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sábado, 12 de setembro de 2009

Queremos Mudar?

11 de Setembro de 2009 - 8 anos depois

Queremos Mudar?

Todo mundo reclama da arbitragem, mas quem - dos clubes - ajuda em alguma coisa? Os problemas são criados, inclusive, por um ou outro dirigente de arbitragem que, no seu campeonato sofre com as mesmas reclamações e no dos outros defende os clubes, como se fossem dirigentes deles. Isto é ético?
Do meu ponto de vista, o que acho estar totalmente errado e precisa mudar urgentemente. Não sou dono da verdade, mas falo isto pelo tempo que fui árbitro assistente da FPF e tenho experiência para, pelo menos, opinar.

Quantos árbitros existem no Brasil? Segundo dados da CBF são 400 para atender a demanda de 20 jogos nas séries A e B.

A escola de formação dos árbitros precisa de uma regulamentação forte da CBF. Acompanho as chamadas das Escolas e cada uma delas tem um tempo para formar. É preciso regulamentar, dizer o que elas precisam fazer para fornecer mão-de-obra competente para as federações.

Tem que se dar chance ao árbitro de vocação, aquele que não é apadrinhado e nem esta nos padrões físico e social hoje necessários. Ter 1,90 de altura, dominar vários idiomas e ter olhos verdes com corpo escultural para pousar em revistas especializadas não garante competência dentro de campo. A força do padrinho só vai até a beira do gramado.

Enquanto os quesitos QI (quem indica) e o QE (quem escala) forem mais importantes do que a competência, teremos mais árbitros ruins do que árbitros bons nos quadros estaduais e nacional. Vivemos em um país aonde os conluios, as negociatas e as troca de favores, falam mais alto do que a moral e os bons costumes, fatos estes que torna praticamente impossível separar o joio do trigo.

Como a formação não segue a nenhum padrão, quem são as pessoas que formam estes árbitros? Eles são atualizados como deveriam? A CBF poderia fomentar cursos para instrutores com mais regularidade. Ficaria mais barato formar 27 instrutores (um de cada estado) do que treinar 400 árbitros. Eles seriam reciclados pelos Instrutores da FIFA.

As comissões estaduais deveriam treinar com maior freqüência os árbitros e assistentes. O outro problema é que não existe renovação nos quadros, todos querem, mas ninguém tem coragem de realmente renovar, dar á cara a tapa! Em São Paulo, por exemplo, quantos árbitros temos para os grandes jogos. Basta dar uma olhada no ranking para confirmar esta minha tese.

Os campeonatos são fracos demais. Somente os grandes é que chegam nas finais. Peguem a lista dos últimos 10 anos e vejam quem venceu as competições estaduais. São sempre os mesmos considerados grandes clubes. Eles se acham! Depois vão para o Brasileiro e acabam escancarando as diferenças de estrutura. Uma disparidade sem tamanho.

Outro grave problema são as indicações dos árbitros feitas pelas comissões estaduais. Eles indicam os árbitros, os critérios poucos sabem e a responsabilidade dos maus árbitros fica por conta da CBF ou da FIFA. Esta politicagem deve acabar para o bem da arbitragem e do futebol.

Grandes batalhas foram travadas na arbitragem nos últimos anos por afastamento ou por rebaixamentos de mitos da arbitragem, foi assim com Wilson Mendonça que foi afastado do quadro da FIFA, fato que gerou pesadas reclamações do seu padrinho maior Carlos Alberto de Oliveira, presidente da Federação Pernambucana de Futebol. Em 2008 os afastamentos de Wagner Tardelli, Alicio Pena Júnior e principalmente de Djalma Beltrami, resultou na denúncia de venda de escudo FIFA e vários insultos pessoais contra os membros da comissão de arbitragem da CBF, posteriormente ficou provado que as denúncias eram somente choro de derrotados com o STJD arquivando todas as denúncias.

Os dirigentes de arbitragens devem ser fiscalizados pelas entidades dos árbitros que deveriam indicar representantes para as comissões de arbitragens, mas como isto seria possível com alguns nomes de presidentes de sindicatos e até mesmo da "falecida" Associação Nacional dos Árbitros, cujo presidente agendou a data para renunciar tentando, com isto, continuar sendo vítima quando, na verdade, é responsável pela falência de toda uma estrutura montada por grandes dirigentes... A sorte é que temos alguns dirigentes empreendedores realizando trabalhos que irão salvar a arbitragem do caos deixado pelos mitos da arbitragem que são ótimos no discurso e que na verdade foram beneficiados durante suas carreiras e, hoje, esquecem de tudo que faziam/aceitavam passivamente antes, mas hoje exigem que os atuais não façam... Tipo faça o que eu mando, não faça o que eu faço!

Frase: "Todo mundo pensa em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo". (Leon Tolstoi)

10 comentários:

Anônimo disse...

Perfeita sua abordagem. Estrutura corroída, sem qualquer apoio dos dirigentes, com os ex-juizes como este atual presidente da Associação que anunciou que daqui há 4 meses vai sair. Esta eu nunca tinha visto antes. O Jânio renunciou e achou que iriam pedir para ele ficar. Deu no que deu. Este deu um tempo maior para sair para ver se os que ficam fora das escalas o procurem, porque os escalados nunca o farão. Meteu o dedo na ferida.

Anônimo disse...

Quem falando de padrinho, o cara q é pago pelo sindicato que tem os árbitros mais escalados em todas as divisões.

Anônimo disse...

Cara vc fala de procedimento, o Sr. larapio Correa só escala Sao paulo, Rio, Paraná Pernambuco e Santa Catarina.
Vc fala em QI e QE e é isto q acontece hoje na CBF.

Anônimo disse...

Sou de São Paulo e garanto que temos aqui os melhores juízes do Brasil e eles tem que trabalhar porque os clubes pedem isto. Quando tudo aperta eles pedem juizes daqui. Podem falar o que quiserem. Temos mais de 500 juízes na FPF, quase 20 campeonatos e mais de 5.000 jogos por ano apenas no profissional. Vcs querem comparar com competições de estados mais fracos no esporte futebol.

Gustavo Caetano disse...

Marçal:

Parabens pela texto que retrata fielmente os problemas de nossa arbitragem a partir da formaçao, orientaçao, e até seleçao para escalaçao.
O que mais ela necessita é de programas de formaçao e orientaçao identicos independentemente dos estados de origem.
Material humano, tenha certeza, temos em todo Pais, mas os "olhos verdes" citados por você muitas vezes acabam prevalecendo...
As vezes temos dirigentes interessados em trabalhos serios, mas os dirigentes maiores acabam interferindo e nao os deixando agir da forma que imaginariam correta.

Anônimo disse...

concordo com o anonimo marçal,é só tu pegar as escalas e principalmente da serie Bé muito arbitro de são paulo de do rio de janeiro trabalhando,sim eu sou do sul,mais se não tivessemos quatro arbitros FIFAS,quem trabalharia?tirando os fifas do sul olha as escalas e veras que tem muito arbitro de qualidade no riogrande do sul que não é aproveitado nem em serie C.

Blog do Marçal disse...

É muito gratificante para mim receber elogios de Gustavo Caetano Rogério, referência na arbitragem Paulista e Brasileira, profundo conhecedor das regras e grande formador de árbitros.

Anônimo disse...

Este tal Gustavo mandou anos na arbitragem e o que fez para melhorar isto tudo?

Anônimo disse...

Seu Gustavo saiu da arbitragem em 2002 e so fez Paulo Cesar Oliveira, Wilson Seneme, Jose Henrique Carvalho, Salvio Spindola,
Guilherme Cereta,Oscar Godoi,Joao Paulo Araujo, Dionisio Domingues, Edmundo Lima, Jose Aparecido, Emerson Carvalho, Vicente Romano, Maria Eliza, Ana Paula, Aline Lamberti dos que me lembro.
Quem fizeram depois?

Anônimo disse...

Esqueceu defalar do Edilson Pereira, Alfrdo Loebeling e do Paulo Danelon.

A arbitragem paulista é a mais confiável do mundo (KKKKKKK)

Acorda Brasil!