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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Twitter vira método oficial para reclamações de arbitragens

Apesar da nossa justiça desportiva nos estados (TJDs) e principalmente a nacional (STJD) ser uma piada, verdadeiros tribunais de faz de conta, que aplicam penas severas e depois as transformam em cestas básicas, fica o alerta aos jogadores brasileiros: cuidado com as críticas aos árbitros através do Twitter.

Atentem ao exemplo do ocorrido em Julho de 2009 nos Estados Unidos: Brian Ching, jogador dos Houston Dynamo, equipa da MLS, chamou de "ladrão" o árbitro do jogo frente aos Seattle Sounders. Os responsáveis pela organização do campeonato estavam atentos e puniram o jogador com uma multa de 355 euros.

"Em Seattle, o árbitro acaba de roubar o Dynamo. Que piada. Não chegou nem perto. O árbitro é um ladrão", escreveu Brian Ching na sua página do Twitter depois de um colega ter afastado a bola sobre a linha do gol e ter visto o árbitro validar o gol para a equipa de Seattle.

Atentem para o detalhe: Brian Ching não participava da partida e nem estava em campo, pois se encontrava na Gold Cup servindo a seleção dos EUA.

Apesar das desculpas pedidas, o jogador não escapou da punição. Lá, as leis são severas e é aplicada independentemente de quem seja ou a quem esta servindo no momento. Já aqui...

Aqui no Brasil, tivemos recentemente três episódios parecidos, todos devidamente ignorados pela (in)justiça desportiva faz me rir deste país, uma com o atacante Neymar do Santos, uma com o atacante Luis Henrique do Corinthians e outra com Alexandre Kalil, presidente do Atlético das Minas Gerais.

Neymar teria utilizado sua conta no Twitter para ofender o candango Sandro Meira Ricci, árbitro da partida entre Vitória e Santos, disputada no domingo (15/09). A partida foi vencida pelo Vitória por 4 a 2. Revoltado com a arbitragem de Ricci, Neymar, que por coincidência também não atuou por estar machucado, postou “juiz ladrão, vai sair de camburão” logo depois da marcação de um pênalti contra o Santos. A frase foi retirada minutos depois.

O post fez o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) avaliar se foi caso de punição. Antes do julgamento em entrevista ao programa Redação Sportv, o procurador-geral da instituição que tem as contas pagas pela CBF, Paulo Schmidt, informou que existia a possibilidade de Neymar ser punido. “O Twitter não é o meio mais eficaz para que o STJD possa punir alguém (...) mas vamos averiguar o contexto da seqüência das conversas e das afirmações no Twitter do Neymar para poder chegar em algum lugar”, avisou Schmidt na época.

Para que a sua situação fosse resolvida, o atacante foi orientado pelo advogado do clube, João Vicente Gazolla, a escrever uma carta ao STJD, explicando a sua versão dos fatos. O documento foi aceito e o procurador geral do tribunal, Paulo Schmidt, disse que em cima disso, não há razões para que o caso seja levado à frente.

Na carta, Neymar alegou ter tido o seu perfil invadido e, por conseqüência, não ter digitado tal frase. O ingênuo do STJD fingiu que acreditou, disse não ter encontrado elementos suficientes para que a denúncia contra Neymar fosse apresentada e o garoto mais mimado e riquinho do país, continua livre para aprontar das suas sem que nada aconteça. Com essa atitude, ou com a falta de atitude, o STJD abriu uma brecha para que todos dêem a mesma desculpa quando se utilizarem deste método para atacarem os árbitros. Que país é este!

O Twitter virou mesmo o método oficial para reclamação de arbitragem. Assim como supostamente Neymar fez, o atacante do Corinthians Jorge Henrique disparou acusações contra o carioca Péricles Bassols Pegado Cortez.

O atacante corintiano mais comedido, reclamou em seu perfil no Twitter, da arbitragem do jogo entre Corinthians e Avaí que acabou com a vitória do clube catarinense por 3 a 2.

"Nunca vi um jogo valendo a liderança de um campeonato e colocarem um juiz carioca . Muito engraçado", escreveu o atacante do Corinthians, sem atentar para o fato de Cortez ser de um dos maiores estados do país e pertencer ao quadro internacional da Fifa.

Pior de todos foi Alexandre Kalil, presidente do Atlético Mineiro. No mês de Abril deste ano, na partida meia-final do Campeonato Mineiro, o Ipatinga conseguiu vencer e eliminar o time misto do Cruzeiro, por 3 a 1, se garantindo na final do Campeonato Mineiro, que depois o Atlético viria a vencer.

Alexandre Kalil, depois da partida, acionou o seu Twitter: "Vergonha! O que eu estou assistindo agora na televisão é uma vergonha!", escreveu. No post seguinte, acusou: "Bandidos! São uns bandidos! Estavam no Chile BANDIDANDO!". O Cruzeiro jogou contra o Colo Colo, dias antes, pela Copa Libertadores, no Chile. O presidente da Federação Mineira de Futebol, Paulo Schettino, acompanhou a delegação cruzeirense a convite do clube.

Em outra frase, Kalil envolveu a imprensa na 'jogada'. "Amanhã (segunda), veremos parte da mídia comprada e uma vergonha consagrada! Parei de falar! O Campeonato Mineiro não tem solução!".

Para encerrar, Alexandre Kalil sentenciou: "Todos são condenados por um ou dois ordinários e vagabundos!", escreveu em seu microblog.

Kalil, que não é jogador e por isso de vez em quando é punido pelo que fala, é conhecido por sempre criticar e acusar possíveis irregularidades no futebol mineiro. Em 2009, o presidente do Galo disse que tinha uma quadrilha na comissão de arbitragem da FMF. Este ano, após a derrota para o Cruzeiro, por 3 a 1, na primeira fase do Campeonato Mineiro, Kalil falou em assalto.

Frase: "A impunidade gera a audácia dos maus". (Carlos Lacerda)

Um comentário:

Anônimo disse...

MAIS O QUE ELE DISSE DE ERRADO A ARBITRAGEM DO RIO DE JANEIRO SEMPRE FOI UMA PIADA,PRESIDIDA POR UM ARBITRO QUE APITVA GORDO E FALSIFICOU A IDADE E SEM FALAR NOS UBIRACI,TRAVASSOS DA VIDA.