Tribunal de exceção
Dois pesos e
duas medidas do Conselho de Ética do Safesp que colhe
depoimento de quem acusa, mas se quer ouve o acusado
O titulo deste post vem a calhar com a situação que segue abaixo.
Normalmente a definição está relacionada com situações similares que são
tratadas de formas completamente diferentes, seguindo critérios aleatórios e a
mercê da vontade das pessoas que de forma ditatorial as executam.
Na ultima
terça-feira (26), o Conselho de Ética do Sindicato dos Árbitros do Estado de São Paulo (SAFESP), esteve reunido para ouvir o associado e membro afastado do Conselho Fiscal
Márcio Jacob. O conselho, que segundo algumas informações, formado as pressas e
sem nenhuma reunião realizada até então, teria se reunido para apurar a
denuncia do associado de que o presidente teria pedido que este assinasse relatório
aprovando as contas da entidade sem sequer ter analisado as mesmas.
Acompanhado do
advogado Clayton Coutinho, Jacob (foto ao lado) foi recebido às 19hs pelos membros Wilson
Padeiro, João Eduardo, Maria Aparecida dos Santos e Benedito Martinho Correia de Oliveira,
também conhecido como Benê que apesar das constantes humilhações que sofre até mesmo às vezes em
publico é visto à longa data como principal ‘lambe saco’ do presidente Arthur
Alves Junior.
Demonstrando
arrogância, falta de educação e claro desconhecimento das leis deste país, em
determinado momento, Benê, presidente do conselho, teria dito que estava sendo
benevolente ao permitir a participação na reunião do advogado do convocado o
que foi imediatamente rechaçado pelo mesmo que disse que seu cliente tem
direito constitucional a um advogado quando convocado a dar depoimento ou prestar
esclarecimento em qualquer órgão deste país.
Após argumento
esclarecedor do advogado, Márcio Jacob deu prosseguimento ao depoimento questionando
o porquê foi convocado e porque sequer foi comunicado pelo
Conselho de Ética sobre qual assunto seria ouvido tendo em vista que a carta não
especificava os motivo da convocação (veja abaixo).
Questionado se
tinha conhecimento do uso do cartão corporativo pelo presidente do Safesp
(denunciado nesse espaço), Jacob respondeu que só tinha tomado conhecimento do
fato pela imprensa e que seu depoimento reproduzido em uma matéria era sobre o
fato de ele ter sido constrangido a assinar o relatorio do Conselho Fiscal na
presença do antigo chefe da arbitragem paulista Marcos Cabral Marinho dentro da
sala da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Jacob pediu que as perguntas fossem sobre esse fato, mas mesmo assim, segundo ele, elas seguiram
de forma capciosas e tendenciosas visando que o mesmo confirmasse algo que não tinha
dito.
O convidado
questionou o fato de somente ele ter sido afastado do cargo após as denuncias e que nada foi feito pelo CE para apurar as denuncias gravíssimas contra seu presidente.
“Se eu
não estou exercendo minhas funções como conselheiro fiscal, porque estou sendo
investigado no Conselho de Ética, porque então o presidente continua exercendo
suas atividades normalmente sendo que também foi pedida apuração sobre as varias
denuncias que surgiram contra ele?”
Jacob, de forma indignado, ainda
acrescentou:
“Eu que
em nenhum momento fui sequer comunicado pelo sindicato do que estava sendo
acusado e teria que prestar esclarecimentos e ele (Arthur) com todas
aquelas acusações não foi sequer ouvido pelo Conselho de Ética. Muito estranho isso tudo, é dois pesos e duas medidas” –
encerrou Márcio Jacob.
Benedito Martinho Correia de Oliveira durante reunião do Safesp
No auge das
denuncias de assedio moral e sexual - publicadas aqui neste espaço e por outros
veículos de comunicação como Uol e Folha de S. Paulo - contra Arthur Alves
Junior, o vice-presidente, Leonardo Pedalini, enviou carta registrada para a
entidade exigindo que fosse feitas apurações sobre as denuncias contra o
presidente do Safesp, mas não se tem noticia que algo tenha sido feito para atender o pedido do vice democraticamente eleito conforme vontade dos associados.
Na conferencia final do depoimento de Jacob antes de ser impresso em papel, foi notado que a transcrição feita pelo membro do CE João Eduardo não reproduzia
com exatidão as informações prestadas pelo convocado, fato pelo qual foi pedida
a retificação do documento por parte do advogado do associado. Como a solicitação foi
arbitrariamente negada pelo responsável pela elaboração do documento sendo que o presidente já tinha se retirado da sala para atender outro compromisso, o documento não foi assinado e assim o depoimento perdeu
qualquer validade tornando a reunião nula.
Opinião
À distância, a
impressão que fica é que o que deveria ser a maior entidade sindical de arbitragem
deste país, por culpa dos omissos e covardes árbitros paulistas que por inércia permitem
a situação, se transformou num tribunal de exceção onde quem não reza pela
cartilha da presidência é perseguido sem qualquer direito a defesa enquanto o mandatário,
dono do poder supremo e sem qualquer respeito ao estatuto da entidade, se acha
no direito de fazer o que bem quer usando para isso pau mandado e lambe saco de plantão que vive de migalhas oferecidas pelo sistema!
Frase: Ambição, perseguição, corrupção,
princípios de um político ladrão. Onde a vítima é o cidadão (Douglas de Lima
Costa Pindoba Pindobinha).