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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

A vitória do conchavo

Ricardo Lewandowsk interrompeu julgamento das emendas de relator, dando tempo ao Congresso para aprovar resolução sobre o dispositivo. Foto: Carlos Humberto/STF

Por: Felipe Moura - Estadão

Nem o futebol salvou o Brasil em 2022. Enquanto a Argentina conquista a Copa do Mundo do Catar, consagrando a genialidade de Lionel Messi, nosso país segue sem foco ético, sem liderança altruísta, sem exemplo unificador.

De um lado, o petismo renova a compra de apoio parlamentar para turbinar gastos sem cortar privilégios, ou turbinando-os também. O aumento do número de ministérios de 23 para 37, a liberação da nomeação de políticos para 548 cargos de poder com o afrouxamento da Lei das Estatais e a legalização da versão maquiada do orçamento secreto são apostas do governo eleito de Lula para aprovar a PEC do Estouro à base de “toma lá, dá cá”, embora petistas ainda disputem com Centrão e aliados da “frente ampla” os cofres mais cheios e as pastas de maior retorno eleitoral.

O ministro Ricardo Lewandowsk interrompeu o julgamento das emendas de relator, dando tempo ao Congresso para aprovar resolução sobre o dispositivo. Foto: Carlos Humberto/STF

De outro lado, o bolsonarismo que uniu o fisiologismo do Centrão a um reacionarismo aloprado e militarista ilustra sua dupla natureza, votando junto com o PT no Congresso pela mudança na Lei das Estatais e pela maquiagem do orçamento secreto, ao mesmo tempo que estimula a alucinação coletiva em estradas e portas de quartéis, com contestação de urnas, clamor intervencionista e vandalismo. A cumplicidade com Jair Bolsonaro e o receio de isolamento de outros potenciais representantes de uma direita democrática inibem críticas à distopia bolsonarista, agravando o isolamento da realidade da suposta direita existente.

De cima, o Centrão do STF, da Câmara e do Senado vai passando a boiada, como se viu na interrupção feita por Ricardo Lewandowski no julgamento das emendas de relator na quinta-feira, 15, para que Arthur Lira e Rodrigo Pacheco aprovassem na sexta, 16, a resolução que mudou critérios de distribuição, sem privar, claro, os presidentes das Casas Legislativas de centralizar fatias polpudas dos recursos. Foi uma “homenagem” ao Congresso, disse em coletiva com Pacheco o ministro Lewandowski, que agora pode virar com Gilmar Mendes o placar de 5 a 4, legalizando, com 6 a 5, o orçamento secreto maquiado. Como se não bastasse sua presença na festa pós-diplomação de Lula, o juiz dá até entrevista com outra parte interessada em meio ao julgamento do tema. Conchavo no Brasil virou tributo, em todos os sentidos. Quem paga, claro, é o povo trabalhador.

Para completar o fim de ano no País, Sérgio Cabral foi libertado da prisão preventiva com votos de ambos os ministros, além de André Mendonça, indicado por Bolsonaro.

Para 2023, o Brasil segue carecendo de um Messi e de uma oposição de verdade.

Fonte: Estadão

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Sentiu o golpe 

Gerente de VAR questiona se matéria que relata clima ruim na comissão de arbitragem da CBF é comprada

Péricles Bassols (esq.) ao lado de Wilson Seneme - Credito: Lucas Figueiredo/CBF

Não é novidade para ninguém que este que voz escreve se tornou persona `non grata´ dentro da comissão de arbitragem da CBF. Tudo por conta das matérias relatando os gritos, chiliques e xingamentos do chefe dos árbitros e possíveis traições de subalternos que tornou péssimo o ambiente dentro do departamento de arbitragem que é comandada por Seneme, mas cobiçada mais que o ´trono de ferro´ por um dos membros lobo em pele de carneiro.

Em vez das matérias servirem de autocritica e uma possível lavagem de roupa suja interna entre os membros, aumentou as desconfianças e levou a uma verdadeira caça às bruxas atrás do vazador das informações e suposto traidor no time.

O mais incomodado, como já era de se esperar, foi o ex-árbitro FIFA e atual responsável pelo VAR, Péricles Bassols. O ex-menino do Rio, como era conhecido em início de carreira, enviou um direct no Instagram questionando honestidade e colocando em duvidas a intenção da postagem.

Além de insinuar que as matérias seriam levianas, questionou se teriam sido a pedido de alguém ou até mesmo compradas. No fim, Bassols diz achar impressionante o fato de não mudar de métodos e continuar com a mesma proposta, talvez se lembrando de um passado não muito distante quando usava esses mesmos metodos, que hoje critica, a seu favor (veja abaixo).

Crédito: reprodução Instagram

Meia verdade o que disse o atual chefe do VAR da CBF. A matéria não  foi leviana e nem comprada, apenas divulgou informações de uma fonte dentro da CA-CBF que, assim como ele no passado, tenta tirar algum proveito da situação.

Aqui cabe ‘mea culpa’ de não esperar reação de Bassols, que quando precisou, na época que era árbitro no Rio de Janeiro, procurou diversas vezes este Blog para passar informações dos bastidores da FERJ, xingar presidente de comissão de arbitragem e jornalistas e criticar um hoje ex-árbitro que brigava com ele pelo escudo FIFA na época.

Pericles Bassols não chegou aonde chegou, se tornando um árbitro FIFA, primeiro VAR do país, VAR em São Paulo e atual responsável pelo VAR na CBF à toa. Seu bastidor é fértil e tem seus esqueletos no armário* e quem sabe, aproveitando a oportunidade criada pelo proprio ex-árbitro, eles não possam vir a luz do dia.

Eu bem que tentei responder acusações e as insinuações em off e no mesmo canal, porém, em um ato covarde, Bassols enviou a mensagem e bloqueou para não receber resposta, motivo que, excepcionalmente, me obriga a responder publicamente.

Crédito: Instagram

* “Esqueleto no armário” é uma expressão idiomática utilizada para dizer que determinada pessoa possui segredos constrangedores escondidos em sua história de vida.

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Chicotadas de Seneme e os bastidores da CA/CBF

Já faz algum tempo que o clima não é nada bom na Comissão de Arbitragem da CBF. Desde que assumiu o cargo em abril deste ano, a gestão Seneme abraçou a causa do sistema, foi implacável com quem cruzou seu caminho e, pelo que tudo indica, continuara cortando sem dó a cabeça de quem ousar qualquer objeção ou apresentar riscos ao seu comando.

O dirigente do apito anda tão soberbo, agressivo e babão do presidente da CBF Ednaldo Rodrigues que aumenta a cada dia a insatisfação e a rejeição unânime do seu nome pelos demais membros da diretoria da entidade. Também não é novidade pra ninguém a forma rude, rispida, soberba e com desprezo com que Wilson Luiz Seneme trata os presidentes de comissões estaduais, dirigentes, árbitros e principalmente seus subalternos mais próximos.

Crédito: Alex Ramos/CBF
Wilson Seneme das 'costas quente' e Ednaldo Rodrigues presidente da CBF

O regime é tão rigoroso com alguns que o árbitro de Flamengo e Santos, André Castro e o VAR, Adriano Milczvski, foram afastados das escalas e jogados na 'geladeira' disfarçada de reciclagem, antes mesmo do termino da partida disputada no Maracanã, na terça-feira (25), pela 34ª rodada do Brasileiro.

Segundo uma fonte dentro da comissão, em rodadas sem reclamações contra a arbitragem, Seneme trata todos com sua conhecida frieza e arrogância. Bem ao contrário de quando árbitros cometem erros e o ambiente muda radicalmente e o tratamento dispensados aos membros da CA modifica drasticamente. Os gritos e xingamentos do chefe do apito com seus subservientes auxiliares incapazes de abrirem a boca ou contestar algo ecoam por todo terceiro andar e são ouvidos até mesmo em outras partes da sede da entidade.

Segundo ainda a fonte, Emerson Augusto de Carvalho, Hilton Moutinho Rodrigues e Ricardo Marques Ribeiro, que trabalham proximos a Seneme,  tremem de medo do chefe e cumprem todas as ordens, sejam elas as mais estapafúrdia que sejam. O único que esboça tímida contrariedade é Péricles Bassols, que finge de morto, mas no fundo, como é de conhecimento de todos na CA, tem como meta substituir Seneme quando este perder o cargo.

Crédito: Lucas Figueiredo/CBF
Péricles Bassols, um olho no chefe e o outro no cargo

Outro ponto de discórdia é com Alicio Pena Júnior. Profissionalmente se respeitam, mas a insatisfação entre ambos é nítida, visível para qualquer um e atualmente nenhum nutre qualquer simpatia pelo outro. Quando foi contratado Seneme usou Alicio para fazer as escalas e com ele aprender o caminho das pedras, mas hoje o vê como uma sombra e o esconde de tudo para enfraquecer seu currículo enquanto espera o momento certo pra cortar a cabeça do ex aliado.

Para a fonte dentro da comissão, o salário de 100 mil mês, o contrato de quatro anos e as ‘costas quentes’ que tem na CBF, como costuma deixar bem claro às pessoas próximas e em lives, seriam os motivos de tanta truculência, soberba e arrogância do dirigente.

Nada como um dia atrás do outro. Hoje muitos árbitros choram pelo tratamento que recebem e relembram com saudades do tempo de Sérgio Corrêa, que cobrava e as vezes era até certo ponto grosso, mas nunca houve relatos de xingamentos ou algo parecido como agora e dava autonomia para todos trabalharem.

Crédito: Igor Siqueira/UOL
Frieza e apreensão na apresentação da comissão arbitragem da CBF em Junho

O Blog tentou, mas não conseguiu falar com Wilson Luiz Seneme ou qualquer outro citado. O espaço esta aberto e será atualizado caso algum deles mantenham contato.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Documento leonino: Federação Paulista desrespeita direitos dos árbitros e mantém categoria em escravidão democrática

Encerrou-se na quarta-feira da semana passada, dia 12, o período para os árbitros entregarem seus documentos pessoais para integrarem o quadro de profissionais da Federação Paulista de Futebol (FPF) na temporada 2023.

Como de praxe, anualmente, o árbitro tem que apresentar seus documentos pessoais como exames médicos, certidões de cartório, atestados de antecedentes, entre outros, como a autorização para que a Corregedoria da entidade, comandada por Margarete Francisca C Barreto, Delegada Especial da Policia Civil de São Paulo, faça uma varredura em sua vida, se desejar fazer parte do quadro e caso contrário, provavelmente desligado sumariamente e sem qualquer explicação.

A novidade para este ano é a declaração obrigatória em que o árbitro abre mão de todos seus direitos, como de imagem, de arena, da voz cedendo o uso a FPF e seus parceiros autorizados sem receber qualquer valor adicional.

Segundo o ‘Termo de Compromisso e de Autorização de Uso de Nome, Imagem e Voz’ (veja abaixo), o árbitro cede todos os seus direitos a FPF e terceiros por ela autorizados sem qualquer remuneração adicional além das taxas de arbitragem já previstas.

Margarete Barreto, Corregedora FPF (Crédito: Diogo Venturelli)

Elo mais fraco na relação empregado e empregador, ao assinar o documento, o árbitro aceita a escravidão imposta de forma democrática, pois não é obrigado concordar, mas caso isso ocorra, certamente não será mais escalado, será esquecido e possivelmente retirado do qudro quando esfriar a repercussão.

Segundo um especialista no assunto, ouvido pelo Blog, o ato se chama 'visto de consetimento' onde o árbitro não consegue atuar sem concordar com os termos de adesão abusiva por parte da FPF. Segundo ainda o especialista, a CBF adotou a mesma conduta, consequentemente houve uma ação no Ministerio Publico do Trabalho onde a entidade foi multada por litigancia de ma fé em primeira e segunda instancia pelo uso do visto de consetimento e conduta abusiva.

É uma vergonha a principal federação de futebol do país, que diz apoiar e investir na arbitragem, não reconhecer os direitos dos árbitros e ainda ganhar altas somas com patrocínios nas camisas destes profissionais autonomos e sem qualquer vinculo com a entidade. O documento imposto é comprovadamente leonino* e que deveria ser questionado imediatamente na esfera jurídica pelos representantes da categoria, no caso o falido Safesp (Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo), cujo presidente e demais membros da atual diretoria são ligados de alguma forma a FPF.

* ´Uma cláusula leonina ou cláusula abusiva é um item inserido unilateralmente num contrato que lesa os direitos da outra parte, aproveitando-se normalmente de uma situação desigual entre os pactuantes´.

Veja abaixo documento onde árbitros cedem direitos a FPF.



domingo, 18 de setembro de 2022

Comissão de arbitragem da CBF erra feio e enterra carreira de jovem árbitro

VAR, nervosismo e inexperiência são piores inimigos da arbitragem em confronto no Ceará

 Maguielson expulsando Zé Roberto - Crédito: Fabiane de Paula/SVM

Mais uma escala infeliz de Wilson Seneme e seus asseclas da comissão de arbitragem da CBF. O jovem e inexperiente árbitro Maguielson Lima Barbosa, de 31 anos (18/06/1991), do Distrito Federal, terá que ter muita força mental e resiliência para se reerguer, dar a volta por cima para sequência da sua carreira que esta por um fio. 

Durante a partida entre Ceará e São Paulo deu até dó do seu nervosismo estampado em seu rosto e da sua desastrosa atuação no confronto vencido pelos paulistas por 2 a 0. Especialmente no primeiro tempo.

Maguielson literalmente foi jogado na jaula com leões, pois o confronto ao qual foi escalado reunia equipes com jogadores experientes e que fariam de tudo para ganhar devido a posição próxima a zona de degola de seus times na tabela de classificação. Não foi uma aposta, pois seu curriculo não permitia isso, e sim um tiro no escuro da comissão que lucraria caso ele fosse bem. Ponto pra Seneme, mas como foi mal, muito mal, a culpa recairá sobre o árbitro que, espero estar enganado, dificilmente terá novas oportunidades.

A não ser em caso raro, ou surgimento de algum fenômeno, não se faz um árbitro do dia para a noite, com oito partidas de Série B e uma de A no currículo. Tem que ter um plano de carreira, dar rodagem, testar em diversas situações e soltar aos poucos e em jogos de pouca projeção, dando confiança e tornando-o conhecido dos jogadores.

Não foi o caso deste árbitro. Ao todo, em três anos, ele apitou apenas 32 partidas de profissionais pela CBF e, apesar de não ter demonstrado isso hoje, pode até ser bom árbitro senão a comissão não o escalaria numa partida tão nervosa e importante devido a colocação das duas equipes na tabela. Pelo menos é o que se espera para não dizer ingenuidade dos membros da CNA.

Para não ser injusto, a culpa é toda, mas não só da comissão de arbitragem. O jovem árbitro também tem boa parcela, pois deu mole, tremeu e não correspondeu às expectativas nele depositadas.

A arbitragem foi calamitosa do primeiro ao último minuto do primeiro tempo e com ajuda negativa do VAR. As decisões foram muito confusas e o árbitro mostrou seu nervosismo logo no início ao mudar decisão conforme pressão dos jogadores do time mandante. Foi assim aos 20º quando marcou tiro de meta em lance duvidoso, mas mudou rapidamente para escanteio após sofrer pressão do time da casa. Ali já demonstrou todo o seu nervosismo e aos poucos foi perdendo controle da partida e respeito dos jogadores que formavam bolinho ao redor do árbitro para reclamar toda falta que ele marcava. 

Aos 26º mandou seguir jogada normal reclamada como pênalti pelos jogadores do Ceará e pelo olho clínico do comentarista de arbitragem da TV caseiro. Árbitro caseiro temos muitos e é até normal no futebol brasileiro, mas comentarista é algo inusitado e surreal.

Aos 28º mostrou cartão amarelo para Rodrigo Néstor em falta normal demostrando mais uma vez sentir a pressão.

Aos 34º marcou pênalti corretamente de Luís Otávio do Ceará em cima de Carelli do São Paulo. O lance é inconcluso, mas ficou a nítida impressão pelas imagens que foi no mínimo em cima da linha de area e o pênalti deveria ser confirmado. Deveria, mas o VAR deu o ar de sua graça e atuou decisivamente para estragar de vez a arbitragem da partida que já era muito contestada. Quando deveria simplesmente informar que o toque tinha ocorrido dentro ou fora da área, chamou o árbitro para revisar e o mesmo mudou a marcação para falta e expulsou Luís Otavio.

Aos 43º Nino Paraíba, do Ceará deu forte carrinho em Wellington. Falta marcada, bolinho de jogadores e o cartão amarelo que cabia pela forte entrada por tras não saiu do bolso. No segundo tempo Nino tomou o amarelo e deveria ser expulso se não tivesse contado com a complacência e covardia do árbitro no final do primeiro tempo.

Maguielson apitando pelo Candangão 2022 - Crédito: Jessika Lineker

Aos 48º mostrou cartão amarelo corretíssimo para atacante Jô, do Ceará.

Aos 51º mudou novamente a marcação após marcar claro escanteio para o São Paulo e segundos depois sinalizar tiro de meta para o Ceará.

Aos 54º terminou o polêmico primeiro tempo com quatro amarelos, dois para cada equipe e um vermelho, para o Ceará.

Começou o segundo tempo como terminou o primeiro, ou seja, com erro. Aos 3º minutos, atacante São Paulo chutou a bola para o gol que desviou nitidamente na zaga como mostrou as imagens, na frente do árbitro que apontou tiro de meta.

Depois disso o segundo tempo seguiu sem maiores novidades até que aos 39º ocorreu mais uma expulsão. Desta vez de Zé Roberto, também do Ceará que ficou com dois a menos e tomou mais um gol já nos acréscimos.

Saldo final da partida foram 26 faltas, sete cartões sendo cinco amarelos e dois vermelhos para o Ceará, dois amarelos para o São Paulo e um árbitro amedrontado que dificilmente terá novas chances no apito.

A partida foi difícil de apitar, mas mais culpa das trapalhadas da arbitragem do que dos jogadores que ficaram nervosos com os erros e, sem deixar de mencionar, a intervenção desnecessária e prejudicial do VAR.

O árbitro tem bom físico e acompanha as jogadas sempre bem próximo, as vezes se põe até próximo demais, mas precisa mostrar bem mais que mostrou hoje para ter novas oportunidades para se firmar na elite do futebol brasileiro.

A comissão de arbitragem da CBF mais uma vez demonstrou que não tem nenhum projeto para a arbitragem brasileira. Ao escalar um árbitro que não tem experiencia e nem o mínimo possível de currículo para atuar em uma Série A, demonstra também que está mais perdida que cego em tiroteio e que conta com a sorte para revelar. Mas não pode fazer escalas as cegas queimando talentos que necessitam ser lapidados antes de serem jogados na arena com os leões.

Logo após a partida, o Ceará comunicou que vai enviar representação à CBF contra a arbitragem de Maguielson Lima Barbosa e deve incluir o VAR.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Futuro FIFAs participam de programa de jovens talentos da Conmebol

Os árbitros Ramon Abatti Abel, de Santa Catarina e Paulo Cesar Zanovelli da Silva, de Minas Gerais, e os assistentes Nailton Junior de Sousa Oliveira, do Ceará e Luanderson Lima dos Santos, da Bahia, foram convidados para participarem do Programa de Jovens Talentos promovido pela Conmebol (Confederação Sul-americana de Futebol).

Também foi convidada a árbitra Michelle Peixoto Safatle, de Goias. As atividades presenciais serão realizadas nos dias 20 e 21 deste mês, em Luque, no Paraguai.

Em março deste ano, Ramon Abatti e Nailton Oliveira foram convidados para participarem de curso semelhante pelo intercâmbio entre a Conmebol e UEFA para árbitros promissores, em Nyon, na Suíça. Devido a não dominarem o idioma inglês, ambos foram substituídos pelo arbitro Alexandre Vargas Tavares de Jesus (RJ) e pelos assistentes Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha (RJ) e Thiaggo Americano Labes (SC).

Promissores

Ramon Abatti e Paulo Zanovelli fizeram recentemente os testes para árbitros internacionais e devem compor o quadro FIFA na próxima temporada. O catarinense Abatti, 32 nos (18/09/1989), tem sido escalado nas principais partidas da CBF nesta temporada onde teve ótimas atuações e caso ocorra a promoção, será de forma justa e merecida. Ramon, até o presente momento e se a soberba não atrapalhar, é a maior revelação da arbitragem brasileira das duas ultimas decadas.

Em um patamar um pouco abaixo vem Zanovelli, que também vem tendo ótimo desempenho dentro de campo, bem superior à pelo menos a metade dos árbitros que hoje compõe o quadro internacional. Se for promovido também será de forma justa e merecida, mas o mineiro, de 32 anos (08/01/1990), caso não seja indicado ao quadro FIFA na próxima temporada, certamente será em 2024.

Nailton Oliveira e Luanderson Lima durante teste fisico FIFA - Crédito: Facebook

Segundo os bastidores da arbitragem, Luiz Flavio Oliveira, de São Paulo, 45 anos (13/06/1977), FIFA desde 2015 e Rodolpho Toski Marques, do Paraná, 35 anos (05/04/1987), FIFA desde 2017, são os nomes mais prováveis para deixarem o quadro internacional no fim deste ano. O paulista perderia o escudo pela idade um pouco avançada para a função e pelos  problemas físicos apresentado durante as ultimas temporadas. Já o paranaense seria substituido por deficiência técnica. 

Também conta o fato de que ambos foram pouco aproveitados pela conmebol em jogos internacionais.

Entre os assistentes, que também fizeram os testes para o quadro internacional, o cearense Nailton Oliveira, 30 anos (31/12/1991), desponta como favorito tendo em vista que era tido como certa sua promoção no final de 2021. Outro com o escudo FIFA praticamente garantido no peito, se não na próxima temporada, mas certamente em 2023, é Luanderson Lima de 27 anos (17/06/1995). O baiano de Dias D´Avila, tem Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, como padrinho e certamente pelo cargo que ocupa um pedido seu não sera atendido. Fez sua estreia na Série A do Brasileiro nesta temporada e já acumula 25 partidas em competições nacionais. Destas, 14 pela principal divisão do futebol Brasileiro.

Luanderson é um ótimo assistente, é oriundo do projeto DBAF - Divisão de Base de Árbitros de Futebol -, programa social do ex-árbitro Rildo Góes e com padrinho ou sem padrinho e continuando a trajetória, em breve estará no quadro internacional.

Segundo bastidores do apito, devem sair Alessandro Álvaro Rocha de Matos, da Bahia, 46 anos, desses 21 no quadro FIFA e Guilherme Camilo, de Minas Gerais, que caiu em desgraça com Wilson Seneme e provavelmente sentira a mão pesada do sistema.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Árbitro que será indicado à FIFA por São Paulo pode pegar até um ano de suspensão no STJD

Douglas Marques das Flores - Crédito: Instagram

O árbitro Paulista Douglas Marques das Flores, foi denunciado e será julgado, às 13:00 da próxima segunda-feira (15), pela 1ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por não relatar fatos ocorridos na partida Santos (SP) 2x2 Red Bull Bragantino (SP). O confronto válido pela 13ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, foi disputado no dia 18 de junho de 2022, no Estádio Vila Belmiro, em Santos.

Indiciado pelo Art. 266 - Deixar de relatar as ocorrências disciplinares da partida, prova ou equivalente, ou fazê-lo de modo a impossibilitar ou dificultar a punição de infratores, deturpar os fatos ocorridos ou fazer constar fatos que não tenha presenciado – se condenado, pode pegar suspensão de trinta a trezentos e sessenta dias, cumulada ou não com multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 1.000,00 (mil reais).

Como nunca foi associado e não contribui com a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), o profissional não será defendido no tribunal pela entidade e terá que se defender das acusações por conta própria e arcar com todas as despesas do próprio bolso. A entidade dos árbitros, além de fornecer suporte jurídico aos árbitros associados, acompanha o processo até o final, inclusive em grau de recursos cobrindo todas as custas e despesas processuais.

Indicação à FIFA

Prestigiado em São Paulo onde apitou a primeira partida da decisão deste ano entre São Paulo e Palmeiras, Douglas Marques das Flores, de 36 anos, formou-se árbitro em 2006 e faz parte do quadro da CBF desde 2016. Fez sua estreia na Série A do Campeonato Brasileiro em 2019 na partida CSA x Flamengo. Não atuou em nenhuma partida em 2020 e atuou em duas no ano passado. Este ano já atuou em cinco, incluindo a que foi indiciado.

Arbitragem da final do Paulistão deste ano - Crédito: Instagram

Flores fez recentemente os testes para ingresso no quadro da FIFA e, segundo informações, herdara o escudo de Luiz Flávio de Oliveira em 2023. Segundo ainda as informações, Douglas será indicado para que São Paulo não perca a vaga, mas o verdadeiro dono do escudo, na vontade da CEAF Paulista, é Matheus Delgado Candançan, de 24 anos, que será promovido assim que preencher os requisitos mínimos para entrar na lista internacional.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Polêmica entre CBF e CBFS e as mudanças no Futsal

Renata Leite e Sandro Brechane, novos membros da Comissão do Futsal, juntos, não ganham 10% do salário de Seneme

Em fevereiro deste ano, este Blog postou os rolos que as mudanças que estavam ocorrendo no FUTSAL, com a CBF tomando de volta à seleção, a arbitragem e a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) de forma desesperadora ameaçou de expulsão os árbitros que atuassem na Liga Nacional.

O processo de mudança teve início ainda no mandato de Rogério Caboclo, então presidente da CBF e, para entender melhor e explicar aos leitores desta página e amantes do futsal, fui atrás de mais detalhes onde recebi informações dos árbitros, dirigentes da liga e tentei contato com os da CBFS, mas não obtivo sucesso.

Como eu ja havia publicado a muito tempo, chamaram o ex-todo poderoso Sérgio Corrêa para organizar o processo de criação do quadro de árbitros de Futsal. Na época apurei que Renata Leite, de São Paulo e Sandro Brechane, do Rio Grande do Sul seriam os escolhidos para comandar a comissão do futsal e hoje a Liga segue com arbitragem escaladas por Renata e Sandro, ambos indicados por Lavoisier Freire, que segue no comanda do futsal, por Sérgio Corrêa e confirmados por Wilson Seneme.

Um ano se foi desde a confusão instalada no Futsal e as competições da Liga Nacional segue com os árbitros, com excessão dos paranaenses que não atuam pela CBF, sendo designados pelas duas entidades, mas pelo que este Blog pode apurar, até dias atrás, Renata e Sandro ainda estavam trabalhando de forma informal na comissão de arbitragem, mas pelo que tenho visto, o atual presidente da CBF não está dando muita bola para o apito, tanto que a tão propalada comissão prometida pelo Seneme só saiu do papel cerca de quinze dias atras, três meses após sua posse e enquanto isto, os dez demitidos da antiga comissão ainda não receberam seus direitos trabalhistas. Mas esse assunto será abordado em outro post.

No Futsal, a pergunta que todos tem feito: quantos árbitros fazem parte da CBF? Em que local se pode achar tais informações? Quem são? São de quais federações? Foram realmente excluídos da CBFS?.... Perguntas sem respostas pelo total desprezo que a atual gestão da CBF tem com a arbitragem.

Taxas

Desde 2015 a taxa de um árbitro da Liga Nacional é de 412 reais. Segundo informações, devido a mudança não deu para mudar os valores, mas na próxima temporada deve ter substancial aumento. Eu não acredito nesse papo e se não aumentaram o valor dessa taxa vergonhosa, foi porque não quiseram e não se pode cobrar muito de profissionais tão mal renumerados.

Obs. Vale ressaltar que a Liga Nacional de Futsal não é uma competição da CBF. A entidade só disponibiliza os árbitros que recebem as taxas da Liga. Mesmo assim, a taxa ainda é vergonhosa.

Renata Leite e Sandro Brechane - Crédito: arquivo Pessoal

O Blog apurou que diferentemente do futebol, onde todos os membros da comissão moram no Rio de Janeiro, subsidiados pela CBF, os membros da comissão de arbitragem do futsal trabalharão em Home Office, diretamente de suas residências.

O Blog apurou ainda, de forma extraoficial, que juntando os dois salários dos membros do futsal, não chega a 10% do que ganha Wilson Seneme e para ser mais exato, 6% no total. Por um lado a CBF propaga que investe na arbitragem e por outro paga salário risonho para uma comissão nacional como forma de 'economizar tostões enquanto gasta milhões' com dirigentes de federações em forma de 'mensalinhos'.

O que eles disseram

O Blog entrou em contato com os dois encarregados pela arbitragem do futsal. Renata Leite a ex-árbitro FIFA disse que passou a desenvolver um trabalho na CBF no final do ano passado juntamente com Sandro Brechane, Sérgio Corrêa e Manoel Serapião onde fizeram tradução do livro de regras e demais documentos necessários e desenharam o projeto que era sonhado e esperado pelo futsal para que se possa atingir os objetivos conquistados pela arbitragem do futebol.

“Tivemos alguns percalços pelo caminho como a troca de presidente da CBF, a saída do Gaciba, mas seguimos trabalhando. Hoje temos um quadro de 140 árbitros trabalhando na Liga Nacional masculina e feminina. Fazemos devolutivas para os árbitros toda quarta-feira, temos acompanhado jogos, feito devolutivas individuais, damos orientações e palestras buscando sempre a evolução dos nossos árbitros” - disse Renata Leite que acrescentou:

“Precisamos renovar o futsal de uma forma geral, principalmente nas condutas e pensamentos. Os clubes estão mal acostumados, são vetos e reclamações sem conhecimento de regra. Querem trocar a escala de árbitros, herança do passado e da conduta equivocada dos antigos dirigentes que não treinavam os árbitros e só faziam o que os clubes queriam. Os árbitros viviam e vivem na antiga entidade sem respaldo e desprotegidos”.

Já Sandro Brechane disse que: 

"Em primeiro lugar somos dois ex-árbitros. Saímos de dentro da quadra e nos preparamos pra um dia sermos instrutores. Tenho em 32 anos de arbitragem, 3 cursos de instrutor pela FIFA e um pela Comebol. Recebemos o convite da CBF no intuito de renovar e capacitar a arbitragem de futsal do Brasil seguindo as normas e as diretrizes da FIFA. Assumimos em dezembro essa missão e passamos muito trabalho devido à pressão que muitos árbitros sofreram e sofrem para não aceitar nosso convite pra trabalhar no projeto CBF, mas seguimos com os que acreditaram no projeto com confiança que a médio prazo estaremos com um padrão melhor de arbitragem em cima de critérios, posicionamento e domínio das regras".

 O dirigente ainda falou do que ja esta sendo feito.

"Estamos fazendo devolutivas com vídeos de acertos e erros para tentarmos diminuir os equívocos e fortalecer os acertos, conversas individuais e assistindo as partidas dentro do possível in loco ou pela televisão. Enfim estamos muito felizes, sabemos da nossa responsabilidade perante a entidade CBF e tambem com a arbitragem brasileira' - encerrou Brechane.

Quando perguntados sobre a polêmica no salário, ambos não quiseram responder.

O Blog falou também com Fabio Costa, ex jogador e atual dirigente do futsal gaúcho. Fábio disse que as mudanças estão sendo bem aceitas pelos árbitros e que Renata Leite e Sandro Brechane são ótimos profissionais que tem tudo para realizar um trabalho espetacular frente a arbitragem do futsal. Disse ainda que a incorporação da modalidade pela CBF foi a melhor coisa que aconteceu com o futsal.

“A mudança é muito bem-vinda. A direção da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol Salão) era uma vergonha, não se preocupavam com os clubes, atletas e árbitros. Era só para os dirigentes ganharem dinheiro” – disse Fábio.

Fábio Costa - Crédito: Arquivo Pessoal

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Árbitro analisando árbitro: Modernidade ou falta de ética?


 Federação Paulista de Futebol escala árbitro para analisar árbitro e gera revolta entre analistas

O Curso de Analistas, promovido pela Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF) sempre foi cercado de polêmicas, desde a sua primeira edição em 2021. Os que conseguiram se formar, fizeram estágio supervisionado - como estágio prático - em algumas rodadas das competições da FPF e sem qualquer remuneração.

Apesar do constar que a realização do curso não garante vaga no quadro de analistas da FPF, o edital induz o candidato ao erro de acreditar em uma vaga, inclusive, dizendo que os participantes poderão integrar o quadro de prestadores de serviços da entidade, porém no momento da inscrição para atuar, exige-se alguns requisitos em que a maioria dos participantes não tem. Nesta hora o agora 'analista' se da conta que de nada valeu todo seu esforço, dedicação e dinheiro gasto com o curso e que seu certificado não passará de um quadro ornamentando parede e sem qualquer valor.

Ou seja, descobrem que, além do tempo perdido, perderam também R$1.300,00 reais para obter um diploma sem qualquer utilidade ou serventia.

Ao todo, o curso gerou algo em torno de 150 mil reais aos cofres da FPF e o edital deste ano já está disponível para quem quiser se qualificar em uma função que, com raríssimas exceções,  dificilmente conseguira trabalhar.

Trechos do edital do Curso de Analistas FPF 2021 - Crédito: Reprodução FPF

Segundo informações, dos cerca de 100 alunos aprovados no curso, não mais que dez estão sendo escalados e muitos deles, são árbitros ou assistente em atividade, que estão analisando seus companheiros de campo. No ponto de vista profissional as funções desempenhadas são incompatíveis e do ponto de vista ético, árbitro em atividade analisar árbitro é no mínimo antiético.

Os relatórios feitos pelos analistas além de atribuir notas e conceitos ao profissional analisado e de fazer comentários sobre pontos positivos e pontos a melhorar, são posteriormente objetos de uma reunião chamada de devolutiva, onde os lances são mostrados aos árbitros daquela categoria, servindo como exemplo para que o eventual erro não volte a ocorrer.

Além do exposto acima, os analistas de verdade, pertencentes a um quadro com esta única função, grupo formado por experientes ex-árbitros que encerraram a carreira no apito a muito tempo e passaram a avaliar os árbitros, estão sendo preteridos ficando fora das escalas que estão sendo ocupadas por árbitros em atividade, em uma concorrência desleal.

O desgaste é grande e a revolta desses profissionais é recorrente. Alguns deles, pedindo anonimato, entraram em contato com o BLOG.

“Absurdo, a FPF está escalando árbitros da ativa como analistas iniciantes. Falta de ética e deixando os verdadeiros de fora, revoltando o pessoal que estão todos puto da vida” – disse um deles.

Atualmente a maior revolta do meio envolve o assistente Daniel Luís Marques que, obviamente será usado como exemplo, mas não tem qualquer culpa se a comissão o utiliza nas duas funções, pois esta apto para as duas e cumpre as escalas, alias, como qualquer um, inclusive quem reclama, certamente também faria.  

Daniel que tem 41 anos (06/11/1981), desses, 23 como árbitro, vem sendo escalado seguidamente em uma função ou na outra, sendo dentro de campo como assistente e fora do campo como analista. Este ano atuou em cinco partidas da base como analista e em 18 partidas como assistente nas Séries A1, A2 e A3.

Crédito: Reprodução FPF

O que eles disseram

O BLOG falou com Ana Paula Oliveira, presidente da Comissão de Arbitragem da FPF.

Segundo a dirigente, todos os árbitros/analistas estão analisando só na base, competições que eles não atuam dentro de campo. Além disso, todos fizeram e foram aprovados no curso de analista 2021 e a CEAF vem trabalhando para melhorar a qualidade de entrega dos analistas atuais.

Ana falou também sobre a necessidade de ampliar o quadro de analistas com qualidade e a melhor forma é investir em estágios monitorados como a CEAF vem fazendo e que também faz parte do processo de transição de carreira.

Sobre as reclamações dos analistas ela não ve problema e que gosta deste desconforto.

“Sinceramente gosto desse desconforto dos analistas, muitos não estavam valorizando as oportunidades. Agora estamos formando mais e com mais qualidade – disse Ana Paula que encerrou falando no aproveitamento da experiência.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Após AVC, Cel. Magalhães é demitido da Comissão de Arbitragem da FMF

Cel. Altair Magalhães - Crédito: Vanessa Moreno

O título da matéria é forte, mas na arbitragem, a nomenclatura é utilizada pelos dirigentes para explicar o afastamento das escalas de árbitro quando este comete algum deslize e é afastado das escalas.  Neste caso não houve qualquer explicação, mas retrata fielmente o ocorrido com o então presidente da comissão de arbitragem da Federação Mato-grossense de Futebol, Cel. Altair das Neves Magalhães, 75 anos, no cargo desde 2006 e exonerado no último dia 16 de maio.

A demissão de qualquer funcionário, respeitando as leis vigentes em nosso país, é decisão exclusiva da entidade e devemos respeitar, mas neste caso demonstra uma profunda desumanidade tendo em vista que o demitido sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral) no do ano, ficou 20 dias na UTI entre a vida e a morte e desde então tenta se recuperar da enfermidade. Segundo informações, Cel. Magalhães está visivelmente debilitado, com psicológico abalado, falando com dificuldades, em cima de uma cama com braço e perna direita paralisados, fazendo uso de cadeira de rodas e andador para se locomover.

Vale frisar que quando sofreu o AVC, o dirigente ocupava a presidência da comissão e preparava a arbitragem local para as atividades deste ano, mas após o infortúnio e até o presente momento, o diretor de competições, Diogo Carvalho vem comandando interinamente a comissão.

O Blog não conseguiu contatar Cel. Magalhães. Também procurou a FMF para que esta falasse sobre a demissão do dirigente, mas a entidade não se manifestou até o fechamento do post.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Entendendo as escolhas dos árbitros para a Copa do Mundo de 2022

Raphael Claus e Wilton Pereira Sampaio - Crédito: Reprodução Internet

Tenho ouvido e lido muitas opiniões sobre as indicações dos árbitros brasileiros para a Copa do Mundo de 2022. Pelo tempo que tenho no futebol posso também emitir as minhas e o farei com base em contatos diversos, desde integrantes de comissões estaduais, nacional, ex-dirigentes do apito e pela mídia.

Antes, porém, é importante lembrar que Wilson Seneme, ex-presidente da comissão de arbitragem da Conmebol, ainda é um dos dez membros do Comitê de Arbitragem da FIFA, portanto, ao contrario do que muitos pensam, um dos principais responsáveis por tais indicações por motivos óbvios.

Como ocorre na CBF, que recebe os árbitros vindo das Federações, o mesmo se dá na Conmebol que recebe os selecionados pela CBF para o quadro internacional, assim, Seneme acompanhou todo processo desde quando assumiu o lugar de Carlos Alarcon em Agosto de 2016.

Em 2018, Seneme deve ter avalizado a indicação de Sandro Ricci, hoje comentarista da TV Globo e pode elogiar ou criticar as decisões dos seus antigos companheiros e chefe do apito; Emerson Carvalho, que é cotado para integrar a comissão nacional; Marcelo Van Gasse e Wilton Sampaio, árbitro de vídeo no mundial de 2018.

Antes quero falar de quem não foi escolhida, a Edina Alves, primeira mulher a atuar numa competição masculina da FIFA, o Mundial de Clubes 2020, que devido a pandemia, só foi disputado em 2021. Ela não vai porque a FIFA decidiu que não levaria mais de uma ‘árbitra’ por país, já que apenas seis irão. Edina perdeu a vaga para a catarinense Neuza Back, com um currículo invejável de mais de uma centena de jogos, sem qualquer virgula, na principal competição do país.

Falando dos indicados, o currículo dos árbitros Rafael Claus e Wilton Sampaio, que passaram pelo processo com aval de Seneme, começou desde 2019:

Ambos estiveram na Copa América 2019 e 2021, com os assistentes Rodrigo Correa, Kleber Gil (2019) e Bruno Pires e Danilo Manis (2021) e foram escalados para a rodada decisiva das eliminatórias, com Claus atuando na partida Argentina x Equador e Wilton Sampaio na partida Venezuela x Colômbia.

Até sair a lista, todos, inclusive eu, apostavam que iria apenas um deles, tanto que Sérgio Corrêa, o ex-manda-chuva mais longevo do apito deu uma longa e rara entrevista na Rádio Bandeirantes quando opiniou: “são dois árbitros de qualidade e experiência e gostaria de ver os dois no Mundial, mas que normalmente a FIFA só levava uma e que Collina apostaria na experiência de uma copa, portanto poderia dar Wilton Sampaio”.

Clique aqui e confira a entrevista a partir do minuto 24.30 do vídeo:

Sete décadas depois

A última vez que tivemos dois árbitros foi em 1950, com o Brasil sediando e perdendo a Copa na presença de 200 mil brasileiros no Maracanã e sete décadas depois o fato se repete.

Assistentes seleccionados para Copa Catar - Credito: Reprodução Internet

Os assistentes escolhidos foram os que acompanhavam Claus e Sampaio em jogos pela Conmebol e pela FIFA e os nomes do goiano Bruno Pires, do carioca Rodrigo Corrêa já eram esperados. O paranaense Bruno Boschilia (primo do falecido Dulcidio) e o paulista de Tatui, Danilo Manis foram as surpresas. Já Neuza Inês Back maior surpresa ainda, pois em nenhum momento foi cogitada.

Brasil, Inglaterra e Portugal sem VAR

Como todos sabem e Seneme em suas entrevistas sempre repete que tanto a FIFA, a Conmebol, como a CBF, apostam em nomes que tenham larga experiência com VAR e decidam no campo.

Isto se comprova até nas escalas das Séries A e B do Brasileiro, com árbitros FIFA e os candidatos para o escudo em 2023 atuando sem cessar e aqui faço um parêntesis sobre a cobrança, antes sistemática das entidades dos árbitros da comissão nacional não designar árbitros do norte e nordeste silenciaram. Qual seria o motivo?

No Brasil, a ferramenta começou em 2019 e pelo número elevado de árbitros no campo e para atender outros países, o sacrificado foi um dos três que disputavam uma vaga: Péricles Bassols, Rafael Traci e Wagner Reway. Os escolhidos foram árbitros do Chile (Julio Bascunan), Colômbia (Nicolas Gallo), Venezuela (Juan Soto), Uruguai (Leodan Gonzales) e Argentina (Mauro Vigliano).

Em resumo, o Brasil vai levar sete árbitros, sendo que de São Paulo vai o trio Raphael Claus, Danilo Manis e a importada e competente Neuza Back que ocupa a vaga que seria destinada ao VAR.

Quase um século para as mulheres terem vez na arbitragem

Aliás, a seleção das seis mulheres em uma Copa do Mundo quebra um paradigma de 92 anos. Num próximo momento, vamos falar um pouco de cada uma delas... e também quem sabe, pelo andar da carruagem, de uma possível 'Marta' jogando com a 10 da seleção brasileira masculina. Esse dia chegara. Quem viver, verá!

Na Copa, imagino a primeira escala do Raphael Claus, com Danilo Manis, Neuza Back e Wilton Sampaio e na primeira do Sampaio, com Rodrigo Correa, Bruno Boschillia e Claus, na reserva.

Uma escolha técnica e eles, segundo a Conmebol, foram os melhores para merecer o prêmio de árbitros mundialistas e aqui registro meus parabéns e desejo de boa sorte a todos para que possam representar dignamente nossa arbitragem na maior competição futebolística do mundo.

Opinião pessoal

Para mim, Raphael Claus é sem duvidas o melhor árbitro do país desde que passou a ostentar o escudo FIFA em 2015. O invejável currículo dele é de conhecimento de todos que estão lendo este post e não preciso descrever. Já Sampaio sempre teve altos e baixos, foi mais mediador que árbitro picotando as partidas ao longo de sua carreira. Felizmente, neste ano vem atuando de forma diferente, com mais coragem e deixando a partida seguir sem paralisar a todo instante e marcando falta por qualquer esbarrão. Portanto a indicação dos dois são merecidas.

Já os assistentes, Neuza Back, a surpresa da lista, sem comentários, seu currículo fala por si. A mulher maravilha, com o perdão do trocadilho por conta da  cidade onde ela residiu em Santa Catarina, faz historia e a indicação é mais que merecida. Já o carioca Rodrigo Correa, o mesmo que foi punido por quatro meses pela FIFA por ter esquecido de levar as bandeiras para uma partida das eliminatórias entre Chile e Argentina, foi indicado por meritocracia, pois o ´palmito', como é conhecido na arbitragem, é um excelente assistente. Bruno Pires outra merecida indicação, pois é ótimo assistente. Por sua vez, Bruno Boschilia e Danilo Manis entram na cota do 'estar no lugar certo na hora certa'. São bons assistentes, mas sem cacife o suficiente para uma Copa do Mundo.

Finalizando deixo uma sugestão para o retorno deles: que suas taxas possam ter um acréscimo de 50% em todos os jogos pelo fato de serem mundialistas. Isto sim seria um reconhecimento por todo sacrifício deles durante a carreira e serviria como objetivo a ser alcançado pelos demais que sonham um dia apitar em uma Copa do Mundo.