Apito amigo leva Barcelona ao milagre na Champions
Por Júlio Gomes
E
o Barcelona conseguiu o milagre. De forma inédita, um time reverteu o 0-4 da
ida e se classificou em uma competição europeia. Foi épico, foi fantástico, foi
inesquecível. E foi um roubo.
O juiz alemão
Deniz Aytekin (foto) roubou do Paris Saint-Germain a chance de se classificar para as
quartas de final da Liga dos Campeões. Simples assim.
Com 1 a 0 para o
Barça, não deu pênalti de Mascherano, que saltou para bloquear um
cruzamento de braços abertos. Correu o risco ao dar o carrinho, expandiu sua
área de bloqueio. Pênalti não dado que já teria mudado completamente a cara da
eliminatória.
É verdade que o
PSG contribuiu com erros individuais. Os zagueiros praticamente deram os dois
gols ao Barça no primeiro tempo. Thiago Silva perdidaço no lance do primeiro,
Marquinhos passivo no segundo – permitiu a Iniesta brigar na jogada, cruzar de
calcanhar e forçar o gol contra de Kurzawa.
Taticamente, o PSG
fez o jogo que podia. Marcou bem, fechou espaços, obrigou o Barça a chutar de
fora da área e deu algumas espetadas no contra ataque. O primeiro tempo acabou
2 a 0 para o Barça, mas não era um placar condizente com o volume de jogo em campo.
Depois, com 2 a 0,
o árbitro Aytekin inventou um pênalti absurdo cavado por Neymar no início do
segundo tempo. O jogador do PSG se desequilibra, cai no chão e Neymar é quem
busca o contato e cai – sua enésima queda na área.
O script era o dos
sonhos de Luís Enrique, dos torcedores e jogadores: 3 a 0 logo no início do
segundo tempo. Mas o gol de Cavani, aos 17min do segundo tempo, ''matou'' a
eliminatória para o PSG.
Depois dos 4 a 0
de Paris, o PSG sabia que para avançar no Camp nou bastaria isso: um gol. No
início, no meio ou no fim, não importa. Com 0 a 0 ou 3 a 0 contra. Um gol
mataria o Barcelona. E foi o que aconteceu (só que não).
Dos 17min aos
43min do segundo tempo, o Barcelona nada fez. A torcida se calou, Luís Enrique
tirou Iniesta de campo (já pensando no futuro na Liga espanhola). O PSG teve
dois contra ataques que seriam a pá de cal. Cavani perde um gol cara a cara com
Ter Stegen, Di María perde o outro – fiquei em dúvida se houve pênalti de
Mascherano no lance, mas infelizmente a geração de imagens da Uefa não mostrou
o replay desta jogada uma vez sequer.
Aos 43min, Neymar
faz um golaço de falta. Uma cobrança magistral. 4 a 1. Ainda faltavam dois gols
para a classificação.
E aí o árbitro,
aquele mesmo que não tinha dado um pênalti para o PSG no primeiro tempo,
inventou um segundo pênalti para o Barcelona. Marquinhos encosta em Luís
Suárez, que desaba na área. Uma cavada de livro. Uma vergonha. Eram 46min do
segundo tempo.
Neymar bateu o
pênalti, 5 a 1. Aí virou aquele pega para capar, bola na área e, em uma delas,
aos 50min, Sergi Roberto, vilão em Paris, virou o herói no Camp Nou. Fez o
sexto gol.
Não acho que o PSG
mereça ser tão criticado assim. Foi a Barcelona para conseguir a classificação.
E estava conseguindo o objetivo até o derretimento dos minutos finais. É muito
difícil jogar contra um Barça ligado na tomada e uma arbitragem tão nefasta.
O
Barcelona mostrou raça, coragem e fé. Não desistiu até levar o gol. Com 3 a 1
no placar, todos já haviam desistido. Mas aí Neymar e o juiz resolveram dar
outro destino à eliminatória.
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