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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Leilão Beneficente da FPF e o Banco Digital

Após recusar ajuda na pandemia, leilão da entidade paulista destina 156 reais para cada árbitro e obriga abertura de conta digital em banco parceiro 

Imagem: Reprodução FPF

A Federação Paulista de Futebol - FPF - por meio de sua Comissão de Arbitragem, posicionou a todos de forma pública que a entidade não tinha a obrigação de auxiliar os profissionais do seu quadro de arbitragem, pois segundo a entidade, os mesmos são autônomos e não existe qualquer vínculo empregatício entre as partes.

Esse comportamento de ‘lava as mãos’ por parte da FPF, causou grande revolta silenciosa no quadro, que durante toda a pandemia foi obrigada a manter os treinamentos físicos em dia, participar das atividades online e em plataforma digital, para estarem aptos as escalas no retorno do futebol.

A recusa na ajuda foi uma decisão na contramão em relação à atitude de outras federações e entidades e principalmente a CBF – Confederação Brasileira de Futebol -, que doou cerca de dois milhões de reais a categoria.

Segundo uma fonte na entidade, por suposta exigência de um dos patrocinadores, a FPF realizou uma série de leilões com camisas e outros objetos doadas por clubes, jogadores ex-jogadores famosos com objetivo de arrecadar valores para ajudar atletas, ex-atletas e árbitros em uma iniciativa em parceria com a Sincredi, Maré do bem, EY e Penalty.

Acontece que os árbitros começaram a receber o seu percentual de doação, fruto do leilão, em valores individuais médios de R$ 156,99, mas apesar da soma irrisória, somente os árbitros que atenderem todos os requisitos do edital do leilão, para receber, são obrigados a abrir uma conta digital no Banco Maré, um dos apoiadores do leilão.

Depósito na conta digital aberta pelo árbitro

Os procedimentos, orientações e determinações para o recebimento foram repassados ao quadro de arbitragem por meio da Circular 276/FPF assinada pelo Presidente da FPF Reinaldo Carneiro Bastos e pelo seu vice-presidente de Comunicação e Marketing, Bernardo Itri.

O absurdo é o fato de que para receber uma doação que beira o ridículo, o profissional ainda tem que abrir conta em um banco digital que tem registro de sérias reclamações no Portal Reclame Aqui, conforme você pode conferir clicando aqui.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Federação Paulista veta árbitro por não participar de lives

Crédito imagem: Reprodução Watch ESPN

Desde o início da pandemia do Covid-19, a Federação Paulista de Futebol, tem realizado diversas atividades online com árbitros do quadro Estadual. No início de abril deste ano, no inicio da quarentena, em entrevista ao canal ESPN, Ana Paula Oliveira, presidente da comissão de arbitragem da FPF, disse que a entidade estava realizando treinamentos através da internet e monitorando a parte física dos árbitros enviando vídeos e sugestões de treinamentos para serem feitos em casa.

Pouco tempo depois a entidade passou a realizar lives exclusivas com os árbitros do quadro estadual, mas nem todos puderam participar devido a estrutura em suas residências sem sinal de internet, falta de computadores e até mesmo celulares mais modernos para participarem das atividades online.

Lembrando que a pandemia pegou em cheio a categoria com muitos árbitros não tendo sequer o que comer e não puderam se dar ao luxo de investir em equipamentos para participarem das lives. Lembrando ainda que a FPF não fez nenhum tipo de aporte financeiro como adiantamento das taxas ou deu qualquer ajuda aos árbitros durante o tempo que ficaram sem atuar por conta do coronavírus.

Durante a paralisação das atividades, tudo, ou quase tudo, foi feito pelos governantes, pela CBF que fez aporte substancial aos árbitros do quadro nacional, pela ANAF que socorreu as entidades estaduais, por diversas Federações e Sindicatos para minimizar a crise no setor como contas atrasadas sem corte de energia, isenção de multas, de taxas de inscrições da CBF e das Federações.

Crédito imagem: Reprodução Instagram

Mas em São Paulo, onde esta a Federação mais rica e mais bem estruturada do futebol brasileiro, praticamente virou as costas para os árbitros. Para piorar e mostrar mais uma vez que a entidade nunca se preocupou com a arbitragem como seus dirigentes gostam de afirmar, árbitros afirmam que não estão sendo escalados por não terem participado de algumas lives, só que o critério não estaria sendo usado na mesma medida com todos.

Segundo um árbitro que não quis se identificar com medo de represálias, ao questionar o porque que não estaria sendo escalado nos atuais campeonato da entidade sendo que esta apto em todos os quesitos físicos e técnicos, ouviu como resposta que o mesmo não teria participado de todas as lives. Segundo esta fonte, o arbitro Benedito Alessandro de Jesus Santana, não teria sido aprovado nos testes físicos de março, mas como supostamente participou de todas as lives, está sendo convocado para as atividades físicas (Ariet) visando atuar nas competições em andamento da FPF.

Se confirmado e tudo indica que sim, o critério é absurdo, ilegal, tendo em vista que os árbitros são autônomos e até mesmo cruel, a comissão de arbitragem da FPF colocar a presença online em todas lives como um pré-requisito como se em nosso país tivéssemos uma tecnologia espetacular.

Crédito imagem: Reprodução FPF

Entrei em contato com Ana Paula Oliveira para que falasse sobre a denúncia. Ana retornou o contato, mas coincidentemente e apesar dos 100 MB de velocidade, o sinal da internet estava ruim e não conseguimos conversar. Também não conseguimos restabelecer contato até a publicação desta matéria.