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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Salto de qualidade na arbitragem Pernambucana

No ultimo final de semana (10, 11 e 12), estive em nome do Apitonacional e do Blog do Marçal acompanhando a arbitragem da final do campeonato pernambucano de 2013 à convite da Federação Pernambucana de Futebol, através do seu diretor de competições Murilo Falcão, que me proporcionou abertura total nos trabalhos, podendo mostrar a transparência e profissionalismo da mesma!


Com Salmo Valentim e Chico Domingos

Quando recebi o convite, visualizei minha participação em todas as atividades do quinteto escalado em sorteio para o jogo, eu queria vivenciar o clima, participar com os olhos (câmera) e ouvidos (gravador) das atividades que seriam realizadas visando a final e não ir lá apenas para fazer turismo. Para isso não fiz nenhuma exigência que não fosse a total participação nos trabalhos dos apitadores desde minha chegada até o apito final da partida. Confesso que minhas exigências foram superadas, pois participei até mesmo como autoridade do pódio de entrega dos prêmios e do jantar de comemoração entre dirigentes da FPF, árbitros da final, membros da comissão de arbitragem e respectivas esposas. Atividades que ocorreram depois do apito final na luxuosa churrascaria Boi Preto na Praia de Boa Viagem onde eu era o único estranho no ninho.

Convite feito, convite aceito, fui informado que Gilberto Castro e Sandro Meira Ricci iriam concorrer no sorteio e comecei a bater os tambores para que Gilberto Castro fosse o sorteado, não por torcer contra alguém, mas sim para ter o trabalho facilitado, pois Gilberto é um árbitro em busca de afirmação e do seu espaço, diferentemente de Ricci que já é um árbitro consagrado e poderia não estar disposto a participar do que já tinha sido planejado em minha mente. Como meu santo é forte, fui agraciado por papai do céu, Castro ganhou o sorteio e Ricci foi escalado em uma partida há mais de 700 km da capital (Petrolina) e assim pude desenvolver meu trabalho e observações com tranquilidade as quais relato abaixo.

Mas antes, quero agradecer publicamente Evandro Barros Carvalho (Presidente da FPF), Roberto Zaidan Gama (diretoria executiva) Murilo Sávio Barbalho Falcão (diretor de competições), Salmo Valentim e Francisco Domingos da Silva (comissão de arbitragem), Neide Zaidan (assistente social) e Bárbara Gayo (psicóloga). Todos eles tiveram uma parcela no sucesso do trabalho, pois viabilizaram de uma maneira o de outra minha viagem, hospedagem, participação nos trabalhos e todo tipo de suporte durante os quatro dias que permaneci em Recife. 

Agradeço especialmente Salmo Valentim e Francisco Domingos (Chico Domingos) – Membros da Comissão de arbitragem – que me receberam de braços abertos proporcionando todas as condições e logísticas para que o trabalho fosse realizado da melhor maneira possível. Também quero agradecer aos árbitros com quem tive um contato mais direto, pois me receberam muito bem, repassando todas as informações solicitadas e sem nenhum tipo de questionamento dando tranquilidade para que eu pudesse realizar o meu trabalho. Esses dias foram muitos proveitosos para mim como pessoa, pois pude rever alguns conceitos, fiz novas amizades, aprendi muito com cada um deles e espero ter deixado uma boa impressão.

Isto dito, isto posto, vamos à matéria.

1º dia - preparativos

O meu trabalho começou assim que desembarquei na sexta feira a tarde em Recife, pois fui diretamente para a sede da FPF onde após ser devidamente apresentado a todos, participei da primeira palestra entre a comissão de arbitragem e os árbitros já visando a grande final. Na sua fala na palestra, Salmo Valentim lembrou aos árbitros que a FPF da total apoio e retaguarda para eles, mas que eles precisariam responder a altura trabalhando em equipe e colocando em pratica tudo que foi discutido e treinado exaustivamente por todos para aquela final. Já Chico Domingos atacou o lado motivacional do grupo dizendo que todos que estavam na final era por merecimento, pois "muitos são chamados, mas pouco escolhidos" (Mateus 22:14), que pensassem positivo e aplicassem a regra que tudo iria dar certo. 

Barbara Gayo em um bate papo com os árbitros

A psicóloga Barbara Gayo disse o quanto era gratificante o trabalho com os apitadores, que não tinha tido nenhuma experiência parecida anteriormente, mas que já estava contaminada pela atmosfera e ambiente que gravita em torno dos homens de preto. Encerrou dizendo ser gratificante o seu trabalho com os apitadores, que estava otimista, desejando sorte a todos e que ela estaria torcendo pelo sucesso da equipe.

2º dia - concentração

Exatamente ao meio dia, o quinteto de arbitragem entrou em concentração no Hotel Casa Blanca, um paraíso a cerca de 30 quilômetros de Recife. 

Palestra no sábado a tarde - Arbitragem: Não basta conhecer; é preciso dominar!

Após o almoço e o descanso merecido, houve na parte da tarde mais uma palestra entre os árbitros e a comissão de arbitragem também com a participação da assistente social e da psicóloga. Acompanhei só uma parte desta palestra, pois fui acompanhar Salmo Valentim até a cidade de Altinho que fica no interior onde ocorreu a final do campeonato municipal “Salmo Valentim”.

3º dia - dia D

O dia da decisão do campeonato pernambucano também era o dia das mães, começou e terminou com grandes emoções. 

Homenagem para as mães e esposas dos árbitros da final

Demonstrando que não estavam para brincadeiras, não deixando passar nenhum detalhe despercebidos e mostrando uma grande visão humanitária, a FPF presenteou o quinteto de arbitragem com as presenças de seus familiares homenageando suas mães. Todos os árbitros foram pegos de surpresa quando desceram dos seus quartos para o café, pois lá, encontraram suas progenitoras, esposas e filhos com quem confraternizaram e tomaram o café da manhã. Vale registrar e parabenizar o fato do presidente da FPF Evandro Carvalho e o diretor Murilo Falcão estarem o tempo todo junto com a comissão participando da homenagem as mães dos árbitros, onde foram bastante simpáticos deixando todos a vontade.

Plano de trabalho

Após as homenagens, os árbitros se reuniram mais uma vez com a comissão de arbitragem, desta vez para traçar o plano de trabalho que seria usado na final, almoçaram e seguiram rumo ao estádio. 

Reunião traçando o plano de trabalho da partida e camiseta de homenagem 

Antes do inicio da partida, todos, inclusive eu, usamos uma camiseta com a foto do assistente Alcides Lira, falecido há um ano atrás prestando reverencias e homenagem ao arbitro e que deixou muitas saudades.

O jogo

A comissão de arbitragem não deixava transparecer, mas era evidente que torciam para que não houvesse o jogo extra como previa o regulamento em caso de vitória do Sport, pois assim, quebrariam a sequência de oito anos sem um árbitro nascido no estado apitando uma decisão. O ultimo pernambucano da gema que apitou uma final foi Patrício Antônio de Souza em 2004. Se houvesse o jogo extra, Sandro Meira Ricci que é do Distrito Federal, já estava escalado.

Apesar de estar extremamente preparado pela comissão, Gilberto Castro demonstrava certo nervosismo por ser sua primeira final e por não ter ido muito bem no ultimo clássico que apitou devido ao regulamento que previa uma possível definição de vaga por critérios de cartões amarelos. Segundo ouvi de um repórter atrás do gol durante a partida, no clássico dos cartões, como ficou conhecido, cada cartão mostrado era comemorado como um gol pela torcida adversaria. Quem fez o regulamento ousou e quis o melhor, mas acabou mesmo foi jogando um peso desnecessário em cima da arbitragem.

Final do aquecimento

Durante o jogo, Gilberto Castro cometeu pelo menos quatro equívocos aos olhos mais clínicos. Foram dois escanteios marcados erroneamente como tiro de meta, um lateral invertido mesmo com o assistente marcando corretamente (faltou o trabalho de equipe nos três lances) e uma expulsão de forma exagerada. 

Aos 44 minutos do primeiro tempo, o atacante do Santa Cruz, Flávio Augusto do Nascimento ou simplesmente Flávio Caça-Rato como é conhecido, tenta dominar a bola no peito, como não consegue, estica o braço e toca a bola levemente sendo anotada a falta corretamente pelo árbitro. Como já tinha sido advertido aos 25 minutos com cartão amarelo por erguer a camisa na comemoração do seu gol, foi expulso, no meu entender, de forma exagerada. 

No momento da expulsão eu estava atrás do gol onde desenrolou a jogada e a olho nu, não tive a mesma convicção do árbitro de que ele tentou ludibriar a arbitragem, o que pude confirmar após ver e rever várias vezes o vídeo da jogada. Mas a expulsão não foi nenhum absurdo levando se em consideração que o atacante realmente tocou a bola com o seu antebraço que eu interpretei de uma maneira, mas para infelicidade de Caça-Rato, o árbitro interpretou de outra maneira o expulsando.

Fora isso, os erros não interferiram no resultado final da partida, nenhum clube esboçou qualquer tipo de reclamação o que demonstra que além de capacidade, Gilberto Castro é um árbitro de sorte.

Os assistentes demonstraram o porquê de estarem escalados na partida decisiva, participando com firmeza, estando sempre bem colocados contribuindo com o bom desenrolar da partida. Já o quarto e quinto árbitro tiveram bastante trabalho desenvolvendo um trabalho de alto nível. 

Emerson Sobral se preocupou mais com as substituições e com o banco de reservas do Santa Cruz se aprofundando até a bandeira de escanteio para auxiliar o árbitro nas jogadas que por ali se desenrolaram. O mesmo aconteceu com Alber Junior no lado oposto do campo. Este teve participação decisiva evitando um maior confronto entre os jogadores das duas equipes quando interviu com firmeza e autoridade em um principio de tumulto entre eles próximo à linha lateral do centro do gramado. 

A participação ativa na partida do quarto e quinto árbitro, supriu com vantagem a não utilização nesse campeonato dos árbitros adicionais, pois eles não se limitaram a tradicional faixa de atuação destinada aos AAAs sendo mais útil circulando da linha de fundo até o meio de campo com menor custo para os clubes.

No vestiário e no túnel momentos antes do inicio da partida

A arbitragem da final foi composta pelo árbitro Gilberto Castro Junior, pelos assistentes Clóvis Amaral da Silva e Ricardo Chianca. Emerson Luiz Sobral e Albino de Andrade Albert Júnior foram 4º e 5º árbitros respectivamente.

Reconhecimento

Após o termino da partida, em uma atitude para mim inédita e elogiável, o Presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, juntamente com o diretor Murilo Falcão e os integrantes da Comissão de Arbitragem – menos Salmo Valentim que estava bastante emocionado evitando o choro no meio do campo – foram até o meio do campo parabenizar os árbitros pela boa arbitragem, abraçando efusivamente cada um deles agradecendo a legitimação do resultado da partida e reconhecendo o grande trabalho desenvolvido por todos.


Após os comprimentos os árbitros se retiraram para os vestiários  não antes de irem até a linha lateral para abrasarem Salmo Valentim agradecendo a indicação e o apoio do competente dirigente.

Comemoração

Já era noite na capital do frevo quando os dirigentes da FPF Roberto Zaidan, Murilo Falcão, todos os integrantes da arbitragem e esposas, mas os membros da Comissão, o arbitro FIFA do estado Sandro Ricci e eu, nos reunimos na Churrascaria Boi Preto na praia de Boa Viagem para as comemorações merecidas.

Comemoração após a partida na Churrascaria Boi Preto

O ambiente durante o jantar como em todo o final de semana foi descontraído, com todos se parabenizando e já traçando metas para o futuro.

Resumo

Nesses três dias que passei ao lado de integrantes da arbitragem pernambucana, pude notar a competência, a cumplicidade e o árduo trabalho que é feito sem vaidades de todos, sem exceção para o engrandecimento da arbitragem daquele estado. Notei que apesar de terem passado por uma crise na metade do campeonato quando foi cometido um equívoco que quase levou a interrupção dos trabalhos, eles estão extremamente organizados, que os árbitros têm o respaldo e o total apoio da FPF através de sua comissão de arbitragem que esta engajada em fazer um trabalho exemplar apostando na renovação que se faz necessária.

Segundo fui informado, a média de idade atual dos apitadores é de 28.6 anos, num quadro que conta atualmente com 68 árbitros dos quais 49 trabalharam na primeira divisão deste ano, sendo 23 árbitros e 26 assistentes.

O bom desempenho da arbitragem pernambucana atualmente é respaldado além da capacidade técnica de cada um, pelo trabalho em conjunto da Comissão de Arbitragem com a psicóloga Bárbara Gayo e com a assistente social Neide Zaidan, que contam com total apoio do presidente, Evandro Carvalho, que já disse que arbitragem não é gasto e sim investimento.

Frase: Ser competente é acertar um alvo que ninguém acertou. Ser administrador é acertar um alvo que ninguém viu”. (Erlandson F. A. Andrade)

Abaixo algumas fotos tiradas durante o fim de semana.

A viagem

Em frente da Federação Pernambucana de Futebol

O presidente Erich Bandeira não estava lá!

Edvânia Maria Cassiano de Sousa César - Simpática secretaria CEAF

Thiago Vieira Rodrigues - Funcionário CEAF

Com integrantes da CEAF

Com Murilo Falcão

Lanchando (Cartola) com Salmo Valentim

Em Altinho acompanhando a Final da Taça "Salmo Valentim" (Camp. local)

Bate papo com Evandro Carvalho - Presidente da FPF

Almoçando com os árbitro da Final

Quinteto já no estádio

Eu estava lá - Ilha do Retiro 12/05/2013

Autoridade

Com o campeão Flávio Caça-Rato

Com o campeão Renan Fonseca

Com o campeão Luciano Sorriso

Com o campeão Dênis Marques

No pódio

Massagem do árbitro após o jogo

Relatórios e sumula após a partida

Familia Sobral: Luiz Claudio Sobral, Laura Sobral, Elenisse Luiza, Emerson Sobral, Graziella Sobral, Pablo Sobral e Diego Sobral

Alguém sabe os nomes dos integrantes da família Castro?

Família Chianca: Camilla Alves, Isabella Alves e Ricardo Chianca

Família Amaral: Marlene Amaral da Silva, Beatriz Rocha, Clóvis Amaral e Camila Andrade Rocha

Alguém sabe os nomes dos integrantes da família Junior?

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma hora o Salmo é isso, aquilo...o Erich é isso, aquilo...o Chico é isso, aquilo... e basta eles te levarem para PE, pra vc mudar de ideia e eles passarem a ser os mais competentes do mundo sksksksks... aqui tá igual ao concorrente. Por isso não acesso maais nenhum dos 2. Porque modou de opinião? EMMMMM????? rsrsrsrsrsrsrsrssrrs VERGONHA! Pensei até q esse site tinha morrido. VERGONHA!

Blog do Marçal disse...

Prezado anônimo!

Eu nunca fui refém das matéria publicada e tão pouco tenho compromisso com apenas um lado dos fatos. Eu sempre busco a verdade, mesmo que nem sempre consiga as encontrar.

Quando critiquei Salmo Valentim, Erch Bandeira e Chico Domingos entendi naquele momento que as criticas eram pertinentes e fiz meu trabalho da melhor maneira possível.

Desta vez não foi diferente, se leu a matéria com atenção, pode perceber que mesmo exaltando o que vi, não concordei com a expulsão do jogador mesmo sabendo da posição favorável da comissão de arbitragem.

Conheci diretamente o trabalho que é desenvolvido em Pernambuco e posso afirmar mais uma vez que esta sendo bem feito, mas isto não quer dizer que se amanhã cometerem algum erro eu não venha criticar. Caso isso ocorra, aí sim você poderá me cobrar.

Mesmo que não acesse, esse site só aumenta a audiência diária. Também não morreu e nem morrerá para que você não fique órfão de informações.

Posso não concordar com a sua opinião, mas a respeito e morrerei lutando para que você tenha o direito de expressá-la.

Claro que tenho a consciência que nunca agradarei a todos, mesmo assim, agradeço a sua participação e me pergunto como ficou sabendo da matéria se não acessa o site, não é mesmo!

Marçal