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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Quadro FIFA 2017: que Deus nos ajude!

Divulgação da misteriosa lista FIFA trás uma chuva de críticas pela comunidade do apito e a pergunta que fica é: para onde vamos e o que estamos fazendo com a nossa arbitragem?


Nos primeiros minutos de janeiro, o site da FIFA divulgou o quadro de árbitros internacionais para 2017. Felizmente para uns e infelizmente para outros, os boatos e especulações que surgiram antes da lista se confirmaram. Logo os whatsapps do Brasil começaram a debater as promoções sendo que as indagações foram em cima de quem e por quê? Muitas das criticas foram coerentes, outras eivadas de sentimentalidade e frustração, mas a lista cabe reflexão e o Blog do Marçal faz isso abaixo pra você.

Quem saiu:

Heber Roberto Lopes (SC): A saída do árbitro mais experiente do Brasil se faria justa pela parte física. O mesmo reprovou no novo teste, em outros tantos anteriormente e vem dentro do campo apresentando um desempenho físico abaixo do aceitável. Entretanto por sua técnica apurada com o apito na boca, pela experiência e nome que impõe respeito deveria ser mantido por falta de reposição.

Outros países mantêm seus principais árbitros de qualidade com escudo FIFA (matéria em breve), muitos depois dos 45 anos, mas o Brasil por algum motivo retira o careca de Londrina do quadro internacional. Heber foi um dos últimos dos moicanos dos talentos do apito e certamente fará falta a Conmebol, um quadro de qualidade se faz necessário com Libertadores e competições simultâneas o ano todo.

Leandro Pedro Vuaden (RS): Árbitro que fez fama por marcar poucas faltas no inicio de carreira, mas sempre teve problemas físicos e volta e meia perdia testes. No ultimo ano literalmente desfilou (andou) pelo meio do campo nas partidas, corridas ou trote era algo raro.

O gaúcho de Estrela teve um desempenho regular e contou com a proteção da comissão de árbitros da CBF que o tem como árbitro para qualquer jogo. Perdeu a indicação para a Copa do Mundo por rodar nos testes de Assunção, mas tem muita experiência, respeito dos jogadores e assim como Heber também poderia ser mantido no quadro internacional. Para ser FIFA não basta ser bom, tem que a cada jogo mostrar que é bom e mostrar comprometimento, justamente o que o gaúcho não faz há tempos. Vuaden derrapou nas próprias estradas de sua carreira.

Péricles Bassols Pegado Cortez: Pelo inicio da carreira o menino do Rio não deveria nem ter entrado na FIFA e ao ser retirado em 2011 não deveria ter voltado. Pela irregularidade não deveria ter se mantido, mas em compensação, pela ultima partida, não deveria ter saído.

Muito irregular, aprendeu a apitar na FIFA e em todos esses anos sempre foi dono de excelente preparo físico, porém sempre esteve tecnicamente muito abaixo da exigência de um árbitro internacional. Esse ano andou tendo boas atuações, mas muito em função da experiência que teve todos esses anos.

Sempre bem articulado e inteligente, Péricles viveu da amizade com Sérgio Corrêa e outras pessoas importantes da arbitragem não só para chegar aonde chegou, mas também para se manter. Faz parte da turma dos metrossexuais, uma tendência que a CBF gosta muito por ser vistoso e com diploma, como se isso fosse pré-requisitos suficiente para apitar futebol. O fato de sair do Rio de Janeiro foi determinante para sua saída do quadro internacional, em ultimo momento, se movimentou para ficar, mas já era tarde, a ordem já tinha sido dada.

A sensação que fica é que foi retirado no seu melhor momento.

Eduardo Gonçalves da Cruz (MS): Quando entrou foi surpresa causando grande estranheza na categoria. Muitos dizem que foi por falar fluentemente a língua do Tio Sam, o que lhe rendeu convite para participar de curso na UEFA. Teve um nível muito abaixo do normal com escudo FIFA, especialmente no ultimo ano e sofreu do mesmo mal que Cleriston Clay e Fábio Pereira que também saíram e forma precoce do quadro. Só a política não foi suficiente, dentro do campo foi muito mal demonstrando em alguns momentos dificuldades de entender o jogo e suas nuances. A CBF o indicou para intercambio na UEFA achando que iria evoluir, porém, isso não aconteceu.

Para carimbar a perda do escudo de vez, finalizou o ano em cena patética em Varginha-MG no momento da agressão de seu conterrâneo Marcos Mateus, quicando de um lado para outro para fugir do atleta do Guarani, mostrando medo sendo motivo de chacota em programas esportivos.

Quem entra:

Wagner Reway (MT): Entra depois de cinco anos como aspirante. Sempre com ótimo preparo físico, mas tecnicamente muito abaixo do normal tendo feito diversas lambanças na carreira, algumas delas marcantes como os pênaltis contra o Coritiba na Copa do Brasil, fato que levou a torcida do coxa branca por uma banner com sua foto vestido com a camisa do Flamengo.

No ultimo ano protagonizou fato inusitado na partida Botafogo x Atlético MG, após atuação desastrosa com direito a gol de mão do time da estrela solitária. Foi acusado pela diretoria do Galo de estar contratado pela FERJ, fato que iria acontecer e só não aconteceu devido ao veto de Jorge Rabello, chefe do apito carioca. Com o parafuso disciplinar sem encaixe no brasileirão, fica a curiosidade de saber como o filho de Lucas do Rio Verde vai sobreviver na Copa Libertadores caso seja escalado. Mas tem uma qualidade rara e dificílima de encontrar no apito hoje em dia, não é arbitro caseiro e isso consequentemente trás muitos problemas para administrar.

Rodolpho Toski Marques (PR): Essa promoção é umas das mais polêmicas de todos os tempos com boatos de todos os lados, dito na boca miúda que seria apadrinhado do Deputado Federal Evandro Rogério Roman do Paraná. A juventude conta a favor, mas terá que evoluir muito se quiser ir a Copa de 2026 como a CBF sinalizou ao indica-lo.

Toski tem um currículo muito pobre para ostentar o escudo FIFA no peito com apenas 20 partidas de séries A e 63 jogos no total na CBF. Este ano patinou em campo pela irregularidade e falta de experiência e é do time dos metrossexuais esbanjando na brilhantina.

Seu desempenho na partida Corinthians x Fluminense foi algo assustador que vai ficar na história. Curiosamente fechou o ano protagonizando nova lambança em partida do Corinthians, desta vez contra o Internacional, beneficiando o time paulista novamente marcando um pênalti espírita no atacante Romero.

Se confirmada o lobby Federal, sua indicação escancara de vez a política dentro da CBF, pois algumas pessoas achavam que isso mudaria com Marcos Cabral Marinho, mas quebraram a cara, e Toski será FIFA em 2017. É verde, entrou de forma precipitada no quadro, mas tem qualidades e vamos aguardar seu desempenho.

Wagner Nascimento Magalhães: Evoluiu muito, tem muita experiência sendo um ‘tocador’ de jogos. Trabalhou em alto nível em 2016, mas sua entrada só se deu depois da saia justa que a CBF se meteria promovendo Bruno Arleu, cria de Rabello e adepto da leitura de jogo carioca.

Demorou, mas Nascimento subiu sem ajuda ou precisou pisar em alguém e apesar da boa relação com a comissão do RJ, passa incólume pela opressão da ‘leitura de jogo’ do Estado Carioca.

Muito simpático e humilde, Magalhaes foi o único promovido que apesar de não ser nenhuma Brastemp, foi aceito quase que por unanimidade pela categoria.

Danilo Ricardo Simon Manis: foi o assistente que mais trabalhou em jogos do Campeonato Brasileiro da Série A em 2016. O Paulista esteve na Suíça realizando curso na UEFA. Logo depois voltou a realidade sendo agredido na Série A-3 do Campeonato Paulista na partida entre Nacional da Capital e Taubaté-SP. O lateral Caio agrediu Danilo com um chute após a anulação de pênalti a favor do time da casa em decorrência de informações do assistente. 

Sua promoção foi surpresa, os cotados era o também paulista Rogério Pablos Zanardo e o pernambucano Clóvis Amaral. Fez parte como reserva do melhor trio do Brasileirão-2016 onde foi um dos mais escalados atuando em 19 partidas.

Conclusão

Fora a política que a CBF pratica com as indicações para o quadro da FIFA, entendo que a entidade esta equivocada em alguns pontos. As poucas informação dos critérios que teriam sido usados para as promoções, como idade para a Copa de 2026 entre outras não convence. O único critério que deveria ser levado em consideração seria os testes físicos e teóricos, o restante seria apitar futebol com qualidade, critérios claros e ranking competitivo sem limitação de idade ou qualquer tipo, até por que não há mais limite de idade (matéria em finalização).

Uma coisa é certa, vou observar as atuações dos indicados e se forem bem, vou bater palmas, mas se não estiverem a altura vou criticar, pois essa é a função do Blog do Marçal.