Sérgio
Corrêa pode virar chefe de arbitragem da Conmebol
Sérgio Corrêa da Silva
Os países membros da
Confederação Sul-Americana de Futebol – Conmebol – tem feito pressão para que
uma profunda reformulação seja realizada no Comitê de Arbitragem da entidade.
Tudo por conta do escândalo das escutas telefônicas que envolve seus dois principais
dirigentes, o argentino Abel Gnecco (72) – membro - e o paraguaio Carlos Alárcon Rios - Presidente do Comitê desde 2003 -.
Obs. Ainda fazem parte do comitê os
seguintes membros: Wilson Luis Seneme (Brasil), Ernesto Filippi (Uruguai) e Alberto
Tejada (Peru).
E o principal candidato a
chefiar o departamento é um Brasileiro. Ele não confirma, foge do assunto como
o diabo foge da cruz, mas tratativas estão sendo realizadas para que Sérgio
Corrêa da Silva, Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, assuma o cargo
caso uma reformulação realmente seja realizada na entidade sul-americana.
O que pode dificultar a reformulação é o
grau de envolvimento dos dois citados no escândalo com seus superiores, pois em
meio à divulgação das escutas, Alárcon e Gnecco estavam no Chile e como
se nada tivesse acontecido, absurdamente continuaram escalando os árbitros para
os jogos da Copa América.
O que ficou claro nas
escutas é o lamaçal no qual está afundado o futebol Sul-americano. Como
acreditar nas próximas escalas deste Comitê? Será que por trás de cada erro de
um árbitro no continente não há a pressão de algum dirigente como mostrou as
escutas?
O que é claro e cristalino neste episódio é que cabeças devem rolar e que um novo dirigente deve assumir o cargo para trazer de volta a credibilidade das escalas e assim fortalecer novamente as decisões dentro de campo dos homens de preto do continente. Pela falibilidade humana, qualquer erro de arbitragem não é bom para a classe, mas é aceitável por mais absurdo que seja. Agora quando há suspeitas de manipulação, de erros intencionais, a consequência é devastadora para a categoria. Por isso, sob qualquer suspeita, como neste caso, a melhor providencia é a troca imediata dos comandantes.
Envolvida em um mar de lama, com dirigentes presos à pedido da policia americana (FBI), a letárgica Conmebol está em compasso de espera, mas o certo é que caso haja a troca de comando e Corrêa assuma o cargo, este deverá desenvolver um trabalho de
reformulação na arbitragem Sul-americana nos mesmos moldes adotados na CBF,
onde as escalas são distribuídas baseadas em números, estatísticas,
transparência e competência dos apitadores. Vale frisar que num passado não
muito distante, Corrêa foi convidado para fazer parte do Comitê de Arbitragem
da FIFA como membro e só não aceitou o cargo devido há problemas de saúde em
estagio mais avançado que enfrentava à época.
Entenda
Uma série de 11 escutas
reveladas pelo canal América TV mostra irregularidades que teriam sido
cometidas por Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol da Argentina
(AFA) durante os 35 anos em que foi presidente da entidade, até sua morte no
ano passado.
Entre as suspeitas, está a possível
influência de Grondona na indicação do árbitro Carlos Amarilla para o duelo
entre Corinthians e Boca Juniors, pelas oitavas de final da Libertadores de
2013, em jogo recheado de polêmicas.
A conversa gravada de
Grondona sobre a Libertadores foi com Abel Gnecco, representante da AFA no
Comitê de Arbitragem da Conmebol. Gnecco revela como pressionou Alarcón
(provável referência a Carlos Alarcón, presidente do comitê) para escalar
Amarilla.
"Gostam aí na
Argentina do Amarilla?" Olha, se não gostam dele, não sei. Eu gosto, bota
ele e deixa de me encher o saco. Para Alarcón, me bota o Amarilla e para de
encher. Bom, assim foi, o pôs e bom... e saiu bem porque, bom, tem que ser
assim" - disse Gnecco a Grondona.
Frase: “A corrupção é como o
câncer: quanto maior a demora em estabelecer o diagnóstico e iniciar o
tratamento, menores são as chances de cura” (Alcione Alvez).
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