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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Escudo FIFA vira moeda de troca na eleição da CBF

Escudo árbitro FIFA - Crédito: divulgação

Que o jogo está pesado na eleição da CBF não é novidade para ninguém que acompanha os bastidores. Novidade no tabuleiro e alçado a condição de candidato com a desistência de Ednaldo Rodrigues, Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, tenta consolidar uma chapa que conta atualmente com o peso da maior federação de futebol do país juntamente com outras sete federações estaduais e 30 clubes, entre eles todos os grandes de São Paulo. Reinaldo conta ainda com  apoio, principalmente monetário, de uma das Ligas (Liga Forte União) em sua pré-candidatura o que aumenta substancialmente o poder de fogo do paulista de Taubaté.

Apesar de sempre ter sido uma espécie de lambe botas e subservientes de dirigentes como Eduardo Jose Farah e Marco Polo del Nero, de quem ficou à sombra durante vinte anos (1996 a 2015) ocupando a vice presidência da FPF, Bastos adquiriu experiência, conquistou alguns aliados e mesmo sendo odiado e considerado traidor pela maioria dos dirigentes, tem apoio considerado, não pode e não deve ser subestimado.

Com o apoio já anunciado, Reinaldo Carneiro tem 67 votos. Ele precisa de 71 para ser eleito. Segundo informações, o presidente da FPF teria mais "5 times da Série B fechados com ele" e, caso seja verdade e não haja mudanças de lado, com 72 votos seria eleito, já que o colégio tem 141 votos no total.

Dos dirigentes de federações aliados ao paulista, praticamente todos tem promessa de cargo na diretoria e gordos salários, na casa dos 200 mil mês, em uma eventual vitória. A tática do opositor Flávio Zveiter seria cooptar aliados de Reinaldo, mas comenta-se nos bastidores que para mudar de lado, o valor estaria na casa dos 10 milhões de reais e outras regalias.

Sob presidência de Ednaldo, o baiano Luanderson Lima foi promovido à FIFA no mesmo ano de sua estreia na Série A do Brasileiro - Crédito foto: CBF

Outra moeda de troca, essa sem valor monetário, mas de barganha política, é o escudo FIFA para a temporada 2024. Comenta-se que Wagner Magalhães, da federação do Rio de Janeiro, aliada de Zveiter, perderia o escudo que seria herdado por Rodrigo Pereira, de Pernambuco, cujo presidente, Evandro Carvalho, é aliado e muito próximo a Reinaldo Bastos. Como as indicações ao quadro FIFA é mais politica que por meritocracia, as tratativas para alçar o jovem e inexperiente pernambucano ao quadro internacional só demonstra a bagunça e falta de critérios do comando da arbitragem brasileira.

Por fim, também se comenta nos bastidores que caso Flávio Zveiter vença a eleição, a idade limite para árbitros no país voltaria a ser de 45 anos para todos e não só para alguns privilegiados, que seria vedado a participação de árbitros atuantes em sindicatos e associações e que só atuaria árbitros associados a ANAF – Associação Nacional dos Árbitros de Futebol. A título de informação, atualmente para atuar nas competições da CBF, todos os árbitros do quadro nacional, obrigatoriamente devem ser associados da ABRAFUT por imposição de Wilson Seneme sob ordens do ex-presidente Ednaldo Rodrigues.

Caso vença Reinaldo, pouca coisa mudara com os oportunistas continuando no poder e dividindo entre si o bolo monetário da entidade. Já o projeto falido da arbitragem continuará o mesmo até implodir por erros sucessivos como vem ocorrendo nos últimos anos. Já com a vitória de Zveiter, as mudanças serão obrigatórias com uma grande faxina em todos os setores iniciando pelo presidente da comissão de arbitragem e de seus aspones.

A eleição provavelmente deve ocorrer entre o fim deste mês e início do próximo quando todas essas indagações serão esclarecidas.

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