Amigo
dos inimigos
Tramas e traições na luta pelo poder na CBF
Licenciado
desde o inicio de dezembro, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de forma
surpreendente cancelou a licença e reassumiu a presidência da entidade por dois
dias - tempo suficiente para colocar Antônio Carlos Nunes de Lima (Cel. Nunes)
no cargo - e saiu novamente de licença.
Ninguém
sabe os verdadeiros motivos e ficaram no ar as razões para a manobra do presidente da CBF. Vou destrinchar abaixo os motivos e o porquê da manobra.
Na
ocasião de se licenciar pela primeira vez, a decisão de Del Nero se deu principalmente para
evitar a ascensão de Delfim Peixoto, Presidente da Federação Catarinense de
Futebol (FCF) e seu principal desafeto que luta pelo seu cargo. Caso tivesse sido afastado de suas funções
pela FIFA ou pedido renuncia do cargo, por ser então o vice-presidente da CBF
mais velho, Delfim seria elevado ao posto de mandatário da entidade.
O vice
escolhido para substituí-lo foi Marcus Antônio Vicente, Deputado Federal pelo
PP-ES que por mais de vinte anos (1994 a 2015) foi Presidente da Federação
Capixaba de Futebol. Marcus Vicente foi escolhido não por acaso, mas por ter
sido eleito com forte apoio financeiro de Marco Polo a quem deveria manter
lealdade.
Mas
antes de apoiar o paulista, o deputado capixaba era companheiro de Rubinho (Rubens
Lopes), Presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, a ponto
de Rubinho emprestar dinheiro para a combalida Federação do Espirito Santo.
Marcus
Vicente e Rubens Lopes eram parceiros, mas como a força de Marco Polo era
grande, o mandatário capixaba debandou para o lado contrario. Nesse período, Marcus Vicente ganhou a confiança de Marco Polo e sua trupe, mas Marco Polo
não conhecia seu histórico de traições e quando precisou de um laranja
durante a crise na FIFA, logo pensou no nobre deputado a quem dera apoio à Câmara Federal, mas os capixabas
que o conhecem bem sabiam que tal empreitada não iria muito longe.
Logo
que empossado, Marcus Vicente pôs as manguinhas de fora e começou a andar com a
oposição de Marco Polo, tendo como conselheiro Rubens Lopes e Delfin Peixoto, inimigos declarados de Del Nero.
Cel, Nunes e Del Nero
Antes mesmo de assumir o cargo na CBF, Marcus
Vicente, feito um peixe, morreu pela boca, o capixaba deu entrevista para o jornal a Folha de S.
Paulo falando de forma definitiva e de projetos futuros o que levou a manobra de Del Nero.
“Estou no aeroporto, chego ao Rio hoje.
Vou conversar com o Marco Polo e com os presidentes das federações para tomar
pé da situação. Não teremos novas eleições. Vou cumprir o mandato do Marco Polo
até o fim” – disse Vicente à época.
Marco
Polo que é uma raposa velha e profundo conhecedor do assunto, como pode comprovar
em vida o já falecido Eduardo José Farah – ex-presidente da Federação Paulista
de Futebol (FPF) -, percebeu logo que o nobre capixaba seria um Judas na sua
vida e agiu rapidamente fazendo a troca antes de receber a facada traiçoeira pelas
costas.
Frase:
"Não existe traição, existem interesses paralelos!" (Dayane Breyer).