Manter ou renovar!
Federação Paulista de Futebol usa Copa São Paulo para dar ritmo aos veteranos em vez de revelar jovens árbitros
A Federação Paulista de
Futebol esta realizando, de 02 a 25 de janeiro, a 49ª Copa São Paulo de Futebol Júnior. A maior competição da categoria no país tem números impressionantes como os mais de três mil atletas inscritos oriundos de quase 800 cidades do país distribuídos
nos 128 times divididos em 32 grupos. Ao todo, 25 estados brasileiros e o
Distrito Federal, além de atletas estrangeiros estão representados na
competição.
Segundo o censo da
competição, ao todo, são 774 cidades brasileiras com pelo menos um atleta
inscrito no torneio. Dos 3.079 garotos que disputam a copinha, nove são
estrangeiros sendo dois chineses, dois uruguaios e dois portugueses, além de um
haitiano, um hondurenho e um indonésio.
Os clubes usam o torneio
principalmente para revelar atletas para suas equipes principais e para negociar
jogadores fazendo entrar dividendos nos seus cofres.
Na arbitragem não deveria
ser diferente, deveria ser exclusivamente para revelar jovens árbitros, mas não
é! A entidade do estado mais rico da federação tem mais de 400 árbitros
inscritos no seu departamento. Desses, pouco mais da metade estão trabalhando
nas divisões de base aguardando oportunidades para mostrarem que tem condições
de ascenderem na carreira e chegar aos grandes jogos. Muitos deles ficam só no sonho, o tempo passa, as oportunidades não aprecem, as escalas diminuem e os diamantes terminam abandonando a carreira sem serem lapidados perdendo tempo e o investimento.
A copinha seria a vitrine
perfeita para a revelação de novos talentos para a renovação que se faz
necessário, mas a Comissão de Arbitragem, capitaneada pelo ex-árbitro Dionisio
Roberto Domingos, demonstra o mesmo erro e a habitual covardia do antecessor
Cel. Marinho que ficou uma década no comando da arbitragem sem revelar
sequer um árbitro a nível nacional. Marinho escalava só árbitros rodados nos jogos deste torneio
com medo de escalar jovens e ter problemas nas partidas e assim perder poder, o
emprego e a polpuda grana que recebia como chefe do apito paulista. O resultado foi o pior possível com o sucateamento da arbitragem paulista, hoje velha e sem uma base para a renovação com um minimo de qualidade.
Curiosamente o comandante foi demitido após escalar um desses medalhões de
forma irregular numa edição anterior do torneio (Flávio Guerra estava suspenso
pelo STJD).
Em 2016 Flávio Guerra atuou suspenso pelo STJD na partida São Paulo x Figueirense
Neste ano, a comissão
atual, divulgou até aqui, as escalas de 192 jogos das três primeiras rodas do
torneio. Nessas designações, principalmente nas partidas da terceira rodada,
escalou os principais árbitros do seu quadro, muitos deles com rodagem internacional
como os FIFAs Raphael Claus e Luiz Flavo de Oliveira, além de outros que apitam
a principal divisão do Estado (A1) e as principais competições da CBF como Flavio Rodrigues de Souza, Vinicius Furlan, Thiago Duarte Peixoto, Vinicius Gonçalves Dias Araújo, Marcelo
Aparecido Ribeiro de Souza e Salim Fende Chavez.
Mas a dependência dos
antigões não para por ai, ainda utilizaram Thiago Luis Scarascati, Douglas
Marques das Flores, Adriano de Assis Miranda, Rodrigo Guarizo Ferreira do
Amaral, Leandro Bizzio Marinho, Aurélio Sant Anna Martins, Jose Claudio Rocha
Filho e Rafael Gomes Felix da Silva que já apitam jogos da primeira divisão do
Paulistão.
O mesmo sistema também foi
adotado com os assistentes, só que em menor proporção. Nas escalas aparecem
nomes como Claudenir Donizeti Gonçalves da Silva, Miguel Cataneo Ribeiro da
Costa e Daniel Luis Marques com experiências em jogos da primeira divisão do
estado e jogos da CBF.
O Blog procurou Dionisio
Domingos que não retornou contato. Já José Henrique de Carvalho, presidente da
CEAF paulista, disse por telefone que os árbitros foram escalados a pedido
deles mesmos para pegarem ritmo de jogo tendo em vista que estão em inicio de
temporada.
O Blog do Marçal respeita a
informação, mas não concorda e explico porque. O árbitro consagrado só tem a perder atuando nesta competição, pois se for bem não será mais que obrigação, mas se for mal estará sendo observado e questionado sua condição podendo até mesmo prejudicar a carreira. A explicação que é para dar ritmo aos árbitros não convence, pois os mesmos devido a pouca importância do jogo para eles levando em consideração com os grandes jogos que estão acostumados, não terão motivação suficiente para acompanhar as partidas de perto. A tendencia é plantarem como bananeiras no meio do campo e acompanhar as jogadas de longe o que certamente será prejudicial não só para a arbitragem assim como o jogo todo.
Rafael Felix Gomes da Silva apitou a final de 2017 e atua em jogos da CBF
Além disso, se sofrerem qualquer tipo de agressão ou cometerem grande erro, estarão na mídia nacional, podem sofrer punições desportiva além de virar motivos de chacotas não deixando de incluir os riscos das lesões.
Por fim, deixo uma pergunta no ar que só teremos respostas
com o passar dos anos. O que é mais importante, dar ritmo a árbitros
experientes e rodados ou revelar e dar experiência a novos valores?
Obs. A critica não é ao árbitro, eles não tem culpa de serem escalados, não é pessoal e nem ao cidadão, mas sim a covardia do dirigente que prefere manter seu emprego em vez de arriscar e fazendo algo diferente do que ali estava. Se fosse para continuar a mesma coisa, não teria necessidade de mudanças.
O todo poderoso Dionísio Domingos assumiu a arbitragem paulista botando pavor e reformando geral. Trocou colaboradores, extinguiu e criou novos cargos, implantou novas determinações, regulamentos, metodologia, mas no contexto geral continua tudo como antes com a arbitragem patinando como um carro de alta potencia atolado em bancos de areia.
Acompanhe abaixo as escalas dos medalhões.
2 comentários:
Árbitro fazendo jogo dia sim e dia não. Em 6 dias 3 apitos. Alguns dobrando e maioria uma ou duas escalas. Querem fazer como empresa sendo que nunca estiveram em uma. Lastimável.
O pior de tudo isso é que muitos talentos da arbitragem ficam no meio do caminho, sem oportunidade por idade, sexo, cor, etc. Arbitragem nunca será vencedora pois dentro dela já é perdedora, como querer respeito dos outros?
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