Estes últimos dias tem sido péssimos para a arbitragem brasileira que esta se tornando alvo de chacotas e com seguidas ameaças a integridade física dos apitadores.
Nossa arbitragem é composta por jovens árbitros que aplicam a regra do jogo ao pé da letra e por isso são taxados de inexperientes, e é composta também por árbitros experientes que ignoram a mesma regra e são taxados de ladrões, são ameaçados de morte, de agressões e pasmem! Até mesmo espancados como aconteceu no lamentável episódio do campeonato amador do Paraná, aonde um árbitro foi hospitalizado com várias escoriações e traumatismo craniano após ser covardemente espancado por jogadores, dirigentes e torcedores.
Na partida do Flamengo contra o Santos, o vice de futebol do Flamengo, Marcos Braz chamou o árbitro Pernambucano Nielson Nogueira Dias de Canalha e covarde.
Na partida do Fluminense contra o Palmeiras no ultimo domingo, o presidente palmeirense distribui várias ofensas e ameaças ao árbitro Carlos Eugênio Simon, entre elas chamou Simon de vigarista, safado, sem vergonha crápula e acusou o apitador de estar vendido e na gaveta de alguém, ainda disse que daria "umas tapas” em Simon se o encontrasse na rua.
No primeiro caso, houve julgamento pelo STJD e o dirigente rubo negro foi absolvido por falta de provas. Provas! De que mais provas precisa o tribunal? Será que os doutos julgadores não lêem jornais, será que os doutos julgadores não assistem televisão? A verdade é só uma, este tribunal como já foi mencionado aqui no Blog, é um tribunal de araque, punem somente aqueles que interessam, como interessava punir os árbitros que deixaram de anexar um boletim de ocorrência para livrar o Vasco de uma possível punição com perda de mandos de jogo. Neste caso, puniu-se a arbitragem para não punir o clube.
O amigo leitor deve estar perguntando aonde entra a Anaf nisto tudo e é exatamente onde quero chegar. Alguém leu ou notou a presença da entidade defendendo os seus associados nestes episódios recentes? Não houve e nem vai haver a interferência porque a Anaf vive uma profunda crise de existência desde que José de Assis Aragão assumiu o controle da entidade, Aragão dividiu-se entre a presidência da entidade e o cargo de diretor do estádio do Pacaembu em São Paulo, deixou a Anaf para segundo plano o que culminou com sua derrota nas urnas e na justiça na ultima eleição.
A crise continuou e continuará com a gestão de Jorge Paulo que se elegeu achando e prometendo algo que seria totalmente incapaz de implementar, basta dizer que estamos em meados de Novembro e o carro 0 kilometros prometido referente ao ano de 2009 até agora não se houve falar nada, se bem que a promessa é para Dezembro. Este Blog estará acompanhando.
Este Blogueiro entrou contato com José Pessi, secretário geral da Anaf, pessoa de fino trato e por se tratar de dirigente sindical, o único que tem o diálogo como forma de conquistas para a entidade. Sobre os últimos acontecimentos envolvendo a arbitragem, José Pessi disse: “Realmente, os fatos são preocupantes, os árbitros estão sendo alvos de todos os tipos de insinuações maldosas. Os árbitros estão entrando no campo pressionados, sem o direito de errar, como se não fossem humanos, pois o procurador do STJD se da o direito de criticar e denunciar qualquer equívoco de arbitragem, mas lamentavelmente o mesmo procurador não movimenta uma palha para avançar na regulamentação e profissionalização da arbitragem.
Hoje, o futebol que move cifras milionárias e negocia jogadores a peso de ouro, trata a arbitragem com amadorismo, amadorismo esse que chega ao ponto de um árbitro no Estado do Paraná ser agredido no campo de jogo e vir a ser hospitalizado com suspeita de traumatismo craniano.
É um absurdo que no país do futebol, que sediará em breve uma copa do mundo, se fale de Carlos Simon sem o mínimo de respeito, sendo que Simon já contribuiu muito pela arbitragem brasileira, que tentem macular a imagem de um árbitro com participação em duas copas do mundo e preste a participar da terceira, um homem honrado, pai de família e digno da posição de vencedor na vida que ostenta”.
As palavras do secretário marca uma posição da entidade, mas é pouco! É preciso que os acusadores e agressores sejam interpelados na justiça até o ultimo recurso, que nenhum tipo de acordo seja feito, sob risco da perda total da credibilidade da entidade e dos apitadores.
É preciso uma presença física no caso do Paraná, que seja oferecido toda ajuda possível ao agredido, que se cobre medidas duras da Federação Paranaense e que o sindicato local represente o árbitro como devido e pelo qual o apitador é cobrado em forma de percentagens e anuidades.
Foi para isso que a entidade nacional foi criada, para representar o árbitro nos quatros cantos do país, se alguns devaneios a retiraram da rota, é passado, é momento de retornar ao eixo da história e colocar a entidade novamente em atividade, entidade esta que foi fundada há 12 anos atrás no dia 25/10/97, lamentavelmente nos últimos dois anos o seu aniversário passou sem que ninguém notasse e sem que houvesse qualquer motivo para comemoração.
Frase: "Não se pode planejar o futuro pelo passado". (Edmund Burke)
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