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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Amapá: Ex-presidente continua mandando em sindicato mesmo com mandato vencido em janeiro

Calão entregando cestas básicas adquiridas com aporte da ANAF - Crédito: Diário do Amapá

Como amplamente divulgado aqui neste canal, a ANAF – Associação Nacional dos Árbitros de Futebol -, disponibilizou em maio, aporte financeiro de 3 mil reais para os sindicatos filiados usarem como auxílio aos seus associados para amenizar a crise por conta da pandemia do Covi-19 (leia). Prestação de contas e eleições regulares estão entre os critérios exigidos pela Associação para liberação dos recursos que foram destinados as entidades estaduais exclusivamente para auxiliar os associados (veja abaixo).

Mas no Amapá, a história contada foi bem diferente.

Segundo matéria publicada no dia 19 de agosto do presente ano no Diário do Amapá (leia), o Sindicato Estadual de Árbitros de Futebol do Amapá (Seafa) presidido, de forma supostamente irregular, por Carlos Augusto de Almeida Lima, distribuiu 45 cestas básicas para associados com os recursos de 3 mil enviados pela ANAF.

Segundo Carlos Augusto disse na matéria, o aporte da entidade nacional seria para ser usada nos preparativos das eleições internas, mas que, diante da dificuldade que os árbitros estão enfrentando sem os jogos, direcionou o dinheiro para compra das cestas básicas.

O que não é verdade, pois matéria no site da ANAF deixa bem claro que a verba é emergencial e para ser distribuída entre os associados para amenizar as dificuldades por conta da pandemia.

A fala do ex-dirigente do sindicato na matéria demonstra possíveis irregularidades que ele vem cometendo desde o dia 3 de janeiro quando findou o mandato da sua diretoria frente a entidade e mesmo assim continua como se ainda fosse presidente. Conforme diz a lei, nenhuma pessoa, sem mandato ou decisão judicial favorável nesse sentido, tem direito de falar, agir ou tomar qualquer decisão em nome do sindicato, inclusive não teria legitimidade para compor Comissão Eleitoral, possivelmente sem mandato.

A titulo de informação, a comissão eleitoral lançou edital referente as eleições no dia 8 de fevereiro. Difícil acreditar que a CE tenha sido composta antes do fim do mandato e só deliberado sobre eleição um mês depois.

Edital convocando eleições

Com o fim do mandato e sem uma nova diretoria eleita, o correto seria os associados em dia com suas contribuições, se reunirem em assembleia para eleger, entre eles, representantes para uma junta governativa para em um prazo estipulado, gerir a entidade, convocar eleições e dar posse a nova diretoria eleita.

Outra medida seria qualquer associado procurar o Ministério Público Estadual ou do Trabalho, munido de documentos para denunciar as possíveis irregularidades cometido pelo ex-dirigente que insiste permanecer no cargo mesmo com mandato vencido e assim se perpetuando no poder por conta da passividade dos árbitros amapaenses.

Carlão, como é mais conhecido Carlos Augusto, preside o sindicato desde 19 de dezembro de 2002 quando foi eleito pela primeira vez em eleição com chapa única e presença de Raimundo Américo Furtado, então presidente da Federação Amapaense de Futebol.

Entenda

A última diretoria do Seafa tomou posse no dia 2 de janeiro de 2018 com mandato até 2 de janeiro de 2020.

No dia 8 de fevereiro deste ano, a Comissão Eleitoral deu início ao processo eleitoral com votação prevista para 27 de março.

Em 23 de março, Inácio Barreto da Câmara, presidente da CE, suspendeu, por tempo indeterminado, a data da eleição, mantendo todos as decisões já homologadas.

Documento comprova que mandato da ultima diretoria terminou dia 02/01/2020

O que eles disseram

Tentei contato via whatsaap com Carlos Augusto, mas não recebi resposta até a publicação desta matéria.

Contatado para falar sobre a verba enviada ao sindicato do Amapá e o porque desta entidade ter recebido a verba mesmo não atendendo os critérios estabelecidos para todos, Salmo Valentim, Presidente da ANAF, não respondeu a mensagem até o fechamento desta matéria.

Contatado, Inácio Barreto da Câmara, presidente da CA, também não retornou mensagens e nem esclareceu a data que a CE foi constituída, se foi dentro do prazo legal e o porquê da demora em iniciar o processo tendo em vista que o mandato terminaria no início de janeiro.

Também solicitei o envio do Regimento Eleitoral para esclarecer muitas perguntas sobre a legalidade ou não dos atos do ex-presidente e da CE, mas tanto Carlos Augusto como Inácio Barreto ignoraram o pedido, o que configura falta de transparência e cerceamento de informação, não a este Blog, mas sim aos associados da entidade.

Inácio Barretos, Samuel dos Santos e Roberto Soares, membros da Comissão Eleitoral, são árbitros do quadro nacional da CBF e caso tenham conhecimento ou coniventes com as possíveis irregularidades nas eleições do SEAFA, se denunciados, podem responder procedimentos na corregedoria de arbitragem da CBF.

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