Tem um ditado que diz que a vida é como um leão correndo atrás de uma gazela, na sua vida ser o leão ou ser a gazela, é você quem escolhe. Digo isso para salientar o quanto é difícil fazer sucesso sem atrair a inveja e o ódio de pessoas que sempre serão gazelas em suas vidas. Estas pessoas não suportam o sucesso de seu semelhante, procuram de todas as formas atrapalhar e desmerecer o trabalho desenvolvido.
Hércules Martins da Silva, ex-árbitro CBF e atual presidente da comissão de árbitros de Alagoas vem fazendo um bom trabalho, algo notório e que chama a atenção no cenário nacional, mas este trabalho já gera invejas, ciúmes e intrigas, muitos leões querem fazer deste alagoano de poucas palavras uma gazela.
Este blogueiro entrou em contato com Hércules Martins via e-mail, que gentilmente respondeu algumas perguntas as quais aqui posto para conhecimentos de meus leitores.
Hércules: Caro Marçal, sou de muito trabalho e pouca conversa, pois quando se fala muito o tempo passa, e o trabalho fica pelo meio do caminho. Vou responder suas perguntas, entretanto, dentro da seriedade que trabalho à arbitragem.
1 – Blog do Marçal: Hércules, fale um pouco do trabalho da comissão alagoana.
R: Essa Comissão assumiu em Novembro de 2007, e de lá pra cá tivemos um avanço enorme sobre todos os aspectos. Os méritos não são meus e nem do meu Vice-Presidente Alton Olímpio (uma pessoa séria, responsável e de poucas palavras), são da FAF que investe pesado na arbitragem e dos próprios árbitros que assimilaram a filosofia de trabalho e o executam dentro do campo de jogo. O que fizemos foi implantar quatro testes físicos anuais, além dos da CA-CBF, quatro avaliações teóricas, pré-temporada (inédita no estado), criação do ranking, exigência dos documentos exigidos pela CBF para todo o Quadro local, acompanhamento dos jogos do Alagoano profissionais e amadores (preliminares). Os jogos que não podíamos acompanhar a FAF nos fornecia o dvd do jogo, três avaliações antropométricas* no ano, reformulação da Escola de Formação de Novos Árbitros.
* Grifo do Blog: Antropometria é o conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano ou suas partes.
2 – Blog do Marçal: Comente sobre o ranking de arbitragem.
R: Na sua criação foi aproveitado o passado positivo dos mais antigos, pontuamos cada um que teve participação no alagoano e brasileiro em suas diversas divisões, com isso, achamos que fizemos justiça. Daí por diante, as pontuações passaram a serem feitas através dos testes físicos e teóricos, atuações no alagoano e brasileiro, reuniões, e avaliações antropométricas. Toda atividade programada pela CEAF/AL vale pontos no ranking, sendo assim, os árbitros passaram a treinar mais, estudar mais, e comparecer com mais freqüência às reuniões mensais. O que aconteceu de positivo também, e nós não cantávamos, foi que, eles (árbitros) começaram a treinar em grupos aumentando o sentido de união e ajuda mútua. Hoje, vejo que o ranking foi uma carta certa para o avanço técnico, físico, psicológico e profissional da arbitragem alagoana.
3 – Blog do Marçal: Qual a sua opinião sobre as oportunidades dadas aos árbitros nordestinos?
R: Excelente! Quando alguém imaginaria um árbitro ou assistente do norte e do nordeste atuando tanto quanto os árbitros e assistentes do sul do país. Lá existem grandes árbitros e assistentes, mas não podem imaginar que aqui não existam também grandes profissionais. O campo está aberto, quem aproveitar as oportunidades será feliz, quem não aproveitar só vai poder lamentar, reclamar nunca.
4 – Blog do Marçal: O árbitro Francisco Carlos do Nascimento é uma revelação da arbitragem alagoana e Brasileira?
R: O árbitro Francisco Carlos do Nascimento é jovem, tem talento e tanto quanto outros, apenas aproveitou as oportunidades. Foi observado no estadual, pois sempre recebia contato da CA sobre a situação da arbitragem local no geral. Temos outros bons árbitros que se colocarem em prática, nos campos, a mesma vontade que dizem ter, e acho que tem, poderão fazer sucesso. Acreditamos na renovação e na redução do quadro, trabalho que vem dando certo em Alagoas. Mantivemos em 4 árbitros a Renaf 2009 e todos estão trabalhando sem reclamar. Não adianta ter muitos árbitros, pois isto só atrapalha e aumenta os problemas. Temos que ter qualidade e não quantidade. Sei, também, das dificuldades nacionais, com poucos jogos para muitos árbitros e as cobranças de 27 federações. Se no meu estado as cobranças são muitas, imagine isto nacionalmente falando, com os melhores clubes participando de um campeonato disputado e de grande investimento financeiro. A vantagem de um árbitro se destacar é que ele leva consigo assistentes locais nos jogos e assim a arbitragem alagoana cresce junto, pois retornam com mais experiência e isto acaba melhorando a arbitragem local. O intercâmbio também seria uma boa solução para os problemas. O Francisco Carlos e o Fernando Rogério atuaram em finais de Pernambuco, assim como vieram outros aqui, em 2008 veio Sálvio Spinola-FIFA/SP, Jailson Macedo-CBF/BA, Gleidson Oliveira-CBF/BA, em 2009 vieram Marcelo de Lima-FIFA/RJ, Maria Eliza-FIFA/SP, Márcia Caetano-FIFA/RO e Eveliny Almeida-FIFA/CE.
5 – Blog do Marçal: Sem querer polemizar com um determinado site, fale sobre as condições físicas dos árbitros alagoanos.
R: Olha, nunca esteve tão bem. Estavam mal das pernas quando assumi, até confesso que poucos meses antes de assumir a CEAF, eu mesmo me perdi no teste físico extraordinário junto com eles, foi uma reprovação de quase 100%. No teste extraordinário realizado no mês de Junho deste ano aqui em Maceió, foi mais uma oportunidade de mostrar a boa condição física dos alagoanos. Todos que participaram do teste (árbitros de AL, SE, BA e PB) passaram na prova mais complicada que foi a de 40 metros. Na prova de 150 metros, quem estava preparado passou. Ao final tivemos um árbitro de outro estado agradecendo e desculpando-se por ter deixado de lado os treinamentos. Não houve nenhuma comunicação por parte dos avaliados aos avaliadores da UFAL, e nem ao Supervisor da CBF, de desistência do teste por alguma contusão, a FAF deu todo apoio necessário. No Brasil existem 27 pistas, assim como existem dezenas de Estádios e não é só no Maracanã, Morumbi, Mineirão e Beira-Rio que os jogos são realizados. Se os campos não são iguais, logicamente, as pistas também são diferentes e o aspecto climático também, vez que, o Brasil é um país continental. A grande vantagem dos testes extraordinários é que os árbitros nunca sabem quando ele vai ocorrer e se vai, portanto treinam. Quem foi árbitro sabe muito bem que o treinamento apenas para o teste é uma tradição, porém com este novo momento, todos devem estar atentos e preparados, pois as oportunidades e cobranças estão existindo.
6 - Blog do Marçal: Não estou fazendo pesquisa e nem vou rasgar elogios a ninguém que não mereça, o pessoalismo não deve existir. O que acha desta posição?
R: Acho bom. Procuro ser o mais verdadeiro possível com os árbitros que comando e procuro me vigiar para não deixar o lado pessoal influenciar, às vezes me chamam de metódico, acho melhor assim do que pensarem ou falarem que tomei minhas atitudes de forma pessoal.
Quero agradecer a gentileza de Hércules Mrtins em responder as perguntas deste Blog, desejar boa sorte para a arbitragem Alagoana, pedir que continue o trabalho árduo e sério que para quem tiver merecimentos a chance aparecerá, mais cedo ou mais tarde, mais aparecerá.
Frase: "É melhor estar preparado para uma oportunidade e não tê-la, do que ter uma oportunidade e não estar preparado."
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