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sábado, 28 de março de 2020


Curso de árbitros do SAFESP em Sumaré é cancelado
Segundo organizador local, após indagações do Blog curso será recomeçado do zero

Crédito: Reprodução site Safesp

O Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo (SAFESP) continua a deriva em alguns departamentos, principalmente em um dos que tinha maior notoriedade e respeito nos últimos anos da gestão Arthur Alves Junior, a Escola de Árbitros.

Bruno Bonani Munhoz, um dos principais apoiadores da chapa que venceu as últimas eleições, liderada por Aurélio Sant'Anna Martins e Regildenia de Holanda Moura, continuou a colaborar com a diretoria após esta ter sido eleita e foi o grande articulador de um Curso de Formação de Árbitros na cidade de Sumaré, onde exerce cargo de confiança de lideranças locais. 

Sumaré, Município próximo a Campinas no interior paulista, teria servido como palco eleitoral durante a campanha usando como pano de fundo as finais de um campeonato local levando Heber Roberto Lopes e Regildenia Moura para atuarem nas finais. Aproveitando a ocasião, vários associados foram convidados para "prestigiar" o evento realizando em seguida reunião informal para apresentação de propostas da então chapa concorrente no pleito eleitoral.

Crédito: Reprodução Instagram

Acontece que a boa-fé de Bonani, que tentou de todo modo dar visibilidade ao curso e ao Safesp, inclusive indo a sede gravar com o presidente a chamada para o curso, não obteve o êxito esperado uma vez que a Escola do Safesp está sem Diretor nomeado (extra oficialmente é Claudenir Donizeti, também conhecido como BA, da Associação de Árbitros de Piracicaba e Região) e isso desandou muitas decisões importantes sobre o curso em questão.

Previsto para iniciar na manhã deste sábado, dia 28, em plena era epidêmica, o curso de árbitros de Sumaré foi há pouco cancelado pelo organizador local em virtude das perguntas feitas pelo Blog e as situações ali questionadas, exemplo de eventual amadorismo ao longo da contratação e a realização do curso em datas e local onde esta restrita a circulação e aglomerações de pessoas devido a epidemia do coronavírus em nosso país e no mundo. 

Mediante isso, novamente a Escola de Árbitros do Safesp fracassa e não inicia um curso dentro da data.

É importante ressaltar que nem a pandemia causada pelo Covid-19 tinha determinado o adiamento do curso e se observar não foi emitido nenhum comunicado oficial no site do SAFESP e nem nas redes oficiais dos organizadores do curso até a postagem desta matéria.

Outra coisa que chamou a atenção do Blog foi do curso ser desenvolvido em espaços públicos e ser cobrado uma taxa de R$ 450 reais dos participantes, o que em tese, seria proibido.

Crédito: Reprodução Instagram

Ressaltamos que a transparência que foi dita durante a campanha não está sendo cumprida, pois até hoje não foram divulgados os cargos de livre nomeação do presidente, incluindo a composição da Escola.

Entramos em contato com Bruno Bonani, responsável pelo curso oficial do SAFESP de árbitros em Sumaré. Segundo Bonani, por whatsapp, diante de todas perguntas que foram feitas, o curso vai foi cancelado e será repensadoBruno ainda disse que os planos foram por água abaixo e tudo sairá do zero por conta das indefinições. 

O Blog também indagou a Secretaria de Esportes e a Ouvidoria do Município de Sumaré sobre a parte operacional e a legalidade do curso na cidade, mas como foi cancelado, as respostas não foram consideradas como relevantes para o post.

quinta-feira, 12 de março de 2020


O árbitro WhatsApp

Crédito: Lance Press/Divulgação

Conhecido como árbitro WhatsApp, pois, segundo informações, em todos os jogos que é escalado passa bom tempo antes, durante o intervalo e depois das partidas lendo e mandando mensagens no aplicativo, Leandro Bizzio Marinho não tinha sido ainda escalado em nenhuma partida neste ano. Os motivos não foram revelados, mas bem provável que tenha sido por conta da inscrição de árbitro referente temporada 2019 feita fora do prazo e em local não autorizado.

Mas bastou ser escalado para Bizzio usar as redes sociais para desabafar e dar recado dizendo ter sido injustiçado: 

“hoje minha volta ao futebol profissional será na Série A3... Um jogo importante para o campeonato, entidade (FPF) e principalmente para mim que posso e ‘DEVO ESTAR SIM’ entre os melhores” (veja abaixo).
Crédito: Reprodução Instagram

A postagem no Instagram vai contra as orientações no Oficio C.A./001/2020 assinado pela Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF) Ana Paula Oliveira para a arbitragem nas Series A1, A2 e A3 2020.

O documento, que no seu início frisa as palavras Compromisso, Competência, Coragem, Critério e Confiança, diz no item 13 que o árbitro deve manter discrição nas redes sociais, incluindo grupo particular de whatsapp, evitando posts e comentários a respeito de clubes, comentários sobre jogos passados ou futuros e informações sobre os árbitros, a competição e a comissão de arbitragem (abaixo).
Crédito: Reprodução FPF

Pelo jeito o recado e o pito dado por Bizzio no Instagram foi aceito e está sendo obedecido pela comissão de arbitragem da FPF que passou a escalar o arbitro em todas as rodadas, inclusive dobrando em uma delas. Fosse outro árbitro que usasse as redes sociais para reclamar, se auto promover ou reivindicar algo teria sido afastado sumariamente das escalas e esquecido de vez na geladeira.

Pelo visto tem uns que são imunes e ou protegidos a tal ponto que podem agir contrariando as normas e os regulamentos sem que sofram qualquer punição ou represálias.

Proteção

Leandro Bizzio Marinho tem 41 anos de idade (26/09/1978), viveu seu apogeu na arbitragem sob a proteção de Marcos Cabral Marinho de Moura, mais conhecido como Cel. Marinho, quando este foi presidente da comissão de arbitragem da FPF, de 2005 a 2015 e da CBF, de 2016 a abril de 2019.

Sob as asas do Coronel, Bizzio atuou nas finais do Paulistão de 2017 (no segundo jogo entre Corinthians e Ponte Preta) e 2018 (na primeira partida entre Corinthians e Palmeiras).

Só para que se tenha uma ideia do tamanho da suposta proteção, em 2018 o WhatsApp foi escalado em 10 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro e caiu para zero em 2019 com a saída de Marinho e a chegada de Leonardo Gaciba na CA/CBF.

Sua última partida pela FPF tinha sido no dia 26 de outubro de 2019 pela segunda divisão e desde então estava na geladeira do apito.

Polêmicas

Se ele é polêmico dentro de campo devido as várias lambanças ao longo da carreira, fora dele, seu pilar social -palavra muito usada na arbitragem, mas ignorada para certos árbitros, não condiz com o que recomenda e orienta as comissões de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação Paulista de Futebol (FPF) que contam com diversos profissionais a serviço dos árbitros, incluindo psicólogos - não condiz com as exigências das entidades para um árbitro de futebol.

Em 2018 entregou fora do prazo sua inscrição anual de árbitros e de outros colegas do litoral para temporada 2019 na sede da FPF quando as diretrizes diziam que tinha que ser entregue na sede do Sindicato dos Árbitros do Estado de São Paulo (Safesp) até a data limite. Até hoje não se sabe quem deu a autorização para entregar os documentos fora do prazo na FPF. Alguns dizem que teria sido por interferência de uma funcionária com quem supostamente mantinha relação amorosa à época, outros dizem que teria sido a própria corregedora, que também seria supostamente simpatizante do árbitro.

Na ocasião conversei com a corregedora Margarete Barreto na sede da entidade e a mesma garantiu não ter autorizado ninguém receber a inscrição fora das normas e muito menos ter tido qualquer tipo de relação com o árbitro que afirmou sequer conhecer.

O certo é que não foi informado e ninguém sabe até hoje quem e o sob quais motivos autorizou a funcionária da CEAF/FPF receber a inscrição de Bizzio e de seus colegas de forma irregulares conforme as diretrizes daquele ano. Uma sujeira nas dependências da FPF jogada para debaixo do tapete.

Pilar social

Em 2016 recebi uma denúncia de uma advogada que dizia ser namorada do árbitro WhatsApp. No relato disse que durante o namoro teria sido traída com uma professora de zumba de Atibaia e que desta infidelidade teria nascido uma menina. Nada demais para os padrões da atualidade se não tivesse, segundo ela, supostamente se recusado a pagar pensão, o que terminou na justiça como mostra o processo abaixo. Não dá para saber detalhes do ocorrido e seu desfecho final após a primeira decisão judicial, pois correu sob segredo de justiça (veja abaixo).

Durante o processo o árbitro continuou atuando normalmente tanto na FPF como na CBF. Não se sabe se por desconhecimento das comissões, tendo em vista que ninguém atuava caso tivesse pendencias judiciais ou se alguém abafou o caso permitindo as escalas

Na época desta denuncia procurei Leandro Bizzio que fez algumas ameaças, bloqueou contato e não respondeu mais minhas mensagens. Mas caso queira se pronunciar, o espaço esta aberto.

Clique aqui e leia o processo na integra

sexta-feira, 6 de março de 2020


RONDÔNIA: Membros da CEAF trabalham de graça 

Nova Comissão de Arbitragem - Crédito: FFER/Divulgação

No início de fevereiro, a Federação de Futebol de Rondônia  (FFER) anunciou a composição da sua nova Comissão de Arbitragem. Segundo o anuncio, a comissão atualmente é composta por cinco membros: Almir Belarmino Caetano, Francisco Udson de Souza, José Carlos Sana, Paulo Pereira e Wilson Gonçalves Aquino.

Fiz uma busca no site da CBF e constatei que o estado conta com apenas três árbitros no quadro nacional, ou seja, a CEAF/RO, desde 2016, ocasião em que assumiu Belarmino, tem mais membros do que árbitro no quadro nacional e nada mudou desde então. Tem alguma coisa de errado aí.

Uma fonte no estado revelou que, com exceção do presidente da Comissão de Arbitragem, Almir Belarmino, funcionário da FFER, os demais membros da CEAF trabalham de graça, sem receber um centavo sequer. Uma vergonha para uma Federação que só de verba da CBF recebeu mais de dois milhões de reais nos anos de 2017 e 2018.

Detalhe: o mensalinho da CBF é para manutenção da Federação, o que inclui gastos com a arbitragem.

Segundo informações, a ideia da Federação é colocar um analista, todos membros da CEAF, em cada um dos cinco jogos da rodada do estadual para eles receberem as taxas pelos serviços prestados a FFER.

Pesquisei as contas da FFER nos anos de 2017 e 2018 (abaixo). Na prestação de contas desses dois anos consta entrada de R$ 2.160.000,00, grana pura proveniente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A Federação teve ainda uma renda extra de 200 mil reais de patrocínio em 2018.

Prestação contas FFER - Crédito: Reprodução CBF

Toda essa grana some pelos ralos da gastança e a arbitragem continua sem verbas sequer para remunerar dignamente profissionais para trabalharem de forma digna sem depender de escalas que acaba sendo uma forma de pagamento.

De acordo com Heitor Costa, Presidente da FFER, a mudança deve-se ao grande volume de jogos (cinco por rodada) e a necessidade de atualização da Comissão de Arbitragem para a elaboração das audiências públicas (no máximo duas por semana) para a escala de árbitros e assistentes para cada rodada das competições promovidas pela entidade.

A pergunta que fica é: Será que cabe todos esses membros na sala da Comissão ou na verdade são fantasmas, como nas repartições públicas ou nas salas do Congresso Nacional, e nem aparecem na entidade pra bater o ponto?

O outro lado

O Blog entrou em contato com Almir Belarmino para que falasse sobre a composição da CEAF, sobre a possível não remuneração dos membros e as atribuições de cada um, mas o dirigente não respondeu o contato até o fechamento deste post.