Jorge Rabello: "ANAF não respeita o Rio de
Janeiro"
Jorge Fernando Rabello
Jorge Fernando Rabello, 57 anos, carioca da gema de
Realengo, bairro de classe média da zona oeste do Rio de Janeiro, onde nasceu e
viveu sua infância, saiu do casulo. O presidente da comissão de arbitragem do
Rio de Janeiro, deu na ultima quarta-feira (04), uma longa entrevista ao site
voz do apito, onde, além de responder varias perguntas, abordou mesmo que superficialmente
assuntos polêmicos como a suposta adulteração de documentos no passado e fez
algumas revelações, entre elas que pretende um dia ser presidente da Federação
de Futebol do Rio de Janeiro.
Durante toda entrevista, com perguntas favoráveis é verdade,
Rabello falou pausadamente e de forma serena, comportamento bem diferente do adotado no seu dia a dia na
Ferj onde segundo alguns que gravitam ao seu redor, seus gritos com
subordinados podem ser ouvido a longa distancia.
O entrevistado foi politico o tempo todo, em nenhum
momento quis melindrar os desafetos, pois em mais de uma hora e cinquenta
minutos de bate-papo, não se ouviu uma única critica sequer a Sérgio Corrêa,
presidente da comissão de arbitragem da CBF e desafeto declarado do dirigente
carioca.
Usando muito as frases 'terra arrasada' e 'só pra você
ter uma ideia', Rabello se auto elogiou o tempo todo e diferentemente do tratamento cortes dispensado a Corrêa, foi duro com os dirigentes da ANAF e com os árbitros em geral, grupo
que para ele não passa de um bando sem comando e incapazes de fazer algo em prol da
categoria.
Vamos aos principais tópicos da entrevista.
Adicionais
Rabello criticou fortemente a forma como foi implantada a
experiência dos adicionais pela CBF e afirmou que a função só acabou por
problemas financeiros e não técnico como alguns gostam de afirmar. Já em
relação ao Rio de Janeiro, deixou bem claro que foi unicamente por determinação
do presidente da FERJ, Rubens Lopes, que mesmo após ouvir os argumentos
favoráveis de Rabello, decidiu decretar o fim dos adicionais no menor estado da região sudeste do país.
Árbitro adicional não viu a bola entrar na partida entre Flamengo e Vasco no carioca de 2014
Direito de arena
O momento de maior lucides do dirigente foi
quando já no finalzinho da entrevista defendeu uma participação maior dos árbitros nos
problemas da categoria para que a profissão realmente seja alcançada de pleno direito. Rabello
disse que a ANAF e os árbitros deveriam entrar mais forte na briga pela participação da
exibição da sua imagem, o chamado direito de arena. Rabello diz que desde 1996
o Rio de Janeiro e São Paulo mantem ação sobre o assunto na justiça e lamentou que a categoria tenha sido derrotada em todas decisões. O dirigente também lamenta o fato de
o magistrado entender que o árbitro não faz parte do espetáculo o igualando ao
sorveteiro, ao bombeiro e ao massagista. Como argumento, Jorge Rabello sabiamente indaga se a emissora que
transmite as partidas tem comentarista de sorveteiro, de bombeiro
ou do massagista para mostrar a importância dos homens de preto que conta com profissionais contratados pelas emissoras para falar exclusivamente sobre eles.
ANAF
Em relação à Associação Nacional dos Árbitros de Futebol
(ANAF), apesar de dizer que não tem nada de pessoal contra o presidente Marco
Martins, Rabello diz não entender porque
a entidade não respeita o Rio de Janeiro como se deve, porque ao lado de São
Paulo, o estado tem o maior colégio eleitoral do país que vota na associação e afirma que uma eventual reaproximação só deve ocorrer quando o RJ tiver uma cadeira (cargo) no centro
das decisões da entidade nacional dos árbitros.
Marco Martins permanecerá no comando da ANAF até 2018
Jerico
Em momento de descontração, segundo Rabello, já houve oportunidades onde Rubens Lopes, presidente da FERJ, disse que ele as vezes tem ideias de Jerico*. Também disse que ele próprio já se auto
intitulou assim e mostrou bastante incomodo por ter sido taxado de professor
Pardal quando colocava em pratica suas invenções como tempo técnico, arbitro
atrás do gol, técnico de arbitragem entre outras.
* Jerico - Há um ditado popular que diz que quem faz alguma
besteira teve uma ideia de Jerico. Segundo os letrados, a pronúncia correta é
girico, mas a escrita é jerico, que na região nordeste do país é o mesmo que mula, burro, jumento. Ou seja, seria o mesmo que ideia de burro, mula ou jumento.
Documentos
Rabello procurou evitar o assunto o quanto pode e quando falou, foi de
forma superficial para dizer que foi o maior erro da sua vida, mas que deu a
volta por cima, pois para ele o duro não é cair e sim não ter força para se
levantar.
Entenda
Em 2000, Jorge Rabello foi acusado de ter falsificado sua
carteira de identidade para supostamente ingressar no quadro da FIFA no lugar
do árbitro cearense Dacildo Mourão. Só que a manobra foi descoberta e
denunciada antes que o fato se consumasse. A manobra chegou ao conhecimento da
FIFA que determinou ao já falecido Armando Marques, presidente da CA-CBF à
época, que tirasse Rabello da lista e colocasse outro nome.
Na época, o assunto foi tema discutido até na CPI do
futebol onde em seu depoimento, o ex-arbitro Dacildo Mourão afirmou que Rabello
falsificou o documento para reduzir em quatro anos a sua idade e com isso
apitar por mais tempo, inclusive para ingressar no quadro da FIFA.
Depoimento de Dacildo Mourão para CPI do futebol em 2000
Veja abaixo a transcrição do depoimento de Dacildo Mourão
dado à CPI do Futebol.:
"O SR. FRANCISCO DACILDO MOURÃO DE ALBUQUERQUE -
São dois árbitros com idade alterada. Sr. Jorge Fernando Rabelo, árbitro
carioca. Inclusive saiu uma matéria na Rede Globo de Televisão mostrando esse
fato, ele alterou a idade em quatro anos. Pra quê? Pra entrar na FIFA, no meu
lugar. Só que ele foi denunciado por alguém, que eu não sei quem foi. Chegou
ao conhecimento da FIFA, e mandaram que o Sr. Armando Marques tirasse da
relação do Sr. Rabelo e colocasse um outro. E o Sr. Rabelo... Recebi um
documento, na minha casa, pelo correio, de São Paulo, anônimo, mas constando
— eu achei interessante trazer esses dados — o nome também, o número de dois
CPFs dele, que, segundo esse documento, seriam falsos. Dois CPFs de uma pessoa.
Os números: o primeiro, +++.+++.+++/++. A data de nascimento desse seria
11/12/62. O segundo CPF: +++.+++.+++/++. A data de nascimento: 11/12/58, que
seria a idade real. No caso, quatro anos de diferença que o cidadão tem aqui
nos dois documentos."
Sindicato
Jorge Rabello assumiu o Sindicato dos Árbitros Profissionais do Estado do Rio de
Janeiro (Saperj) em 2004. Segundo ele, à época, a entidade era ‘terra
arrasada’, que só existia no papel e com varias dividas a pagar. Onze anos depois, esta no
terceiro mandato e jura que é o ultimo, pois conseguiu fazer da entidade um
dos, senão o maior sindicato de árbitros do país. Para reforçar sua afirmação,
revela números bastantes favoráveis.
Em uma parceria entre a FERJ e o Saperj que ele diz ser a
única do país, 70% do patrocínio com a camisa dos árbitros são revertidas ao
sindicato. Deste valor, 70% são destinados à administração do sindicato que
além dos gastos normais de manutenção, paga a festa de final de ano dos
associados onde é sorteado um carro zero km, a pré-temporada dos árbitros e as
concentrações das equipes de arbitragem nos jogos finais do estadual. Os outros
30% são revertidos em dinheiro aos árbitros.
Em 2004, a entidade que preside distribuiu 32 mil reais
de patrocínio aos árbitros e em 2014 este valor subiu para 150 mil reais.
Rabello diz que não tem oposição porque ao contrario que
algumas pessoas tentam colocar, não existe voto de cabresto por ele ser
presidente de comissão, que os associados tem todos os motivos para estarem
satisfeitos porque dificilmente em algum lugar deste país se encontre uma
entidade que tenha conquistado tantos benefícios pra categoria como ele
conquistou para o sindicato.
O dirigente informou que através de um plano de
investimento que vem desde 2011, o sindicato tem garantido 8 carros zero km para
serem sorteados entre os associados nas próximas festas de final de ano.
E para finalizar, Rabello disse que quando sair das
entidades que preside, deixara um legado
que é a volta da credibilidade da arbitragem carioca.
Você poderá ver a matéria original e ter acesso ao áudio da
entrevista no seguinte link: http://www.vozdoapito.com.br/entrevista-com-jorge-rabello.php
Nota do Blog
Ouvi atentamente toda entrevista de Jorge Fernando
Rabello, comungo de muitas coisas que foram ditas por ele, principalmente quando abordou o tema
direito de arena, pois assim como ele, entendo que nossos dirigentes da arbitragem,
que em sua grande maioria não passam de pelegos, que de uma forma ou de outra
recebem beneficies dos patrões (CBF e Federações) para controlar seus pseudos liderados, um bando
de árbitros sem compromissos com a categoria que com raríssimas exceções, não se preocupam com
nada além do seu nariz a não ser com suas escalas. Mas se defendo algumas
medidas do dirigente, contesto outras como a forma truculenta que trata seus
subordinados e a falta de transparência na administração do sindicato.
Rabello disse na entrevista que a ANAF não respeita o Rio
de Janeiro como se deve a nível nacional, concordo em parte com o que ele disse
sobre o assunto apesar de achar que não é com ausência que mudara a situação e
sim com participação ativa nos encontros da entidade para no campo das ideias e das conquistas fazer com que seus direitos e os direitos de seus representados sejam respeitados. Mesmo
direito e respeito que ele não deu aos seus opositores local que nem sequer tiveram o
direito de inscrever chapa na ultima eleição do Saperj. Pleito que está sendo
contestado na justiça.
O que ele disse
Entrei em contato com Jorge Fernando Rabello o elogiando pela coragem na entrevista e fazendo algumas perguntas as quais prontamente e gentilmente respondeu e agradeço pela atenção.
Veja abaixo.
Blog do
Marçal: Você disse na entrevista que
através de um plano de investimento tem dinheiro pra sortear mais oito carros
nas festas de final de ano e disse que ano passado não foi feito a festa e o
sorteio por problemas de caixa da federação. O dinheiro é do sindicato ou
da federação e o dinheiro esta no caixa de quem?
Jorge
Rabello: O plano de
Investimento que teve início em 2011, só foi possível, em razão da Ferj ser a
única entidade no Brasil a repassar verba de patrocínio nos uniformes dos
árbitros para a entidade de classe dos árbitros, assim como o Saperj é o único
sindicato no Brasil que repassa um percentual dessa verba para os árbitros. Em
razão de problemas de fluxo financeiro houve um atraso de parte desse repasse,
uma vez que, foram pagos aos árbitros R$ 150.000,00 em cotas de patrocínio no
campeonato carioca 2014 no primeiro semestre, logo, observa-se que, ao invés de
optarmos por guardar o repasse do primeiro semestre para a festa de final do
ano, optamos por priorizar o pagamento aos árbitros. Sem a verba de
patrocínio fica inviável a festa de final de ano no padrão em que
realizamos nos últimos 7 anos, uma vez que, a única receita do Saperj é
decorrente da anuidade paga pelos seus associados, já que, em razão da
verba de patrocínio, isentamos os árbitros das categorias amadoras do
recolhimento de 5% de suas taxas em favor da entidade. Para o ano de 2015 as
coisas voltam a ocorrer dentro da normalidade, sem atrasos de taxas de
arbitragem e com o retorno da nossa festa.
Blog do
Marçal: As concentrações
dos árbitros nos jogos finais não é pago pela Ferj? Segundo informações, a
maior crise envolvendo a comissão de arbitragem que preside com Rubens Lopes seria justamente por conta
da concentração. Rubinho era contra e você o peitou pagando com dinheiro do
sindicato que teria inclusive acabado com sua demissão à época, fato contornado logo depois. O que é verdade e o que é mito nisso tudo.
Blog do
Marçal: Como é determinado
pela FIFA e seguido por suas entidades filiadas, inclui-se nesse caso a CBF, a
verba com origem em contrato de patrocínio devem ser destinadas para
investimento na formação e preparação dos árbitros. A Ferj vai um pouco alem e
tambem repassa um percentual para a entidade de classe, logo, dentro dessa
verba a ser repassada considera-se os custos referentes a pré-temporada,
concentrações, gastos com instrutores físicos, treinamentos ao longo do ano e
etc....
O resto é "Estória".
Blog do
Marçal: Você foi muito feliz em
dizer que daria até seu cargo na FERJ a Marcelo de Lima Henrique, segundo informações de bastidores, é justamente o que ele
almeja para o futuro, assim como você almeja a FERJ.
Jorge
Rabello: Embora nunca tenha
conversado comigo a esse respeito, que bom saber que é um desejo dele, acho que
a arbitragem carioca estará muito bem entregue.
Frase: “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é
quando você manda em mim” (Millôr Fernandes).
3 comentários:
Vou comentar a entrevista, mas não vou me identificar por conta da democracia que existe na arbitragem.
Decido em colegiado - Não
Criei o Treinador - Não
Criei Tempo técnico - Não
Criei os Adicionais - Fou a UEFA
Cargo na Anaf - Quero mandar
Não devo nada para Anaf - deve
Eleições da Anaf - Proibiu
Renovei e deu certo - Não deu
Aceito o juiz no meu lugar - fuzilado
IFAB veio aqui ver Rio - Não veio
Presidente da Ferj - Quer
Não fui para Fifa - Não diz porque.
Indico pelo mérito - kkkkkkkk
Verdades?
Sobre profissionalização, direito de arena, de imagem - tem que parar os jogos. KKKK
Por quê não faz no seu estado?
Cobra que os outros façam, mas ele faz ou deixa fazer?
kkkkkkkkkkkk
Antes tinha veto e agora não tem veto.
KKKK
Saudades do antigo presidente que aceitava veto, via presidente de um clube por muitos anos.
Quase morri de tanto rir....
E acredita no que fala e acha que todos acreditam...
kkkkkkkk
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