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quinta-feira, 29 de junho de 2017


O ‘Fiasco’ AV brasileiro


Dois meses depois de empatarem por 1 a 1 no primeiro jogo, Sport e Salgueiro se reencontraram na ultima quarta-feira (28) para finalmente decidir o campeonato pernambucano. E deu Leão, mas com polêmica, como já tinha sido na primeira partida.

O desorganizado futebol brasileiro esta cheio de episódios como esse. Num espaço de 52 dias foram disputadas as duas partidas finais do campeonato e como tem um presidente visionário, a FPF (Federação Pernambucana de Futebol) que gosta de inovar, de estar a frente das demais, não mediu esforços e recursos para fazer uso nas finais do inédito e famigerado árbitro de vídeo (AV), mesmo não tendo sido testado em nenhuma partida do campeonato. O resultado não poderia ter sido outro, lambanças nos dois jogos. Se a equipe do Salgueiro foi beneficiada no primeiro confronto com um pênalti inexistente a seu favor, foi terrivelmente prejudicada no segundo não sendo confirmado um gol legitimo a seu favor.

Na primeira partida, disputado no dia 18 de maio na Ilha do Retiro, já nos acréscimos do confronto, quando o placar marcava 1 a 0 para o Sport, o árbitro José Washington da Silva inventou uma penalidade para os visitantes que deu resultado igual e final ao jogo. 

Detalhe: Diferentemente do que se falou na ocasião, não houve participação do árbitro de vídeo na decisão de José Washington, pois o protocolo da FIFA não permite utilização do AV em lance interpretativo. Após a marcação da infração penal, o árbitro foi checar as imagens e após seis minutos de paralisação, de ter revisto o lance por cinco vezes, de ter opinião de não pênalti do quarto árbitro (Glaydson Lopes), manteve equivocadamente sua decisão.


Ontem, as equipes voltaram a se enfrentar, desta vez no modesto estádio Cornélio de Barros, na cidade de Salgueiro com arbitragem FIFA e diferentemente do esperado, o escudo não trouxe qualidade necessária nas decisões, pois também houve lambança e ela veio com participação decisiva de um assistente com participação na ultima Copa do Mundo e do arbitro (Wilton Sampaio) que esta sendo preparado para uma das próximas competições de seleções da FIFA. 

O lance ocorreu aos 24 minutos do segundo tempo, quando o placar ainda estava em zero a zero, o Salgueiro teve um escanteio a seu favor pela esquerda do ataque. A bola foi alçada na área, o zagueiro Ranieri tocou para o meio e o atacante Álvaro mandou para as redes. O lance, no entanto, foi invalidado pelo árbitro assistente Emerson Augusto de Carvalho, que assinalou a saída da bola pela linha de fundo durante a viagem da mesma para a área. Notem no vídeo abaixo que Emerson não estava no posicionamento correto na jogada o que o levou a cometer o erro.



Segundo informações de bastidores da partida, diferentemente do que esta sendo noticiado, Wilton Pereira Sampaio, árbitro do jogo, foi avisado pelo árbitro de vídeo (Pericles Bassols) que a bola não teria saído, que o gol deveria ser validado e ainda assim Sampaio foi a um monitor à beira do campo para olhar com seus próprios olhos. Cinco minutos depois, visivelmente assutado, o árbitro decidiu manter a decisão equivocada de seu assistente confirmando a irregularidade e reiniciando a partida através de tiro de meta.


A TV Globo, emissora responsável pela transmissão da partida, no entanto, não mostrou a jogada por nenhum ângulo conclusivo, que desse para perceber se a bola realmente teria saído.

Aplausos

Meus aplausos vão para Glaydson Leite, quarto árbitro da primeira partida, e Pericles Bassols, AV dos dois jogos, que nas duas respectivas decisões auxiliaram o árbitro com opiniões corretas, mas que  foram ignoradas pelos árbitros centrais, o que mostra que não adianta ter trabalho de equipe se o árbitro principal não tiver humildade o suficiente para aceitar.

O AV ainda esta em testes e muitas coisas ainda devem mudar antes de sua efetivação no futebol, mas as experiências realizadas no Brasil só demonstraram como não se deve ser feito e que as pessoas responsáveis pelo projeto precisam entender que elas não são mais importantes que o experimento, pois se julgam deuses do olimpo e suas vaidades podem selar o fim de algo que tem tudo pra dar certo!

FICHA TÉCNICA:
SALGUEIRO 0 X 1 SPORT
Local: Estádio Cornélio de Barros, em Salgueiro (PE)
Data: 28 de junho de 2017, quarta-feira
Horário: 21h45(de Brasília)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Árbitro de vídeo: Péricles Bassols (PE)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Carvalho Van Gasse (ambos SP)
Cartões amarelos: SALGUEIRO: Rodolfo Potiguar, Jean Carlos, Daniel Nazaré. SPORT: Durval, Lenis, Fábio, André
GOL: SPORT: Everton Felipe, aos 36 minutos do 2T

SALGUEIRO: Mondragon; Marcos Tamandaré, Ranieri, Luís Eduardo e Daniel Nazaré; Rodolfo Potiguar, Moreilândia e Toty; Jean Carlos (Dadá); Willian Lira e Álvaro
Técnico: Evandro Guimarães


SPORT: Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Durval e Raul Prata (Evandro); Rodrigo (Thallyson), Rithely, Everton Felipe e Diego Souza; Lenis (Leandro Pereira) e André. Técnico: Vanderlei Luxemburgo

terça-feira, 13 de junho de 2017

Jornalista Miriam Leitão atacada por milicianos do PT 
Jornalista relatou que foram "duas horas de gritos, xingamentos" e "palavras de ordem" contra ela e contra a TV Globo

 No inicio deste mês, dia 3 de junho, durante um voo da aérea Avianca de Brasília para o Rio de Janeiro, a jornalista Global Miriam Leitão, 64 anos, (Jornal O Globo e GloboNews), foi agredida verbalmente, de forma covarde, por um grupo de militantes petistas que, assim como ela retornavam para o Rio de Janeiro.

Miriam denunciou o ocorrido na sua coluna no Globo desta terça-feira (13). Leia abaixo seu relato.

O ÓDIO A BORDO

Por MIRIAM LEITÃO

"Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ondem contra mim e contra a TV Globo. Não eram jovens militantes, eram homens, mulheres e representantes partidários. Fui ameaçada, tive meu nome achincalhado e fui acusada de defender posições que não defendo."
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Sábado, 3 de junho, o voo 6237 da Avianca, das 19h05, de Brasília para o Santos Dumont, estava no horário. O Congresso do PT em Brasília havia acabado naquela tarde e por isso eles estavam ainda vestidos com camisetas do encontro. Eu tinha ido à Brasília gravar o programa da GloboNews.

Antes de chegar ao portão, fui comprar água e ouvi gritos do outro lado. Olhei instintivamente e vi que um grupo me dirigia ofensas. O barulho parou em seguida, e achei que embarcariam em outro voo.

Fui uma das primeiras a entrar no avião e me sentei na 15C. Logo depois eles entraram e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem. Por coincidência, estavam todos, talvez uns 20, em cadeiras próximas de mim. Alguns à minha frente, outros ao lado, outros atrás. Alguns mais silenciosos me dirigiram olhares de ódio ou risos debochados, outros lançavam ofensas.
- Terrorista, terrorista - gritara alguns.

Pensei na ironia. Foi "terrorista" a palavra com que fui recebida em um quartel do Exército, aos 19 anos, durante minha prisão na ditadura. Tantas décadas depois, em plena democracia, a mesma palavra era lançada contra mim.

Uma comissária, a única mulher na tripulação, veio, abaixou-se e falou:
- O comandante te convida a sentar na frente.
- Diga ao comandante que eu comprei a 15C e é aqui que eu vou ficar - respondi.

O avião já estava atrasado àquela altura. Os gritos, slogans, cantorias continuavam, diante de uma tripulação inerte, que nada fazia para restabelecer a ordem a bordo em respeito aos passageiros.

Os petistas pareciam estar numa manifestação.

Minutos depois, a aeromoça voltou:
- A Polícia Federal está mandando você ir para frente. Disse que se a senhora não for o avião não sai.

- Diga a Polícia Federal que enfrentei a ditadura. Não tenho medo. De nada.
Não vi ninguém da Polícia Federal. Se esteve lá, ficou na porta do avião e não andou pelo corredor, não chegou até a minha cadeira.

Durante todo o voo, os delegados do PT me ofenderam, mostrando uma visão totalmente distorcida do meu trabalho. Certamente não acompanham. Não sou inimiga do partido, não torci pela crise, alertei que ela ocorreria pelos erros que estavam sendo cometidos. Quando os governos do PT acertaram, fiz avaliações positivas e há vários registros disso.

Durante o voo foram muitas ofensas, e, nos momentos de maior tensão, alguns levantavam o celular esperando esperando a reação que eu não tive. Houve um gesto de tão baixo nível que prefiro não relatar aqui. Calculavam que eu perderia o autocontrole. Não filmei porque isso seria visto como provocação. Permaneci em silêncio. Alguns, ao andarem no corredor, empurravam minha cadeira, entre outras grosserias. Ameaçaram atacar fisicamente a emissora, mostrando desconhecimento histórico mínimo: "quando eles mataram Getúlio o povo foi lá e quebrou a Globo", berrou um deles. Ela foi fundada onze anos depois do suicídio de Vargas.

O piloto nada disse ou fez para restabelecer a paz a bordo. Nem mesmo um pedido de silêncio pelo serviço de som. Ele é a autoridade dentro do avião, mas não a exerceu. A viagem transcorreu em clima de comício, e, em meio a refrões, pousamos no Santos Dumont. A Avianca não me deu - nem aos demais passageiros - qualquer explicação sobre a inusitada leniência e flagrante desrespeito às regras de segurança em voo. Alguns dos delegados do PT estavam bem exaltados. Quando me levantei, um deles, no corredor, me apontou o dedo xingando em altos brados. Passei entre eles no saguão do aeroporto debaixo de coro ofensivo.

Não acho que o PT é isso, mas repito que os protagonistas desse ataque de ódio eram profissionais do partido. Lula citou, mais de uma vez, meu nome em comícios ou reuniões partidárias. Como fez nesse último fim de semana. É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma jornalista e continuarei fazendo meu trabalho.

O outro lado

Após os relatos e a repercussão do ocorrido, o Partido dos Trabalhadores emitiu nota, assinada pela senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente da legenda, na qual afirma orientar a militância “a não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir qualquer pessoa por suas posições políticas, ideológicas ou por qualquer outro motivo”.

Leia íntegra da nota emitida pelo PT:

“O Partido dos Trabalhadores lamenta o constrangimento sofrido pela jornalista Miriam Leitão no voo entre Brasília e o Rio de Janeiro no último dia 3 de junho, conforme relatado por ela em sua coluna de hoje. Orientamos nossa militância a não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir qualquer pessoa por suas posições políticas, ideológicas ou por qualquer outro motivo, como confundi-las com empresas para as quais trabalhem.

Entendemos que esse comportamento não agrega nada ao debate democrático. Destacamos ainda que muitos integrantes do Partido dos Trabalhadores, inclusive esta senadora, já foram vítimas de semelhante agressão dentro de aviões, aeroportos e em outros locais públicos.

Não podemos, entretanto, deixar de ressaltar que a Rede Globo, empresa para a qual trabalha a jornalista Miriam Leitão, é, em grande medida, responsável pelo clima de radicalização e até de ódio por que passa o Brasil, e em nada tem contribuído para amenizar esse clima do qual é partícipe. O PT não fará com a Globo o que a Globo faz com o PT.

Senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores”

Repudio!


O Blog do Marçal solidariza-se com a jornalista e repudia os ataques covardes e desnecessários por parte de uma corja formada por simpatizantes e membros de um pseudo partido de quadrilheiros que saquearam este país.