Ato demagogo em Brasília, jogo de cena do
TJD-RS e impunidade contra os verdadeiros agressores selam o final de mais um
episódio racista no país

Das lagrimas ao sorriso. Márcio Chagas e Tinga posam ao lado de Dilma Rousseff
Após os
episódios criminosos contra o árbitro Márcio Chagas e o jogador Tinga que foram vítimas recentemente de ofensas racistas
em estádios de futebol, a presidenta Dilma
Rousseff recebeu os dois em Brasília em um ato demagogo e sem nenhuma utilidade
futura. O encontro foi solicitado pela própria presidente, que segundo
informações, queria demonstrar pessoalmente sua solidariedade aos dois, mas no
fundo não passou de jogo de cena para angariar popularidade em cima de um tema de
alto clamor popular e muito comentado ultimamente.
Infelizmente Dilma contou
com a cumplicidade dos dois personagens que pelo largo sorriso que posaram ao
lado da presidenta gostaram dos holofotes gerados nos últimos dias pelas ofensas racistas. Pela gravidade
das ofensas recebidas deveriam recusar o convite e duvidar da intenção dos políticos
que se quisessem agir verdadeiramente aprovariam leis mais rígidas para
combater o racismo. Subir a rampa do palácio, posar rapidamente para fotos e dizer frases decorada de efeito padrão esta muito longe de ser solução para um problema que
resiste há décadas.
Para corroborar com a
impunidade, ontem à noite (13) foi realizado no TJD gaúcho o julgamento sobre
as ofensas ao árbitro Marcio Chagas. Foram cerca de quatro horas de muitos
holofotes e nenhuma praticidade sendo que o resultado, mas uma vez foi um tapa
na cara da sociedade seguindo os mesmos padrões adotados pelo STF em Brasília.
No julgamento esvaziado
pela não presença do maior prejudicado, o árbitro Marcio Chagas, o clube
(Esportivo) perdeu cinco mandos de campo e terá que pagar uma multa de 30 mil
reais, mas o julgamento cabe recurso e quando isso ocorrer, já fora do clamor
popular e como sempre acontece nos "tribunais do perdão" financiados pelas
federações do país, os mandos devem ser diminuídos e os valores se não zerado, ficara
muito próximo disso. Vale frisar que até o presente momento nada aconteceu com os
verdadeiros agressores, aqueles que cometeram os atos racistas estão impunes e
livres para agirem da mesma forma novamente.
Punir os clubes não tem
adiantado muita coisa, pois quem comete atos semelhantes e de violência nos estádios,
pouco esta preocupado com as consequências para os clubes. Se a policia com
todo poder que tem não consegue manter a ordem nas ruas, como os clubes sem o
mesmo poder conseguirá conter os ânimos de milhares de pessoas dentro dos estádios!
Márcio Chagas não compareceu ao julgamento, ato politico em Brasília
era mais importante. Marcelo Bertanha Barison testemunhou os fatos no TJD
Essas pessoas vão para os
estádios para se aglomerarem e fazerem arruaças. Esse instinto primitivo já
começa quando pisam na rua em destino as praças esportivas se juntando em verdadeiras
matilhas para como cães ferozes e assassinos agredirem até a morte simples torcedores
adversários em pontos de ônibus.
Em nosso país a maioria
dos julgamentos é de araque, punem se rigorosamente e depois usam indiscriminadamente
as brechas das leis para diminuir e até mesmo extinguir as penas. As “autoridades”
usam os abomináveis atalhos das leis para punir de forma branda em vez atacar o problema com
todo rigor que merece prendendo e punindo exemplarmente quem comete os atos criminosos. No
futebol é mais fácil punir os clubes que pagam por um problema que é da
sociedade e ficam de mãos atadas para reagirem do que prender bandidos transvestidos de torcedores que
praticam atos de selvageria contra a sociedade. Punição semelhante ocorreu quando os bancos passaram
a não permitir à retirada de dinheiro nos caixas eletrônicos a noite devido aos
roubos, quando o que deveria ocorrer era a policia prender os ladrões. Nesse caso, os punidos, como os clubes, foi a sociedade que ficou privada de exercer seu direito de fazer as retiradas conforme suas necessidades ficando refém de uma segurança falida e dominada pelas ações dos marginais
A exclusão do time gaúcho
cujo torcedores cometeram o ato racista de nada mudaria o cenário atual e
futuro, pois no mundo, equipes perdem pontos, são punidas em altas somas e até
mesmo rebaixadas e vira e mexe os mesmos problemas voltam a ocorrer. É um
problema cultural da sociedade do nosso país e de vários outros espalhados pelo
mundo e tem que ser tratado conforme merece, começando dentro de casa, passando
pelas escolas, supermercados, logradouros públicos e tem que ser discutido amplamente com coragem pelos
setores jurídico, legislativo e governamental. Basta de impunidade! Basta de punições pela metade!
Obs. Se o racismo é um
problema da sociedade, a depredação do patrimônio particular do árbitro (seu automóvel)
dentro das dependências do clube é problema deste que tem obrigação de dar
segurança e terá que arcar com o prejuízo e responder segundo as leis pelo ato
praticado.
Frase: "A razão pela qual intolerância, sexismo, racismo, homofobia
existem é o medo. As pessoas têm medo de seus próprios sentimentos, medo do
desconhecido" (Madonna).