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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Ana Paula, muié macho, sim sinhô!

Dirigente surpreende, implanta gestão empresarial na arbitragem paulista, cria plano de carreira  e dispensa árbitros sem perspectivas e desmotivados 

Antes que leitores do Blog, seguidores das minhas redes sociais ou patrulheiros de plantão atribuam como pejorativo, sexista, misógino, preconceituoso ou ofensivo o título deste post, onde parafraseio trecho da letra da música “Paraíba”, do imortal rei do baião Luiz Gonzaga, quero esclarecer que é justamente ao contrário! O titulo é elogioso!

Dito isto vamos aos fatos que realmente interessa.

Ana Paula Oliveira, nas suas atribuições de presidente da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF), foi muito mais homem que muitos homens que veste calça ou que use patente, na sua função anteriormente. Ao tomar a atitude de excluir árbitros e assistentes, fora dos planos da comissão, do quadro de prestadores de serviços da FPF, abre assim espaços para dar oportunidades para os novos árbitros que são formados todos os anos e outros que já fazem parte do quadro a muitos anos e ainda não tiveram a tão sonhada oportunidade, pelo fato do quadro estar inchado, saturado e composto na sua maioria por árbitros em fim de carreia e que não se enquadram mais no que exige hoje a arbitragem moderna.

Gestores da arbitragem estadual e nacional como: Coronel Marinho, Sérgio Corrêa, Alício da Penna Júnior, Arthur Alves Júnior, Dionísio Domingos, Jorge Rabello, Ednilson Corona, José Henrique de Carvalho e até mesmo Leonardo Gaciba entre outros, prometeram em um primeiro momento, mas não tiveram a coragem, a determinação e atitude que a Ana Paula teve para fazer uma limpa deixando o departamento mais enxuto, ágil e renovado.

A ação no setor de arbitragem da FPF já era necessária, não agora, mais a décadas, assim como se faz necessário em praticamente todos os departamentos de arbitragens das demais federações do país e da CBF com quadros de arbitragens, composto na grande maioria, com árbitros com 40 anos ou mais que, no máximo, estão apitando categoria de base ou levantando placa de substituições e aguentando reclamações de técnicos e jogadores reservas. Se deixar, este perfil de árbitro acomodado seguira cumprindo as escalas até o ultimo dia de sua carreira, pois para ele não importa mais a importância da partida, mas sim a grana da taxa que já faz parte do seu orçamento e a rotina que já esta acostumado.

Difícil é aparecer dirigente com coragem, assim como Ana Paula, para enfrentar os apadrinhados dispensando os que não tem condições técnicas ou que tenham problemas nos pilares de sustentação da função. Claro que antes é necessário um rigoroso estudo do perfil e do currículo para que não se cometa injustiças tendo o cuidado de antes da dispensa dar as oportunidades para que o árbitro possa demonstrar, ou não, suas qualidades dentro de campo.

Ao assumir o comando da arbitragem na CBF, Cel. Marinho viajou o país prometendo oportunidades e gestão profissional aos árbitros, mas faltou coragem - Foto: Marçal

Acredito que, devido a pandemia, o momento não foi o ideal, mas, mais do que administrar sonhos dos árbitros, Ana Paula foi contratada para ser gestora de um departamento e está fazendo justamente aquilo que dela se esperava, com erros é verdade, mas com muitos acertos também e este espaço não poderia deixar de parabeniza-la por implantar um sistema que defendo até mesmo antes de fazer parte desta categoria, onde a autoestima e elevadíssima e a autocritica praticamente inexiste. O impacto político e social do corte é ruim, mas fará muito bem para o quadro a médio e longo prazo, desde que esta política continue nos anos vindouros.

A iniciativa de retirar do quadro aqueles que não correspondem nos pilares exigidos e nem tecnicamente dentro de campo, deveria ser seguida por membros de todas as Comissões Estaduais e pela própria CBF. Uma total reformulação no quadro de árbitros, excluindo os que não terão como seguir um plano de carreira e oportunizar aos mais jovens o espaço necessário para o desenvolvimento de suas aptidões seria o ideal e certamente traria uma melhora significativa na categoria.

Como se diz no interior: Ana Paula teve "saco roxo" que os frouxos não tiveram por conta do corporativismo machista, o conhecido clube do bolinha!

Que a atitude inspire os demais dirigentes do apito e que a arbitragem deixe de ser um coração de mãe e caminhe a passos largos para uma gestão profissional separando o joio do trigo para que cada um possa render aquilo que dele se espera ou que abra caminho para outro profissional ocupar seu lugar e desempenhar a função.

Parabéns Ana! 

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