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domingo, 28 de fevereiro de 2021

Em antevésperas de apitar jogo, árbitro da Federação Paulista participa de aglomeração em Piracicaba

Empresa de Lucas Bellote, promove evento causando aglomeração e desrespeito as orientações contra disseminação do Covide-19

Lucas Bellote - Crédito: Daniel Teixeira/Estadão

Neste sábado, 27 de fevereiro, antevésperas de atuar na rodada de abertura de Paulistão da Série A2, no clássico lusitano entre Portuguesa de Desportos e Portuguesa Santista, o árbitro Lucas Canetto Bellote, do quadro da Federação Paulista de Futebol (FPF) e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), dá péssimo exemplo e desrespeita as orientações da CEAF paulista para evitar aglomerações para não colocar em risco de contaminação do coronavírus os demais membros da equipe de arbitragem e os jogadores das partidas em que estiver escalado.

A empresa do árbitro (Quality Ville Recreação, Esportes e Musculação Ltda) organizou, inclusive escalando os árbitros, torneio amador de futebol sem respeitar nenhum protocolo sanitário. O jogo foi realizado em uma quadra poliesportiva tradicional de Piracicaba (Arena Bernabeu) para um público de cerca de quinhentas pessoas, a maioria sem mascaras, com muito churrasco, bebidas e pessoas aglomeradas sem respeitar o distanciamento social e demais orientações para evitar a propagação do Covid-19.

Lucas Bellote esteve o tempo todo presente no evento com sua equipe de trabalho, circulando, cumprimentando, parabenizando e abraçando pessoas, muitas sem mascaras, assistiu a partida e participou do cerimonial de premiação, onde a grande maioria não usava máscaras como mostra as imagens deste post.

O cidadão Lucas Bellote tem todo o direito de trabalhar (respeitando todos os protocolos de segurança sanitária) por sua empresa, porém, como árbitro profissional da FPF, tem como obrigação evitar estar presente em eventos como este, principalmente no momento atual, uma vez que ele está envolvido no futebol profissional e pode se tornar um potencial disseminador do vírus e, além do impacto na sua vida pessoal e profissional, pode gerar prejuízo aos clubes e a equipe de arbitragem das partidas em que atuar.

Lucas Bellote (de mascara) assistindo o jogo com uniforme da empresa

É possível fazer esporte amador com todo protocolo sendo respeitado, como já foi feito, também em Piracicaba, pela AAPR durante a final da Copa Libertadores da Várzea, evento liberado e fiscalizado pelas autoridades municipais.

Fora não respeitar os protocolos repassados aos árbitros pela FPF, é preciso considerar que Bellote, que despontou como uma promessa da arbitragem, vem em queda livre na carreira e colecionando polêmicas em jogos, inclusive até com agressão em um jogo da Série B do Brasileiro, e está escalado no jogo da Portuguesa de Desportos, hoje o calcanhar de Aquiles da Comissão de Arbitragem,  por ter sido eliminada nas quartas de final do ano passado pelo XV de Piracicaba em partida com muitas polêmicas.

Não adianta campanha de conscientização de vacinação como está sendo realizada neste ano pelos clubes e FPF, se quem deveria ser exemplo não cumpre cuidados básicos de prevenção contra a pandemia.

Bellote durante a premiação para pessoas sem mascaras

A prática esportiva está proibida na cidade pelas restrições do Plano São Paulo, pois a região já conta com 86,5 mil casos confirmados e 1.594 mortes.

O que eles disseram

O Blog tentou contato com Lucas Bellote para que falasse sobre sua participação no evento, mas não houve resposta até o fechamento deste post.

Contatada, Ana Paula Oliveira, Presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, se limitou a dizer que todos os árbitros foram testados para estarem na pré-temporada nos e jogos, o que não adianta muito se não respeitarem o protocolo participando de aglomerações e não respeitando o distanciamento social e demais itens de segurança sanitária contra o Covid-19 como mostrou esta reportagem. 




sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Árbitros ganharão até 7 mil por partida para apitar Paulistão 2021

Neste final de semana, será dado início para o Paulistão 2021 que tem final prevista para 23 de maio. A novidade será a utilização do VAR em todos os jogos e em todas rodadas com gastos custeados pela Federação Paulista de Futebol (FPF).

Obs. Na edição 2020, o VAR foi utilizado a partir dos confrontos do mata-mata.

Taxas

Seguindo com a gestão profissional e humana, a Comissão de Arbitragem da FPF, inovou mais uma vez com ao taxas diferenciadas para os árbitros da CBF e igualar as taxas do quadro local. Pelo divulgado, em uma final com equipe FIFA, o clube mandante vai desembolsar aproximadamente 30 mil reais de taxas, sem considerar diárias e logística.

Segundo a circular 054/2021, de 18 de fevereiro do corrente ano, os valores serão:

Árbitro FIFA:

Inicial: R$ 4.750,00

Quartas de final: R$ 6.200

Semifinais: R$ 6.700,00

Final: R$ 7.100,00

Quarto árbitro receberá 700,00; 900,00; 1.000,00 e 1.100,00 conforme fase descrita acima.

VAR e AVAR FIFA/CBF/FPF receberão entre 1.300,00 e 4.000,00, conforme sua categoria e fase do campeonato conforme descrito acima.

As diárias vão de R$ 150,00 a R$ 250 conforme a distância entre cidade do estádio e cidade da residência do árbitro.

Veja os demais valores na foto abaixo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Ana Paula, muié macho, sim sinhô!

Dirigente surpreende, implanta gestão empresarial na arbitragem paulista, cria plano de carreira  e dispensa árbitros sem perspectivas e desmotivados 

Antes que leitores do Blog, seguidores das minhas redes sociais ou patrulheiros de plantão atribuam como pejorativo, sexista, misógino, preconceituoso ou ofensivo o título deste post, onde parafraseio trecho da letra da música “Paraíba”, do imortal rei do baião Luiz Gonzaga, quero esclarecer que é justamente ao contrário! O titulo é elogioso!

Dito isto vamos aos fatos que realmente interessa.

Ana Paula Oliveira, nas suas atribuições de presidente da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF), foi muito mais homem que muitos homens que veste calça ou que use patente, na sua função anteriormente. Ao tomar a atitude de excluir árbitros e assistentes, fora dos planos da comissão, do quadro de prestadores de serviços da FPF, abre assim espaços para dar oportunidades para os novos árbitros que são formados todos os anos e outros que já fazem parte do quadro a muitos anos e ainda não tiveram a tão sonhada oportunidade, pelo fato do quadro estar inchado, saturado e composto na sua maioria por árbitros em fim de carreia e que não se enquadram mais no que exige hoje a arbitragem moderna.

Gestores da arbitragem estadual e nacional como: Coronel Marinho, Sérgio Corrêa, Alício da Penna Júnior, Arthur Alves Júnior, Dionísio Domingos, Jorge Rabello, Ednilson Corona, José Henrique de Carvalho e até mesmo Leonardo Gaciba entre outros, prometeram em um primeiro momento, mas não tiveram a coragem, a determinação e atitude que a Ana Paula teve para fazer uma limpa deixando o departamento mais enxuto, ágil e renovado.

A ação no setor de arbitragem da FPF já era necessária, não agora, mais a décadas, assim como se faz necessário em praticamente todos os departamentos de arbitragens das demais federações do país e da CBF com quadros de arbitragens, composto na grande maioria, com árbitros com 40 anos ou mais que, no máximo, estão apitando categoria de base ou levantando placa de substituições e aguentando reclamações de técnicos e jogadores reservas. Se deixar, este perfil de árbitro acomodado seguira cumprindo as escalas até o ultimo dia de sua carreira, pois para ele não importa mais a importância da partida, mas sim a grana da taxa que já faz parte do seu orçamento e a rotina que já esta acostumado.

Difícil é aparecer dirigente com coragem, assim como Ana Paula, para enfrentar os apadrinhados dispensando os que não tem condições técnicas ou que tenham problemas nos pilares de sustentação da função. Claro que antes é necessário um rigoroso estudo do perfil e do currículo para que não se cometa injustiças tendo o cuidado de antes da dispensa dar as oportunidades para que o árbitro possa demonstrar, ou não, suas qualidades dentro de campo.

Ao assumir o comando da arbitragem na CBF, Cel. Marinho viajou o país prometendo oportunidades e gestão profissional aos árbitros, mas faltou coragem - Foto: Marçal

Acredito que, devido a pandemia, o momento não foi o ideal, mas, mais do que administrar sonhos dos árbitros, Ana Paula foi contratada para ser gestora de um departamento e está fazendo justamente aquilo que dela se esperava, com erros é verdade, mas com muitos acertos também e este espaço não poderia deixar de parabeniza-la por implantar um sistema que defendo até mesmo antes de fazer parte desta categoria, onde a autoestima e elevadíssima e a autocritica praticamente inexiste. O impacto político e social do corte é ruim, mas fará muito bem para o quadro a médio e longo prazo, desde que esta política continue nos anos vindouros.

A iniciativa de retirar do quadro aqueles que não correspondem nos pilares exigidos e nem tecnicamente dentro de campo, deveria ser seguida por membros de todas as Comissões Estaduais e pela própria CBF. Uma total reformulação no quadro de árbitros, excluindo os que não terão como seguir um plano de carreira e oportunizar aos mais jovens o espaço necessário para o desenvolvimento de suas aptidões seria o ideal e certamente traria uma melhora significativa na categoria.

Como se diz no interior: Ana Paula teve "saco roxo" que os frouxos não tiveram por conta do corporativismo machista, o conhecido clube do bolinha!

Que a atitude inspire os demais dirigentes do apito e que a arbitragem deixe de ser um coração de mãe e caminhe a passos largos para uma gestão profissional separando o joio do trigo para que cada um possa render aquilo que dele se espera ou que abra caminho para outro profissional ocupar seu lugar e desempenhar a função.

Parabéns Ana!