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quarta-feira, 15 de maio de 2024

Morte de árbitro em teste físico no RJ:  FERJ cria comissão abafa

Feliphe da Cunha Oliveira Cabral da Silva - Foto crédito: Internet/Instagram

A FERJ - Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro - anunciou a criação de uma comissão para apurar a morte do árbitro Feliphe da Cunha Oliveira Cabral da Silva, de 30 anos, na semana passada. Feliphe passou mal durante teste físico realizado no sábado (4/5) e morreu cinco dias depois e segundo testemunhas, que também realizaram os testes, teve seu socorro negligenciado, que inclusive pode ter contribuído decisivamente para sua morte.

Fazem parte da Comissão Especial de Sindicância Administrativa (CESA) Felipe Bevilacqua, Auditor do Pleno do STJD - Superior Tribunal de Justiça Desportiva -; Cláudio Roberto Pierucceti Marques - Procurador do Estado do Rio de Janeiro; Dilson Neves Chagas - Auditor do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Rio de Janeiro -; Ana Beatriz Busch Araújo - Coordenadora Médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU/RJ -; Emanuel Godoi - Diretor do Departamento de Medicina e Saúde da FERJ e Salmo Valentim - Presidente da Associação Nacional dos Árbitros Futebol (ANAF).

Quando se cria uma comissão e abre uma sindicância o que menos se quer de verdade é apurar algo. Essa sindicância criada pela FERJ não tem outro objetivo a não ser mascarar os fatos e deixar o tempo passar para que a morte do árbitro, sob serviço da FERJ, caia no esquecimento.

O árbitro Feliphe da Cunha Oliveira passou mal no sábado, ficou cinco dias internado entre a vida e a morte perambulando por um hospital e outro, enfrentou a falta de estrutura da saúde e o descaso da FERJ que, não só o abandonou, mas ignorou seu problema grave de saúde e só confirmou o incidente horas após ser noticiado nas redes sociais do jornalista Marçal. Feliphe morreu na quarta-feira de manhã, fato noticiado às 15:47h no site www.apitonacional.com.br e nas redes sociais do Marçal, mas a morte só foi noticiada e confirmada pela FERJ às 20:41 no site oficial da entidade. Até então a Federação permaneceu em silêncio, não tomou nenhuma providência e sequer confirmou a morte, o que teria passado despercebido não fosse as redes sociais.

Paulo Barroso - Instrutor físico FERJ - Foto crédito: Úrsula Nery/FERJ

Ao convidar representantes da sociedade civil e de entidades do futebol, como ANAF, TJD/RJ,  STJD e SAMU, a FERJ só quer criar fatos para fugir das responsabilidades e principalmente de ser responsabilizada civilmente pela morte arcando com indenização milionária para a família do jovem árbitro que morreu estando a serviço a FERJ.

O que é de se estranhar mais ainda são as entidades, que devem ser sérias, se prestarem a este serviço com claro objetivo de dar credibilidade para a FERJ tendo em vista que é um assunto estadual, pois o árbitro não é do quadro nacional e não se enquadra nos possíveis representados da ANAF conforme estatuto social desta entidade e mesmo caso fosse, não seria, pois hoje está entidade, que já foi respeitada e a maior da categoria no país, não tem um quadro associativo para representar. O mesmo se aplica ao STJD e ao SAMU, pois a ambulância que estava prestando assistência nos testes, era contratada e não tem qualquer relação com o órgão de serviço de atendimento móvel de urgência.

Feliphe morreu, já está enterrado e sua família chora e sofre sua ausência, mas a FERJ e outros usam seu cadáver de forma midiática com a clara intenção de mostrar uma preocupação que não tiveram no momento que este passou mal e nem com sua morte dias depois. 

Este Blog espera que a justiça, a de verdade, não a formada por ‘amigos’ da FERJ, apure todo ocorrido, como as denúncias que chegaram ao Blog onde teriam deixado Feliphe desacordado dentro da ambulância minutos cruciais esperando pelo fim dos testes para ser levado até o hospital. Segundo informações, as justificativas dadas por Paulo Barroso, instrutor físico do DEAF e responsável pelos testes, teriam sido que caso a ambulância fosse para o hospital e se ausentasse do local dos testes, este teria que ser paralisado por falta de ambulância.

A denúncia é muito grave e, caso tenha ocorrido de fato, pode ter contribuído decisivamente para a morte do árbitro.

Deixem Feliphe descansar em paz!

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