, que como já dissemos, não tem nenhum vínculo direto ou indireto com a entidade.

Na foto Maria Aparecida (circulo) atrás de Aragão e os apoiadores (esq/dir) Ulisses Tavares, Silvio Aranha, Oiti Cipriani e Carlos Roberto. O x indica os diretores afastados da direção. Foto crédito: Safesp

Segundo as informações, da tropa de elite de apoio para retorno de Aragão (Oiti Cipriani, Carlos Roberto Silva (Carlão), Silvio Luiz Aranha, Benigno Naveira, Nelson de Souza Góes e Rodrigo Bragheto), somente Ricardo Ibitinga continua com suas atividades. Os outros se afastaram ou foram afastados por Maria Aparecida, que foi apelidada de Janja* do SAFESP.

*Para quem não conhece, Janja (Rosangela da Silva), atual mulher do presidente Lula, tem os mesmos modus operandi de Maria Aparecida, ou seja, não tem nenhum cargo institucional, além de dormir com o presidente, mas atua efetivamente nas decisões de governo, tendo inclusive representado oficialmente o Brasil na última olimpíadas.

Blog entrou em contato com todos os citados, mas até o fechamento deste post não recebeu nenhuma. O Blog não conseguiu contatar Maria Aparecida Aragão para que falasse sobre as denúncias e caso qualquer citado responda, este post será atualizado.

Sob condição de anonimato, um dos apoiadores de Aragão retornou a mensagem relatando que:

“Verdade, tudo com anuência do Aragão. Não é funcionária e age como presidente. A situação está delicada. Estão metendo os pés pelas mãos” - disse ele e acrescentou:

“Eu trabalhei igual um burro de carga para não dar problema e ele eleito a mulher tomou posse e me descartou sumariamente. Na realidade fomos traídos pelo Aragão” – finalizou ele pedindo anonimato.

Aragão e Reinaldo tem longa historia de parceria - Foto crédito: Safesp

Histórico Aragão

O ex-árbitro FIFA Jose de Assis Aragão presidiu a ANAF - Associação Nacional dos Árbitros de Futebol - de 2003 a 2006. Em 2007 teve suas contas rejeitadas sendo expulso da entidade por má gestão.

Nessa mesma época foi administrador do estádio do Pacaembu (2001 e 2005) e sua gestão foi denunciado pelo MP que virou condenação em 2021 sendo apenado em:

• ressarcimento dos cofres públicos (R$ 585,5 mil – o valor inicial era de R$ 210 mil);

• perda de função pública;

• suspensão dos direitos políticos por quatro anos;

• multa de 20% sobre os danos ocasionados (R$ 117,1 mil);

• proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios, incentivos fiscais e crediários, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica, pelo prazo de três anos.

Segundo os autos divulgados pelo Blog do Paulino (link acima), o processo correu a revelia, pois Aragão teria fugido de todas as tentativas de citação da justiça. Aragão não recorreu da decisão.

Aragão também teve seu nome ligado ao chamado esquema ‘Ouro de Tolo’, que teria sido comandado por Maria Aparecida Gonçalves, citado acima.

Essa é a dupla que dirige o que deveria ser o maior sindicato de árbitros do país, mas a entidade paulista e a maioria nos demais estados refletem fielmente a categoria que é acovardada, que só da atenção para escala e taxa sendo subservientes sob ordens de entidades ligadas as federações e CBF.

Que Aragão é ditador, arrogante e prepotente e que trairia seus apoiadores não tinha duvida nenhuma e não foi novidade para ninguém, pois em duas assembleias em que participei como associado, que alias ainda sou, avisei para todos a ficha corrida do candidato, que seria uma eleição ilegal e o que aconteceria caso levassem aquela loucura em frente. Por ter dito isso fui agredido verbalmente e por pouco não chegando a vias de fato. 

Ameaças que me foram feitas na ocasião por um apoiador e depois diretor de Aragão