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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

STJD não é exemplo!

Antonio Carlos (azul) foi flagrado pelas câmeras xingando o atacante Franci

A segunda comissão disciplinar do STJD puniu nesta terça-feira (14) o zagueiro Antonio Carlos do Avaí por injurias raciais contra o atacante Franci do Boa Esporte em partida da 26ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O zagueiro foi punido com cinco jogos de suspensão e multa de R$ 10 mil.

O incidente aconteceu no dia 27 de setembro, na partida entre Avaí e Boa Esporte, disputada na Ressacada, em Florianópolis. Franci afirmou ter sido vítima de injúria racial durante a derrota por 2 a 0 do seu time. Na ocasião, ele registrou um boletim de ocorrência na 1ª DP, no centro de Florianópolis acusando Antônio Carlos de xingá-lo de "macaco do caralho". Em sua defesa, o zagueiro do Avaí disse que chamou o jogador do Boa Esporte de "malaco do caralho". Além disso, o beque alegou ter sido ofendido e também registrou um B.O contra Franci.

Antônio Carlos foi denunciado por infração ao artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A pena prevista para o artigo era de suspensão de cinco a 10 partidas, além de multa que poderia chegar até R$ 100 mil. Segundo denúncia da procuradoria do STJD, as imagens de transmissão da partida evidenciam o zagueiro chamando o atacante de "macaco".

A decisão cabe recurso.

Exemplo!

Mas será que os membros do STJD urinam água benta? Que moral tem o maior órgão de justiça desportiva deste país para julgar atos de racismo se dentro do seu quadro de auditores tem um suposto racista. 

Segundo informações da Rádio Gaúcha e matérias amplamente divulgadas pela imprensa, o auditor Ricardo Graiche (foto abaixo), um dos cinco auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva que julgaram e eliminaram o Grêmio da Copa do Brasil pelos atos de racismo por parte da torcida, postou diversas fotos com conteúdo preconceituoso em uma rede social no ano de 2012.


As fotos publicadas por Graiche (abaixo) ironizavam ou ridicularizavam os negros. Em uma delas, uma criança negra aparece enrolada em um rótulo de Pepsi Cola na barriga e até uma tampa na cabeça como se fosse um refrigerante com legenda nojenta escrita pelo auditor. "Hahahahaha, quer um gole?"

Em outra postagem, ele ri de um homem negro que aparece pendurado em um poste de luz, supostamente fazendo ligações clandestinas de energia elétrica, com a inscrição #somostodosmacacos. Em outra, uma mão negra com três dedos. Os outros dois eram dois chocolates. Nas duas, uma longa risada como comentário: "Hahahahahahaha". 

Ricardo Graiche compartilhou imagem que compara criança negra a famosa marca de refrigerante

Graiche posta imagem que compara mão de pessoa negra a chocolate e sugere que homem negro é macaco

Logo após a repercussão negativa na internet, o auditor apagou as imagens e excluiu seu perfil na rede social. Graiche também pediu licença de suas atividades no Tribunal. 

A corregedoria da casa, comandada por Ronaldo Botelho, abriu sindicância para apurar as atitudes do auditor, mas caminha a passos lentos na apuração do caso que veio a publico a mais de um mês e sem nenhuma definição até o presente momento. Nenhuma novidade em se tratando de justiça para poderosos, pois é nítido a manobra da casa que procura deixar o caso cair no esquecimento para não punir seu auditor. Bem diferente caso a irregularidade fosse cometida por jogador ou torcida de um clube.

O STJD precisa agir e rapidamente dando uma resposta à comunidade do futebol. A corte não pode julgar e punir quem quer que seja quando há dentro do próprio órgão atos semelhantes e sem punição.

Os membros do tribunal não podem ter um discurso condenando jogadores e clubes e fazer o oposto com seus auditores. Como diz Boris Casoy: Isso é uma vergonha!

Frase: “A palavra empolga, o exemplo ensina” (Joseph Joubert).

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