Mesmo com R$ 3.5
milhões de reais gasto por ano com a estrutura do apito, o saldo é assustador,
nenhum árbitro foi revelado nas duas ultimas décadas.
A arbitragem
paulista é tida como exemplo para o resto do país, nessa época de decisões dos
estaduais, seus árbitros são requisitados a peso de ouro para os jogos finais
nos quatro cantos do Brasil, mas o que ninguém sabe é que se pudessem os
paulistas também importariam árbitros de outros estados. E olha que aqui se
gasta (investe) uma verdadeira fortuna com toda a estrutura disponibilizada para os homens de preto. Segundo apurado,
somente os valores de 2012 bateram na casa dos R$ 3,5 milhões de reais. Mesmo
com todo esse gasto - desde 2011 vem sendo acima de 1 milhão anual – há pelo
menos duas décadas não se revelam um árbitros em São Paulo, e quando eu digo
revelar, é árbitro com potencial para chegar ao quadro da FIFA e até mesmo para
uma Copa do Mundo.
Dentro de poucos anos, os FIFAs terão que ser trocados por idade ou até mesmo por falta de condições físicas no caso do Wilson Seneme e a pergunta que fica e: quem estaria pronto para substituí-los? O estado de São Paulo tem dois aspirante FIFA, desses, Luiz Flávio foi promovido em 2010 e já tem 36 anos, se não for promovido nos próximos dois anos, será carta fora do baralho. Sobrará então Guilherme Ceretta de Lima, esse tem 30 anos mas um ego maior do que seu cérebro. Tornou se aspirante FIFA única e exclusivamente por vontade do ex presidente da CA-CBF Sérgio Corrêa, pois a comissão local (Paulista), devido a sua arrogância, não morre de amores pelo seu trabalho e nem pelas suas atitudes.
Idade avançada
Dando uma rápida olhada
no quadro de 2013, pode se constatar facilmente que a arbitragem paulista esta envelhecida,
sem perspectiva de renovação á curto prazo e andando na contra mão da história,
pois enquanto a FIFA sinaliza na diminuição da idade dos apitadores, a FPF
aposta em árbitros com idade avançada.
Quadro Ouro 2013
Usando como base o
ano de 2013, dos 13 integrantes do chamado grupo ouro (Paulo César, Wilson
Seneme, Antônio Prado, Flavio Guerra, Guilherme Ceretta, Leandro Bizzio, Luiz
Flávio, Marcelo Aparecido, Marcelo Rogério, Raphael Claus, Rodrigo Braguetto,
Rodrigo Guarizo e Vinicius Furlan), cinco tem idade acima de 40 anos e dos cinco
que lutam por promoção a aspirante FIFA (até 36 anos), somente Raphael Claus teve oportunidades em jogos do Campeonato Brasileiro da série A.
Para reforçar a
tese, se juntada à idade dos seis árbitros que foram para o sorteio das quatro partidas
validas pelas quartas de final do Campeonato Paulista deste ano, teremos 236
anos com uma média de 38 anos. Dos seis árbitros, somente dois (Raphael Claus e
Guilherme Ceretta de Lima) foram formados nesse século (2002) e nenhum sob o
comando de Marcos Cabral Marinho.
Rainha da Inglaterra*
Por falar em Marcos Marinho, o endeusado dirigente do apito paulista não sabia até pouco tempo atrás como era uma
bola de futebol. Você duvida! Convido então você a participar de uma palestra do
mesmo, aposto que se surpreendera com suas palavras (ou falta delas) sobre o
assunto arbitragem.
O hoje oficial da reserva,
depois de 30 anos de serviços prestado à Polícia Militar, desde outubro de
2005, trocou o comando do Segundo Batalhão de Choque da Polícia Militar do
Estado, para chefiar o quadro de árbitros da Federação Paulista de Futebol. Porém, antes comandou
por 17 anos o policiamento nos estádios de futebol do Estado antes
de se tornar o responsável pela arbitragem da FPF. Marinho foi convidado
pessoalmente pelo presidente da FPF, já que Marco Polo Del Nero depois do escândalo
da “Máfia do apito” queria uma pessoa completamente neutra, sem vínculos com
clubes, para começar um trabalho novo de reestruturação da arbitragem e visando de imediato a recuperação da credibilidade da arbitragem paulista abalada pela prisão de Edílson Pereira.
As divisas de
Coronel pode ter trazido de volta a credibilidade exigida pela FPF, mas a renovação prometida
até o presente momento é pífia. Oito anos depois, só o arbitro Adriano de Assis
Miranda que foi formado já sob seu pseudo comando (2006), trabalhou na primeira
divisão do futebol paulista deste ano. Mesmo assim, já tem 34 anos e não é do quadro da
CBF.
Ranking de araque
No inicio da sua gestão,
quando estava mais perdido do que cego em tiroteio, Marinho pediu e contou com a ajuda
de Sérgio Corrêa na elaboração do Ranking da arbitragem Paulista, ranking esse
que ele logo tratou de rasgar quando deixou de publicar a pontuação e a ordem
dos árbitros criando o famigerado quadro Ouro, Prata e Bronze, podendo assim
fazer as promoções de forma sigilosa (sem acompanhamento da imprensa) e sob seu
único critérios que só Deus sabe quais são.
Sorteio da arbitragem
Já escrevi algumas vezes que
não vejo o sorteio da arbitragem como problema como alguns gostam de apontar
para esconder a incompetência, para isso uso o sistema adotado pela FPF. Esse
sistema implantado desde 2012 não foi adotado por vontade de Marco Marinho ou Arthur Alves Junior que
pretendiam usar em 2012 o mesmo famigerado sistema de sorteio dirigido usado
pela CBF e por 90% das demais federações do país. Mas no final de 2011, Marco Polo Del
Nero impôs o fim do sorteio dirigido de árbitros na Federação Paulista e disse
na época:
"Quero os 20 selecionados
com chances desde o primeiro jogo. Se têm condição de apitar a Série A, tem que
fazer clássico", frisou o dirigente.
Desde então, a FPF vem adotando esse sistema e não tem nenhum indicio que a arbitragem tenha piorado por causa disso. Os erros e acertos continuam nos mesmos patamares de quando o chefe do apito escalava quem ele queria e conforme seus “interesses”.
Desde então, a FPF vem adotando esse sistema e não tem nenhum indicio que a arbitragem tenha piorado por causa disso. Os erros e acertos continuam nos mesmos patamares de quando o chefe do apito escalava quem ele queria e conforme seus “interesses”.
*Rainha de Inglaterra é uma expressão usada para Chefe de Estado que detém apenas funções cerimoniais, sem qualquer poder efetivo de intervenção nas instituições politicas do país.
Frase: "O pior dos dirigentes
não é o que é menos letrado ou menos culto, mas o que se cerca de incapazes,
desonestos e bajuladores” (Paulo de Tarso).