Marcelo
Bispo é afastado da arbitragem maranhense
Ex-árbitro
estava no cargo desde 2012
O presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol do Maranhão (CEAF), Marcelo Bispo Nunes Filho, não resistiu à forte rejeição dentro da própria classe e foi afastado do cargo na última quinta-feira (11) pela interventora da Federação Maranhense de Futebol (FMF), Susan Lucena.
O ex-arbitro comandava a arbitragem maranhense desde 2012, quando foi empossado no cargo pelo presidente da FMF, Antônio Américo. A insatisfação dos árbitros beirava 100% contra sua gestão, além de questionar por que Marcelo não havia sido afastado junto com os demais dirigentes ligados a Antônio Américo.
Obs. Antônio Américo foi afastado pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, sob comando do juiz Douglas de Melo Martins, que deferiu parcialmente o pedido de tutela de urgência formulado pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA) e determinou o afastamento cautelar de toda a diretoria da Federação Maranhense de Futebol (FMF) e do Instituto Maranhense de Futebol (IMF). A decisão foi proferida no dia 4 de agosto.
A decisão do magistrado, além de decidir pelo afastamento de Antônio Américo, determinou que a advogada Susan Lucena Rodrigues seja a administradora provisória da FMF pelos próximos 90 dias.
A decisão judicial de primeiro grau é resultado de Ação Civil Pública ajuizada pelo MPMA, que aponta graves irregularidades na gestão financeira e administrativa das entidades e dos dirigentes. Entre os principais argumentos apresentados está a ausência de transparência na gestão da FMF, falta de divulgação de documentos obrigatórios no site da entidade e uma suspeita de confusão patrimonial com o Instituto Maranhense de Futebol, que, segundo o MP disse que levantou em depoimentos, foi criado com o objetivo de esconder recursos da FMF e evitar bloqueios judiciais.
A decisão do afastamento de Marcelo Bispo veio no dia do árbitro (11 de setembro) e poucas horas depois de Marcelo divulgar um vídeo parabenizando os profissionais da arbitragem maranhense. A gravação, na qual ele aparece incomodado e com a voz trêmula foi interpretada como símbolo de seu isolamento e da falta de legitimidade para seguir no comando.
Indicado pelo ex-presidente afastado da FMF, Antônio Américo, Marcelo sempre carregou a marca de ser um dirigente imposto e sem respaldo da categoria. Sua passagem pela CEAF foi marcada por denúncias de perseguição, favorecimento a aliados, exclusão de árbitros experientes, cursos que seriam irregulares e supostas vendas de uniformes aos árbitros.
O clima nos bastidores era de forte rejeição. Marcelo acumulava críticas quase unânimes entre árbitros, sendo acusado de comandar uma espécie de “panelinha”, favorecendo apenas os mais próximos, principalmente seu filho e segregando quem não faz parte do seu grupo.
Entre os casos mais
marcante está o afastamento do árbitro Mayron Novais, ex-FIFA que foi apitar em
Goiás, em meio a acusações de boicote, perseguição e retaliação interna.
O corte de Marcelo Filho
representa um movimento duro de Susan Lucena para desmontar o modelo de gestão
herdado de Antônio Américo e tentar devolver credibilidade à arbitragem
maranhense.
Paulo Moreira assume
Após o afastamento de
Marcelo Filho, Susan Lucena nomeou o ex-árbitro Paulo Moreira para comandar a
entidade.
Com experiência como árbitro, Paulo Moreira assume com a missão de resgatar a credibilidade da CEAF e restabelecer a confiança entre os profissionais da arbitragem e a direção da comissão. O novo presidente terá a tarefa de romper com a gestão marcada por denúncias de perseguição, favorecimento de aliados e exclusão de nomes experientes.
O afastamento de Marcelo Filho e a chegada de Paulo Moreira são vistos como um marco para a arbitragem maranhense, que busca reconstruir sua imagem e recuperar o respeito perdido nos últimos anos.


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