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segunda-feira, 26 de agosto de 2019


Escolinha do professor Rabello

Ex-chefe da arbitragem carioca passará esta semana em Pernambuco treinando comissão de arbitragem local


A arbitragem pernambucana vive uma crise existencial há anos. Com um quadro antigo, desmotivado, sem qualidades técnicas e sem coragem de mudanças profundas por parte da Federação Pernambucana de Futebol que apostou na importação de árbitros em fim de carreiras ou dispensados por suas federações como Sandro Meira Ricci, Marcelo de Lima Henrique, Fernanda Colombo e Péricles Bassols que nada trouxeram de aprendizado ou deixaram qualquer legado na terra do frevo.

Com fama de cemitério dos excluídos, o resultado não poderia ser outro e a entidade vem pagando arduamente os erros e as apostas dos dirigentes do apito com reclamações atrás de reclamações por anos seguidos dos clubes e nenhum árbitro atuando com regularidade nas principais divisões do futebol brasileiro. O cenário catastrófico com a baixa qualidade da arbitragem e as reclamações tiraram a autonomia da FPF que é obrigada a se ajoelhar aos clubes e aceitar ano após ano que as finais dos campeonatos sejam comandadas por árbitros de outros estados.

A crise na arbitragem pernambucana atingiu seu ponto mais alto no final do estadual deste ano quando a direção da FPF decidiu trocar o presidente da comissão (Emerson Sobral), mas a entidade não conseguiu até o momento encontrar um nome de consenso e vem adiando esta decisão que, provavelmente se estendera até o primeiro erro no próximo campeonato, o que certamente fara com que o comandante do navio seja trocado  em mar aberto.

Jorge Fernando Rabello - Crédito: Ursula Nery / Ferj

Com a intenção de estancar a crise, após importar árbitros, a FPF agora aposta na importação de ‘coaching’, profissional capacitado e habilitado a aplicar os processos, técnicas e ferramentas da metodologia no intuito de desenvolver pessoas e organizações e assim, auxilia-los a alcançar resultados extraordinários.

O escolhido para repassar esses ensinamentos à arbitragem pernambucana é o ex-presidente da comissão de arbitragem do Rio de Janeiro e atual chefe da Comissão de Planejamento, Desenvolvimento Técnico e Análise de Desempenho FERJ, Jorge Fernando Rabello, que estará durante esta semana em Recife-PE dando orientações aos membros da comissão local.

Com o norral (hnow how) de ter sido chefe dos árbitros cariocas por 12 anos, Rabello levara seu aprendizado para ensinar aos membros da comissão pernambucana e os profissionais da arbitragem daquele estado. Se o trabalho trará resultados só o tempo ira dizer, mas Rabello não é exemplo a ser seguido tendo em vista as diversas acusações contra ele e sua gestão frente ao sindicato dos árbitros do RJ, Cooperativa dos árbitros e na COAF-FERJ. Entre as acusações estão supostas manipulações no sorteio da arbitragem, apropriação indébita, organização criminosa e adulteração de documentos conforme amplamente divulgado pela imprensa nacional.

Não consegui contatar a direção da FPF para falar sobre o convite ao dirigente carioca, mas uma fonte próxima aos mandatários da FPF informou que o convite a Rabello visa a troca de informações e experiências na arbitragem e que a entidade ira escutar outras federações para se aprimorar cada dia mais no trabalho de renovação. A fonte disse ainda que Alicio Pena Junior e Dionísio domingos foram procurados e que vão procurar outros profissionais (cita Guilliano Bozzano) para dar sequencia nos trabalhos de aprendizado.

terça-feira, 20 de agosto de 2019


Arbitragem brasileira se esconde atrás dos números

Gaciba e os números - Crédito: Lucas Figueiredo/CBF

A presidência da comissão de arbitragem da CBF deveria ser comandada por um matemático. É impressionante como gostam de números os ocupantes daquela cadeira. Quando a arbitragem é questionada eles aparecem com números mágicos e explicações mirabolantes para esconder o péssimo desempenho dos homens do apito dentro de campo. Quando ocorre troca no comando, quem sai deixa um recado para o novo ocupante com a seguinte frase: 'Em momentos de crise, recorra aos números'.

Sérgio Corrêa ocupou o cargo por anos e hoje é conhecido como o homem dos números. Ninguém, por melhor que seja, por mais que tente vai se igualar a ele que é o soberano e criador dos números. Depois passou por lá Cel. Marinho, que também adora números, mas só que esse na verdade só se preocupa com os números monetários no seu contra cheque todo fim de mês.

Agora o novo ocupante do cargo é o ex-árbitro Leonardo Gaciba, competentíssimo e muito premiado dentro das quatro linhas, mas até aqui um fracasso retumbante como gestor. Nas entrevistas diz que protege seu árbitro, mas mal chegou e já coleciona polêmicas. Não que suas frases, mesmo que doa, não sejam verdadeiras, mas um líder não pode dizer em publico que não existe mais que seis ou sete árbitros capacitados no país e que alguns deles ‘são cabeçudos’ que demoram entender as recomendações. Como sabiamente disse certa vez o treinador Tite sobre o também treinador Felipão, o chefe dos árbitros fala muito!

Pelo que temos acompanhado nas entrevistas e nos bastidores, Gaciba também adora encostar-se aos números e isto pode ser comprovado na ultima segunda-feira (19) em eventos na CBF e no programa 'Bem Amigos' do SporTV onde apresentou os números do VAR.


No melhor estilo ‘Rolando Lero’ da famosa escolinha do professor Raimundo exibida na TV, o dirigente do apito brasileiro apresentou um  balanço com dados estatísticos do Árbitro de Vídeo (VAR) no primeiro semestre deste ano para árbitros e jornalistas, no auditório da CBF.

Segundo os números apresentados pelo dirigente, das 764 checagens 87 viraram revisões que acabaram em 69 mudanças de decisões dos árbitros de campo e que mesmo vendo as imagens seguidas vezes de diversos ângulos e em câmara lenta, houve 10% de erros por parte dos homens de preto. Mais difícil ainda que enfiar números goela abaixo de quem foi prejudicado é brigar contra a imagem, mas infelizmente sempre vai existir o árbitro arrogante, prepotente e sem comando que vai fazer isso. 

Tinha um dirigente que dizia que as escalas falavam. Já Gaciba sempre diz que não expõe o árbitro com geladeira, mas só segue nas escalas quem vai bem. Será que essa máxima é levada ao pé da letra ou só com alguns! Tem árbitros ai, até com escudo internacional, que vem cometendo erros à décadas e mesmo assim, entra comissão, sai comissão e continuam nas escalas. Porque será hein!!!

Os olhos do Gaciba-Lero brilham quando fala da melhora na arbitragem, só que os números friamente analisados mostram que não foi evolução da arbitragem, mas sim a interferência do VAR que vem corrigindo os erros partida após partida.  Cada vez que o VAR é acionado é um erro que a arbitragem cometeu e a maioria dos nossos árbitros infelizmente estão deixando as decisões para as cabines.

Já há informações de estudos para o fim da função dos assistentes, mas pelo andar da carruagem, em breve será a vez do fim dos próprios árbitros de campo.

Pra que árbitro se as lentes do VAR vê e resolve tudo!