Lambanças no Morumbi
Análise da partida São Paulo 3x1 Coritiba
Quando se
faz uma análise de arbitragem, alguns aspectos tem que ser levado em
consideração como a fase da competição que a partida é disputada, fator campo e
principalmente a rivalidade entre os clubes envolvidos no confronto. Esses
fatores juntos dão o grau de dificuldade da partida, diz se ela é considerada de dificuldade alta,
média ou baixa. Essa teria sido de baixa dificuldade, mas a arbitragem tratou de mudar o grau.
Alguns ‘entendidos’
de arbitragem, especialmente os que fazem as escalas, frisam que tem que ser levado em
consideração também a experiência do árbitro, coisa que discordo completamente,
pois para mim, Serie A de Campeonato Brasileiro não é competição para fazer experiências.
Para isso já existem as series D, C e B e até mesmo a Copa do Brasil nas
partidas das fases iniciais.
Como brilhantemente disse para mim um importante dirigente do apito Brasileiro que concordo plenamente: "Série A é outro campeonato! Eles não estão num parque! É uma das maiores competições do planeta! Tem que suar a camisa!"
A partida
As onze
horas de ontem, domingo, dia 12 de julho, jogaram São Paulo e Coritiba em uma
manhã de muito sol na Capital Paulista. A partida foi valida pela 13ª rodada do
Campeonato Brasileiro da Série A de 2015. O tricolor ganhou por 3x1 com a
presença de quase sessenta mil torcedores, mas apesar do grande publico (recorde
do campeonato), o destaque foi para a arbitragem e infelizmente de forma
negativa. Foram tantos erros, especialmente no primeiro tempo, que a manchete
retrata com precisão o ocorrido, pois vários lances de impedimentos foram anotados ou não de forma equivocadas. Mas não parou por aí, ainda ocorreu pelo menos duas lambanças da arbitragem que marcaram a partida como algo triste a ser esquecido.
Análise da partida lance a lance
00' - Logo aos
0,40’ segundos da partida a arbitragem já deu mostra do que viria pela frente. Leandro
Silva do Coritiba fez falta na entrada da área no são-paulino Alexandre Pato, apesar da plástica
do atacante que valorizou, a jogada foi dura mais poderia ser administrada, mas o árbitro, Alisson
Sidnei Furtado (TO), após pressão dos jogadores do tricolor, meteu a mão no
bolso e amarelou o zagueiro. O amarelo foi um salvo conduto ao jogador que
depois, durante a partida, fez outras faltas em intensidade maior e não foi
advertido como se deveria se fosse seguido o critério.
7’ – Michel Bastos
do São Paulo cruzou a bola que desviou em Rodrigo Ramos do Coxa para escanteio,
mas a arbitragem confirmou o tiro de meta. Detalhe: O árbitro estava bem
colocado, de frente pro lance e absurdamente não viu o desvio no lateral.
14’ –
Centurión fez o primeiro gol da partida em impedimento após receber cruzamento de
Pato. Errou feio o assistente Gilvan Cavalcante dos Santos Medrado, um veterano
com quinze anos de arbitragem nas costas e que abusou de cometer erros durante
o confronto. O taxista em Palmas só não foi o pior da partida por conta do
atacante Ganso do tricolor paulista, um peso morto que errou todos os lances
que tocou na bola durante o tempo que permaneceu na partida. Seu melhor lance
foi o chute que deu em um copo de água fora de campo em protesto por ser substituído.
19’ – Mizael
do Coritiba fez falta dura em Centurión, desta vez o árbitro administrou bem o
lance apesar da pressão por cartão amarelo.
39’ –
LAMBANÇA 1 – Em um contra-ataque, o tricolor Centurión recebeu passe de Luís Fabiano
em posição legal pouco a frente da linha do meio de campo, bem próximo do
assistente Gilvan Cavalcante que assinalou impedimento. Em um primeiro momento
o árbitro deixou a jogada prosseguir - não pode dizer que não foi avisado, pois
existe o som da bandeira e o ponto eletrônico – mas voltou atrás invalidando o
gol do atacante atendendo o assistente que ficou feito uma múmia no meio do campo com a
bandeira levantada. Tivesse o árbitro coragem, teria se consagrado no lance.
49’ – Para
alivio de seu comandante, encerrou o primeiro tempo após quatro minutos de acréscimo,
dentro do padrão atual, mais perigoso pela atuação desastrosa da dupla de Tocantins até então.
2’- O
assistente Gilvan Cavalcante deu mostra que o intervalo não foi o suficiente
para esfriar a cabeça e colocar os reflexos no lugar, errou mais um lance, desta
vez assinalou impedimento de forma equivocada do atacante Marcos Aurélio do
Coxa.
4’ – Alisson Furtado advertiu
de forma acertada o atacante tricolor Luís Fabiano. Aliás, este jogador já
deveria entrar em campo toda partida já advertido com amarelo e assim poupar o trabalho dos
árbitros.
6’ – Acertou
um – Até que enfim o assistente Gilvan Cavalcante acertou um lance. Assinalou
impedimento do Coxa acertadamente. PARABÉNS!
8’ – Alisson
Furtado mostrou de forma equivocada cartão amarelo para o jogador Henrique do
Coritiba por falta normal em Thiago Mendes. Antes, houve outras jogadas bem
mais duras sem que o amarelo fosse mostrado.
14’ – Gol do
Coritiba – Marcos Aurélio em linda jogada no
ataque, dribla Rogério e toca pro fundo do gol para diminuir o placar.
24’ – O outro
assistente, Alessandro Matos - aquele com quem ninguém da arbitragem gosta de trabalhar -,
até então discreto na partida, apareceu assinalando impedimento de Luís Fabiano.
Voltou a anotar outros dois do atacante logo depois, aos 39 e 43. Todos de forma acertada.
35’ – Acerou
de novo – Aleluia! O assistente Gilvan Cavalcante acertou de novo. Flagrou atleta
do Coxa três metros a frente do defensor. PARABÉNS!
45’ – Talvez
o maior acerto do árbitro na partida. O atacante Negueba do Coritiba tentou o drible no meio de campo, mas no choque normal perdeu a bola para Matheus Reis e se jogou. O árbitro acertadamente mandou a jogada seguir e alguns
jogadores do Coritiba pararam no lance. Abriu então um buraco na defesa e
Alexandre Pato aproveitou para em velocidade marcar seu segundo gol e terceiro
do tricolor dando números finais a partida.
46’ – Já nos acréscimos e após o terceiro gol do tricolor, Luccas Claro do Coxa foi advertido com cartão amarelo por reclamação.
49’ – LAMBANÇA 2 - Com mais
quatro de acréscimo terminou a partida, mas antes, teve tempo pra mais uma
lambança para fechar a partida com chave de ouro. Luís Fabiano recebeu lançamento,
dominou, girou e chutou marcando o que seria o quarto gol do tricolor do Morumbi,
mas o árbitro tinha apitado fim de jogo no momento do arremate do atacante. A
lei do jogo permite que ele tome essa decisão, isso ninguém contesta, mas
poderia ter encerrado antes, quando a bola estava em local neutro ou aguardar a
conclusão do lance. Mostrou imaturidade e falta de bom senso chamando pra si,
de forma negativa, os holofotes de um jogo fácil de arbitrar.
Analise da arbitragem
Partida horrorosa
da arbitragem e que deve ser esquecida rapidamente pelo árbitro e pelo
assistente tocantinense, devido aos inúmeros erros e lambanças cometidos durante
o confronto.
A Comissão
de arbitragem da CBF esta dando as oportunidades, isso é inegável, mas parece
que alguns árbitros estão sendo lançados ainda muito verdes, sem passar pelos
devidos jogos nas divisões de acesso. No caso do árbitro analisado isso fica
evidente, pois apitou poucos jogos a nível nacional, antes havia apitado apenas
dezesseis partidas sendo seis jogos da serie B, dois da C e um da D em 2014 e
quatro pela Copa do Brasil – todos de times sem expressão – um da série B e um
feminino em 2015. Poucos jogos e tempo de CBF para ser jogado na arena com os leões.
O árbitro Alisson Sidnei Furtado está no seu
segundo ano de quadro nacional, ocupa atualmente a 29ª posição no ranking CBF-1, tem vinte
e oito anos de idade (05/03/1987), físico de Robocop, mas com agilidade de robô como maioria dos árbitros da atualidade e muito que aprender. Esta foi sua terceira partida na
série A, antes havia apitado Goiás 0x1 Avaí e Atlético-MG 3x0 Vasco da Gama.
Na parte física,
apesar de ser educador físico e devido ao tamanho, é lento nos
movimentos, tem dificuldade nas corridas de arranque, principalmente nos deslocamentos tanto frontais quanto laterais. É
raro ver ele enquadrado nas jogadas, sinal que esta sempre
distante.
Durante o
confronto, uma partida fácil de apitar, marcou 30
faltas (16 do São Paulo e 14 do Coritiba), dentro de sua média no campeonato e mostrou quatro cartões amarelos (um
para jogadores do São Paulo e três para os do Coxa). Se tivesse marcado pelo
menos dez faltas a menos, teria sido de bom tamanho, assim como nos cartões que
com a exceção do mostrado a Luís Fabiano, foram desnecessários.
Na partida de ontem no Morumbi mostrou ser uma pedra bruta, que lapidado pode até brilhar, mais dificilmente um dia vai virar diamante. Sinceramente espero que Alisson Furtado prove que estou equivocado, pois até hoje só um árbitro conseguiu isso e admiti publicamente. Trata-se do FIFA e candidato a próxima Copa do Mundo, Ricardo Marques Ribeiro de Minas Gerais.
Agora lamentável a atuação do assistente Gilvan Medrado (foto ao lado). Foi péssimo em
todos os aspectos.
Errou quase tudo que assinalou, principalmente nos lances
decisivos contribuindo para a má arbitragem da partida. Se a intenção da CA-CBF
era colocar um assistente experiente (38 anos) para dar segurança ao árbitro, o tiro
saiu pela culatra.
Já o baiano Alessandro Rocha Matos, apesar da já conhecida arrogância e soberba,
foi bem passando praticamente despercebido durante a partida.
Ficha técnica
São Paulo 3x1 Coritiba
Data: 12/7, às 11h - Local: Morumbi, São
Paulo (SP).
Árbitro: Alisson Sidnei Furtado (TO).
Assistentes: Alessandro Rocha (BA) e Gilvan
Cavalcante (TO).
Público/Renda: 59.612 torcedores / R$
1.333.055,00.
Cartões Amarelos: Luis Fabiano (São Paulo);
Leandro Silva, Henrique e Marcos Aurélio (Coritiba).
Gols: Centurión, 14'/1ºT (1-0); Alexandre
Pato, 46'/1ºT (2-0); Marcos Aurélio, 14'/2ºT (2-1); Alexandre Pato, 45'/2ºT
(3-1).
Times
São Paulo: Rogério Ceni; Thiago Mendes,
Rafael Toloi, Lucão e Michel Bastos; Rodrigo Caio, Hudson (João Schmidt -
20'/2ºT) e Ganso (Boschilia - 32'/2ºT); Centurión (Matheus Reis - 10'/2ºT),
Alexandre Pato e Luis Fabiano. Técnico: Juan Carlos Osorio.
Coritiba: Wilson; Rodrigo Ramos (Negueba -
intervalo), Luccas Claro, Leandro Silva e Henrique; Fabrício (Ivan - 5'/2ºT),
Alan Santos (Esquerdinha - intervalo), Misael, Lúcio Flávio e Galhardo; Marcos
Aurélio. Técnico: Ney Franco.
Frase: “Aprendi que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu” (William Shakespeare).