A Era Cintra: entre
coaching, política e estagnação
A Comissão de Arbitragem
da CBF iniciou em 2025 um novo ciclo sob a liderança de Rodrigo Martins Cintra.
Longe do apito há quase 20 anos, sem experiência em gestão e conhecido nos
bastidores como “Pavão do Apito”, Cintra assumiu em meio a desconfiança geral.
O modelo de “coaching”
aplicado à arbitragem
Segundo uma fonte na CBF, Cintra promove encontros
presenciais no Rio de Janeiro com a promessa de elevar o rendimento dos
árbitros. Porém, o conteúdo exposto causa perplexidade: cerca de 15 minutos de
orientação técnica, seguidos de longas palestras motivacionais típicas de coaching
– definição de sonhos, metas e obstáculos.
Na prática, os árbitros
saem com frases feitas, mas o rendimento em campo permanece o mesmo, ou seja,
sofrido e questionável.
A falta de diálogo com o
futebol real
Um dos pontos centrais é
o isolamento da comissão. Cintra não conversa com presidentes de clubes, não
dialoga com federações e ignora a voz das arquibancadas. A arbitragem vive em
redoma, alheia ao futebol real.
A gestão dividida: Cintra
e Péricles
Na prática, a comissão
funciona em duas frentes: Cintra cuida do campo e Péricles Bassols do VAR. Mas
em vez de integração, há conflito. As orientações mudam ao sabor da repercussão
midiática, sem projeto estruturado.
O slogan “arbitragem sem
fronteiras”
O lançamento do bordão “arbitragem
sem fronteiras” parecia ousado, mas se revelou instrumento político. Cursos
foram espalhados por estados sem calendário, servindo mais como moeda de troca
com federações do Norte do que como medida de qualificação.
Acúmulo de funções e
suspeitas de isenção
Inspetores e analistas
como Eveliny Pereira, Marcelo Van Gasse e Regildenia Moura, e outros chegaram a
atuar em três jogos na mesma rodada. Como manter isenção, qualidade e focar no
trabalho.
Seria como uma pessoa ter
três empregos em um: Escala, avalia, viagem, dá o feedback do que avaliou;
instrução, viajam para cursos e jogos no exterior. Quem pode melhorar a
arbitragem desta forma?
A influência política de
Samir Xaud
Por trás da comissão está
o novo presidente da CBF, Samir Xaud, de Roraima. Amparado por apoios políticos
e decisões judiciais que suspenderam investigações, assumiu o comando de uma
confederação que movimenta bilhões, mesmo vindo de um estado sem tradição nem
estrutura no futebol.
A sucessão de presidentes
e o padrão de fracasso
Cintra sucedeu Wilson
Seneme, cuja gestão foi marcada por autoritarismo, salário milionário e assédio
moral explícito contra árbitros e inspetores. Antes dele, Leonardo Gaciba durou
pouco. Antes ainda, o Cel. Marinho estruturou o VAR, mas caiu na turbulência
política da CBF.
O padrão se repete:
discursos novos, práticas velhas, resultados decepcionantes.
Conclusão
A era Cintra não inaugura
um novo ciclo. Pelo contrário, repete vícios históricos: improvisos, vaidades e
política. O que deveria ser trabalho sério virou espetáculo de coaching e
autopromoção.
O diagnóstico é claro: a
arbitragem precisa de dirigentes dedicados em tempo integral, abertos ao
diálogo com clubes, federações e torcedores, focados em meritocracia e evolução
técnica.
Enquanto isso não acontecer, seja quem for o comandante, a credibilidade seguirá em queda.
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