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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Lambanças no Morumbi
Análise da partida São Paulo 3x1 Coritiba 
Quando se faz uma análise de arbitragem, alguns aspectos tem que ser levado em consideração como a fase da competição que a partida é disputada, fator campo e principalmente a rivalidade entre os clubes envolvidos no confronto. Esses fatores juntos dão o grau de dificuldade da partida, diz se ela é considerada de dificuldade alta, média ou baixa. Essa teria sido de baixa dificuldade, mas a arbitragem tratou de mudar o grau.
Alguns ‘entendidos’ de arbitragem, especialmente os que fazem as escalas, frisam que tem que ser levado em consideração também a experiência do árbitro, coisa que discordo completamente, pois para mim, Serie A de Campeonato Brasileiro não é competição para fazer experiências. Para isso já existem as series D, C e B e até mesmo a Copa do Brasil nas partidas das fases iniciais.  
Como brilhantemente disse para mim um importante dirigente do apito Brasileiro que concordo plenamente: "Série A é outro campeonato! Eles não estão num parque! É uma das maiores competições do planeta! Tem que suar a camisa!"
A partida
As onze horas de ontem, domingo, dia 12 de julho, jogaram São Paulo e Coritiba em uma manhã de muito sol na Capital Paulista. A partida foi valida pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A de 2015. O tricolor ganhou por 3x1 com a presença de quase sessenta mil torcedores, mas apesar do grande publico (recorde do campeonato), o destaque foi para a arbitragem e infelizmente de forma negativa. Foram tantos erros, especialmente no primeiro tempo, que a manchete retrata com precisão o ocorrido, pois vários lances de impedimentos foram anotados ou não de forma equivocadas. Mas não parou por aí, ainda ocorreu pelo menos duas lambanças da arbitragem que marcaram a partida como algo triste a ser esquecido.
Análise da partida lance a lance 


00' - Logo aos 0,40’ segundos da partida a arbitragem já deu mostra do que viria pela frente. Leandro Silva do Coritiba fez falta na entrada da área no são-paulino Alexandre Pato, apesar da plástica do atacante que valorizou, a jogada foi dura mais poderia ser administrada, mas o árbitro, Alisson Sidnei Furtado (TO), após pressão dos jogadores do tricolor, meteu a mão no bolso e amarelou o zagueiro. O amarelo foi um salvo conduto ao jogador que depois, durante a partida, fez outras faltas em intensidade maior e não foi advertido como se deveria se fosse seguido o critério.
7’ – Michel Bastos do São Paulo cruzou a bola que desviou em Rodrigo Ramos do Coxa para escanteio, mas a arbitragem confirmou o tiro de meta. Detalhe: O árbitro estava bem colocado, de frente pro lance e absurdamente não viu o desvio no lateral.
14’ – Centurión fez o primeiro gol da partida em impedimento após receber cruzamento de Pato. Errou feio o assistente Gilvan Cavalcante dos Santos Medrado, um veterano com quinze anos de arbitragem nas costas e que abusou de cometer erros durante o confronto. O taxista em Palmas só não foi o pior da partida por conta do atacante Ganso do tricolor paulista, um peso morto que errou todos os lances que tocou na bola durante o tempo que permaneceu na partida. Seu melhor lance foi o chute que deu em um copo de água fora de campo em protesto por ser substituído.
19’ – Mizael do Coritiba fez falta dura em Centurión, desta vez o árbitro administrou bem o lance apesar da pressão por cartão amarelo.
39’ – LAMBANÇA 1 – Em um contra-ataque, o tricolor Centurión recebeu passe de Luís Fabiano em posição legal pouco a frente da linha do meio de campo, bem próximo do assistente Gilvan Cavalcante que assinalou impedimento. Em um primeiro momento o árbitro deixou a jogada prosseguir - não pode dizer que não foi avisado, pois existe o som da bandeira e o ponto eletrônico – mas voltou atrás invalidando o gol do atacante atendendo o assistente que ficou feito uma múmia no meio do campo com a bandeira levantada. Tivesse o árbitro coragem, teria se consagrado no lance.
49’ – Para alivio de seu comandante, encerrou o primeiro tempo após quatro minutos de acréscimo, dentro do padrão atual, mais perigoso pela atuação desastrosa da dupla de Tocantins até então.


2’- O assistente Gilvan Cavalcante deu mostra que o intervalo não foi o suficiente para esfriar a cabeça e colocar os reflexos no lugar, errou mais um lance, desta vez assinalou impedimento de forma equivocada do atacante Marcos Aurélio do Coxa.
4’ – Alisson Furtado advertiu de forma acertada o atacante tricolor Luís Fabiano. Aliás, este jogador já deveria entrar em campo toda partida já advertido com amarelo e assim poupar o trabalho dos árbitros.
6’ – Acertou um – Até que enfim o assistente Gilvan Cavalcante acertou um lance. Assinalou impedimento do Coxa acertadamente. PARABÉNS!
8’ – Alisson Furtado mostrou de forma equivocada cartão amarelo para o jogador Henrique do Coritiba por falta normal em Thiago Mendes. Antes, houve outras jogadas bem mais duras sem que o amarelo fosse mostrado.
14’ – Gol do Coritiba – Marcos Aurélio em linda jogada no ataque, dribla Rogério e toca pro fundo do gol para diminuir o placar.
24’ – O outro assistente, Alessandro Matos - aquele com quem ninguém da arbitragem gosta de trabalhar -, até então discreto na partida, apareceu assinalando impedimento de Luís Fabiano. Voltou a anotar outros dois do atacante logo depois, aos 39 e 43. Todos de forma acertada.
35’ – Acerou de novo – Aleluia! O assistente Gilvan Cavalcante acertou de novo. Flagrou atleta do Coxa três metros a frente do defensor. PARABÉNS!
45’ – Talvez o maior acerto do árbitro na partida. O atacante Negueba  do Coritiba tentou o drible no meio de campo, mas no choque normal perdeu a bola para Matheus Reis e se jogou. O árbitro acertadamente mandou a jogada seguir e alguns jogadores do Coritiba pararam no lance. Abriu então um buraco na defesa e Alexandre Pato aproveitou para em velocidade marcar seu segundo gol e terceiro do tricolor dando números finais a partida.
46’ – Já nos acréscimos e após o terceiro gol do tricolor, Luccas Claro do Coxa foi advertido com cartão amarelo por reclamação.
49’ – LAMBANÇA 2 - Com mais quatro de acréscimo terminou a partida, mas antes, teve tempo pra mais uma lambança para fechar a partida com chave de ouro. Luís Fabiano recebeu lançamento, dominou, girou e chutou marcando o que seria o quarto gol do tricolor do Morumbi, mas o árbitro tinha apitado fim de jogo no momento do arremate do atacante. A lei do jogo permite que ele tome essa decisão, isso ninguém contesta, mas poderia ter encerrado antes, quando a bola estava em local neutro ou aguardar a conclusão do lance. Mostrou imaturidade e falta de bom senso chamando pra si, de forma negativa, os holofotes de um jogo fácil de arbitrar.
Analise da arbitragem
Partida horrorosa da arbitragem e que deve ser esquecida rapidamente pelo árbitro e pelo assistente tocantinense, devido aos inúmeros erros e lambanças cometidos durante o confronto.
A Comissão de arbitragem da CBF esta dando as oportunidades, isso é inegável, mas parece que alguns árbitros estão sendo lançados ainda muito verdes, sem passar pelos devidos jogos nas divisões de acesso. No caso do árbitro analisado isso fica evidente, pois apitou poucos jogos a nível nacional, antes havia apitado apenas dezesseis partidas sendo seis jogos da serie B, dois da C e um da D em 2014 e quatro pela Copa do Brasil – todos de times sem expressão – um da série B e um feminino em 2015. Poucos jogos e tempo de CBF para ser jogado na arena com os leões.
O árbitro Alisson Sidnei Furtado está no seu segundo ano de quadro nacional, ocupa atualmente a 29ª posição no ranking CBF-1, tem vinte e oito anos de idade (05/03/1987), físico de Robocop, mas com agilidade de robô como maioria dos árbitros da atualidade e muito que aprender. Esta foi sua terceira partida na série A, antes havia apitado Goiás 0x1 Avaí e Atlético-MG 3x0 Vasco da Gama.
Na parte física, apesar de ser educador físico e devido ao tamanho, é lento nos movimentos, tem dificuldade nas corridas de arranque, principalmente nos deslocamentos tanto frontais quanto laterais. É raro ver ele enquadrado nas jogadas, sinal que esta sempre distante.
Durante o confronto, uma partida fácil de apitar, marcou 30 faltas (16 do São Paulo e 14 do Coritiba), dentro de sua média no campeonato e mostrou quatro cartões amarelos (um para jogadores do São Paulo e três para os do Coxa). Se tivesse marcado pelo menos dez faltas a menos, teria sido de bom tamanho, assim como nos cartões que com a exceção do mostrado a Luís Fabiano, foram desnecessários.
Na partida de ontem no Morumbi mostrou ser uma pedra bruta, que lapidado pode até brilhar, mais dificilmente um dia vai virar diamante. Sinceramente espero que Alisson Furtado prove que estou equivocado, pois até hoje só um árbitro conseguiu isso e admiti publicamente. Trata-se do FIFA e candidato a próxima Copa do Mundo, Ricardo Marques Ribeiro de Minas Gerais.
Agora lamentável a atuação do assistente Gilvan Medrado (foto ao lado). Foi péssimo em todos os aspectos. 
Errou quase tudo que assinalou, principalmente nos lances decisivos contribuindo para a má arbitragem da partida. Se a intenção da CA-CBF era colocar um assistente experiente (38 anos) para dar segurança ao árbitro, o tiro saiu pela culatra.
Já o baiano Alessandro Rocha Matos, apesar da já conhecida arrogância e soberba, foi bem passando praticamente despercebido durante a partida.
Ficha técnica
São Paulo 3x1 Coritiba
Data: 12/7, às 11h - Local: Morumbi, São Paulo (SP).
Árbitro: Alisson Sidnei Furtado (TO).
Assistentes: Alessandro Rocha (BA) e Gilvan Cavalcante (TO).
Público/Renda: 59.612 torcedores / R$ 1.333.055,00.
Cartões Amarelos: Luis Fabiano (São Paulo); Leandro Silva, Henrique e Marcos Aurélio (Coritiba).
Gols: Centurión, 14'/1ºT (1-0); Alexandre Pato, 46'/1ºT (2-0); Marcos Aurélio, 14'/2ºT (2-1); Alexandre Pato, 45'/2ºT (3-1).
Times 
São Paulo: Rogério Ceni; Thiago Mendes, Rafael Toloi, Lucão e Michel Bastos; Rodrigo Caio, Hudson (João Schmidt - 20'/2ºT) e Ganso (Boschilia - 32'/2ºT); Centurión (Matheus Reis - 10'/2ºT), Alexandre Pato e Luis Fabiano. Técnico: Juan Carlos Osorio.

Coritiba: Wilson; Rodrigo Ramos (Negueba - intervalo), Luccas Claro, Leandro Silva e Henrique; Fabrício (Ivan - 5'/2ºT), Alan Santos (Esquerdinha - intervalo), Misael, Lúcio Flávio e Galhardo; Marcos Aurélio. Técnico: Ney Franco.
Frase: Aprendi que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu” (William Shakespeare).

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