Trabalho jogado no lixo
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Federação pernambucana não aguenta pressão, atende clubes, põe arbitragem na berlinda e traz árbitro de outro estado para primeira final do estadual |
Na
fase decisiva do Pernambucano 2014, o quadro de arbitragem do Estado foi
definitivamente para a berlinda. Após vários erros de arbitragem durante o
campeonato, a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) não agüentou a pressão
dos clubes e optou por trazer árbitro de fora para o primeiro jogo da final
entre Sport e Náutico, partida que será disputada nesta quarta-feira, às 22h,
na Ilha do Retiro.
O
goiano Wilton Sampaio foi sorteado. Elan Vieira e Vladimir Lins, ambos do
quadro local, serão os assistentes. O mineiro Ricardo Marques Ribeiro, da FIFA,
foi o outro nome que concorreu no sorteio.
Sorteio que foi bem recebido pela direção do
Sport, que há tempos vinha solicitando árbitros de fora.
"Sempre foi
um pleito do Sport. Diante do que vem acontecendo na arbitragem pernambucana,
cometendo alguns deslizes, acho que vai ser bom para os dois lados envolvidos.
Nós achamos boa a escolha da Federação Pernambucana" -
disse o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Gustavo Dubeux.
Já do lado do
Náutico o discurso foi bem diferente. O gerente de futebol Lúcio Surubim
considerou desnecessária a medida de excluir o quadro local do sorteio. Apesar
da declaração de Lúcio, o clube evitou entrar em polêmica em uma rede
social e garantiu não ter 'restrições'.
"Eu não vejo
necessidade em trazer árbitros de fora para apitar a partida, sinceramente. Mas
nós vamos nos reunir, com o restante da diretoria e o presidente Glauber
Vasconcelos para poder conversar sobre o assunto" -
disse Surubim.
A decisão confirma
uma mudança de postura da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que até
então se recusava a indicar árbitros de fora do estado para os jogos do
estadual. A FPF afirmava que não havia possibilidade alguma de trazer árbitros de
fora, pois afirmava ter “o melhor quadro de árbitros da história de
Pernambuco”.
"O posicionamento
da FPF é que as arbitragens serão do quadro de Pernambuco até o final do
campeonato. Desde o início a FPF diz que a arbitragem seria local. Não há
motivo para trazer árbitro de fora. Quando traz, dificulta todo o trabalho de
renovação da arbitragem local", disse Salmo Valentim
em 2012 quando era membro sendo que hoje é diretor Institucional
da Comissão Estadual de Arbitragem.
Palavras ditas não apenas por Salmo Valentim, mas também
pelo mandatário maior da FPF que afirmou
que o regulamento não permitia árbitros de fora no estadual.
“Não tem a
mínima chance de trazermos árbitro de fora de Pernambuco, isso é proibido até
pelo regulamento da competição. Trabalharemos com a arbitragem local” -
afirmou Evandro Carvalho, presidente da FPF.
Fazendo uma breve
leitura no regulamento geral das competições e no regulamento do campeonato
nota se que ao contrário do que disse o presidente da FPF, não
é verdade que é vetada a vinda de árbitros de fora do Estado. Pelo menos é o
que diz o parágrafo primeiro do artigo 33, capítulo 10.
Confira abaixo.
Ou seja, basta à
federação se conveniada com a FPF para que o árbitro venha apitar em PE.
2015 será ainda
pior
E as coisas tende
a ficar pior ainda, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, ficou tão chateado
que ele resolveu radicalizar, disse que a arbitragem vai perder mais espaço em
2015 com a diminuição na quantidade de jogos e que importará árbitros de fora
para os clássicos.
A única esperança
para a arbitragem pernambucana é que a falta de palavra dos dirigentes que
comanda a federação e a arbitragem se faça presente mais uma vez no próximo
ano, pois a comissão de arbitragem renunciou em 2013 e voltou atrás e por sua
vez, Evandro Carvalho afirmou mais de uma vez que não importaria árbitros. Como
podemos notar, compromisso com o que falam não é levado muito a sério pelos
dirigentes da terra do frevo!
Opinião do Marçal
Há
exato um ano eu estive em Pernambuco para cobrir a final do
campeonato estadual entre Sport e Santa Cruz. Na ocasião fui ver de perto a
tão elogiada estrutura disponibilizada pela Federação Pernambucana para
auxiliar a arbitragem.
A
primeira impressão foi a melhor possível, pois tudo funcionou as mil
maravilhas. Salmo Valentim, o dirigente que realmente mandava e manda na
arbitragem local trabalhou diuturnamente para que os árbitros só se
preocupassem com a decisão. Único problema visualizado naquela ocasião e, que
poderia colocar tudo a perder era a falta de talentos entre os homens do apito.
Na minha humilde opinião, a FPF assim como as demais federações do país adota critérios errados na escolha
dos árbitros. Para eles, os candidatos devem ter boa estatura, cor clara, olhos
verdes, boa formação acadêmica, beleza e corpo escultural no caso das mulheres
e se possível muito dinheiro ou cargo importante em alguma empresa ou no
governo para tirarem proveitos próprios.
Só
que o quesito "dom" fica relevado a um plano secundário e o árbitro é
formado dentro das salas de aula quando na verdade já deveriam ir pra sala
quando já estivessem quase que prontos, apenas para serem lapidados. Os
dirigentes deveriam deixar o ar condicionado dos gabinetes e percorrer pelos
campos das várzeas e dos campeonatos amadores à procura de árbitros. Quando
localizados os bons valores, que investisse pesado disponibilizando bolsas de
estudos para aqueles que demonstrassem qualidades para a função assim como se
faz com os jogadores de futebol em inicio de carreira. Só assim teremos
verdadeiros árbitros de campo e não de laboratório com a maioria da safra
atual.
Gilberto
Castro (foto acima) tem a maioria desses requisitos fora das quatro linhas e por isso é
visto em Pernambuco como “futuro FIFA” segundo os dirigentes da arbitragem
local. Apesar de ser um bom moço, com vários cursos superiores, falar algumas
línguas, não tem o dom do apito, aprendeu a apitar de forma robotizada e a
falta do quesito "dom" era visível para um olhar mais clinico durante
aquela final.
O
engenheiro Naval Gilberto Castro apesar do ar de antipatia que passa, é até um
bom árbitro, mas como a maioria do quadro esta fadado a sempre cometer erros
decisivos, erros que vem atormentando a arbitragem pernambucana desde que a
bola foi inventada. O erro cometido naquela final quando expulsou sem
necessidade o atacante Caça Rato do Santa Cruz foi repetido na partida
América-RN 2x1 São Caetano no Estádio Nazarenão, em Goianinha, pela 18ª rodada
do Brasileiro da Série B de 2013 quando marcou o famoso pênalti da formiguinha.
Depois desse erro clamoroso, apitou só mais uma partida e sumiu das
escalas.
Para
dar qualidade à arbitragem, a FPF foi buscar a peso de ouro o árbitro FIFA
Sandro Meira Ricci que teria sido expulso do DF por conspirar contra os dirigentes
locais. Acontece que Ricci também não tem toda essas qualidades cantada em
verso e prosa por alguns que se dizem entendidos em arbitragem. Segundo
comentários nos bastidores, o mineiro radicado em Brasília teria conseguido o
escudo FIFA não por suas qualidades dentro de campo e sim que teria sido
supostamente por outras vias que a censura não permitiria publicar neste espaço
por ser acompanhado por menores de idade.
Hoje
não há mais unidade nem mesmo entre os membros da comissão de arbitragem pernambucana
que andam reclamando em off nos bastidores da atuação de Salmo Valentim.
Segundo nos relatou um dos membros, tudo o que eles fazem é alterado por
Valentim que é superior e eles na hierarquia da FPF.
E
assim o trabalho que era bom foi jogado no lixo com Evandro Carvalho sucumbindo
à pressão dos clubes e a comissão de arbitragem sofrendo intervenções lembrando
o falecido ex-presidente que interferia dando ordens diretamente aos árbitros
antes das partidas conforme confidenciado recentemente pelo árbitro Cláudio
Mercante.
Frase: “Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa
sem o seu consentimento”. (Abraham
Lincoln)
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