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segunda-feira, 14 de março de 2022

Federação Alagoana não paga árbitros, descumpre acordo e fere estatuto do torcedor

Os valores atrasados referente Campeonato Alagoano e Copa Alagoas ultrapassa os 110 mil reais; Sindicato dos árbitros omisso se cala

O Campeonato Alagoano de 2022 completou sua primeira fase neste último final de semana. Disputado por oito equipes, até aqui foram realizadas vinte e oito partidas, validas pela primeira fase.

A arbitragem, composta por vinte profissionais, sendo oito árbitros e doze assistentes, comandada pelos ex-árbitros Charles Herbert e George Feitosa, vem realizando um ótimo trabalho dentro de campo, sem maiores reclamações e legitimando os resultados.

Mas se a arbitragem cumpre o seu papel, o mesmo não ocorre por parte da Federação Alagoana de Futebol (FAF) e Sindicato dos Árbitros (Sindafal), que não mediram esforços para trazer o mega star Néstor Pitana, árbitro da abertura e final da última Copa do Mundo, para uma palestra motivacional na pré-temporada, onde juraram amor eterno aos árbitros, prometeram apoio e agora sequer cumpre compromissos assumidos com os profissionais referente as taxas de arbitragens não pagando, até aqui, um centavo sequer dos valores devidos.

Veja o que determina o Estatuto do Torcedor quanto à remuneração dos profissionais da arbitragem:

Art. 30. É direito do torcedor que a arbitragem das competições desportivas seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões. Parágrafo único. A remuneração do árbitro e de seus auxiliares será de responsabilidade da entidade de administração do desporto ou da liga organizadora do evento esportivo.  

Acordo

Segundo um árbitro, que não será identificado para que não possa vir sofrer represálias, pelo acordo entre SINDAFAL e FAF, as taxas seriam quitadas a cada três rodadas e as despesas de alimentação e transporte seriam pagas nos vestiários, dependendo do público, ou no máximo na semana seguinte.

Para piorar a situação e demonstrar a falta de união do grupo, a fonte disse ao Blog que árbitros do quadro CBF, especialmente Denis Serafim e Brígida Cirilo, principais árbitros de Alagoas na atualidade, teriam dito nos bastidores, que não ‘estariam nem ai’ se as taxas do alagoano não estão sendo pagas, pois estariam com os bolsos cheios devido as taxas recebidas em jogos da CBF.

A título de informação, Serafim fez três jogos pela CBF e Brigida Cirilo atuou em duas partidas.

Os valores

Levando em consideração que nas escalas disponibilizadas pela CEAF/AL, todos os árbitros são classificados como FAF, a postagem usara o menor valor para levantamento dos atrasados, valores que podem ser acrescidos caso tenha sido respeitado as categorias descritas no documento referente taxas de arbitragem que diferencia os valores pagos aos árbitros locais, CBF e FIFA.

Campeonato Alagoano

Até aqui foram disputadas sete rodadas do estadual, com quatro jogos cada, sendo disputados vinte e oito partidas no total. Cada jogo, pelo valor básico, só de taxas de arbitragem, tem um custo de 2.800 reais e multiplicando pelos pelo total, a FAF deve aos árbitros o equivalente a R$ 78.400,00 só desta competição.

Copa Alagoas

A Copa Alagoas, segunda competição mais importante do estado, disputada por 14 equipes, distribui uma vaga na Copa do Brasil e uma vaga na Série D do campeonato brasileiro ao seu campeão. Nesta competição a arbitragem também não viu ainda a cor do dinheiro das taxas.

Já foram disputadas sete rodadas da primeira fase com sete jogos por rodada. Levando se em consideração o valor mais baixo da tabela das taxas (650,00 por jogo), o valor devido, só de taxas de arbitragem aos profissionais, soma 31.850,00 reais.

Somando as duas competições, os valores atingem R$110.250,00 reais devidos aos árbitros. Esses valores podem chegar a 150 mil reais caso seja respeitado os acréscimos por categorias dos árbitros e valores de despesas de transporte e alimentação que também não teriam sido pagas nos vestiários conforme acordo.

Segundo a fonte, os árbitros tem que aceitar calado a situação para não sofrerem represálias. A fonte disse ainda que o SINDAFAL é omisso com a situação devido seu presidente Silvio Acioli ter cargo na Secretaria de Esportes do Governo Estadual sob ordens do presidente da CEAF Charles Hebert que acumula o cargo de Secretário de Estado.

Silvio Acioli e seu chefe Charles Hebert

Portal da transparência do governo alagoano

O Blog procurou a comissão de arbitragem da Federação Alagoana de Futebol, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria.

O Blog tentou, mas, por estar bloqueado, não conseguiu contatar Silvio Acioli, Presidente do Sindicato dos Árbitros de Alagoas e caso tenha alguma resposta, o post será atualizado.

Lambendo feridas do passado

Silvio Acioli não responde ao Blog devido não ter aceitado críticas ainda como árbitro na época de uma postagem de 2013 sobre o famoso ‘amigo teste’ (leia), na pista cavalar do futebol alagoano. Certamente o Blog não teria nenhum interesse em procurar o ex-árbitro, que já teria caído no esquecimento, assim como tanto outros, caso não fosse dirigente sindical, função que exige pessoa compenetrada em cumprir seu papel com a entidade e a ela servir e não dela se servir como trampolim, sem vaidades pessoal e que atue exclusivamente defendendo os interesses dos árbitros e não pessoal. 

A partir do momento que o árbitro tenha que procurar o Blog em vez de sua entidade de classe para que defenda seus direitos, esta perde toda sua legitimidade e o dirigente de plantão, caso tivesse hombridade, deveria renunciar por não estar mais cumprindo com seu dever para o qual foi eleito.