Anaf não aceita acusações de favorecimento por parte de dirigentes, mais aceita de forma passiva as punições de árbitros por parte da CA/CBF!
O diretor de futebol do Atlético Mineiro, Eduardo Maluf criticou duramente a arbitragem do candango Sandro Meira Ricci no clássico mineiro disputada no ultimo domingo em Uberlândia. Segundo Maluf “Sandro que vinha bem, marcou um pênalti com uma convicção que eu achei que ele estava certo. Mas teve um erro absurdo” – desabafou o dirigente.Há aproximadamente 990 kilômetros de distancia dali e no mesmo dia, a reclamação do dirigente mineiro teve eco, só que desta vez o clássico era outro e o dirigente também. Na cidade maravilhosa, Rodrigo Caetano, diretor executivo do Vasco da Gama saiu reclamando muito da atuação do árbitro carioca Gutemberg de Paula Fonseca após o clássico com o Flamengo. “É pura perda de tempo fazer reclamação contra o árbitro. O prejuízo já existiu, não adianta. Fica complicado, ficamos com fama de choro de perdedor, o que não é verdade, empatamos. Todos nós queremos a evolução do futebol do Rio de Janeiro, temos de exigir a evolução. Quem é o grande árbitro do Rio? Quem é o árbitro Fifa do Rio? Quem é o indicado do Rio nos prêmios de arbitragem nos últimos anos?”, disse o dirigente procurando atingir a tudo e a todos.
Os episódios acima relatados, foram a deixa para que dirigentes da Anaf publicassem a seguinte nota em seu site oficial: “Anaf não aceita acusações de favorecimento no Brasileirão”. Segundo a nota, declarações acusando "roubo" e "favorecimento" como as que ocorreram por parte do dirigente atleticano não serão aceitas pela Anaf. A entidade, representante dos árbitros nacionais, está atenta e vai acionar seu departamento jurídico contra este tipo de verborragias. Os dirigentes devem estar morrendo de medo!
O script foi seguido à risca pela Anaf, toda vez que um arbitro é duramente criticado ou acusado, vem à associação e faz a sua defesa, é para isso que ela existe, ou... deveria! Passam se um tempo, a mídia e o povo esquecem, novos casos acontecem e novamente a associação se faz presente. No final, nada acontece, ninguém é punido e tudo se repete no ano vindouro.
Só que tem um ditado que diz: "Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo". E a pergunta que fica é: A quem a Anaf quer enganar?
Pergunto isso pelo seguinte: A Comissão de Arbitragem da CBF anunciou no final de Setembro o afastamento por 20 dias de árbitros e assistentes que falharam em jogos do Campeonato Brasileiro, alguns dos erros foram de jogo, com o árbitro sendo usado como bode expiatório, servindo de exemplo, para acalmar a imprensa e os dirigentes, uma resposta à sociedade. A Anaf não emitiu nenhum comunicado na época sobre estas punições, na verdade enviou sim, enviou um comunicado ao brilhante e respeitadíssimo colunista paranaense Valdir Bicudo com o seguinte teor:
Após erros nas partidas disputadas no meio da semana pelo Campeonato Brasileiro, a CBF afastou oito árbitros e assistentes (Francisco Nascimento, Andrey da Silva e Silva, Suelson Medeiros, Erich Bandeira, Marcos Pessanha, Cleriston Rios, Paulo Conceição e Elan Souza) e no afã de demonstrar para a opinião pública expôs os mesmos. Estes que não são profissionalizados além de exercerem suas funções sem a tolerância do erro, comum em quaisquer setores, são vitimados e jogados à revelia.
O fato da não presença nas próximas escalas para uma reciclagem já é o suficiente para que os árbitros avaliem seus erros e retornem para novas partidas mais tranqüilos e serenos. Atitudes deste tipo engrandecem o esporte ao invés de transferir responsabilidade à somente uma pessoa que tem uma fração de segundo para resolver lances polêmicos além de concorrer com diversas câmeras num estádio.
A exposição à opinião pública apenas pune quando o correto seria adotar medidas pedagógicas a quem exerce a função sem ser profissionalizado. A Anaf, Associação Nacional dos Árbitros de Futebol, é extremamente contrária a tal exposição e repudia ações como estas adotadas nesta e em outras semanas.
Marco Antônio Martins - Presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol.
Este comunicado acima foi seguido imediatamente de um desmentido enviado por um terceiro que disse ser assessor do presidente com o seguinte teor:
Caro jornalista, a nota de repúdio enviada em nome da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol utilizando o nome do presidente Marco Antônio Martins não corresponde aos pensamentos da entidade e de seu representante maior. Como jornalista auxilio a Anaf e por um equívoco enviei ao senhor minha opinião própria fazendo uso da figura do senhor Marco Antônio Martins. Peço desculpas e novamente reafirmo que a nota enviada anteriormente não reflete a opinião desta importante associação.
O assunto do afastamento de oito árbitros e assistentes gerou polêmica e motivado por um texto do site chamado Apito do Bicudo me senti motivado a respondê-lo sem antes consultar a entidade que representa os árbitros. No afã de mostrar serviço me equivoquei e agradeço a compreensão.
Abraços - Henrique Silva
Foi por esses motivos que eu fiz a pergunta acima, no titulo do post, a sensação que fica é que a entidade e seu dirigente maior, esta visivelmente poupando a CBF e principalmente a Comissão de arbitragem, os motivos pelo menos dois posso afirmar e vou aqui enumerar:
1º - Ao ser empossado presidente da Anaf no ultimo dia 02 de Julho, Marco Martins fez vários contatos e varias viagens pelo Brasil, uma delas o destino final foi na Rua Victor Civita, 66 - B1 - Edifício 5 (5º andar), para quem não conhece, sede da CBF no Rio de Janeiro. Nos contatos feitos na sede da CBF entre outros conseguiu o patrocínio da entidade para o site da Anaf e duvido que alguém seja contra aquele que paga suas contas, a não ser que faz a propaganda gratuitamente e se assim for, estaria lesando a entidade.
2° - Martins foi escalado 13 vezes após ser empossado, sendo que foram seis vezes na serie B e sete vezes na serie A. Como ser contra e até mesmo criticar aqueles que nos tratam tão bem através de escalas, escalas que geram vários dividendos, entre eles, ótimas taxas e somando as repetições se tornam vultuosas, viagens de luxo, ascensão social e reconhecimento no meio da arbitragem. Renunciar a tudo isso não seria interessante a não ser que se tenha espírito de São Francisco de Assis, o que eu duvido.
Infelizmente meu contato pessoal com Martins (como é conhecido no meio) não passou de um breve contato na época da junta governativa da Anaf. Foram dias difíceis, pois lutávamos contra a ditadura “Aragão” que resistia em aceitar os resultados das urnas e lutava bravamente para não entregar o comando da entidade. Martins teve uma atuação brilhante, sua atuação segura e o respeito para com a lei deram legitimidade para que Jorge Paulo assumisse tempos depois e fizesse a cagada que fez, pena que o tempo passou e o Martins de hoje não pensa como o Martins daquele tempo. O nosso contato pessoal foi ínfimo, porém tivemos vários contatos via telefone e e-mails, por isso, posso afirmar que o tenho na mais alta consideração. Compreendo que Martins esta entre a cruz e a espada no momento, tendo que acender uma vela pra Deus e outra pro diabo, eu e vários dos leitores que me lêem agora, também faríamos o mesmo, pena que esta imagem de fraco e submisso perdurará para sempre.
Mais uma coisa é o que eu penso e outra coisa é o que eles, os dirigentes fazem. Sempre critiquei o seu antecessor pela forma de confronto que tratava a CBF e não concordo com a forma de beija mão que esta sendo agora. Quando ainda sonhava se candidatar, fui contra e disse isso a ele questionando-o de como trataria os interesses dos árbitros sendo ele um dos interessados, como ele iria se expor e ir contra aqueles que seriam os seus patrões, como um arbitro pediria ajuda vendo nele um concorrente, ele nunca respondeu.
Vários árbitros mandaram e-mail para este Blog criticando a postura da Anaf, e de seu presidente, o que eu previa esta acontecendo, Martins recebeu varias criticas quando se acovardou e não defendeu os árbitros no episódio aqui já descrito, entre eles de que seria pau mandado do presidente da CA/CBF Sérgio Corrêa, afirmação que refuto, Martins não era o presidente da Anaf dos sonhos de Corrêa (posso provar) o que parece estar se tornando agora.
Fazer uso dos discursos raivosos dos dirigentes dos quais não tem nenhum interesse em comum e por isso podem sofrer criticas sem que sofra possíveis conseqüências para marcar posição é fácil, é como tirar foto sobre a onça já morta, quero ver é defender os árbitros indo contra as decisões da poderosa comissão de árbitros da CBF que manda e desmanda, agora sob a batuta da CBF que conta com a conivência dos dirigentes da Anaf, doravante refém das escalas e do patrocínio da casa bandida do futebol como diz em seu Blog o brilhante jornalista Paulo Cézar de Andrade Prado, autor do Blog do Paulinho.
Este é apenas o primeiro post sobre esta direção da Anaf, desde a eleição venho acompanhando os bastidores. Tenho sido muito cobrado por não escrever nada sobre os desmandos desta diretoria, confesso que estava dando um tempo para ver realmente ao que vieram e escrever sobre amigos (ou talvez ex-amigos a partir deste post) é como cortar a própria carne.
Informações chegam todos os dias e algumas perguntas não se calarão enquanto não forem respondidas, entre elas, o contrato com a Glaxo e quem foi o árbitro beneficiado da vultuosa comissão pelo contrato firmado, quando será sorteado o segundo carro previsto por ocasião deste mesmo contrato, do contrato da Penalty, do patrocínio com a Centauro, do que prevê o patrocínio com a CBF, se a lei da mordaça esta previsto neste contrato.
O site da Anaf esta no ar, para só ficar ensaboando e puxando saco de árbitros de renome internacional não precisava ser reativado. Deve ser usado para prestar informações aos associados e a arbitragem em geral, informar por exemplo o porque de o site da Anaf até hoje estar registrado em nome de José de Assis Aragão sob ID JOAAR10 como mostra a imagem abaixo, capturda hoje (28/10/2010) do Registro.br (clique sobre a imagem para ampliá-la),
deve prestar conta sobre tudo que é de seu interesse, publicar as atas das reuniões, (as que estão publicadas foram feitas por Sérgio Corrêa na administração tão contestada do Aragão), deve publicar o teor dos contratos (o que foi tão criticado na administração anterior) e esta administração já fechou alguns e tem que revelar as bases sob pena de se equiparar às administrações nefasta e maquiavélica de seus últimos antecessores.
Frase: "Ninguém montará em cima de nós se não nos curvarmos". (Martín Luther King)
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