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quarta-feira, 12 de março de 2014

Inimigo oculto

XV encontro de árbitros promovido pela AAGSP no Museu do Futebol em São Paulo reúne amigos e... inimigos!
No ultimo sábado, dia 08 de março, data em que foi comemorado mais um dia internacional da mulher, a Associação dos Árbitros da Grande São Paulo (AAGSP) realizou o seu XV encontro de árbitros. Lamentavelmente a direção da associação vetou a cobertura do evento por parte do Apitonacional por, talvez não concordar com nossa linha de investigação, pelas criticas recebidas e matérias reproduzidas retratando denuncias contra seu presidente Marcos Fabio Spironelli ou até mesmo por temer que verdades ditas durante o encontro viessem à tona. O evento foi abaixo das expectativas dos organizadores devido à baixa presença de árbitros e convidados. Segundo informações, vários assentos do auditório do "Museu do Futebol" que fica nas dependências do estádio do Pacaembu onde foi realizado o evento, ficaram vazios.

Palestrantes do apito revezaram durante o dia onde deram seus depoimentos e contaram suas historias e experiências vividas na arbitragem. Entre os palestrantes estava Arthur Alves Junior, endeusado agora pela direção da AAGSP devido ao cargo que ocupa nas FPF, mas que de forma involuntária ou não, eu acredito na segunda hipótese, tanto mal já fez a um ilustre membro desta família.

Arthur recebendo homenagem das mãos de Marcos Fabio Spironelli - Foto AASGP

Arthur Alves dispensa comentários, todos que militam na arbitragem sabe quem é, mas nem todos conhece seus modus operandi. Para alguns desavisados é bom informar que ao mesmo tempo em que é presidente do Safesp (Sindicato dos Árbitros de São Paulo), também é membro da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol. Mas você que me lê neste momento deve estar perguntando por que cito sua participação no encontro e as funções do dirigente sendo que todo mundo já sabe que arthuzinho é um autentico pelego (gíria sindical), que serve aos empregados (no caso os árbitros) e aos patrões (no caso a FPF) ao mesmo tempo?

Calma, eu explico abaixo!

A história é um pouco longa e para ser mais didático, vou usar a linha do tempo.

No inicio de 2005 a FPF trocou a sua comissão de arbitragem, na época, todos os membros que assumiram foram por indicação das entidades. Assim, o presidente Fran Papaiordanou e o vice José Manuel Evaristo (pode voltar quando a FPF passar a ser comandada por Reinaldo Carneiro Bastos) foram indicados pela FPF. Sérgio Corrêa da Silva pelo sindicato dos clubes, Alfredo Loebling pelo sindicato dos atletas e Arthur Alves Junior e Carlos Donizeti Pianosqui pelo sindicato dos árbitros. Eles substituíram José Manoel Evaristo, Almir Laguna e Abel Barroso Sobrinho, membros da antiga comissão.

Como podemos notar, Arthur assumiu um cargo na FPF por indicação de Sérgio Corrêa quando este era presidente do sindicato paulista. Tempos depois, Arthur deixou o sindicato - alguns dizem que ele foi expulso - para se dedicar a FPF tendo em vista que não fazia mais o mesmo trabalho como diretor de arbitragem do Safesp ocasionando varias reclamações de clubes contra a entidade dos árbitros.

Após o escândalo “Máfia do Apito” em outubro de 2005, com a participação efetiva dos árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon – segundo a Policia Federal -, A FPF destituiu a comissão indicada pelas entidades e colocou verdadeiros cães de guarda para vigiarem os árbitros. Colocou um coronel na chefia do apito (Marcos Cabral Marinho) um major na ouvidoria (Silas Santana) e um delegado da civil na corregedoria (Bento da Cunha).

Como o presidente da comissão (Marinho) não entendia nada de arbitragem, a FPF manteve na comissão Arthur Alves Junior e Carlos Donizeti Pianosqui com o sindicato dos árbitros indicando Almir Alves de Mello como membro.

Como já tinha experiências anteriores como diretor de árbitros do sindicato, Arthur assumiu rapidamente as escalas tendo em vista que o presidente Marcos Marinho nem fazia ideia de como escalar os árbitros nas diversas competições da entidade. Pra ser mais exato, o mais próximo que Marinho tinha passado de um árbitro era quando dava segurança a este como chefe da tropa de choque da Policia Militar nos estádios de futebol. A dobradinha deu tão certo que nove anos depois, Arthur se tornou tão intimo de Marinho a ponto de ser padrinho de casamento deste que por sua vez usa suas patentes e prestigio para proteger Arthur como em um recente episódio onde o presidente da FPF Marco Polo Del Nero teria pedido sua cabeça.

Ranking

Em 2006, Marcos Cabral Marinho aceitando sugestão de Sérgio Corrêa, então membro da CEAF paulista, incumbiu a Arthur Alves Junior a tarefa de implantar o ranking da arbitragem paulista. Arthur selecionou, organizou e classificou uma lista com os nomes dos árbitros aprovados por Marinho que como já disse, não entendia nada de arbitragem, só de cavalos da tropa de choque da Policia Militar. 

Como o sistema era novo, o critério adotado pelo dirigente foi o pessoal quando o normal teria sido colocar na lista por ordem decrescente os árbitros FIFA do estado e logo abaixo os que tinham sido RENAF (quadro da CBF) no ano anterior (2005) seguido pelos demais.

Sem atentar para esse detalhe, Arthur cometeu uma tremenda injustiça quando classificou Marcelo Rogério como o 37º do ranking o que fatalmente tirou o bom árbitro do quadro da CBF em 2006 e 2007, pois São Paulo teve o direito de indicar 23 árbitros em 2006 e 21 em 2007 e por força do regulamento da arbitragem paulista (RGA) que diz no Capitulo 3 artigo 20 paragrafo 5: “Ser indicado para o Quadro Nacional de Árbitros na ordem crescente da classificação geral” (veja abaixo).


Em 2007 Marcelo Rogério despencou para a 56ª colocação no ranking, em 2008 passou a ocupar a 30ª posição, em 2009 a 24ª e em 2010 retornou a categoria Ouro que lhe dava o direito de fazer parte novamente da Renaf, mas não pode mais ser reintegrado pela CA-CBF, pois o regulamento dizia que para o reingresso* de arbitro, o candidato não poderia ter mais do que 33 anos e Marcelo tinha 36 anos.

Veja abaixo o ranking de 2006 e 2007


Um amigo

Eu tive o prazer de conhecer e viajar algumas vezes com Marcelo Rogério, posso afirmar que é um excelente caráter e uma ótima pessoa. Diria que foi um companheiro que tive o prazer de ajudar a vencer algumas batalhas, entre elas uma em Capivari onde foi agredido após expulsar um jogador do time da casa. 

Marcelo sempre carregou nas costas o pesado fardo de ser filho de quem é. Por ter sido uma pessoa que teve poder e decidiu sobre carreiras de pessoas, Gustavo Caetano fez alguns "inimigos ocultos" que não tiveram como ou tempo para irem a desforra e descarregaram toda a raiva em cima de seu filho como forma de vingança. Fora essas perseguições e concentrado é um bom árbitro, que nunca foi caseiro, coisa rara de se ver hoje em dia e assim como tantos outros foi vitima dos mandos e desmandos de Arthur Alves Junior, como mostra os documentos neste post, o responsável por sua carreira não ter sido mais promissora a nível nacional.

Sei que apesar do relatado acima Marcelo e sua família mantem uma estrita amizade com Arthur, provavelmente caíram nas palavras do encantador de serpentes e minha função como amigo e como imprensa é de alertar um bom moço de que nem tudo que reluz é ouro e que nossos inimigos às vezes estão mais próximo do que achamos.

Marcelo Rogério e Arthur Alves Junior - foto divulgação Internet

Em uma entrevista concedida ao site da entidade da família, Marcelo disse que sua maior decepção na arbitragem foi ”Ter sido vitima de uma armação, fruto de pessoas maldosas e que impediram minha carreira em nível nacional. Fui sacado do Quadro Nacional por uma canetada nojenta por simples demonstração de poder. Mas, aqui se faz aqui se paga”.

Decepção também compartilhada pelo seu pai Gustavo Caetano Rogério que em uma entrevista concedida ao mesmo site disse “a maldade constante das pessoas do meio, que fazem trampolim nas costas de pessoas sérias para tirar proveito e se locupletarem em cargos ou posições. Acendem uma vela para Deus, ao mesmo tempo em que agem diabolicamente, e assim o foi comigo”.

Gustavo Caetano certamente não disse essas palavras direcionadas à pessoa certa, pois as evidencias apontam para Arthur como o responsável pelo ato que trouxe tanto rancor e ódio, pois o mesmo foi presença de destaque inclusive sendo homenageado no ultimo evento da empresa da família (AAGSP).

Devido à elevada faixa etária nacional dos árbitros e os resultados das avaliações, a CA-CBF fez um corte de 30% na Renaf de 2006 e de 10% nos anos seguintes. A partir de 2007, reduziu também de forma gradativa pela idade. Antes o reingresso era até 35 anos, depois foi rebaixado para 33 anos e 30 como critério atual.

Marcelo Rogério

Nasceu no dia 10 de outubro de 1971, é microempresário no ramo de chaves, formou-se árbitro em 1998 e desde então já apitou centenas de partidas em todas as series da Federação Paulista e brasileiro entre elas uma semifinal de Paulistão, em 2010 e um Corinthians e Palmeiras em 2012.  

Segundo um rápido levantamento dos seus jogos pela CBF, foram 80 no total: De 1999 a 2002 atuou em 2 jogos como árbitro e 35 jogos como quarto árbitro. Em 2003 atuou em 8 jogos como quarto árbitro. Em 2004 foram 17 jogos como quarto árbitro. Em 2005 atuou em 5 jogos na Série C como árbitro e 13 como quarto árbitro. Em 2006 deixou o quadro da CBF sem nunca ter apitado uma partida da série A do brasileiro.

É filho de Neuza Gerônimo Rogério e Gustavo Caetano Rogério (foto ao lado), ex-homem forte da FPF por duas décadas (1980 a 2002), CBF e Conmebol. Gustavo Caetano foi um ícone da arbitragem, um dos homens que mais conheciam a arbitragem do Estado e suas regras.

Obs. Por só gostar de elogios e devido as criticas recebidas, Arthur Alves Junior não fala mais com o blog do Marçal e nem com o Apitonacional. Mesmo assim, o espaço esta aberto para ele ou qualquer outra pessoa citada na matéria.

Frase: "Não há maior cego do que o que não quer ver" (provérbio chinês).

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu Deus! Sempre achei que a canetada vinha do Coronel Marinho e por desconhecer o grupo ter errado. Agora sei a verdade! Pena que o Marcelo tenha sido prejudicado. A CBF poderia intervir na época e evitar que isto ocorresse ou a prerrogativa é do estado?
Acho que dá tempo de recuperar e indicar o rapaz. Seria uma forma de reparar isto.
Diz a lenda que se vc faz aqui, aqui vc paga. Mas o que o Marcelo fez para pagar ou será que quem esta pagando nem sabe disto.