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sábado, 6 de julho de 2024

A urgente e necessária aposta para salvação da comissão de arbitragem da CBF

Crédito: Rodrigo Ferreira/CBF

O texto abaixo deste post é longo, pois disseca as qualidades dos jovens árbitros vistos como promessas que estão recebendo oportunidades na arbitragem brasileira e o bom é que se o print é eterno, este texto poderá ser revisto daqui algum tempo para comparações e até mesmo acertos e erros de previsões sobre eles. Então, boa leitura!

Quem acompanha o trabalho deste blogueiro sabe das críticas quanto a gestão da arbitragem brasileira, mas não posso ser injusto ao ponto de negar e não reconhecer quando há um avanço em curso.

A renovação promovida pela Comissão de Arbitragem da CBF, comandada por Wilson Luiz Seneme, merece destaque, pois reflete o esgotamento técnico, físico e mental da antiga geração de árbitros. Essa geração cumpriu seu papel, mas apenas a introdução da tecnologia na arbitragem permitiu prolongar sua atuação. As medidas de aumento da faixa etária implementadas em administrações anteriores foram um primeiro sinal de mudança. A transferência de árbitros experientes para as salas de vídeo na sede da CBF ajudou a corrigir decisões de campo e a evitar erros graves que poderiam prejudicar as equipes.

Apesar do tempo e dos inúmeros cursos promovidos pela administração “Senemiana”, o desempenho em campo não melhorou conforme esperado. Essa administração, semelhante aos tempos de comando militar, escolheu coadjuvantes e seminaristas para a comissão, pessoas cumpridoras de ordens e que não ousam desafiar, opinar ou conversar com qualquer pessoa fora da entidade.

A renovação é uma tentativa de restaurar a credibilidade dos árbitros, que foi prejudicada por acusações sem comprovação científica ou técnica feitas por um dirigente de futebol. A arbitragem brasileira e sul-americana, especialmente em eventos como a Copa América, necessita de renovação tanto no campo, na instrução quanto nos gabinetes.

São Paulo foi o pioneiro ao trazer o argentino Patricio Loustau para renovar a arbitragem estadual que não forma um grande árbitro desde Raphael Claus formado no início deste século. Acredito e ela não tem outra saida que o próximo passo da CBF será contratar um gestor internacional para modernizar a arbitragem brasileira.

Antigamente, os árbitros iam ganhando espaço com atuações nas séries D, C, B até chegar na A. Porém a urgência necessária, mas sem muitas explicações, inverteu este processo. Isto ocorreu com vários árbitros que sem qualquer experiências e jogos no currículo foram jogados na arena com os leões. Muitos deles foram devorados pelo sistema, outros estão tentando curar as feridas que ainda sagram e teimam não cicatrizar, mas felizmente alguns, que nasceram com o dom divino de arbitrar, estão aproveitando as oportunidades matando um leão por vez.

O Seneme dizia que tudo seria inédito e isto vem acontecendo realmente, inclusive as promoções para a FIFA tem ocorrida dentro do critério geopolítico, a exemplo de dois assistentes e um árbitro de vídeo – coincidentemente do estado do presidente da CBF - que chegaram na frente de muitos outros com maior número de partidas.

As diretrizes que eram públicas e podiam ser consultadas por qualquer internauta no site da CBF até 2022 foram retiradas do ar e até hoje, quase três anos depois, não voltaram. Uma delas dizia respeito a promoção do árbitro internacional (FIFA) que só podia ser indicado se tivesse atuado em pelo menos 20 partidas na Série A e até que se prove em contrário, isto já não existe mais.

Para atuar na Série A, algumas exigências foram alteradas, porém não se pode afirmar que houve descumprimento se as regras fossem claras, mas a escuridão voltou a arbitragem brasileira.

Os dados abaixo, até a rodada deste fim de semana, das jovens promessas da arbitragem foram capturados do site oficial da CBF, exceto as diretrizes que completam mais de dois anos retiradas do ar.

Alex Stefano, 36 anos (23/05/1988) atuou na primeira final do Carioca 2024 (Flamengo x Nova Iguaçu), sendo uma das promessas da gestão de José Carlos Santiago. Antes de atuar na maior competição do Brasil ele só tinha atuado em 1 partida da Série C e duas da Série D.

Alex Gomes Stefano - Crédito: Cesar Greco/Palmeiras

Atuou até agora em 18 partidas de profissionais pela CBF. Destas, seis pela Série A.

Após fazer partidas na Série A, o carioca foi ganhar experiência na Série B.

Alex Gomes Stefano - Rio de Janeiro/RJ

N     Competições/Jogos

1      Série A6

2      Série B4

3      Série C1

4      Série D6

5      Profissional1

6      Sub-206

7      SUB174

8      Aspirantes2

9      A1: 2

10    Sub-16 Feminino1

11    Sub-14 Feminino: 3

 Total: 36 jogos.

Bruno Vasconcelos, 35 anos (19/12/1989), mais um da Bahia, de Ednaldo Rodrigues, sendo aproveitado. O jovem Bruno Pereira Vasconcelos, que foi promovido com apenas duas atuações na Série B, em 2023, é de Madre de Deus – Município baiano da grande Salvador que é uma fábrica de árbitros -. 

Bruno Pereira Vasconcelos - Credito: FBF/Arquivo pessoal

Se demonstrar as qualidades esperadas pela comissão nacional de arbitragem não haverá nenhum problema, pois o importante é que a esperança se torne realidade. Na rodada deste fim de semana, a 15ª, fará sua quinta exibição, na partida São Paulo x Bragantino, sendo que a última foi no mesmo estádio, na partida São Paulo x Criciúma, pela 12ª rodada.

Bruno Pereira Vasconcelos - Madre de Deus/BA

N     Competições/Jogos

1      Série A5

2      Série B: 5

3      Série C4

4      Série D5

5      Profissional6

6      Eliminatórias1

7      Aspirantes1

8      Sub-201

9      SUB172

10    A21

Total: 31 jogos.

# Bruno Mota, de 34 anos (01/11/1989) é o segundo carioca que busca seu lugar na Série A. O sósia do Mbappé fará a sua 10ª partida na Série A e pelo tempo da escala anterior, em 17 de abril, na partida Fortaleza 1x1 Cruzeiro, pela 2ª rodada, o petropolitano não foi bem avaliado, deu uns passos atrás e, nesta época fria e sombria, esteve visitando a geladeira Senemiana. Perdeu vidas e mais um erro pode ser fatal.

Bruno Mota - Crédito:  Gil Gomes/AGIF

No Carioca, uma partida polêmica no empate em 0 a 0 entre Fluminense e Vasco, quando teve dados pessoais – numero telefone e endereço - vazados, sofreu ameaças e fez um registro de ocorrência na delegacia (mais detalhes).

Bruno Mota Correia - Petrópolis/RJ

N     Competições/Jogos

1      Série A5

2      Série B5

3      Série C4

4      Série D5

5      Profissional6

6      Eliminatórias: 1

7      Aspirantes1

8      Sub-201

9      SUB172

10    A21

Total: 31 jogos.

Davi Lacerda, de 28 anos (06/12/1995), reside em Serra, no Espírito Santo, também é uma das novidades. Este já atuou nas Séries B, C e D antes de atuar na principal divisão e já entra em sua 8ª participação, o que é um indicativo que seu companheiro Dyorgines Andrade Padovani perdeu espaço por ainda não ter alcançado as características passadas pelo Imperador do Apito.

Davi de Oliveira Lacerda - Crédito Cesar Greco/Palmeiras

O Lacerda vai atuar na partida entre Fortaleza x Fluminense, cujo novo treinador é dado a reclamações fortes contra os jovens árbitros. Que ele se antecipe. Interessante que a comissão tem por hábito repetir árbitros em partidas de uma mesma equipe, como foram no dia 30 de junho (Atlético Mineiro 1x1 Atlético Goianiense) e no dia 3 de julho (Bragantino 3x1 Atlético Goianiense). Esta repetição é algo a ser estudado, pois não é algo corriqueiro no apito.

Davi de Oliveira Lacerda - Serra/ES

N     Competições/Jogos

1      Série A8

2      Série B: 6

3      Série C5

4      Série D10

5      Profissional5

6      Sub-201

Total; 35 jogos. 

Gustavo Baurmenn tem 29 anos (14/11/1995), mora em Francisco Beltrão, no Paraná, mas atua no Catarinense. Ele é mais um das revelações do Marco Antônio Martins, cujo trabalho rendeu dois árbitros nativos internacionais Bráulio Machado e Ramon Abatti Abel, este lançado por Leonardo Gaciba e Alicio Pena Junior em 2021. Ramon já foi para um mundial das categorias de base da FIFA e está pré-selecionado para o Mundial de Seleções, quando deverá, pelo que tudo indica, estar presente com Raphael Claus (segunda copa) e Wilton Sampaio (terceira copa). 

Gustavo Ervino Bauermann - Crédito: Donaldo Hadlich

Já Bráulio, o que se acha estrela e grande nome da arbitragem catarinense, a tendência é estagnar na carreira e ir perdendo espaço pouco a pouco. Suas ultimas atuações tem dado calafrios e deixado a comissão de cabelo em pé! Mas felizmente o jovem Baurmenn tem talento e dom para arbitrar e o 'estrela' deve ficar em segundo plano voltando para categoria de coadjuvante, que ele nunca deveria ter saído.

Gustavo atuou nas Séries B, C e D nos anos anteriores, portanto não se pode dizer que ele queimou etapas. Árbitro inteligente, enérgico, com excelente preparação física graças ao excelente trabalho feito no futebol catarinense que se espera seja mantido, haja vista o legado do saudoso Marco Martins que nos deixou em 17 de fevereiro de 2024, de maneira precoce.

Gustavo Ervino Bauermann - Francisco Beltrão/PR

N     Competições /Jogos

1      Série A6

2      Série B5

3      Série C4

4      Série D8

5      Profissional: 2

6      SUB171

Total: 26

Jonathan Benkenstein, de 38 anos (17/04/1986) já é veterano, mas somente agora vem tendo oportunidades com a comissão formada pelo IA (não é inteligência artificial, mas Imperador do Apito) Wilson Seneme. Como Gustavo Ervino ele passou pelas Séries D, C e B para chegar a A. No campeonato gaúcho não se via atuações na dupla Gre-Nal, mas aos poucos vai se firmando. 

Jonathan Benkenstein Pinheiro - Credito: Porthus Junior/Agencia RBS

A idade avançada não lhe possibilitará chegar a FIFA, mas poderá completar as escalas como fazia seu companheiro Jean Pierre que, em breve, fará um ano de afastamento dos gramados, após deixar de marcar um penal e expulsar um zagueiro do Athlético Paranaense sobre a joia Endrick do Palmeiras.

Jonathan Benkenstein Pinheiro - Novo Hamburgo/RS

N     Competições/Jogos

1      Série A7

2      Série B10

3      Série C3

4      Série D3

5      Profissional3

6      Sub-208

7      SUB171

8      Aspirantes2

9      A12

Total: 39 jogos.

João Gobi, 28 anos (21/11/1995), do interior de São Paulo, foi lançado rapidamente na Série A na temporada passada, numa forma de tapar o buraco da falta de renovação da arbitragem. Como saiu na frente, se apressou e acabou sofrendo críticas em algumas atuações, com a Comissão Nacional o deixando de lado e dando oportunidades a um mais jovem, Matheus Candançam que, pelos números de jogos até o momento, com certeza irá para o quadro da FIFA.

João Vitor Gobi - Crédito: Rafael Vieira/AGIF

A baixa idade dos paulistas e outros acima mencionados acabam trazendo esperança de que tendo apoio, respeito e paciência os que tiverem talento irão se sobressair e assim termos melhores arbitragens.

João Vitor Gobi - Cajobi/SP 

N     Competições/Jogos

1      Série A10

2      Série B10

3      Série C1

4      Série D6

5      Profissional4

6      Aspirantes2

7      SUB172

8      Sub-2013

9      Sub-172

10    A13

11    A31

Total: 54 jogos.

Mateus Candançan, 26 anos (06/06/1998), é de Barueri, na grande São Paulo e pelos dados da CBF, também é engenheiro. Matheus era a grande aposta de Ana Paula Oliveira quando esta dirigia a arbitragem paulista. Filho de árbitro, apita desde criança na várzea paulista. 

Matheus Delgado Candançan - Crédito: Cesar Greco

É desengonçado, lento, corre com freio de mão puxado e parece um caminhão com pino de eixo quebrado, mas é um tocador de jogo, nunca nota 10, nunca nota 5 e seus jogos costumam não dar grandes problemas. Ele vem tendo atuações discretas, o que é um bom sinal, pois o árbitro que aparece demais acaba tendo uma vida mais curta. O número de jogos nas séries A e B são indicativos da confiança da comissão nacional. Não passou pelas Séries C e D como deveria, mas como disse anteriormente, o talento não pode esperar pelas oportunidades e se tiver talento, que seja promovido.

Matheus Delgado Candançan Barueri/SP

N     Competições/Jogos

1      Série A27

2      Série B17

3      Série C2

4      Série D2

6      Profissional4

7      Sub-2010

9      Aspirantes1

9      SUB173

10    Sub-171

11    A11

Total: 68 jogos.

André Luiz Bento, 30 anos (16/04/1994), de Sabará/MG, que se ingressou na arbitragem para jogar campeonato de futebol dos árbitros. Mistura de esperança e decepção, é ate aqui, sem dúvidas a grande ausência e talvez o mais ferido pelos leões, que no caso são seus leõezinhos interno da enorme arrogância que carrega dentro de si. André Luiz Skettino Policaro Bento tinha atuado em apenas treze jogos de profissionais da CBF, sendo quatro da Série B antes da estreia na Série A, na partida Corinthians 1x1 Cuiabá na temporada passada. Depois engatou mais quatorze jogos até o final da temporada passada.

André Luiz Skettino Policaro Bento - Crédito: 

Se terminou 2023 em alta e com grandes sonhos, 2024 tem sido tremenda ducha de agua fria. Teve uma partida desastrosa na derrota do Atlético Goianiense para o Flamengo por 2 a 1 na primeira rodada do brasileirão deste ano. Foi alvo de críticas de todos os lados, principalmente das equipes e foi afastado para reciclagem. Desde então integra a geladeira SENEMIANA.

Precisa ter mais inteligência e menos ímpeto caso queira sair do fundo do poço. É novo, tem talento, mas precisa calçar a sandália da humildade e controlar o ego para reconquistar a confiança e o espaço perdido.

André Luiz Skettino Policaro Bento - Sabará/MG

N     Competições /Jogos

1      Série A12

2      Série B19

3      Série C4

4      Série D5

5      Profissional2

6      Sub-203

7      SUB172

8      A11

Total: 48 jogos.

Encerro desejando que cada um deles possa se firmar na elite e chegar nos principais jogos do futebol brasileiro. Cobro bastante e sou critico por entender que quem está na elite tem que mostrar resultados e ser cobrado caso isso não ocorra, mas não torço contra nenhum árbitro de futebol, mesmo porque sei que eles não têm apoio de ninguém e sabem desde sempre que os erros serão fatais, pois a geladeira chamada ‘PADA SENEMIANA’ as vezes demora mais para uns que outros como tem ocorrido com vários árbitros de futebol.