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sexta-feira, 29 de maio de 2020


Coronavírus e a ‘vaquinha’ demagógica


Todo segmento da arbitragem brasileira tomou conhecimento nos últimos dias da campanha para doação e ajuda à ex-árbitra Léa Campos, de 75 anos, que passa por dificuldades junto com o marido em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde reside há 28 anos, por conta da pandemia do coronavírus. Léa fez um apelo em vídeo explicando a situação difícil pela qual vem passando e foi criado então no meio da arbitragem uma 'vaquinha' para doações.

A campanha que foi encabeçada pela ex-assistente Ana Paula Oliveira e pelo ex-árbitro Leonardo Gaciba, ambos presidentes das comissões de arbitragens da Federação Paulista de Futebol (FPF) e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) respectivamente, arrecadou doações em torno dos 10 mil reais que foram depositados diretamente na conta bancaria disponibilizada pela ex-árbitra.

A lista das doações, a qual tive acesso com exclusividade, foi repassada para algumas pessoas como espécie de prestação de contas e vou divulgar alguns valores para contrapor o discurso dos cabeças da campanha que foram exaltados em vídeo pela ex-árbitra.

Dois dos mais importantes dirigentes da arbitragem brasileira na atualidade deram seus depoimentos que foram amplamente divulgados nas mídias sociais dos árbitros e na imprensa para arrecadar mais recursos.

Segundo disse Ana Paula na reportagem, ‘Léa é um marco para a arbitragem feminina no país’.

Mas essa admiração explicita não foi o suficiente para a ex musa do apito se sensibilizar com o bolso na hora de contribuir com a causa. Ana doou R$ 200,00 reais, cerca de 2.5% do salário que recebe hoje na FPF e bem distante do que poderia doar levando em consideração os cerca de 300 mil que teria arrecadado quando pousou pelada para a Playboy graças a visibilidade que a arbitragem lhe deu.


Já o atual chefe da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, que define Léa como inspiração e que se emociona quando escuta ela falar ‘meus colegas de arbitragem’, doou também R$ 200 reais dos cerca de 25 mil mensais que recebe na CBF. Mas desse já era esperado esse comportamento, pois todos tem o conhecimento que o moço de Pelotas fala muito, adora um microfone, mas ação mesmo não tem nenhuma, principalmente quando se trata de meter a mão no bolso.


Cerca de 90 pessoas fizeram doações que na média ficaram entre 100 e 200 reais, sendo que a maior doação foi de R$ 300 e a menor de R$ 5 reais. Enquanto dois ex-presidentes da CA-CBF, com alto salario provenientes da arbitragem,  doaram 100 reais cada, um ex-árbitro FIFA muito famoso que tira ótima remuneração na CBF, doou 60 reais e uma comentarista de arbitragem que por vez critica a postura dos dirigentes em relação aos árbitros doou 50 reais, bem menos do que gasta diariamente com cremes para esconder os buracos e as espinhas nos rosto antes de aparecer na telinha dos telespectadores.

Não entro no mérito dos valores doados por cada um, mas me causa espanto a demagogia de ambos e o discurso politicamente correto que vai contra a pratica como mostra os fatos.

sexta-feira, 8 de maio de 2020


Safesp e a indicação da arbitragem ao TJD/SP

Dúvida cruel: Presidente do sindicato terá que decidir entre se auto indicar ou negociar cargo com FPF

O Presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo (Safesp), Aurélio Sant’Anna Martins, terá que decidir em breve, um dilema que sempre foi seu sonho, indicar o representante da arbitragem para compor como auditor o Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol (TJD/SP). A composição da nova turma, com mandato de quatro anos, deve ocorrer em julho próximo, salvo mudanças devido a pandemia do coronavírus.

Segundo o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) o Pleno dos TJD Estaduais deve ser composto por nove auditores indicados por entidades, entre elas a representante da arbitragem nos estados.

É do conhecimento geral da categoria que Aurélio Sant'Anna tem a vaidade e o sonho pessoal de compor a corte e ao que tudo indica, segundo informações de bastidores, pensa em fazer a sua auto indicação, o que não é proibido, mas seria imoral e até questionável no quesito de ter vínculo com a própria FPF onde atua ou atuou até recentemente como árbitro de futebol.

Não podemos esquecer e nem deixar de mencionar que, segundo informações, o atual mandatário nutre ódio e desprezo profundo pelo ex-presidente Arthur Alves Junior por supostamente este negar pedido do próprio Aurélio para indicá-lo ao órgão julgador anos atrás.

Caso se auto indique, poderá se manter nas duas funções ou até mesmo renunciar dando posse a sua vice, Regildenia de Holanda Moura, que também tem o sonho e a vaidade pessoal de presidir o sindicato paulista sendo a primeira mulher a comandar a entidade.

Por outro lado, a Federação Paulista deseja que a indicação do Safesp seja outra, provavelmente mantendo se a indicação feita por Arthur Alves a época de Antonio Assunção de Olim ou simplesmente Delegado Olim como é mais conhecido o atual presidente do TJD Paulista.

Para ter o direito de indicar o membro que, por lei, seria da arbitragem, a FPF sinaliza uma aproximação com a entidade sindical através de algumas iniciativas no sentido de reaproximação das duas casas, dando espaço ao sindicato fazendo com que os associados pensem que o Safesp voltou a ter representatividade na Federação, o que na verdade não ocorre.

Regildenia e o sonho de ser a primeira mulher no comando do sindicato paulista
Nesta linha, a FPF permitiria a atuação do presidente do Safesp nos  assuntos como discussão da divisão do prêmio da arbitragem do Paulistão entre todos os árbitros do quadro para minimizar a crise nesta pandemia, no percentual da receita dos patrocínios nos uniformes dos árbitros, na presença institucional do sindicato nas pré-temporadas, nos congressos e em outras iniciativas da FPF que envolver assuntos da categoria. Também haveria uma ajuda de custo mensal ao sindicato disfarçada em forma de recursos para projetos, sem esquecer a possibilidade de indicação pelo sindicato de um membro do Departamento de Desenvolvimento da Arbitragem ou Comissão de Arbitragem. Alias, isso não seria novidade, pois  aconteceu na administração Sérgio Corrêa.

Ao que tudo indica, Aurélio Sant'Anna Martins enxerga, pela primeira vez, uma chance de negociar e ser ouvido pela direção da Federação Paulista, que até o presente momento tem negado toda e qualquer aproximação assim como pedidos do Sindicato para a arbitragem como a recusa em aporte financeiro a categoria por conta da pandemia.

Será que Aurélio vai ter a coragem de se auto indicar ao TJD/SP ou vai se curvar se ajoelhando à vontade da poderosa FPF repassando a ela o poder da indicação? Não sei, só sei que em pouco tempo saberemos a resposta.