Comissão de
arbitragem da CBF erra feio e enterra carreira de jovem árbitro
VAR, nervosismo e inexperiência são piores inimigos da arbitragem em confronto no Ceará
Mais uma escala infeliz de Wilson Seneme e seus asseclas da comissão de arbitragem da CBF. O jovem e inexperiente árbitro Maguielson Lima Barbosa, de 31 anos (18/06/1991), do Distrito Federal, terá que ter muita força mental e resiliência para se reerguer, dar a volta por cima para sequência da sua carreira que esta por um fio.
Durante a partida entre Ceará e São Paulo deu até dó do seu nervosismo estampado em seu rosto e da sua desastrosa atuação no confronto vencido pelos paulistas por 2 a 0. Especialmente no primeiro tempo.
Maguielson literalmente foi jogado na jaula com leões, pois o confronto ao qual foi escalado reunia equipes com jogadores experientes e que fariam de tudo para ganhar devido a posição próxima a zona de degola de seus times na tabela de classificação. Não foi uma aposta, pois seu curriculo não permitia isso, e sim um tiro no escuro da comissão que lucraria caso ele fosse bem. Ponto pra Seneme, mas como foi mal, muito mal, a culpa recairá sobre o árbitro que, espero estar enganado, dificilmente terá novas oportunidades.
A não ser em caso raro, ou surgimento de algum fenômeno, não se faz um árbitro do dia para a noite, com oito partidas de Série B e uma de A no currículo. Tem que ter um plano de carreira, dar rodagem, testar em diversas situações e soltar aos poucos e em jogos de pouca projeção, dando confiança e tornando-o conhecido dos jogadores.
Não foi o caso deste árbitro. Ao todo, em três anos, ele apitou apenas 32 partidas de profissionais pela CBF e, apesar de não ter demonstrado isso hoje, pode até ser bom árbitro senão a comissão não o escalaria numa partida tão nervosa e importante devido a colocação das duas equipes na tabela. Pelo menos é o que se espera para não dizer ingenuidade dos membros da CNA.
Para não ser injusto, a culpa é toda, mas não só da comissão de arbitragem. O jovem árbitro também tem boa parcela, pois deu mole, tremeu e não correspondeu às expectativas nele depositadas.
A arbitragem foi calamitosa do primeiro ao último minuto do primeiro tempo e com ajuda negativa do VAR. As decisões foram muito confusas e o árbitro mostrou seu nervosismo logo no início ao mudar decisão conforme pressão dos jogadores do time mandante. Foi assim aos 20º quando marcou tiro de meta em lance duvidoso, mas mudou rapidamente para escanteio após sofrer pressão do time da casa. Ali já demonstrou todo o seu nervosismo e aos poucos foi perdendo controle da partida e respeito dos jogadores que formavam bolinho ao redor do árbitro para reclamar toda falta que ele marcava.
Aos 26º mandou seguir jogada normal reclamada como pênalti pelos jogadores do Ceará e pelo olho clínico do comentarista de arbitragem da TV caseiro. Árbitro caseiro temos muitos e é até normal no futebol brasileiro, mas comentarista é algo inusitado e surreal.
Aos 28º mostrou cartão amarelo para Rodrigo Néstor em falta normal demostrando mais uma vez sentir a pressão.
Aos 34º marcou pênalti corretamente de Luís Otávio do Ceará em cima de Carelli do São Paulo. O lance é inconcluso, mas ficou a nítida impressão pelas imagens que foi no mínimo em cima da linha de area e o pênalti deveria ser confirmado. Deveria, mas o VAR deu o ar de sua graça e atuou decisivamente para estragar de vez a arbitragem da partida que já era muito contestada. Quando deveria simplesmente informar que o toque tinha ocorrido dentro ou fora da área, chamou o árbitro para revisar e o mesmo mudou a marcação para falta e expulsou Luís Otavio.
Aos 43º Nino Paraíba, do Ceará deu forte carrinho em Wellington. Falta marcada, bolinho de jogadores e o cartão amarelo que cabia pela forte entrada por tras não saiu do bolso. No segundo tempo Nino tomou o amarelo e deveria ser expulso se não tivesse contado com a complacência e covardia do árbitro no final do primeiro tempo.
Aos 48º mostrou cartão amarelo corretíssimo para atacante Jô, do Ceará.
Aos 51º mudou novamente a marcação após marcar claro escanteio para o São Paulo e segundos depois sinalizar tiro de meta para o Ceará.
Aos 54º terminou o polêmico primeiro tempo com quatro amarelos, dois para cada equipe e um vermelho, para o Ceará.
Começou o segundo tempo como terminou o primeiro, ou seja, com erro. Aos 3º minutos, atacante São Paulo chutou a bola para o gol que desviou nitidamente na zaga como mostrou as imagens, na frente do árbitro que apontou tiro de meta.
Depois disso o segundo tempo seguiu sem maiores novidades até que aos 39º ocorreu mais uma expulsão. Desta vez de Zé Roberto, também do Ceará que ficou com dois a menos e tomou mais um gol já nos acréscimos.
Saldo final da partida foram 26 faltas, sete cartões sendo cinco amarelos e dois vermelhos para o Ceará, dois amarelos para o São Paulo e um árbitro amedrontado que dificilmente terá novas chances no apito.
A partida foi difícil de apitar, mas mais culpa das trapalhadas da arbitragem do que dos jogadores que ficaram nervosos com os erros e, sem deixar de mencionar, a intervenção desnecessária e prejudicial do VAR.
O árbitro tem bom físico e acompanha as jogadas sempre bem próximo, as vezes se põe até próximo demais, mas precisa mostrar bem mais que mostrou hoje para ter novas oportunidades para se firmar na elite do futebol brasileiro.
A comissão de arbitragem da CBF mais uma vez demonstrou que não tem nenhum projeto para a arbitragem brasileira. Ao escalar um árbitro que não tem experiencia e nem o mínimo possível de currículo para atuar em uma Série A, demonstra também que está mais perdida que cego em tiroteio e que conta com a sorte para revelar. Mas não pode fazer escalas as cegas queimando talentos que necessitam ser lapidados antes de serem jogados na arena com os leões.
Logo após a partida, o Ceará comunicou que vai enviar representação à CBF contra a arbitragem de Maguielson Lima Barbosa e deve incluir o VAR.