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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O futebol virou uma convenção de malas

Abel Ferreira não é o único mal-educado. Estamos todos insuportáveis nesse mundinho: dirigentes, treinadores, jogadores, jornalistas, influenciadores e torcedores

Abel chuta microfone durante Palmeiras x Flamengo: Reprodução TV Globo

Chatice, seu nome é futebol. O alvo da vez é o treinador do Palmeiras, Abel Ferreira. Cujo comportamento é realmente péssimo à beira do gramado. Dele e de sua comissão técnica. Mas seria Abel um tosco em meio a uma reunião de lordes ingleses e professores de boas maneiras que trabalham com futebol?

Longe disso.

A falta de educação é esquema tático vigente no jogo mais popular do mundo. Até o Guardiola, um poliglota refinado, tem seus ataques de fúria. Klopp, outro cara chique, também sapateia de vez em quando.

Mas fiquemos no território nacional e nos trabalhadores estrangeiros que aqui militam.

O chilique sempre fez parte das estratégias daqueles que são chamados de professores – e muitos efetivamente são educadores por formação.

Chutar microfone? Até o boa praça Joel Santana já deu um bico no equipamento quando trabalhava no Sul. Felipão trocava farpas e distribuía sopapos e empurrões com alguma frequência.

Meu querido amigo Muricy Ramalho foi uma metralhadora de impropérios à beira do gramado e nas coletivas.

Odair Helmann invadiu campo para reclamar de juiz e se recusou a cumprimentar Jorge Jesus, que outro dia deu piti porque um jogador mexeu em seu tablet.

Mano Menezes deixou de lado a fina ironia que utilizava para desfilar palavrões e fazer críticas pessoais.

Lembram do Cuca com o Marcos Rocha na Libertadores?

Renato Gaúcho impedindo o atleta adversário de cobrar lateral?

Abel Ferreira chuta microfone e acaba expulso

Luxemburgo poderia escrever um vade mecum de palavrões.

Telê Santana era o pesadelo dos bandeirinhas que trabalhavam à frente do seu banco.

Dunga xingava até a taça do mundo.

Tite, com seu estilo treinamento de mídia, bateu boca com o Messi!

Agora passou do ponto. Com três minutos de jogo, por causa de um lateral, comissões técnicas e reservas invadem o campo, se jogam ao lado do quarto árbitro e protagonizam cenas teatrais que contribuem para incendiar o ambiente dos estádios. Esse comportamento é da maioria dos times em todas as séries.

Torcedores sempre acham que tudo e todos estão contra seus times, mas às vezes perseguem seus próprios jogadores, ameaçando familiares e invadindo privacidade.

Na mídia, vemos companheiros batendo boca cotidianamente, ironizando opiniões diferentes, dando recados disfarçados ou apontando o dedo para desafetos e retirando da edição o bom senso. Há uma mistura de papéis de jornalista, torcedor, influenciador e líder de torcida que resulta num produto indigesto.

Tudo parece estar sempre ruim. Ao analisar um grande jogo como a final da Supercopa partimos da premissa dos erros. Ora, se ninguém errar o futebol será um eterno zero a zero. O mau humor se espalha feito vírus. Eu mesmo muitas vezes saio do ar me achando um chato de galocha.

O futebol é um esporte territorial. Adepto a conceitos medievais de ataque e defesa. A imprensa esportiva adora usar chavões como “Libertadores é uma guerra”, estádio tem que ser “alçapão”, pressão, intimidação e por aí vai. A busca por uma suposta emoção muitas vezes espalha óleo pelas curvas.

Somos a pátria que aplaudiu a malandragem do Nilton Santos (que, aliás, era um lorde) na Copa de 1962. Adotamos a prática de que em campo vale tudo e tudo fica lá dentro. A lógica do esperto e do trouxa está enraizada.

Opinião é livre, mas precisa ser responsável.

A liberdade de expressão não nos dá o direito de simplesmente escrevermos ou dizermos o que bem entendemos. Críticas, quando baseadas no fígado e não no cérebro, trafegam num terreno pantanoso. Algumas comparações são agressivas, perigosas e abrem caminho para uma busca por reparação judicial, que é um direito de quem entende ter sido atingido de uma forma exagerada. Zero espírito de corpo. Teclado e microfone não são metralhadoras ou revólveres carregados com munição de bile.

Abel Ferreira exagera? Muito. Mas os treinadores brasileiros exageram tanto quanto ele. Muitos dos supracitados precisam disso para se motivar. Felipão sempre adorou usar um clima de Grenal, fosse em Porto Alegre ou na China. Há competidores movidos a provocação. A tensão é tamanha que interrompe carreiras brilhantes com a de Muricy para preservar a vida.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Jorge Rabello, polêmico dirigente, demitido após operação ‘Cartão Vermelho’, volta comandar arbitragem Carioca

Jorge Rabello, entre Rubens Lopes e Carlos Santiago - Credito: FERJ

Jorge Fernando Rabello, polêmico ex-presidente da COAF/RJ de 2007 a 2019, está de volta no cargo de diretor técnico, também conhecido como ´chefe', nomenclatura repaginado pela entidade para dar o mesmo poder de outrora ao dirigente.

No início de janeiro, a FERJ anunciou novo organograma para o departamento de arbitragem que foi dividido em três partes: Escalas que ficou sob comando de José Carlos Santiago - que substituiu Rabello quando este foi demitido -; Planejamento e Desenvolvimento comandado por Cláudio José e VAR - que ainda falta definir um nome.

Pelo organograma (abaixo), o responsavel pelas escalas dos árbitros é José Carlos Santiago, mas ... sob comando de Rabello. 

Todos eles respondem diretamente a Jorge Rabello, agora diretor técnico da COAF que inclusive comandou os trabalhos da pré-temporada deste ano.

Organograma da arbitragem Carioca - Crédito: Reprodução FERJ

Operação "Cartão Vermelho"

Rabello foi demitido da FERJ em dezembro de 2019 após ser detido pela Polícia Civil por porte de arma ilegal durante mandato de busca e apreensão emitido pela justiça carioca. O dirigente foi alvo de investigações após ser citado na operação "Cartão Vermelho", que apurou desvio de dinheiro de entidades ligadas ao futebol (leia).

Na ocasião, na residência de Rabello, localizada no Recreio, Zona Oeste do Rio, foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos e um revólver calibre 38. Ele foi liberado horas depois.

Jorge Rabello sendo detido - Credito: Vicente Seda / GloboEsporte.com

Nascido em 11 de dezembro de 1958, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, Jorge Rabello formou-se árbitro em 1980, começou a apitar entre os profissionais quatro anos depois e largou o apito em 2004.

Em 2007 passou a ocupar a presidência da Comissão de Arbitragem da Federação Carioca. Além da FERJ acumulou os cargos de presidente do Sindicato dos árbitros e de diretor da Cooperativa dos Árbitros.

Fraude

Na gestão de Rabello, tanto na COAF como no sindicato e cooperativa (Coopaferj), segundo MPT/RJ, mais de 350 mil reais foram descontados dos árbitros e não repassados aos cofres públicos (leia).

Na época, Rabello, não negou a dívida, mas garantiu não ter havido apropriação indébita. Ele e o contador responsável pelo caso na Coopaferj, Sérgio Mantovani, alegaram que a entidade "não reteve e não recolheu o INSS", o que significa que não reteve o dinheiro ao pagar os árbitros e, dessa forma, não repassou o imposto. Porém, os borderôs dos jogos nos anos em que se encontraram irregularidades apontam descontos de taxas para a cooperativa.

Muitos árbitros que atuavam na época, relataram ao Blog estarem de posse dos recibos dos descontos de INSS, que até hoje não foram devolvidos.

Pelo que se sabe, a FERJ teria levado uma multa de quase 1 milhão de reais por não ter repassado ao governo os valores retidos dos árbitros referentes a dois anos de investigação, mas segundo informado, ainda faltavam fiscalizar cinco anos de INSS retidos. A cooperativa foi fechada pela FERJ e o dinheiro referente a estes sete anos não se sabe o paradeiro.

Carta na manga

Nos bastidores, o que se comenta é que supostamente Rabello deve ter algum tipo de carta na manga contra Rubens Lopes. Eles levam em consideração a forma como o dirigente comandava a arbitragem carioca com supostos gritos e desaforos para quem quer que fosse. Cometam também que mesmo demitido, o dirigente estaria recebendo até hoje salarios da entidade carioca.

Em São Paulo...

Em São Paulo ocorreu o mesmo no fim do ano passado com a Federação Paulista de futebol contratando Sergio Corrêa, só que de forma mais discreta para um cargo sem expressão “Relacionamento com a arbitragem”, apesar de todos saberem que é  questão de tempo para a arbitragem paulista.

O Blog manteve contato com Carlos Santiago para esclarecer a situação, mas não recebeu resposta até o fechamento deste post. O Blog não conseguiu localizar Jorge Rabello para que desse detalhes sobre sua volta a arbitragem Carioca e este post será atualizado caso algum deles retorne o contato.

Vá produzir, Haddad, ao invés de só nos tomar dinheiro

Por RICARDO KERTZMAN - IstoÉ

Cara, como eu detesto esse papinho furado de taxação de “grandes fortunas”. O pior é que, antigamente, isso era conversa exclusiva de “esquerdinhas” (sardinha ou caviar). Ou o cara era pobre e queria comprar geladeira nova com a grana dos ricos, ou era rico e posava de “socialmente consciente” enquanto se ajeitava com os poderosos de plantão.

Hoje, contudo, o assunto migrou para os estratos mais elevados, ou melhor, elevadíssimos do capitalismo mundial, e ricaços nacionais e internacionais agora deram para defender uma tributação maior sobre os muito ricos. O duro é saber o que entendem por “muito ricos”, porque, para eles, pagar mais ou menos impostos não fará a menor diferença.

Quem tem centenas de milhões, ou mesmo bilhões, de reais – ou de dólares, tanto faz – realmente não se importará em pagar mais impostos. Porém, quem tem alguns milhares, ou poucos milhões de reais ou de dólares, não apenas se importará com o gasto a mais como fará muita falta a grana extra tomada – de si e herdeiros – ao longo dos anos.

A MENTIRA DE HADDAD

É mentira que rico não paga imposto, ou paga pouco imposto no Brasil. Primeiro porque a tributação sobre o consumo é estúpida em Banânia, principalmente sobre bens e serviços não essenciais. Segundo porque, além de pagar muito, o rico tem de pagar duas, três vezes pelo que, em tese, já pagou (saúde, educação, segurança etc.).

Portanto, uma coisa são os impostos penalizarem os mais pobres, outra, bem diferente, é dizer que rico paga pouco – ou não paga. A culpa da desigualdade não é do rico, do setor privado, dos pequenos, médios, grandes e gigantes empresários que trabalham, geram emprego e renda, mas do setor público que nos suga tudo e não devolve nada.

Quem concentra renda de verdade é o Estado e suas castas privilegiadas, isso sim. O que produz um político, ou um governante, senão burocracia, corrupção e ineficiência (com raríssimas exceções)? Ora, quem concentra renda são, por exemplo, ministros e desembargadores, com seus salários e benefícios indecorosos.

POBRE SENDO USADO

Daí me vêm os senhores privilegiados de Brasília e falam em aumentar impostos, como se 40% da renda nacional não fossem suficientes. Por que não “cortam na carne”? Por que não facilitam a vida do setor privado e permitem maior produtividade? Por que continuam com a eterna retórica populista de luta de classes e demonização do capital?

Uma ova que tenho de pagar mais para o pobre viver melhor. Mentira! Vou pagar mais e quem irá viver melhor, como sempre, serão os políticos e governantes, enquanto eu deixo de usufruir do que lutei para ter. “Ah, mas nas nações desenvolvidas é assim”. É verdade! Mas lá não tem ladrão governando cidades, estados e país. Aqui é o que mais tem.

Desde 1947, segundo Fernando de Holanda Barbosa, no livro que sempre cito, O flagelo da Economia de Privilégios, o Brasil acumula déficits fiscais. O Estado sempre gastou muito e mal (consigo mesmo), como sempre gastou pouco (e ainda pior) com o cidadão, e sempre manteve a lógica perdulária e ineficiente, acumulando dívida e gerando inflação.

SE VIREM NOS 30

Daí eu pergunto: a culpa é do rico que paga “pouco” imposto, ou de quem gasta mal – quando não rouba – o dinheiro surrupiado da iniciativa privada? Sinceramente, tô de saco pra lá de cheio dessa conversa fiada, venha da tradicional esquerda confiscatória ou da direita bilionária com sentimento de culpa por enriquecer às custas de privilégios.

Eu compro um carro e pago dois. Viajo para o exterior após pagar impostos como pessoa física e jurídica, e tenho de pagar mais 7% de IOF para usar o cartão de crédito. Contribuo para Educação, Saúde e Segurança públicas (com o maior gosto!) e não usufruo um centavo disso, pagando novamente por estes mesmos serviços privados.

Ou seja, já deu! Fiz minha parte e cumpri com louvor meus deveres de cidadão. Se o que eu pagasse a mais de impostos fosse mesmo para os mais pobres, tudo bem, mas não é. Como nunca foi! Vejam o aumento do salário mínimo e o dos funcionários dos três Poderes (executivo, legislativo e judiciário), nas três esferas (município, estado e União).

O que essa gente quer é transferir para quem trabalha e produz, o custo da gastança e da roubalheira, usando o pobre como desculpa. Fazem isso há décadas, senão séculos. Que Lula, Boulos, Haddad e Paulo Guedes (que também falava nisso) se virem com o que têm – e que não é deles, aliás – e tirem as mãos grandes do nosso bolso.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Weden Cardoso assume Comissão de Arbitragem no Amazonas

Na última quinta-feira, a nova diretoria da Federação Amazonense de Futebol (FAF), presidida por Ednailson Leite Rozenha, eleito em junho de 2022, empossado no primeiro dia deste ano e com mandato até final de 2026, apresentou a nova diretoria da entidade, entre eles, Weden Cardoso, que será o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CEAF).

O agora ex-árbitro Weden Cardoso Gomes tem 46 anos (23/07/1976), é militar da aeronáutica, advogado e pedagogo, analista de campo e instrutor de árbitros FAF/CBF e presidente da ASAF (Associação dos Árbitros de Futebol do Estado do Amazonas).

Conversei rapidamente com Weden Cardoso este fim de semana que adiantou algumas novidades para breve. Segundo o dirigente, ainda não foram definidos os nomes dos demais membros da comissão, mas pretende ter um vice presidente, um secretario e pelo menos mais um membro para auxilia-lo. 

Outras novidades:

>: A FAF deverá mudar em breve sua sede para o Millennium Shopping, em Manaus.

>: Devido seu trabalho na Força Aérea, o expediente do presidente da CEAF/AM deverá ocorrer das 17h às 21h.

>: Criação da Escola Amazonense de Arbitragem.

>: Trio indígena.

>: Escala de trio feminino em final do Estadual.

>: Maior apoio a arbitragem feminina, a qual sonha ter o maior, com qualidade, quadro do Brasil.

Weden Cardoso (centro) durante partida pelo amazonense - Crédito: Antônio Assis/FAF

Segundo ainda o dirigente, a arbitragem amazonense precisa diversificar, buscar, formar e dar oportunidades para candidatos a árbitros de outras localidades e não só de Manaus ou adjacências como historicamente sempre foi. Apesar de ser o maior estado do país em extensão territorial, sendo maior que as áreas da França, Espanha, Suécia e Grécia somadas, Amazonas tem apenas 62 municípios e destes, só quatro, dos 73 árbitros e assistentes do quadro, são do interior.

Em relação ao cargo que ocupa na ASAF, cujo é fundador e atual presidente, renunciará esta semana e antecipara as eleições para o próximo mês. Quanto a arbitragem, entende que ja deu sua contribuição, encerrou a carreira profissional definitivamente e passara a atuar apenas em partidas amistosas e entre amigos por amor a esta função.

Após a conversa com Weden Cardoso, apurei em off com um dirigente da FAF que os diretores empossados, entre eles Weden, devem receber algo em torno de 5 mil reais mês. Conversei também com um árbitro e associado sindical que relatou existirem conversas de bastidores para que o árbitro Antônio Carlos Pequeno Frutuoso, aliado de Weden, venha ser o novo presidente da ASAF.

Estou tentando uma entrevista com Weden Cardoso para breve e caso tenha sucesso, o dirigente poderá confirmar ou não estas informações além de trazer novidades que pretende implantar na sua administração da arbitragem amazonense.

Nova diretoria da Federação Amazonense de Futebol - Crédito: João Normando

Conheço Weden Cardoso dos varios eventos que cobri na arbitragem nacional. Com ele sempre mantive um laço de amizade, muitas conversas sobre varios assuntos e posso afirmar, sem medo de errar, que é um ser humano fantastico, alegre, descontraido, amigo, com ótimo intelecto, profundo respeito a hirarquia e muita capacidade de gestão e sem duvidas contribuira sobrenaneira para o crescimento da arbitragem amazonense.

Parabens presidente Rozenha pela escolha e de todo apoio necessario para que ele possa implantar suas ideias e metodos que certamente não se arrependera. 

Parabens Weden, finalmente e merecidamente esta sendo reconhecido pelas suas qualidades demonstradas ao longo da sua carreira. Sucesso!