É
preciso ter coragem!
Ao
pé da lei, estatuto de 2004 torna inelegíveis as duas chapas que concorrem
nas eleições do Safesp
A juíza Raquel Marcos
Simões, da 86ª Vara do Trabalho de São Paulo, ao decidir sobre as eleições do
Safesp (sindicato dos árbitros de futebol do estado de São Paulo) e determinar o regimento de 2004 como base para o pleito, não se
atentou, que ambas as chapas tornaram-se inelegíveis, o que anularia por si só
as eleições, ou ainda, na melhor das hipóteses, poderia pedir a substituição
dos membros inscritos irregularmente. E neste quesito não podemos culpar a
Comissão Eleitoral que aceitou e impugnou as chapas, baseadas no regimento de
2003.
Este Blog, independentemente de como possa ser rotulado, defende
desde o registro das chapas, que ambas serão danosas à gestão do sindicato por
entender que todos os membros inscritos, sem exceção, estão de alguma forma em
atividades no futebol profissional e, mais cedo ou mais tarde, não hesitarão em usar a
entidade em beneficio próprio.
O Regimento Eleitoral
de 2004, apresentado pela chapa opositora apenas quando do indeferimento de sua
candidatura, mesmo, segundo informações, tendo posse dele desde meados de julho
do ano anterior, determina em seu art. 5º que entre os impedimentos legais
estatutários esta impedido de disputar (inelegível) ou de permanecer
no cargo eletivo o associados que:
c) estiver em atividade
no futebol profissional;
d) não ter atuado por
pelo menos dois anos como árbitro ou assistente no futebol profissional (leia na integra).
Portanto, de acordo com
a alínea "c" deste artigo, Aurélio Sant´Anna Martins e Regildênia de Holanda Moura estão impedidos de concorrerem por pertencerem ao cenário do
futebol profissional, pois, ao entregarem o requerimento de inscrição no quadro
da FPF, realizarem as avaliações teóricas e físicas, participarem dos treinamentos
e pré-temporada, são do futebol profissional e estão momentaneamente atuando em
categorias amadoras por pedido oficial ou extra-oficial atendido
pelas comissões de arbitragem.
Se estivessem atuando somente no amador por outros
motivos, os candidatos de oposição já teriam questionado à comissão de
arbitragem da FPF por estarem atuando em categorias inferiores.
É preciso coragem para
que falem a verdade! Mas duvido que cheguem a esse ponto.
Arthur e Aurélio brigam na justiça pela presidência do Safesp
Por sua vez, também de acordo
com a alínea "c" do referido artigo 5º, Arthur Alves Junior e Carlos Donizetti Pianosqui
também estão atuando no futebol profissional, como analistas de arbitragem (Pianosqui) e dirigente de comissão de arbitragem e analista da CBF (Arthur). É preciso ter coragem para assumirem a
verdade!
Ainda de acordo com o art. 5º, mas pela alínea "d" o associado Jair de Godoy não tem atuação no futebol
profissional o que o impediria de concorrer ao pleito pela chapa da situação.
Também é preciso coragem para manifestar-se sobre estas situações, respeitar o estatuto
e esclarecer os associados.
Por que as chapas 1 e 2
não tiveram coragem de questionar a própria inelegibilidade de seus candidatos
ou questionar a legalidade da chapa concorrente? Porque ambos tem consciência que se for respeitado o estatuto ambos estariam inelegíveis.
Porém não podemos nos
esquecer de que essa situação foi justamente causada pela decisão impensada da
juíza.
Perguntas
Por que a chapa 1
(oposição) teve coragem de pedir a desconsideração de artigo específico de sua
irregularidade no que tange o direito de trabalhar e tomando "pito"
da magistrada e não teve a mesma coragem de divulgar na íntegra o pedido da
liminar que fez?
Por que a chapa 2 (situação) teve
coragem de peticionar medidas cautelares, mas, não teve a mesma para apresentar
a verdade sobre seus membros?
Espero e torço para que a Justiça
tenha coragem de determinar um processo eleitoral desde o seu início, que o
Safesp tenha coragem de nomear uma Comissão Eleitoral independente e que os
candidatos tenham coragem de renunciar aos seus cargos e/ou encerrar suas
carreiras de fato para que disputem legalmente e, sobretudo eticamente, as
eleições e por fim que o associado tenha coragem e atitude de ir às urnas para que sua vontade seja respeitada.
E como uns dizem, este
"especialista jornalístico", teve a coragem de escrever e de apontar o porque entende que nenhuma das duas chapas deveriam ser homologadas.
Obs. Segundo os
bastidores, duas decisões que podem mudar muitas coisas na eleição devem ser tomadas em breve.
A primeira é uma decisão
da juíza, que já retornou das ferias, a respeito dos questionamentos.
A segunda uma reunião, que já era para ter ocorrido, para aparar as
arestas e uma possível composição entre as duas chapas, que seria realizada na
semana passada, mas foi desmarcada por capricho do candidato de oposição. O
encontro, que conta com aval das duas chapas e pode ocorrer a qualquer momento, estaria sendo intermediado pela ANAF (Associação Nacional dos Árbitros
de Futebol) que quer por fim a este imbróglio que envolve o futuro do filiado mais importante.
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