Quadro FIFA 2017: que Deus nos ajude!
Divulgação
da misteriosa lista FIFA trás uma chuva de críticas pela comunidade do apito e
a pergunta que fica é: para onde vamos e o que estamos fazendo com a nossa arbitragem?
Nos
primeiros minutos de janeiro, o site da FIFA divulgou o quadro de árbitros
internacionais para 2017. Felizmente para uns e infelizmente para outros, os
boatos e especulações que surgiram antes da lista se confirmaram. Logo os
whatsapps do Brasil começaram a debater as promoções sendo que as indagações foram em cima
de quem e por quê? Muitas das criticas foram coerentes, outras eivadas de
sentimentalidade e frustração, mas a lista cabe reflexão e o Blog do Marçal faz
isso abaixo pra você.
Quem saiu:
Heber Roberto Lopes (SC):
A saída do árbitro mais experiente do Brasil se faria justa pela parte física.
O mesmo reprovou no novo teste, em outros tantos anteriormente e vem dentro do
campo apresentando um desempenho físico abaixo do aceitável. Entretanto por sua
técnica apurada com o apito na boca, pela experiência e nome que impõe respeito
deveria ser mantido por falta de reposição.
Outros
países mantêm seus principais árbitros de qualidade com escudo FIFA (matéria em
breve), muitos depois dos 45 anos, mas o Brasil por algum motivo retira o
careca de Londrina do quadro internacional. Heber foi um dos últimos dos
moicanos dos talentos do apito e certamente fará falta a Conmebol, um quadro de
qualidade se faz necessário com Libertadores e competições simultâneas o ano
todo.
Leandro Pedro Vuaden (RS):
Árbitro que fez fama por marcar poucas faltas no inicio de carreira, mas sempre
teve problemas físicos e volta e meia perdia testes. No ultimo ano literalmente
desfilou (andou) pelo meio do campo nas partidas, corridas ou trote era algo
raro.
O
gaúcho de Estrela teve um desempenho regular e contou com a proteção da
comissão de árbitros da CBF que o tem como árbitro para qualquer jogo. Perdeu a
indicação para a Copa do Mundo por rodar nos testes de Assunção, mas tem muita
experiência, respeito dos jogadores e assim como Heber também poderia ser
mantido no quadro internacional. Para ser FIFA não basta ser bom, tem que a
cada jogo mostrar que é bom e mostrar comprometimento, justamente o que o gaúcho
não faz há tempos. Vuaden derrapou nas próprias estradas de sua carreira.
Péricles Bassols Pegado Cortez:
Pelo inicio da carreira o menino do Rio não deveria nem ter entrado na FIFA e ao
ser retirado em 2011 não deveria ter voltado. Pela irregularidade não deveria
ter se mantido, mas em compensação, pela ultima partida, não deveria ter saído.
Muito
irregular, aprendeu a apitar na FIFA e em todos esses anos sempre foi dono de
excelente preparo físico, porém sempre esteve tecnicamente muito abaixo da
exigência de um árbitro internacional. Esse ano andou tendo boas atuações, mas
muito em função da experiência que teve todos esses anos.
Sempre
bem articulado e inteligente, Péricles viveu da amizade com Sérgio Corrêa e
outras pessoas importantes da arbitragem não só para chegar aonde chegou, mas
também para se manter. Faz parte da turma dos metrossexuais, uma tendência que
a CBF gosta muito por ser vistoso e com diploma, como se isso fosse
pré-requisitos suficiente para apitar futebol. O fato de sair do Rio de Janeiro
foi determinante para sua saída do quadro internacional, em ultimo momento, se
movimentou para ficar, mas já era tarde, a ordem já tinha sido dada.
A
sensação que fica é que foi retirado no seu melhor momento.
Eduardo Gonçalves da Cruz
(MS): Quando entrou foi surpresa causando
grande estranheza na categoria. Muitos dizem que foi por falar fluentemente a língua
do Tio Sam, o que lhe rendeu convite para participar de curso na UEFA. Teve um
nível muito abaixo do normal com escudo FIFA, especialmente no ultimo ano e
sofreu do mesmo mal que Cleriston Clay e Fábio Pereira que também saíram e
forma precoce do quadro. Só a política não foi suficiente, dentro do campo foi
muito mal demonstrando em alguns momentos dificuldades de entender o jogo e suas
nuances. A CBF o indicou para intercambio na UEFA achando que iria evoluir,
porém, isso não aconteceu.
Para
carimbar a perda do escudo de vez, finalizou o ano em cena patética em
Varginha-MG no momento da agressão de seu conterrâneo Marcos Mateus, quicando de
um lado para outro para fugir do atleta do Guarani, mostrando medo sendo motivo
de chacota em programas esportivos.
Quem entra:
Wagner Reway
(MT): Entra depois de cinco anos como aspirante. Sempre com ótimo preparo
físico, mas tecnicamente muito abaixo do normal tendo feito diversas lambanças
na carreira, algumas delas marcantes como os pênaltis contra o Coritiba na Copa
do Brasil, fato que levou a torcida do coxa branca por uma banner com sua foto vestido
com a camisa do Flamengo.
No
ultimo ano protagonizou fato inusitado na partida Botafogo x Atlético MG, após
atuação desastrosa com direito a gol de mão do time da estrela solitária. Foi
acusado pela diretoria do Galo de estar contratado pela FERJ, fato que iria
acontecer e só não aconteceu devido ao veto de Jorge Rabello, chefe do apito
carioca. Com o parafuso disciplinar sem encaixe no brasileirão, fica a
curiosidade de saber como o filho de Lucas do Rio Verde vai sobreviver na Copa Libertadores
caso seja escalado. Mas tem uma qualidade rara e dificílima de encontrar no
apito hoje em dia, não é arbitro caseiro e isso consequentemente trás muitos
problemas para administrar.
Rodolpho Toski Marques (PR):
Essa promoção é umas das mais polêmicas de todos os tempos com boatos de todos
os lados, dito na boca miúda que seria apadrinhado do Deputado Federal Evandro Rogério
Roman do Paraná. A juventude conta a favor, mas terá que evoluir muito se
quiser ir a Copa de 2026 como a CBF sinalizou ao indica-lo.
Toski
tem um currículo muito pobre para ostentar o escudo FIFA no peito com apenas 20
partidas de séries A e 63 jogos no total na CBF. Este ano patinou em campo pela
irregularidade e falta de experiência e é do time dos metrossexuais esbanjando
na brilhantina.
Seu
desempenho na partida Corinthians x Fluminense foi algo assustador que vai
ficar na história. Curiosamente fechou o ano protagonizando nova lambança em
partida do Corinthians, desta vez contra o Internacional, beneficiando o time
paulista novamente marcando um pênalti espírita no atacante Romero.
Se
confirmada o lobby Federal, sua indicação escancara de vez a política dentro da
CBF, pois algumas pessoas achavam que isso mudaria com Marcos Cabral Marinho,
mas quebraram a cara, e Toski será FIFA em 2017. É verde, entrou de forma precipitada
no quadro, mas tem qualidades e vamos aguardar seu desempenho.
Wagner Nascimento Magalhães:
Evoluiu muito, tem muita experiência sendo um ‘tocador’ de jogos. Trabalhou em
alto nível em 2016, mas sua entrada só se deu depois da saia justa que a CBF se
meteria promovendo Bruno Arleu, cria de Rabello e adepto da leitura de jogo
carioca.
Demorou,
mas Nascimento subiu sem ajuda ou precisou pisar em alguém e apesar da boa
relação com a comissão do RJ, passa incólume pela opressão da ‘leitura de jogo’
do Estado Carioca.
Muito
simpático e humilde, Magalhaes foi o único promovido que apesar de não ser
nenhuma Brastemp, foi aceito quase que por unanimidade pela categoria.
Danilo Ricardo Simon Manis: foi o assistente que mais trabalhou em jogos do Campeonato
Brasileiro da Série A em 2016. O Paulista esteve na
Suíça realizando curso na UEFA. Logo depois voltou a realidade sendo agredido
na Série A-3 do Campeonato Paulista na partida entre Nacional da Capital e Taubaté-SP. O lateral Caio agrediu Danilo com um chute após a anulação de
pênalti a favor do time da casa em decorrência de informações do assistente.
Sua promoção foi surpresa, os cotados era o também paulista Rogério Pablos Zanardo e o pernambucano Clóvis Amaral. Fez parte como reserva do melhor trio do Brasileirão-2016 onde foi um dos mais escalados
atuando em 19 partidas.
Conclusão
Fora
a política que a CBF pratica com as indicações para o quadro da FIFA, entendo que
a entidade esta equivocada em alguns pontos. As poucas informação dos critérios
que teriam sido usados para as promoções, como idade para a Copa de 2026 entre
outras não convence. O único critério que deveria ser levado em consideração
seria os testes físicos e teóricos, o restante seria apitar futebol com
qualidade, critérios claros e ranking competitivo sem limitação de idade ou
qualquer tipo, até por que não há mais limite de idade (matéria em finalização).
Uma
coisa é certa, vou observar as atuações dos indicados e se forem bem, vou bater
palmas, mas se não estiverem a altura vou criticar, pois essa é a função do Blog do Marçal.
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