O árbitro WhatsApp
Crédito: Lance Press/Divulgação
Conhecido como árbitro WhatsApp, pois, segundo informações, em
todos os jogos que é escalado passa bom tempo antes, durante o intervalo e depois das
partidas lendo e mandando mensagens no aplicativo, Leandro Bizzio Marinho não
tinha sido ainda escalado em nenhuma partida neste ano. Os motivos não foram
revelados, mas bem provável que tenha sido por conta da inscrição de árbitro
referente temporada 2019 feita fora do prazo e em local não autorizado.
Mas bastou ser escalado para Bizzio usar as redes sociais para
desabafar e dar recado dizendo ter sido injustiçado:
“hoje minha volta ao
futebol profissional será na Série A3... Um jogo importante para o campeonato,
entidade (FPF) e principalmente para mim que posso e ‘DEVO ESTAR SIM’ entre os
melhores” (veja abaixo).
Crédito: Reprodução Instagram
A postagem no Instagram vai contra as orientações no Oficio
C.A./001/2020 assinado pela Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação
Paulista de Futebol (FPF) Ana Paula Oliveira para a arbitragem nas Series A1,
A2 e A3 2020.
O documento, que no seu início frisa as palavras Compromisso,
Competência, Coragem, Critério e Confiança, diz no item 13 que o árbitro deve
manter discrição nas redes sociais, incluindo grupo particular de whatsapp,
evitando posts e comentários a respeito de clubes, comentários sobre jogos
passados ou futuros e informações sobre os árbitros, a competição e a comissão
de arbitragem (abaixo).
Crédito: Reprodução FPF
Pelo jeito o recado e o pito dado por Bizzio no Instagram foi
aceito e está sendo obedecido pela comissão de arbitragem da FPF que passou a
escalar o arbitro em todas as rodadas, inclusive dobrando em uma delas. Fosse
outro árbitro que usasse as redes sociais para reclamar, se auto promover ou
reivindicar algo teria sido afastado sumariamente das escalas e esquecido de
vez na geladeira.
Pelo visto tem uns que são imunes e ou protegidos a tal ponto que
podem agir contrariando as normas e os regulamentos sem que sofram qualquer
punição ou represálias.
Proteção
Leandro Bizzio Marinho tem 41 anos de idade (26/09/1978), viveu seu
apogeu na arbitragem sob a proteção de Marcos Cabral Marinho de Moura, mais
conhecido como Cel. Marinho, quando este foi presidente da comissão de
arbitragem da FPF, de 2005 a 2015 e da CBF, de 2016 a abril de 2019.
Sob as asas do Coronel, Bizzio atuou nas finais do Paulistão de 2017 (no segundo
jogo entre Corinthians e Ponte Preta) e 2018 (na primeira partida entre
Corinthians e Palmeiras).
Só para que se tenha uma ideia do tamanho da suposta proteção, em 2018 o
WhatsApp foi escalado em 10 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro e caiu
para zero em 2019 com a saída de Marinho e a chegada de Leonardo Gaciba na CA/CBF.
Sua última partida pela FPF tinha sido no dia 26 de outubro de 2019
pela segunda divisão e desde então estava na geladeira do apito.
Polêmicas
Se ele é polêmico dentro de campo devido as várias lambanças ao
longo da carreira, fora dele, seu pilar social -palavra muito usada na
arbitragem, mas ignorada para certos árbitros, não condiz com o que recomenda e
orienta as comissões de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
e da Federação Paulista de Futebol (FPF) que contam com diversos profissionais a
serviço dos árbitros, incluindo psicólogos - não condiz com as exigências das entidades para um árbitro de futebol.
Em 2018 entregou fora do prazo sua inscrição anual de árbitros e de
outros colegas do litoral para temporada 2019 na sede da FPF quando as
diretrizes diziam que tinha que ser entregue na sede do Sindicato dos Árbitros do
Estado de São Paulo (Safesp) até a data limite. Até hoje não se sabe quem deu a
autorização para entregar os documentos fora do prazo na FPF. Alguns dizem que
teria sido por interferência de uma funcionária com quem supostamente mantinha
relação amorosa à época, outros dizem que teria sido a própria corregedora, que
também seria supostamente simpatizante do árbitro.
Na ocasião conversei com a corregedora Margarete Barreto na sede da
entidade e a mesma garantiu não ter autorizado ninguém receber a inscrição fora
das normas e muito menos ter tido qualquer tipo de relação com o árbitro que
afirmou sequer conhecer.
O certo é que não foi informado e ninguém sabe até hoje quem e o
sob quais motivos autorizou a funcionária da CEAF/FPF receber a inscrição de
Bizzio e de seus colegas de forma irregulares conforme as diretrizes daquele
ano. Uma sujeira nas dependências da FPF jogada para debaixo do tapete.
Pilar social
Em 2016 recebi uma denúncia de uma advogada que dizia ser namorada
do árbitro WhatsApp. No relato disse que durante o namoro teria sido traída com
uma professora de zumba de Atibaia e que desta infidelidade teria nascido uma menina.
Nada demais para os padrões da atualidade se não tivesse, segundo ela,
supostamente se recusado a pagar pensão, o que terminou na justiça como mostra o
processo abaixo. Não dá para saber detalhes do ocorrido e seu desfecho final após a primeira decisão judicial, pois correu sob
segredo de justiça (veja abaixo).
Durante o processo o árbitro continuou atuando normalmente tanto na FPF como na CBF. Não se sabe se por desconhecimento das comissões, tendo em vista que ninguém atuava caso tivesse pendencias judiciais ou se alguém abafou o caso permitindo as escalas
Na época desta denuncia procurei Leandro Bizzio que fez algumas ameaças, bloqueou contato e não respondeu mais minhas mensagens. Mas caso queira se pronunciar, o espaço esta aberto.
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