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segunda-feira, 15 de março de 2021

Edina Batista é tudo isso ou não passa de uma Silvia Regina com grife?

Edina Batista com os capitães de São Paulo e Novorizontino - Crédito: Guilherme Videira

A paranaense Edina Alves Batista, árbitra FIFA, ocupa os holofotes do momento. Arbitrando Série A do Campeonato Brasileiro, Mundial de Clubes, Campeonato Paulista e outras partidas importantes, a baixinha da pequena Goioerê, Município com pouco mais de 20 mil habitantes, no norte do Paraná, se tornou em dois anos a queridinha do apito e da imprensa brasileira. É politicamente correto falar bem da arbitragem dela e corre o risco de ser taxado de preconceituoso e misógino quem discordar ou apontar qualquer erro. Como sempre elogiei os acertos, não tenho medo de apontar os erros sem qualquer medo de julgamentos.

No site www.apitonacional.com.br e nas minhas redes sociais, já chamava atenção desta árbitra quando ela sequer era conhecida por boa parte da arbitragem e da mídia em geral. Do tempo que ainda era assistente e não era escalada para quase nada, principalmente no futebol masculino. Mas também quem prestou atenção notou que pedia calma, pois ela precisava ainda passar por varias situações para se firmar de vez, principalmente em partidas de alto grau de competição onde o resultado fosse buscado em cada dividida, fatos que ainda não tinham ocorridos nas partidas escolhidas criteriosamente pelas comissões, não só para ela trabalhar, mas sim com muitos holofotes para ela brilhar e mostrar uma realidade que não existe na arbitragem feminina.

Seus feitos e sua perseverança são elogiáveis, aproveitou as oportunidades e vem quebrando barreiras e conquistando um espaço antes destinados só aos homens. Mas a pergunta que fica é se ela é tudo isso mesmo, se realmente é este fenômeno do apito que está sendo inclusive cogitada para ser indicada para a próxima Copa do Mundo no próximo ano ou não passa de uma árbitra empolgada destinada ao esquecimento após seus quinze minutos de fama.

Confesso que vi poucas partidas por ela arbitradas e as que vi não me chamaram atenção por não apresentar qualquer grau de dificuldades. Mas vi sim jogadores e treinadores respeitando demais, atuando no limite da paciência da reclamação, algo incomum no tratamento dos jogadores com a arbitragem brasileira, talvez por conta do medo de serem mal interpretados e taxados com os adjetivos acima citados.

No último sábado (13), assisti uma partida com Edina no comando (Novorizontino x São Paulo), disputada no interior paulista e o que vi, pelo grau baixo de dificuldade da partida, confesso que me decepcionei, pois esperava muito mais desta badalada árbitra.

Nos minutos que antecederam o apito inicial e em boa parte da partida, foi uma arbitra exageradamente sorridente, não que devesse ser antipática, mas ficou a impressão que estava desfilando para as câmeras da TV ou preocupada em demonstrar uma calma soberana, quando seu semblante visivelmente a traia mostrando ao contrário. A partida foi tranquila, sem violência ou lances mais polêmicos, mas no único lance da partida onde exigia sua presença, no único onde se esperava a intervenção firme do árbitro, que pela alta qualificação deveria ter decidido de imediato e dentro de campo, ela se escondeu e transferiu a decisão para o VAR no possível e longo diálogo captado pela transmissão.

Veja lance abaixo.

Para piorar, não foi revisar o lance na Área de Revisão da Arbitragem (ARA) como a própria FPF admitiu em nota oficial. O lance foi tão claro, que ninguém, fora a arbitra e possivelmente o responsável pelo VAR, discordaram da penalidade do goleiro Giovanni do Novorizontino em cima do atacante Luciano do São Paulo.

Daí vem o título deste post e pra quem não sabe ou já caiu no esquecimento, Silvia Regina de Oliveira foi uma árbitra FIFA, que atuou no futebol paulista, brasileiro e sul-americano nos anos 2.000. Silvia foi pioneira, quebrou paradigmas e assim como Edina, era a queridinha de todos na época. Apitou vários jogos importantes, com grandes públicos e cobertura da grande mídia, entre eles clássico paulista entre São Paulo e Corinthians, Copa Sul-americana pela Conmebol e Olimpíadas de Atenas em 2004.

A fama durou pouco, pois os erros, que eram muitos, mas tolerados por ser uma mulher, a arrogância e a soberba a afastaram dos jogos e da mídia terminando a carreira no ostracismo, mas não antes de ter validado, já em fim de carreira, um gol de gandula, durante uma partida pela Copa Paulista, na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo. A partida foi decidida no tribunal esportivo que manteve o resultado validando o gol inexistente do gandula artilheiro.

Silvia Regina e o gandula artilheiro

Obs. José Carlos Vieira, hoje com 66 anos de idade, ficou conhecido como gandula artilheiro, virou celebridade local, nacional e até mundial por ter marcado o gol que, na época, salvou a Santacruzense.

A história vai se repetir ou desta vez teremos um final feliz?

Um comentário:

Valdir Bicudo disse...

A arbitragem brasileira aceitou participar de um embate, no caso do VAR, para o qual não se preparou. Está perdendo o jogo de goleada, a credibilidade e se não reagir vai assumir que é "incompetente". O VAR tornou-se a desgraça da confraria do apito brasileiro. Aliás, o silêncio sepulcral dos arbitros, em relação aos problemas com o VAR, causa surpresa.
Valdir Bicudo