Federação Paulista arrecada milhões em patrocínios e não
paga árbitros do Paulistão
Segundo informações, a
Federação Paulista de Futebol não pagou as taxas de arbitragem de todas as suas
competições até presente momento. Profissionais que constam nos borderôs,
incluindo árbitros, VAR e analistas que atuaram nas quatro primeiras rodadas da
Série A1, nas demais divisões do Estadual e Copa São Paulo, até a última sexta
feira, não tinham recebido um centavo sequer das suas taxas e diárias para
deslocamentos e alimentação.
Isso ocorre por erro de
gestão, pois é o momento que a entidade mais lucra com patrocínios nos
uniformes dos árbitros. Hoje os profissionais do apito não são mais apenas
prestadores de serviços e sim uma fonte de renda lucrativa.
O uniforme dos árbitros,
incluindo os que ficam na sala do VAR, que atuam nas competições da Federação
Paulista de Futebol, ostentam pelo menos cinco marcas de patrocinadores. A que
chama mais atenção e causa polêmica é a marca BIS que forma uma junção mudando
o nome do árbitro para arBIStro estampado na frente e nas costas dos uniformes
dos profissionais do apito.
Segundo uma fonte dentro da FPF, está sendo discutido acordo entre as partes para a marca de achocolatados ser incluída no VAR na próxima temporada e o nome mais sugestivo para aparecer na sala próximo dos monitores foi ‘BISbilhotano’. Pela informação, outra negociação estaria em andamento com uma casa de apostas, as chamadas BETs, que, caso seja aprovado, no futuro os profissionais do apito seriam chamados de arBETro.
O uniforme, incluindo o
calção, ainda ostente outras seis marcas, Quartzolit, FutFanatics, Placo,
Unisa, Smart Fit, Brasilux. Juntos, os patrocínios rendem mais de 20 milhões de
reais anualmente aos cofres da FPF, o que é mais que o suficiente para saldar
toda parte financeira da arbitragem incluindo taxas e treinamentos e ainda
sobra uns trocados para a FPF.
Com exceção das taxas, nenhum centavo sequer desses 20 milhões são destinados aos árbitros ou a entidade que os representam. Apesar de, em conversas sempre afirmar que defende os árbitros, Reinaldo Carneiro Bastos veta qualquer tipo de ajuda a categoria. A lembrar a pandemia do coronavírus quando a entidade não deu uma cesta básica sequer ou qualquer outro tipo de ajuda para os árbitros que ficaram meses sem trabalhar.
Entre os árbitros que não receberão estão Marcelo Carvalho Van Gasse, Raphael Claus, Edina Alves, Neuza Back e Danilo Manis. Van Gasse é o presidente e os demais membros da diretoria da ABRAFUT, associação de árbitros que estão calados sem se manifestarem sobre os patrocínios e o não pagamento das taxas dos árbitros, muitos deles associados da entidade.
O Blog entrou em contato com a FPF, com o presidente Reinaldo Carneiro Bastos, com José de Assis Aragão, presidente do Safesp e com a diretoria da ABRAFUT. Nenhum deles retornaram o contato até o fechamento deste post que será atualizado caso isso ocorra.
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