Prezados leitores, concluo agora neste post - segunda
parte - o relato frio do ocorrido nos bastidores da reunião realizada pela ANAF com os
árbitros do nordeste no final do ano passado em Recife-PE. Também disponibilizarei
documentos com a ata da reunião, lista de presença e as reivindicações enviadas a Liga do nordeste e CBF.
Evandro Carvalho fez a abertura do evento
Antes de começar quero deixar bem claro que minhas criticas e elogios vão para os árbitros e dirigentes. Não é minha intenção falar do cidadão, pois entendo que assim como eu, todos tem família e não tenho nada de pessoal contra ninguém, inclusive muitos deles que serão aqui citados, nunca vi ou troquei uma palavra sequer. Portanto, as informações aqui publicadas são baseadas em fontes confiáveis, em relatos de dirigentes e até mesmo de árbitros em documentos que estão devidamente arquivados para caso seja necessário. Também deixo claro que o espaço é democrático e estará aberto para quem foi citado e queira se pronunciar e até mesmo para quem achar que tem algo a contribuir.
Dito isso, vamos ao fatos.
Quem leu a primeira parte (abaixo) ficou sabendo que o
ex-tesoureiro da ANAF e principal dirigente sindical da arbitragem do
Norte/Nordeste, Salmo Valentim, visitou os nove estados do nordeste onde em
reuniões com os árbitros do quadro CBF - gatos pingados em alguns estados - orientou os árbitros e convocou
todos eles para estarem em Recife onde teriam voz para discutir e apontar
soluções para os problemas apontados pela classe.
Se a viagem do dirigente aos estados não foi aquele
sucesso, a reunião de Recife foi pior ainda, eu diria que foi um retumbante
fracasso pela baixa presença dos árbitros, onde apenas um terço dos convocados
compareceu e este número só foi possível devido à presença maciça dos árbitros
de Pernambuco, local do encontro, e da Bahia que alugaram um ônibus e
compareceram em um bom numero. Segundo informações, os dirigentes dos Estados
de Sergipe, Ceará e Paraíba vetaram a presença dos árbitros no encontro e eles
temendo represálias não compareceram.
Não posso deixar de registra mais uma vez a vergonha em
relação aos estados de Sergipe, Paraíba e Ceará, mesmo o presidente eleito deste
ultimo – João Lucas - estando presente, pois o encontro era para os árbitros e
não para presidentes das entidades e nenhum árbitro desses estados
compareceram.
Mal tomou posse e o presidente João Lucas (amarelo) e o vice Manoel Moita já pediram bença a Mauro Carmélio da FCF
A ausência mais sentida e inaceitável sob qualquer argumento foi dos representantes do estado de Sergipe para onde infelizmente esta agendado o congresso da categoria que será realizado em novembro deste ano. Tudo leva a crer que devido ao boicote realizado pelos dirigentes e pela covardia dos
árbitros daquele estado, será escolhido outro local – provavelmente a Bahia - na
reunião de trabalho da Anaf que será realizada no próximo mês em Maceió-AL. A
pressão para que isso ocorra é muito grande e até mesmo uma moção de repudio e
a não participação dos estados que compareceram na reunião no congresso caso
seja mantido Sergipe foi votada e aprovada por unanimidade em Recife. Isso quer
dizer que os dirigentes da Anaf não têm muita escolha a não ser acatar a
vontade explicita dos seis estados, pois é melhor que um não compareça do que
seis e levando em consideração a representatividade de quem reclama e da falta
de comprometimento da arbitragem sergipana que é incapaz de ter um sindicato
para representá-los e se contentam com uma associação que por força de estatuto
não pode ser reconhecida pela Anaf.
O presidente da associação e os árbitros de Sergipe não
merecem o respeito dos demais companheiros do nordeste, pois demonstraram total
falta de comprometimento com a classe e subserviência aos dirigentes da
federação sergipana.
Cabe agora ao presidente da Anaf e sua diretoria agirem
rapidamente para manter a união da classe mudando o local do congresso sob pena deste ficar esvaziado sem
a presença dos dirigentes do nordeste. Para isso, devera colocar a proposta em votação no próximo encontro dizendo a verdade, ou seja, que houve um problema de gestão com o estado anteriormente escolhido (Sergipe), que desdenhou da entidade se recusando a participar do encontro por sacanagem e que pelos fatos propõe a mudança de local do congresso. Tenho certeza que a proposta será aprovada por unanimidade e a questão será resolvida sem nenhuma perda servindo ainda de exemplo para aventureiros e maus dirigentes que usam a arbitragem para ganhos próprios.
Foto dos participantes durante a reunião
O Blog do Marçal e o Apitonacional acha justo, apoia e cobra que a mudança de
local do congresso deste ano seja realizada pelo bem e harmonia da arbitragem.
Sergipe é um estado que não tem nenhuma representatividade no cenário nacional,
conta com um futebol e clubes falidos, com uma arbitragem subserviente e covarde
onde as ameaças e as perseguições em cima dos árbitros são constantes e aqueles
que ousam falar ou ir contra o sistema representado por coronéis de patente, de posse ou os puxa saco
de plantão são excluídos sumariamente da categoria sem direito a defesa como
nos tempos da ditadura.
Se Pernambuco e a Bahia compareceram em bom numero,
outros estados além de Sergipe não mandaram nenhum representante como a Paraíba
e Ceará, estados não muito diferente de Sergipe, estados que há décadas são comandados por dirigentes
posseiros, que estão nos cargos há anos sem nenhuma conquista para os homens
de preto tanto nas federações como nas entidades sindicais que são compostas quase
sempre por um quadro associativo de pessoas submissas e subservientes aos
poderosos de plantão e até mesmo alguns dotados de fraqueza de caráter. A ausência
da Paraíba já era esperada, pois quando lá esteve o dirigente da Anaf sofreu uma forte rejeição. Teve seus passos seguidos por arapongas disfarçados de árbitros supostamente a serviço da federação. Sua fala na
reunião foi gravada de forma clandestina e entregue não só a FPF, como também
aos dirigentes do apito na CBF.
O Ceará também não mandou nenhum representante. Também não era esperado sua presença em Recife tendo em vista o forte boicote que "todos" fizeram quando da presença de Salmo Valentim no estado. Vale frisar mais uma vez que o dirigente não teve em nenhum momento nesse estado a atenção devida e merecida e tão pouco foi bem recebido como nos demais estados. Nem mesmo a Paraíba que é oposição declarada, onde os árbitros são todos refém das ordens da federação tratou o dirigente com tamanho desdem!
Não é de
se estranhar as reclamações que nesse estado (Ceará) os árbitros são tratados como
trabalhadores escravos, pois a Federação estaria devendo taxas de arbitragens
de categorias menores há mais de três anos. Alias esses três estados (Sergipe,
Paraíba e Ceará) são os que mais reclamam das péssimas condições de trabalho, das
escalas mal dirigidas, das taxas baixas e atrasadas e de onde também saem as maiores
denuncias contra a arbitragem passando uma falsa impressão para o resto do país
que todo arbitro nordestino é desonesto.
O Blog do Marçal obteve a lista de convocados e de
presença na reunião. Ao todo foram convocados os 147 árbitros que compõe o
quadro do nordeste, mas só compareceram 45 deles.
Veja abaixo lista assinada pelos árbitros que compareceram na reunião.
Destaques positivos:
Se a maioria boicotou o encontro, os 30% que compareceram
demonstraram comprometimento e preocupação em discutir o futuro da classe.
Pernambuco: Todos os árbitros do quadro nacional
estiveram presentes e participaram ativamente dos debates. Destaque foi para
Nielson Nogueira Dias que na sua oratória cobriu o rosto com uma máscara para
representar o medo, a frouxura e a falta de caráter dos ausentes para em
seguida tirar a mascara apresentando o rosto descoberto representando a coragem,
a união e a personalidade dos presentes que deram sem medo a cara para bater procurando
melhorias para a arbitragem do nordeste.
Ciro Camargo (RS) e Marco Martins (Anaf) clicados junto a delegação baiana
Bahia: Trio elétrico (foto acima) que trouxe os árbitros da Bahia para encontro em Recife. Exemplo de comprometimento, 900 km para defesa dos interesses da arbitragem. Estão todos de parabéns, principalmente o presidente Arilson Bispo da Anunciação que mostrou visão e liderança.
Piauí: Exemplo a ser seguido, compareceram presidente e vice-presidente
da comissão e mais quatro árbitros.
Maranhão: Quatro árbitros, um deles – Sandro Nascimento
Medeiros – saiu de Imperatriz, viajou 700 quilômetros no meio da selva até São
Luis onde pegou voo sentido Recife e pior, fez o mesmo caminho na volta sendo
que já tinha feito o mesmo trajeto terrestre para participar da reunião anterior
em São Luis com Salmo Valentim.
Destaques negativos:
Sergipe: Nenhum representante demonstrando falta de
comprometimento com a entidade e com a classe.
Genildo Januário e Rosilene Gomes - tudo em prol do "sistema"
Paraíba: Não compareceu nenhum árbitro ou dirigente
supostamente a pedido da presidente da Federação Paraibana de Futebol com a
ajuda de Genildo Januário, presidente do sindicato local que segundo
informações não passa de um fantoche ou bobo da corte nas mãos da presidenta da FPF Rosilene Gomes.
Rio Grande do Norte: O árbitro Suelson Dyorgines compareceu
no ultimo dia do encontro, participou ativamente, colocou posições e defendeu
ideias. Infelizmente o presidente do sindicato – Luis Carlos – não deu
importância para o evento, não compareceu alegando que já tinha programado
viajar com a família mesmo sabendo um mês antes da data do encontro. Ítalo Medeiros, outro que poderia comparecer, também boicotou o evento e é visto no
meio como o leva e trás do presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol. Quer
ser líder, mas é negativo no sentido de fazer tudo que a FNF quer.
Ceara: Só compareceu o presidente eleito João Lucas, que
viajou por conta própria mesmo sem ter sido convidado. Nenhum árbitro
compareceu, não mandaram ideias nem propostas. Nem mesmo o árbitro Wladierisson
Silva Oliveira que foi defendido pela Anaf em uma situação local, não deu
sequer uma satisfação.
Lideranças positivas
A reunião serviu para medir as lideranças nos estados. Pode
se notar que nem todos tem liderança de fato e muitos deles são lideres
negativos. Os lideres por definição estão em Pernambuco que conta com Emerson
Sobral no comando, um líder adorado e respeitado por todos. Na Bahia Arilson
Bispo lidera com sabedoria e Alagoas tem Charles Hebert se bem que esse anda
meio desgastado ultimamente. Esta prestes a fechar o primeiro contrato de
prestação de serviços entre uma federação e um sindicato de árbitros, fato que
tem subido a cabeça fazendo com que ele se ache o descobridor da pólvora.
Lideranças negativas
Por outro lado Rio Grande do Norte não tem um líder e a Paraíba
tem uma marionete – Genildo Januário – um verdadeiro pelego que vive a serviço
do sistema e isso não sou eu que digo e sim ele mesmo em suas parábolas enigmáticas
e cheias de veneno postadas em sua pagina na rede social.
O Ceará até o presente momento – teve eleição
recentemente - não tem uma liderança e nem respeito mutuo de uns pelos outros. A
terra onde nasceu Rachel de Queiroz, Patativa do Assaré, José de Alencar e o
famoso religioso Padre Cicero é o local onde existe a maior falta de
comprometimento entre os próprios árbitros, pois vivem se digladiando entre si e
sendo comandados por dirigentes de outros estados sem perspectivas de melhorias
em curto prazo.
Sergipe como já disse anteriormente não tem uma liderança, o presidente da associação de árbitros, Ivaney Alves de Lima, apesar de ser uma pessoa de boa convivência e fino trato, não passa de um capacho nas mãos de José Carivaldo de Souza e de Marcony Cabral respectivamente presidentes da federação e da comissão de arbitragem da FSF. Não tem uma entidade reconhecida de fato pela arbitragem e a tendência é ficar isolada por tomada de decisões covardes e erradas de seus dirigentes.
Debates
O encontro foi o maior debate da arbitragem na historia da Anaf onde
foi discutido ideias, patrocínio, taxas, uniformes e melhorias para a categoria.
O presidente da Federação Pernambucana de Futebol,
Evandro Carvalho fez a abertura participando ativamente do evento e disse
apoiar qualquer decisão da arbitragem, pois para ele a arbitragem é
investimento e não despesa.
Foto dos participantes na reunião
Dados revelados
* Segundo estudo realizado pelos dirigentes no encontro, o
nordeste com os nove estado representam 16% das escalas do país ficando
comprovado estatisticamente que os árbitros do nordeste só servem para apitar
campeonato das séries B, C e D e não da série A.
* O sindicato do Pernambuco deixou de fazer uma festa para
apoiar o encontro, pagou todas as despesas com alimentação (café da manha,
almoço e janta) do encontro.
Retaliações.
* Os trabalhos foram encerrados no domingo com um churrasco e uma peladinha (futebol) entre todos os participantes do encontro.
Conclusão
Os árbitros que não participaram do encontro, todos, eu
disse todos, esperam que aqueles que participaram sejam retalhados para se
beneficiarem de alguma maneira. Mas tenho esperança que a comissão de
arbitragem da CBF não tome essa posição, pois será jogar uma historia de defesa
da arbitragem fora. Estarei de olho!
Pelo relatado nos dois post, a Anaf foi buscar os
árbitros nos nove estados, ou seja, na casa de cada um, se não participaram foi
porque não quiseram, consequentemente não podem falar nada e nem reclamar da
sua entidade nacional.
Os que não compareceram podem alegar vários fatores, mas
todos não passarão de desculpas, pois se o convite fosse da CBF, todos eles,
sem nenhuma exceção fariam das tripas coração para comparecerem no local agendado.
Isso prova mais uma vez que cada um dos que não compareceram só pensam nas suas
carreiras e pouco se lixam para o que ocorre ao seu redor, mas serão os
primeiros a usufruírem das conquistas a custo de sacrifícios, dedicação e muito
suor da minoria que pensa no coletivo e não no individual.
Veja abaixo a carta e a ata do encontro
Frase: “As pessoas não são melhores ou piores que a outra, apenas
diferentes na sua individualidade e iguais no coletivo” (Mônica
Liberato).