Pesquisar este blog

sábado, 26 de dezembro de 2009

O futebol paulista finge mas não respeita suas mulheres!

Tudo começou com o ex-presidente da FPF, Eduardo José Farah, seu sonho dourado era chegar até a presidência da CBF ou da Conmebol, apostava que Ricardo Teixeira chegaria logo à direção da FIFA e deixaria o cargo vago.

Não aconteceu.

Desejava o cargo do paraguaio Nicolas Leoz, só que existe um acordo de bastidores entre a CBF e AFA para que nem um argentino e nem um brasileiro ocupe o cargo de presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol. O acordo foi feito para não desequilibrar as forças do futebol na América do Sul, aí entra a figura do "neutro" Paraguai.

Farah gostava dos holofotes.

Fazia de tudo para chamar a atenção para o Campeonato Paulista, inventou tudo o que pôde: comprou Marcelinho Carioca do Valência e criou o disque Marcelinho, a torcida que mais ligasse teria o jogador, o custo da ligação era de três reais. Emprestou dinheiro para os clubes do Interior contratar estrelas, a maioria decadentes para disputar o campeonato, tentou dois árbitros, parada técnica, spray para a cobrança de faltas, parada técnica. Acertou nas várias bolas espalhadas para o jogo não parar.

E apostou nas mulheres.

Primeiro rebolando em coreografias de dar vergonha em cabarés, músicas ensurdecedoras nos estádios e meninas expostas aos palavrões e gestos obscenos dos torcedores, constrangedor quadro.Depois Farah apostou nas mulheres apitando e bandeirando, ele sabia que teria resistência, mas Farah adorava posar como revolucionário e tudo o que queria era estar nas manchetes e o adorado e provinciano Campeonato Paulista também.

A rejeição inicial foi total.

Mas aos poucos quem tinha talento foi se impondo, independente do sexo. A ruiva Silvia Regina parecia uma ótima árbitra, mas sucumbiu à pressão de ser pioneira. Depois, surgiu Ana Paula, mulher bonita e bandeira de excelentes reflexos.

A esta altura, Farah já havia estranhamente renunciado.

Justo seu advogado, Marco Polo Del Nero, assumiu seu lugar. Coisas da vida e Marco Polo também adora um holofote, já levou a taça do Campeonato Paulista de helicóptero, se desgastou com a punição pelo estranho caso dos bilhetes dos shows da Madonna para Wagner Tardelli, está sendo processado pelo árbitro até hoje.

A FPF tinha um plano para Ana Paula.

Iria transformá-la em uma árbitra da elite da América do Sul, não bandeira, ela seria árbitra central, apitaria finais de campeonatos estaduais, brasileiros e Libertadores da América. O sonho era ser a primeira árbitra a apitar um jogo de Copa do Mundo masculina, tudo estava sendo costurado com a Conmebol.

Só que no meio do caminho surgiu a Playboy.

As fotos acabaram com as suas chances, não adianta posar de moderno. Para ser uma autoridade em campo, ter o respeito internacional, não combina fotos sem roupas, poses sensuais. Ana Paula é inteligente e já previa isso, até porque os planos de longo prazo para torná-la árbitra de uma Copa do Mundo nunca foram dela, eram de Marco Polo, do coronel Marinho, comandante da arbitragem em São Paulo.

Foi capa da Playboy em 2007.

Perdeu o cargo de assistente da FIFA em 2008, teve a honraria de 2004 até 2007, ano das fotos, e as perspectivas são mínimas para que tenha o direito de ter o emblema da FIFA no seu uniforme. Ela sabe disso, mas demonstra que sua cabeça está voltada para outra área.
Ela, em 2004, entrou na Faculdade de Jornalismo. Quer seguir uma carreira na tevê como comentarista, apresentadora, tem site, fã clube, dá palestras, recebe convites pagos para participar de festas, participou uma semana de A Fazenda 2.

É uma celebridade menor.

Teve problemas de saúde e tristezas como todas as pessoas vivas enfrentam, foi reprovada seguidas vezes em exames médicos, não estaria apta para ser selecionada para trabalhar no próximo Campeonato Paulista. A Federação Baiana já era a primeira disposta a passar por cima das regras e a convidou para o Campeonato Baiano, só que Marco Polo de Nero não abriria mão do que considera uma estrela no seu torneio.

E Ana Paula foi confirmada.

Estará trabalhando no torneio de um turno só e semifinal. Campeonato que São Paulo e Corinthians usarão para testar reservas enquanto disputam a sonhada Libertadores, Palmeiras e Santos sonham com a conquista da Copa do Brasil, ainda mais em ano de Copa do Mundo, os provincianos campeonatos estaduais não são prioridade para ninguém, a não ser para os presidentes de federações. Por isso, Ana Paula estará bandeirando sem passar nos exames físicos.

Será que se ela fosse uma mulher feia, gaga, teria esse privilégio?

Será que a atitude protecionista de Marco Polo não é muito mais machista do que podemos perceber? Se Ana Paula tem qualidades como bandeira, e tem, que treine como qualquer assistente comum e passe nos exames físicos, para ela bandeirar, alguém que passou em todos os testes será prejudicado.

Mas isso interessa a quem?

O importante é mostrar Ana Paula e seu rabo de cavalo na tevê, nas fotos, na Internet. Ela é a musa da arbitragem do Brasil.

Viva! Viva! Viva!

E é da Federação Paulista de Futebol.

Viva! Viva! Viva!

Ana Paula não é mais pioneira, passou a ser protegida e não precisava disso. Ou precisava?

Feliz Ano Velho. Bem velho…

Frase: "Calando-te sempre, darás lugar à injustiça". (Publílio Siro)

Texto Extraído do Blog do Cosme Rímoli

Nenhum comentário: